quarta-feira, 14 de março de 2012

O que será. Música de Chico Buarque


Chico Buarque, 1976.
 
O que será que me dá  
Que me bole por dentro, será que me dá  
Que brota à flor da pele, será que me dá  
E que me sobe às faces e me faz corar  
E que me salta aos olhos a me atraiçoar  
E que me aperta o peito e me faz confessar  
O que não tem mais jeito de dissimular  
E que nem é direito ninguém recusar  
E que me faz mendigo, me faz suplicar  
O que não tem medida, nem nunca terá  
O que não tem remédio, nem nunca terá  
O que não tem receita  
O que será que será  
Que dá dentro da gente e que não devia  
Que desacata a gente, que é revelia  
Que é feito uma aguardente que não sacia  
Que é feito estar doente de uma folia  
Que nem dez mandamentos vão conciliar  
Nem todos os ungüentos vão aliviar  
Nem todos os quebrantos, toda alquimia  
Que nem todos os santos, será que será  
O que não tem descanso, nem nunca terá  
O que não tem cansaço, nem nunca terá  
O que não tem limite  
O que será que me dá  
Que me queima por dentro, será que me dá  
Que me perturba o sono, será que me dá  
Que todos os tremores que vêm agitar  
Que todos os ardores me vêm atiçar  
Que todos os suores me vêm encharcar  
Que todos os meus órgãos estãos a clamar  
E uma aflição medonha me faz implorar  
O que não tem vergonha, nem nunca terá  
O que não tem governo, nem nunca terá  
O que não tem juízo 


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quarta-feira, 14 de março de 2012

O que será. Música de Chico Buarque


Chico Buarque, 1976.
 
O que será que me dá  
Que me bole por dentro, será que me dá  
Que brota à flor da pele, será que me dá  
E que me sobe às faces e me faz corar  
E que me salta aos olhos a me atraiçoar  
E que me aperta o peito e me faz confessar  
O que não tem mais jeito de dissimular  
E que nem é direito ninguém recusar  
E que me faz mendigo, me faz suplicar  
O que não tem medida, nem nunca terá  
O que não tem remédio, nem nunca terá  
O que não tem receita  
O que será que será  
Que dá dentro da gente e que não devia  
Que desacata a gente, que é revelia  
Que é feito uma aguardente que não sacia  
Que é feito estar doente de uma folia  
Que nem dez mandamentos vão conciliar  
Nem todos os ungüentos vão aliviar  
Nem todos os quebrantos, toda alquimia  
Que nem todos os santos, será que será  
O que não tem descanso, nem nunca terá  
O que não tem cansaço, nem nunca terá  
O que não tem limite  
O que será que me dá  
Que me queima por dentro, será que me dá  
Que me perturba o sono, será que me dá  
Que todos os tremores que vêm agitar  
Que todos os ardores me vêm atiçar  
Que todos os suores me vêm encharcar  
Que todos os meus órgãos estãos a clamar  
E uma aflição medonha me faz implorar  
O que não tem vergonha, nem nunca terá  
O que não tem governo, nem nunca terá  
O que não tem juízo 


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