Mostrando postagens com marcador valores. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador valores. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
É admirável essa gente!
Tirinha da Rosali Alves Colares, como ela mesmo diz: "É um tirinha sobre hipocrisia. As pessoas falam como se deve agir, mas não cuidam oque fazem. Me admira essa gente!"
http://www.filosofia.com.br
sábado, 17 de março de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
Dos valores da liberdade
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
“Não há na Terra, de acordo com minha opinião, felicidade igual à de alcançar a liberdade perdida”. (Cervantes)
A liberdade, a partir das concepções modernas, associa-se a outras virtudes como a justiça e a igualdade. Pela liberdade garante-se a vontade individual, mas cada torna-se responsável por suas atitudes e ações. Como ideia estruturadora das relações sociais, a liberdade move os ideais democráticos. A liberdade humana é sempre um valor pelo qual muitos resolvem pagam alto preço.
Descrever sobre os fenômenos depois que os mesmos aconteceram é sempre mais fácil do que prevê-los, antecipando desfechos. Mas se é tão difícil prever antecipadamente os desfechos, aprendamos com eles a partir de seus substratos (aquilo que forma a essencialidade do ser, sobre o que repousam seus atributos, o que serve de base a um fenômeno).
A queda das ditaduras nas nações árabes da África e do Oriente Médio demonstra que o povo até suporta ditaduras, desde que as mesmas não usem dos mesmos artifícios de opressão daqueles que foram destituídos por estes que por ora estão no poder. O povo não suporta traição, o povo não suporta que alguém se declare dono de tudo e de todos. O povo não tolera privilégios inescrupulosos. Quando isto acontece, levanta a voz, grita por liberdade e luta por possibilidades de vida menos tiranas, mesmo não sabendo prever até quando usufruirá desta nova conquista. A esperança de dias melhores, em todos os sentidos, é sempre o horizonte de quem luta por liberdade.
Fica claro que houve quebra de confiança entre líderes e liderados no momento em que os primeiros se julgaram acima de tudo e de todos. Sintomaticamente, caíram por falta de legitimidade junto àqueles que diziam liderar. Mais do que isto, demonstraram o quão foram incapazes de ler a realidade, julgando que, a fim e a cabo, seus liderados iriam defendê-los e quiçá, morrer por eles.
O desafio dos líderes sempre está na relação construída junto a seus liderados, seja pela representação, seja pela condição de amálgama (mediação). Como afirma Walter Lippmann, "líderes são os guardiões dos ideais de uma nação, das crenças que ela cultiva, de suas esperanças permanentes, da fé que faz uma nação de um mero agregado de indivíduos." Por outro viés, escreve John Maxwell: “meu alvo não é formar seguidores que resultem em uma multidão. Meu alvo é desenvolver líderes que se transformem em um movimento”. Certo é que não há legitimidade de liderança quando os anseios e necessidades do povo não são respeitados. Certo também que os ventos de inspiração não sopram somente aos que se consideram “iluminados”. A realidade, associada à capacidade de resignação e organização do povo, produz efeitos capazes de construir novos horizontes, novas utopias.
Nenhuma ditadura merece defesa. Todas as ditaduras tolhem a liberdade. Liberdade não se reduz a “poder dizer”. Liberdade sempre é “poder viver”: autenticamente, com dignidade, com segurança, com prazer, na ausência de “sofrimentos provocados”, com soberania. Resta perguntar se todos aqueles que pegaram em armas, morreram e pagaram o preço por mais liberdade em seu país sabiam que estas ditaduras, agora em cheque, já não interessam mais nem a seus países nem ao resto do mundo por conta de novos posicionamentos de ordem política e econômica. O que farão agora EUA e Europa: continuarão ditando regras e explorando os povos, sem a escora das ditaduras patrocinadas? O fim das ditaduras significa fim da opressão?
O desafio da liberdade é combater todas as formas de alienação. Onde houver alienação, não há como nascer liberdade. Ainda há muito a aprender, como ensina Eduardo Galeano: “somos o que fazemos, mas principalmente o que fazemos para mudar o que somos”.
Fonte: http://boletimodiad.blogspot.com/
“Não há na Terra, de acordo com minha opinião, felicidade igual à de alcançar a liberdade perdida”. (Cervantes)
A liberdade, a partir das concepções modernas, associa-se a outras virtudes como a justiça e a igualdade. Pela liberdade garante-se a vontade individual, mas cada torna-se responsável por suas atitudes e ações. Como ideia estruturadora das relações sociais, a liberdade move os ideais democráticos. A liberdade humana é sempre um valor pelo qual muitos resolvem pagam alto preço.
Descrever sobre os fenômenos depois que os mesmos aconteceram é sempre mais fácil do que prevê-los, antecipando desfechos. Mas se é tão difícil prever antecipadamente os desfechos, aprendamos com eles a partir de seus substratos (aquilo que forma a essencialidade do ser, sobre o que repousam seus atributos, o que serve de base a um fenômeno).
A queda das ditaduras nas nações árabes da África e do Oriente Médio demonstra que o povo até suporta ditaduras, desde que as mesmas não usem dos mesmos artifícios de opressão daqueles que foram destituídos por estes que por ora estão no poder. O povo não suporta traição, o povo não suporta que alguém se declare dono de tudo e de todos. O povo não tolera privilégios inescrupulosos. Quando isto acontece, levanta a voz, grita por liberdade e luta por possibilidades de vida menos tiranas, mesmo não sabendo prever até quando usufruirá desta nova conquista. A esperança de dias melhores, em todos os sentidos, é sempre o horizonte de quem luta por liberdade.
Fica claro que houve quebra de confiança entre líderes e liderados no momento em que os primeiros se julgaram acima de tudo e de todos. Sintomaticamente, caíram por falta de legitimidade junto àqueles que diziam liderar. Mais do que isto, demonstraram o quão foram incapazes de ler a realidade, julgando que, a fim e a cabo, seus liderados iriam defendê-los e quiçá, morrer por eles.
O desafio dos líderes sempre está na relação construída junto a seus liderados, seja pela representação, seja pela condição de amálgama (mediação). Como afirma Walter Lippmann, "líderes são os guardiões dos ideais de uma nação, das crenças que ela cultiva, de suas esperanças permanentes, da fé que faz uma nação de um mero agregado de indivíduos." Por outro viés, escreve John Maxwell: “meu alvo não é formar seguidores que resultem em uma multidão. Meu alvo é desenvolver líderes que se transformem em um movimento”. Certo é que não há legitimidade de liderança quando os anseios e necessidades do povo não são respeitados. Certo também que os ventos de inspiração não sopram somente aos que se consideram “iluminados”. A realidade, associada à capacidade de resignação e organização do povo, produz efeitos capazes de construir novos horizontes, novas utopias.
Nenhuma ditadura merece defesa. Todas as ditaduras tolhem a liberdade. Liberdade não se reduz a “poder dizer”. Liberdade sempre é “poder viver”: autenticamente, com dignidade, com segurança, com prazer, na ausência de “sofrimentos provocados”, com soberania. Resta perguntar se todos aqueles que pegaram em armas, morreram e pagaram o preço por mais liberdade em seu país sabiam que estas ditaduras, agora em cheque, já não interessam mais nem a seus países nem ao resto do mundo por conta de novos posicionamentos de ordem política e econômica. O que farão agora EUA e Europa: continuarão ditando regras e explorando os povos, sem a escora das ditaduras patrocinadas? O fim das ditaduras significa fim da opressão?
O desafio da liberdade é combater todas as formas de alienação. Onde houver alienação, não há como nascer liberdade. Ainda há muito a aprender, como ensina Eduardo Galeano: “somos o que fazemos, mas principalmente o que fazemos para mudar o que somos”.
Fonte: http://boletimodiad.blogspot.com/
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
A Felicidade...
Buscar a felicidade não é uma opção de auto-ajuda, mas sim uma questão de sobrevivência. Na filosofia, ser feliz equivale a viver bem a vida. Alegrar-se, satisfazer-se, dipor-se a ter uma vida sábia. Como já defendia habilidosamente Epicuro, mais precisamente nos seus aforismos e na sua “Carta a Meneceu” sobre a Felicidade.
A felicidade é quase uma obsessão por aquele que se responsabiliza com sua vida, com sua história, enfim, com suas decisões. É, no fundo, buscar uma vida boa, saudável, tranqüila e de espírito alegre.
Você quer decidir a qualidade da sua vida? Nem Deus se permite decidir no seu lugar. Deus não decide seu sucesso, suas vitórias, seu futuro, mas as suas decisões quem decide é você! Quem decide a sua saúde é você. Quem decide sobre o seu corpo é você, meu caro... Vá ao espelho simplesmente. Você cometeu um erro. Seu corpo precisa de muitos cuidados, de muitos milagres, de sabedoria.
A sabedoria decide a sua saúde. A sabedoria decide a sua riqueza. A sabedoria decide a sua alegria. A sabedoria decide a sua felicidade.
Só um exemplo pra entendermos o que significa sabedoria. Digamos que tenha à minha frente 4 pinturas: um elefante, uma girafa, uma zebra, uma flor. Qual a diferença? Ponho mais 4 fotos na minha frente: ouvido, boca, nariz e um macaco. Posso ver a diferença? Qual é a diferença? Veja a diferença! Sabedoria é a habilidade de discernir a diferença. Discernir a diferença nas pessoas, nos ambientes e nos momentos da vida. A sabedoria é a coisa principal e a mais importante aqui na terra.
Você pode ter 5 filhos, um discerne a sua diferença, isto é, lhe obedece, um confia no seu julgamento. Eles discernem a sua diferença. Todo seu sucesso depende da sua sabedoria. Um jovem sentou-se perto de mim e nunca me perguntou sobre o que é felicidade, sobre o sentido da vida, sobre o amor, o que é filosofia? Porque ele não discerniu a diferença. Será que você pode ver a diferença? Será que você pode ouvir a diferença? Diferença numa voz, num olhar, num gesto, numa atitude... Diferença no que Deus diz, no que outra pessoa diz. Como é que você recebe a sabedoria? Não vem geneticamente pelo sangue. Como pode um filho meu ser tão estúpido? A sabedoria não vem pela corrente sangüinea. A gente pode ser estúpido e ter um filho maravilhoso! Você acha que o tempo é sinal de sabedoria? Eu já conheci pessoas com oitenta anos que se rebelaram contra a voz da consciência. Vi muita gente velha ou idosa bastante tola. O cabelo grisalho não lhe faz necessariamente sábio. O tempo não cria sabedoria. Têm jovens de 20 anos milionários e outros velhos bastante pobres. O tempo nunca criou a sabedoria. Existem várias formas de você adquirir sabedoria. Deus, às vezes, fala através da dor às pessoas. Se você não ouvir a dor não existe esperança. Se você não ouve a pessoas, Ele vai usar a dor. Deus usa pessoas e a dor para conversar conosco. Quando você diz que seu estômago está doendo, é porque algo está errado. A dor é o sinal da desordem. O propósito da sabedoria é criar ordem, o que vem primeiro, o que vem segundo. A ordem é quando as coisas estão no seu devido lugar. O esposo, a esposa, os filhos. Um diretor, equipe pedagógica, professores, funcionários, alunos. Se o seu nariz fosse no topo da sua cabeça você iria morrer afogado na primeira chuva. As coisas corretas ajudam a viver com sabedoria. O que aconteceria se os seus olhos fossem embaixo dos seus pés e uma pessoa perguntasse: Quem está vindo? Não, espere aí que eu vou olhar quem está vindo. As coisas corretas no lugar certo. O propósito da ordem é para aumentar a produtividade. Beleza, conforto, segurança, paz, felicidade. Se eu chegar ali no seu guarda-roupa, os seus sapatos estão embaixo, as camisas em outro lugar, as calças mais em cima, as bermudas em outro lugar. Tudo está numa parte, em ordem. Ordem. Qualquer movimento em direção à ordem aumenta a sua alegria, produz felicidade. Quando você lava o seu carro, você se sente alegre. Quando você limpa sua casa e tudo está em ordem. Sempre que arruma sua estante de livros e os limpa, tudo parece mais estável. Agora, quando você tem luta é a prova da desordem, da instabilidade. A luta é prova de que alguém não pertence àquele lugar. A dor é a prova da desordem. Deus usa a dor na sua vida para dizer que você tem que mudar algo. A dor não é um professor, a dor não muda você, mas a dor faz nascer uma necessidade de mudança. Muitas pessoas vivem em dor constantemente e nunca mudam.
Experimente fazer uma mudança, independentemente da dor, na sua vida e abra o seu coração para um agir com Sabedoria, aperfeiçoando o seu modo de viver: “Eu, que dedico incessantemente minhas energias à investigação da natureza, e através desse modo de viver exerço principalmente o meu equilíbrio”(Epicuro, in Diógenes Laértios, X, 37).
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Uma dialética sobre o nada!

“O que antigamente, agora e sempre se tem buscado e tem sido objeto de dúvida, o que é o ser?”(Metafísica V, Aristóteles).
Por incrível que pareça todas as atenções hoje são voltadas para uma visão negativa do aspecto do não-ser. O não-ser se revela como um objeto de estudo e de análise positiva para entendermos o comportamento e o pensar modernos. Transformamos, em virtude de Nietzsche, o não-ser metafísico clássico no niilismo ético moderno. Ou seja, passamos de um estágio absoluto da filosofia para um outro relativo e superficial que aponta para o nada, desprovido de conceitos, de ideias, de valores, de sentido. Nietzsche reduziu o ser ao nada! Mas, deu a este nada grandes e incomparáveis poderes, capaz até de o personificar.
Voltemos aos antigos, Aristóteles dá margem para um outro problema na História da Filosofia que já vinha sido posto por Parmênides de Eléia, o não-ser. Quando um filósofo, um poeta, um artista ou um leigo como qualquer outro ou até o homem do vulgo se empenham, de fato, na busca pelo ser acabam dando conta de que há um limite para o ser que é o não-ser.
O saber dos antigos parece não encontrar muito respaldo para a geração atual, uma vez que não reconhecemos verdades ou convicções que nos prendam ou nos remetam ao que é duradouro, eterno, imutável, essencial, infinito, constante, profundo, desconhecido... Essas expressões são consideradas quase que obsoletas numa época de esvaziamento de todos os sentidos absolutos, de deserto, de dor, de falta de sentidos. Não por acaso a poesia de T. S. Eliot vem sendo afirmada: “Deserto e vazio. Deserto e vazio. E as trevas à beira do abismo”.
No entanto, o não-ser representa a fecundidade da idéia de ser, ou seja, o nada é uma espécie de limite de ser. Limite aqui deve ser entendido como simples negação do ser. Em sentido absoluto, o não-ser equivale ao nada que é a exclusão total de ser, o aniquilamento do ser.
O nada nem sequer pode ser pensado. O nada é, neste caso, uma destruição do ser e de toda inteligibilidade. Nessa direção continuamos com Parmênides em seu poema sobre o ser, quando assim se expressa: “Necessário é o dizer e pensar que o ente é; pois é ser. E nada não é. Isto eu te mando considerar.” Neste poema que só citamos o finalzinho, o filósofo admite também que a deusa lhe comunica uma verdade, o ser é, o não-ser não é, justificando assim pra toda história do pensamento o princípio de contradição. Toda vez que eu penso afirmo o ser. Toda vez que uso a inteligência dou imagem ao ser. Pensar em si mesmo significa afirmar o ser. Daí, pensar o nada significa não pensar. O nada é impensável. Este princípio passou pra história como princípio de Parmênides ou de Contradição. Ao mesmo tempo, não se pode ser e não ser. Tem que ser ou não ser.
Muito embora o princípio de Contradição de Parmênides se faça visível e pertinente em nosso filosofar e em nosso viver, é bem verdade que fugimos aqui e acolá da autêntica identidade de mostrarmos quem realmente somos! Pretos ou brancos, índios ou negros, pardos ou amarelos, homem ou mulher, magros ou gordos, altos ou baixos, pobres ou ricos, brasileiros ou não, trabalhadores ou não, crentes ou não, políticos ou não, violentos ou não... O certo é que nada disso importa, não somos nem uma coisa nem outra. Nada faz diferença. Não existe mais o princípio de contradição, de identidade e nem o do terceiro excluído. Tudo é incluído. Nada é excluído e a lógica clássica foi superada ou rompida. Enfim, não poucas vezes dizemos mais o que não somos a dizer o que, de fato, somos. Se isso importa em nossos dias, é melhor afirmarmos o que realmente somos, antes que algo venha a se levantar contra nós para nos denunciar, o não-ser. Pois, para o não-ser não existe a verdade, só existe o que posso dizer sobre ela. Não há mais identidade, só há pluralidade exposta pelo não-ser, uma vez que é bastante divertido dizer muitas “verdades” sobre mim do que dizer a única verdade pensada sobre mim.
Portanto, para ilustrar esse devaneio sobre o não-ser, gostaríamos de retomar Nietzsche em relação à Platão. O primeiro diz: “A mentira é o poder”(fragmentos póstumos). O segundo afirma: “A verdade jamais é refutada”(diálogo Górgias). À medida que a história prossegue, o peso do não-ser se torna maior do que o ser. E tome Filosofia!!!
Por incrível que pareça todas as atenções hoje são voltadas para uma visão negativa do aspecto do não-ser. O não-ser se revela como um objeto de estudo e de análise positiva para entendermos o comportamento e o pensar modernos. Transformamos, em virtude de Nietzsche, o não-ser metafísico clássico no niilismo ético moderno. Ou seja, passamos de um estágio absoluto da filosofia para um outro relativo e superficial que aponta para o nada, desprovido de conceitos, de ideias, de valores, de sentido. Nietzsche reduziu o ser ao nada! Mas, deu a este nada grandes e incomparáveis poderes, capaz até de o personificar.
Voltemos aos antigos, Aristóteles dá margem para um outro problema na História da Filosofia que já vinha sido posto por Parmênides de Eléia, o não-ser. Quando um filósofo, um poeta, um artista ou um leigo como qualquer outro ou até o homem do vulgo se empenham, de fato, na busca pelo ser acabam dando conta de que há um limite para o ser que é o não-ser.
O saber dos antigos parece não encontrar muito respaldo para a geração atual, uma vez que não reconhecemos verdades ou convicções que nos prendam ou nos remetam ao que é duradouro, eterno, imutável, essencial, infinito, constante, profundo, desconhecido... Essas expressões são consideradas quase que obsoletas numa época de esvaziamento de todos os sentidos absolutos, de deserto, de dor, de falta de sentidos. Não por acaso a poesia de T. S. Eliot vem sendo afirmada: “Deserto e vazio. Deserto e vazio. E as trevas à beira do abismo”.
No entanto, o não-ser representa a fecundidade da idéia de ser, ou seja, o nada é uma espécie de limite de ser. Limite aqui deve ser entendido como simples negação do ser. Em sentido absoluto, o não-ser equivale ao nada que é a exclusão total de ser, o aniquilamento do ser.
O nada nem sequer pode ser pensado. O nada é, neste caso, uma destruição do ser e de toda inteligibilidade. Nessa direção continuamos com Parmênides em seu poema sobre o ser, quando assim se expressa: “Necessário é o dizer e pensar que o ente é; pois é ser. E nada não é. Isto eu te mando considerar.” Neste poema que só citamos o finalzinho, o filósofo admite também que a deusa lhe comunica uma verdade, o ser é, o não-ser não é, justificando assim pra toda história do pensamento o princípio de contradição. Toda vez que eu penso afirmo o ser. Toda vez que uso a inteligência dou imagem ao ser. Pensar em si mesmo significa afirmar o ser. Daí, pensar o nada significa não pensar. O nada é impensável. Este princípio passou pra história como princípio de Parmênides ou de Contradição. Ao mesmo tempo, não se pode ser e não ser. Tem que ser ou não ser.
Muito embora o princípio de Contradição de Parmênides se faça visível e pertinente em nosso filosofar e em nosso viver, é bem verdade que fugimos aqui e acolá da autêntica identidade de mostrarmos quem realmente somos! Pretos ou brancos, índios ou negros, pardos ou amarelos, homem ou mulher, magros ou gordos, altos ou baixos, pobres ou ricos, brasileiros ou não, trabalhadores ou não, crentes ou não, políticos ou não, violentos ou não... O certo é que nada disso importa, não somos nem uma coisa nem outra. Nada faz diferença. Não existe mais o princípio de contradição, de identidade e nem o do terceiro excluído. Tudo é incluído. Nada é excluído e a lógica clássica foi superada ou rompida. Enfim, não poucas vezes dizemos mais o que não somos a dizer o que, de fato, somos. Se isso importa em nossos dias, é melhor afirmarmos o que realmente somos, antes que algo venha a se levantar contra nós para nos denunciar, o não-ser. Pois, para o não-ser não existe a verdade, só existe o que posso dizer sobre ela. Não há mais identidade, só há pluralidade exposta pelo não-ser, uma vez que é bastante divertido dizer muitas “verdades” sobre mim do que dizer a única verdade pensada sobre mim.
Portanto, para ilustrar esse devaneio sobre o não-ser, gostaríamos de retomar Nietzsche em relação à Platão. O primeiro diz: “A mentira é o poder”(fragmentos póstumos). O segundo afirma: “A verdade jamais é refutada”(diálogo Górgias). À medida que a história prossegue, o peso do não-ser se torna maior do que o ser. E tome Filosofia!!!
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Os valores...

Muitos de nós passamos pela vida sem, ao menos, de quando em quando, avaliarmos nossas escolhas, nossas opções. Vivemos como que jogados na relatividade das culturas, dos costumes a que nos submetemos, respirando modelos escolhidos por outros e não por nós. Usamos as mesmas roupas, os mesmos relógios, as mesmas sandálias em virtude das “marcas” mais presentes no momento, “da moda”... Bebemos, por vezes, as mesmas bebidas, cujos rótulos são os mais visíveis no momento... As mesmas comidas com gostos e qualidades quase sempre os mesmos e assim por diante. Parece que estamos destinados as mesmices do dia-a-dia porque nos acomodamos em não querer fazer parte das decisões a que damos valor, pondo nestas decisões um pouco de nós, das nossas escolhas, dos nossos desejos pessoais, dos nossos gostos aprazíveis que enriquecem e alegram mais o nosso viver. Não necessitaríamos, talvez, sair da moda para aprendermos a valorar? Sejamos um “démodé”, um fora de moda!
O importante disso tudo é que empregamos vários sentidos para a palavra “valor”. Dentre eles, o mais elementar para os dias de hoje é o econômico. As coisas não nos deixam indiferentes, de modo que a todo momento precisamos estar valorando ou reconhecendo um valor ou um antivalor em tudo quanto experimentamos. A Filosofia que estuda o mundo dos valores chama-se Axiologia(axios-ou).
Objetivamente, observamos que não criamos os valores, mas algo já é nosso. O filósofo Jean Paul Sartre diz e defende a criação, a produção dos valores por nós. Segundo ele, os valores são objetos de nossa criação a fim de nos orientarmos em nossa existência militante. A cada instante, a cada momento estamos valorizando, valorando. O valor é tudo aquilo que não nos deixa indiferentes às coisas. Por isso, procuremos estabelecer uma hierarquia de valores a fim de gerir com mais sabedoria a vida que levamos, uma vez que a qualidade de vida está na maneira de discernir as diferenças presentes no mundo, pois isso é o que constitui o homem sábio.
Para o pensamento do homem comum, o valor é tudo aquilo que é capaz de romper, de quebrar a nossa indiferença. Aquilo que se destaca pela sua perfeição é um valor. Daí o sentido da palavra axiologia, o que me parece perfeito, o que me atrai, o belo.
Será que as coisas não têm mais valor do que o valor que nós lhes damos? Ou elas têm um valor objetivo? Não nos ocuparemos em responder essas questões aos leitores, até por que não teríamos tempo pra isso, no entanto façamos destas questões um motivar para nossa reflexão acerca dos valores.
Por fim, entendemos que o valor de tudo que nos aparece nos remonta a uma grande complexidade de significados, desde os físicos, materiais, emocionais até os espirituais... Portanto, valor é tudo aquilo que tem preço, estima, agradabilidade e significado.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
O importante disso tudo é que empregamos vários sentidos para a palavra “valor”. Dentre eles, o mais elementar para os dias de hoje é o econômico. As coisas não nos deixam indiferentes, de modo que a todo momento precisamos estar valorando ou reconhecendo um valor ou um antivalor em tudo quanto experimentamos. A Filosofia que estuda o mundo dos valores chama-se Axiologia(axios-ou).
Objetivamente, observamos que não criamos os valores, mas algo já é nosso. O filósofo Jean Paul Sartre diz e defende a criação, a produção dos valores por nós. Segundo ele, os valores são objetos de nossa criação a fim de nos orientarmos em nossa existência militante. A cada instante, a cada momento estamos valorizando, valorando. O valor é tudo aquilo que não nos deixa indiferentes às coisas. Por isso, procuremos estabelecer uma hierarquia de valores a fim de gerir com mais sabedoria a vida que levamos, uma vez que a qualidade de vida está na maneira de discernir as diferenças presentes no mundo, pois isso é o que constitui o homem sábio.
Para o pensamento do homem comum, o valor é tudo aquilo que é capaz de romper, de quebrar a nossa indiferença. Aquilo que se destaca pela sua perfeição é um valor. Daí o sentido da palavra axiologia, o que me parece perfeito, o que me atrai, o belo.
Será que as coisas não têm mais valor do que o valor que nós lhes damos? Ou elas têm um valor objetivo? Não nos ocuparemos em responder essas questões aos leitores, até por que não teríamos tempo pra isso, no entanto façamos destas questões um motivar para nossa reflexão acerca dos valores.
Por fim, entendemos que o valor de tudo que nos aparece nos remonta a uma grande complexidade de significados, desde os físicos, materiais, emocionais até os espirituais... Portanto, valor é tudo aquilo que tem preço, estima, agradabilidade e significado.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
Assinar:
Postagens (Atom)
Fotos no Facebook
Mostrando postagens com marcador valores. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador valores. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
É admirável essa gente!
Tirinha da Rosali Alves Colares, como ela mesmo diz: "É um tirinha sobre hipocrisia. As pessoas falam como se deve agir, mas não cuidam oque fazem. Me admira essa gente!"
http://www.filosofia.com.br
sábado, 17 de março de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
Dos valores da liberdade
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
“Não há na Terra, de acordo com minha opinião, felicidade igual à de alcançar a liberdade perdida”. (Cervantes)
A liberdade, a partir das concepções modernas, associa-se a outras virtudes como a justiça e a igualdade. Pela liberdade garante-se a vontade individual, mas cada torna-se responsável por suas atitudes e ações. Como ideia estruturadora das relações sociais, a liberdade move os ideais democráticos. A liberdade humana é sempre um valor pelo qual muitos resolvem pagam alto preço.
Descrever sobre os fenômenos depois que os mesmos aconteceram é sempre mais fácil do que prevê-los, antecipando desfechos. Mas se é tão difícil prever antecipadamente os desfechos, aprendamos com eles a partir de seus substratos (aquilo que forma a essencialidade do ser, sobre o que repousam seus atributos, o que serve de base a um fenômeno).
A queda das ditaduras nas nações árabes da África e do Oriente Médio demonstra que o povo até suporta ditaduras, desde que as mesmas não usem dos mesmos artifícios de opressão daqueles que foram destituídos por estes que por ora estão no poder. O povo não suporta traição, o povo não suporta que alguém se declare dono de tudo e de todos. O povo não tolera privilégios inescrupulosos. Quando isto acontece, levanta a voz, grita por liberdade e luta por possibilidades de vida menos tiranas, mesmo não sabendo prever até quando usufruirá desta nova conquista. A esperança de dias melhores, em todos os sentidos, é sempre o horizonte de quem luta por liberdade.
Fica claro que houve quebra de confiança entre líderes e liderados no momento em que os primeiros se julgaram acima de tudo e de todos. Sintomaticamente, caíram por falta de legitimidade junto àqueles que diziam liderar. Mais do que isto, demonstraram o quão foram incapazes de ler a realidade, julgando que, a fim e a cabo, seus liderados iriam defendê-los e quiçá, morrer por eles.
O desafio dos líderes sempre está na relação construída junto a seus liderados, seja pela representação, seja pela condição de amálgama (mediação). Como afirma Walter Lippmann, "líderes são os guardiões dos ideais de uma nação, das crenças que ela cultiva, de suas esperanças permanentes, da fé que faz uma nação de um mero agregado de indivíduos." Por outro viés, escreve John Maxwell: “meu alvo não é formar seguidores que resultem em uma multidão. Meu alvo é desenvolver líderes que se transformem em um movimento”. Certo é que não há legitimidade de liderança quando os anseios e necessidades do povo não são respeitados. Certo também que os ventos de inspiração não sopram somente aos que se consideram “iluminados”. A realidade, associada à capacidade de resignação e organização do povo, produz efeitos capazes de construir novos horizontes, novas utopias.
Nenhuma ditadura merece defesa. Todas as ditaduras tolhem a liberdade. Liberdade não se reduz a “poder dizer”. Liberdade sempre é “poder viver”: autenticamente, com dignidade, com segurança, com prazer, na ausência de “sofrimentos provocados”, com soberania. Resta perguntar se todos aqueles que pegaram em armas, morreram e pagaram o preço por mais liberdade em seu país sabiam que estas ditaduras, agora em cheque, já não interessam mais nem a seus países nem ao resto do mundo por conta de novos posicionamentos de ordem política e econômica. O que farão agora EUA e Europa: continuarão ditando regras e explorando os povos, sem a escora das ditaduras patrocinadas? O fim das ditaduras significa fim da opressão?
O desafio da liberdade é combater todas as formas de alienação. Onde houver alienação, não há como nascer liberdade. Ainda há muito a aprender, como ensina Eduardo Galeano: “somos o que fazemos, mas principalmente o que fazemos para mudar o que somos”.
Fonte: http://boletimodiad.blogspot.com/
“Não há na Terra, de acordo com minha opinião, felicidade igual à de alcançar a liberdade perdida”. (Cervantes)
A liberdade, a partir das concepções modernas, associa-se a outras virtudes como a justiça e a igualdade. Pela liberdade garante-se a vontade individual, mas cada torna-se responsável por suas atitudes e ações. Como ideia estruturadora das relações sociais, a liberdade move os ideais democráticos. A liberdade humana é sempre um valor pelo qual muitos resolvem pagam alto preço.
Descrever sobre os fenômenos depois que os mesmos aconteceram é sempre mais fácil do que prevê-los, antecipando desfechos. Mas se é tão difícil prever antecipadamente os desfechos, aprendamos com eles a partir de seus substratos (aquilo que forma a essencialidade do ser, sobre o que repousam seus atributos, o que serve de base a um fenômeno).
A queda das ditaduras nas nações árabes da África e do Oriente Médio demonstra que o povo até suporta ditaduras, desde que as mesmas não usem dos mesmos artifícios de opressão daqueles que foram destituídos por estes que por ora estão no poder. O povo não suporta traição, o povo não suporta que alguém se declare dono de tudo e de todos. O povo não tolera privilégios inescrupulosos. Quando isto acontece, levanta a voz, grita por liberdade e luta por possibilidades de vida menos tiranas, mesmo não sabendo prever até quando usufruirá desta nova conquista. A esperança de dias melhores, em todos os sentidos, é sempre o horizonte de quem luta por liberdade.
Fica claro que houve quebra de confiança entre líderes e liderados no momento em que os primeiros se julgaram acima de tudo e de todos. Sintomaticamente, caíram por falta de legitimidade junto àqueles que diziam liderar. Mais do que isto, demonstraram o quão foram incapazes de ler a realidade, julgando que, a fim e a cabo, seus liderados iriam defendê-los e quiçá, morrer por eles.
O desafio dos líderes sempre está na relação construída junto a seus liderados, seja pela representação, seja pela condição de amálgama (mediação). Como afirma Walter Lippmann, "líderes são os guardiões dos ideais de uma nação, das crenças que ela cultiva, de suas esperanças permanentes, da fé que faz uma nação de um mero agregado de indivíduos." Por outro viés, escreve John Maxwell: “meu alvo não é formar seguidores que resultem em uma multidão. Meu alvo é desenvolver líderes que se transformem em um movimento”. Certo é que não há legitimidade de liderança quando os anseios e necessidades do povo não são respeitados. Certo também que os ventos de inspiração não sopram somente aos que se consideram “iluminados”. A realidade, associada à capacidade de resignação e organização do povo, produz efeitos capazes de construir novos horizontes, novas utopias.
Nenhuma ditadura merece defesa. Todas as ditaduras tolhem a liberdade. Liberdade não se reduz a “poder dizer”. Liberdade sempre é “poder viver”: autenticamente, com dignidade, com segurança, com prazer, na ausência de “sofrimentos provocados”, com soberania. Resta perguntar se todos aqueles que pegaram em armas, morreram e pagaram o preço por mais liberdade em seu país sabiam que estas ditaduras, agora em cheque, já não interessam mais nem a seus países nem ao resto do mundo por conta de novos posicionamentos de ordem política e econômica. O que farão agora EUA e Europa: continuarão ditando regras e explorando os povos, sem a escora das ditaduras patrocinadas? O fim das ditaduras significa fim da opressão?
O desafio da liberdade é combater todas as formas de alienação. Onde houver alienação, não há como nascer liberdade. Ainda há muito a aprender, como ensina Eduardo Galeano: “somos o que fazemos, mas principalmente o que fazemos para mudar o que somos”.
Fonte: http://boletimodiad.blogspot.com/
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
A Felicidade...
Buscar a felicidade não é uma opção de auto-ajuda, mas sim uma questão de sobrevivência. Na filosofia, ser feliz equivale a viver bem a vida. Alegrar-se, satisfazer-se, dipor-se a ter uma vida sábia. Como já defendia habilidosamente Epicuro, mais precisamente nos seus aforismos e na sua “Carta a Meneceu” sobre a Felicidade.
A felicidade é quase uma obsessão por aquele que se responsabiliza com sua vida, com sua história, enfim, com suas decisões. É, no fundo, buscar uma vida boa, saudável, tranqüila e de espírito alegre.
Você quer decidir a qualidade da sua vida? Nem Deus se permite decidir no seu lugar. Deus não decide seu sucesso, suas vitórias, seu futuro, mas as suas decisões quem decide é você! Quem decide a sua saúde é você. Quem decide sobre o seu corpo é você, meu caro... Vá ao espelho simplesmente. Você cometeu um erro. Seu corpo precisa de muitos cuidados, de muitos milagres, de sabedoria.
A sabedoria decide a sua saúde. A sabedoria decide a sua riqueza. A sabedoria decide a sua alegria. A sabedoria decide a sua felicidade.
Só um exemplo pra entendermos o que significa sabedoria. Digamos que tenha à minha frente 4 pinturas: um elefante, uma girafa, uma zebra, uma flor. Qual a diferença? Ponho mais 4 fotos na minha frente: ouvido, boca, nariz e um macaco. Posso ver a diferença? Qual é a diferença? Veja a diferença! Sabedoria é a habilidade de discernir a diferença. Discernir a diferença nas pessoas, nos ambientes e nos momentos da vida. A sabedoria é a coisa principal e a mais importante aqui na terra.
Você pode ter 5 filhos, um discerne a sua diferença, isto é, lhe obedece, um confia no seu julgamento. Eles discernem a sua diferença. Todo seu sucesso depende da sua sabedoria. Um jovem sentou-se perto de mim e nunca me perguntou sobre o que é felicidade, sobre o sentido da vida, sobre o amor, o que é filosofia? Porque ele não discerniu a diferença. Será que você pode ver a diferença? Será que você pode ouvir a diferença? Diferença numa voz, num olhar, num gesto, numa atitude... Diferença no que Deus diz, no que outra pessoa diz. Como é que você recebe a sabedoria? Não vem geneticamente pelo sangue. Como pode um filho meu ser tão estúpido? A sabedoria não vem pela corrente sangüinea. A gente pode ser estúpido e ter um filho maravilhoso! Você acha que o tempo é sinal de sabedoria? Eu já conheci pessoas com oitenta anos que se rebelaram contra a voz da consciência. Vi muita gente velha ou idosa bastante tola. O cabelo grisalho não lhe faz necessariamente sábio. O tempo não cria sabedoria. Têm jovens de 20 anos milionários e outros velhos bastante pobres. O tempo nunca criou a sabedoria. Existem várias formas de você adquirir sabedoria. Deus, às vezes, fala através da dor às pessoas. Se você não ouvir a dor não existe esperança. Se você não ouve a pessoas, Ele vai usar a dor. Deus usa pessoas e a dor para conversar conosco. Quando você diz que seu estômago está doendo, é porque algo está errado. A dor é o sinal da desordem. O propósito da sabedoria é criar ordem, o que vem primeiro, o que vem segundo. A ordem é quando as coisas estão no seu devido lugar. O esposo, a esposa, os filhos. Um diretor, equipe pedagógica, professores, funcionários, alunos. Se o seu nariz fosse no topo da sua cabeça você iria morrer afogado na primeira chuva. As coisas corretas ajudam a viver com sabedoria. O que aconteceria se os seus olhos fossem embaixo dos seus pés e uma pessoa perguntasse: Quem está vindo? Não, espere aí que eu vou olhar quem está vindo. As coisas corretas no lugar certo. O propósito da ordem é para aumentar a produtividade. Beleza, conforto, segurança, paz, felicidade. Se eu chegar ali no seu guarda-roupa, os seus sapatos estão embaixo, as camisas em outro lugar, as calças mais em cima, as bermudas em outro lugar. Tudo está numa parte, em ordem. Ordem. Qualquer movimento em direção à ordem aumenta a sua alegria, produz felicidade. Quando você lava o seu carro, você se sente alegre. Quando você limpa sua casa e tudo está em ordem. Sempre que arruma sua estante de livros e os limpa, tudo parece mais estável. Agora, quando você tem luta é a prova da desordem, da instabilidade. A luta é prova de que alguém não pertence àquele lugar. A dor é a prova da desordem. Deus usa a dor na sua vida para dizer que você tem que mudar algo. A dor não é um professor, a dor não muda você, mas a dor faz nascer uma necessidade de mudança. Muitas pessoas vivem em dor constantemente e nunca mudam.
Experimente fazer uma mudança, independentemente da dor, na sua vida e abra o seu coração para um agir com Sabedoria, aperfeiçoando o seu modo de viver: “Eu, que dedico incessantemente minhas energias à investigação da natureza, e através desse modo de viver exerço principalmente o meu equilíbrio”(Epicuro, in Diógenes Laértios, X, 37).
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Uma dialética sobre o nada!

“O que antigamente, agora e sempre se tem buscado e tem sido objeto de dúvida, o que é o ser?”(Metafísica V, Aristóteles).
Por incrível que pareça todas as atenções hoje são voltadas para uma visão negativa do aspecto do não-ser. O não-ser se revela como um objeto de estudo e de análise positiva para entendermos o comportamento e o pensar modernos. Transformamos, em virtude de Nietzsche, o não-ser metafísico clássico no niilismo ético moderno. Ou seja, passamos de um estágio absoluto da filosofia para um outro relativo e superficial que aponta para o nada, desprovido de conceitos, de ideias, de valores, de sentido. Nietzsche reduziu o ser ao nada! Mas, deu a este nada grandes e incomparáveis poderes, capaz até de o personificar.
Voltemos aos antigos, Aristóteles dá margem para um outro problema na História da Filosofia que já vinha sido posto por Parmênides de Eléia, o não-ser. Quando um filósofo, um poeta, um artista ou um leigo como qualquer outro ou até o homem do vulgo se empenham, de fato, na busca pelo ser acabam dando conta de que há um limite para o ser que é o não-ser.
O saber dos antigos parece não encontrar muito respaldo para a geração atual, uma vez que não reconhecemos verdades ou convicções que nos prendam ou nos remetam ao que é duradouro, eterno, imutável, essencial, infinito, constante, profundo, desconhecido... Essas expressões são consideradas quase que obsoletas numa época de esvaziamento de todos os sentidos absolutos, de deserto, de dor, de falta de sentidos. Não por acaso a poesia de T. S. Eliot vem sendo afirmada: “Deserto e vazio. Deserto e vazio. E as trevas à beira do abismo”.
No entanto, o não-ser representa a fecundidade da idéia de ser, ou seja, o nada é uma espécie de limite de ser. Limite aqui deve ser entendido como simples negação do ser. Em sentido absoluto, o não-ser equivale ao nada que é a exclusão total de ser, o aniquilamento do ser.
O nada nem sequer pode ser pensado. O nada é, neste caso, uma destruição do ser e de toda inteligibilidade. Nessa direção continuamos com Parmênides em seu poema sobre o ser, quando assim se expressa: “Necessário é o dizer e pensar que o ente é; pois é ser. E nada não é. Isto eu te mando considerar.” Neste poema que só citamos o finalzinho, o filósofo admite também que a deusa lhe comunica uma verdade, o ser é, o não-ser não é, justificando assim pra toda história do pensamento o princípio de contradição. Toda vez que eu penso afirmo o ser. Toda vez que uso a inteligência dou imagem ao ser. Pensar em si mesmo significa afirmar o ser. Daí, pensar o nada significa não pensar. O nada é impensável. Este princípio passou pra história como princípio de Parmênides ou de Contradição. Ao mesmo tempo, não se pode ser e não ser. Tem que ser ou não ser.
Muito embora o princípio de Contradição de Parmênides se faça visível e pertinente em nosso filosofar e em nosso viver, é bem verdade que fugimos aqui e acolá da autêntica identidade de mostrarmos quem realmente somos! Pretos ou brancos, índios ou negros, pardos ou amarelos, homem ou mulher, magros ou gordos, altos ou baixos, pobres ou ricos, brasileiros ou não, trabalhadores ou não, crentes ou não, políticos ou não, violentos ou não... O certo é que nada disso importa, não somos nem uma coisa nem outra. Nada faz diferença. Não existe mais o princípio de contradição, de identidade e nem o do terceiro excluído. Tudo é incluído. Nada é excluído e a lógica clássica foi superada ou rompida. Enfim, não poucas vezes dizemos mais o que não somos a dizer o que, de fato, somos. Se isso importa em nossos dias, é melhor afirmarmos o que realmente somos, antes que algo venha a se levantar contra nós para nos denunciar, o não-ser. Pois, para o não-ser não existe a verdade, só existe o que posso dizer sobre ela. Não há mais identidade, só há pluralidade exposta pelo não-ser, uma vez que é bastante divertido dizer muitas “verdades” sobre mim do que dizer a única verdade pensada sobre mim.
Portanto, para ilustrar esse devaneio sobre o não-ser, gostaríamos de retomar Nietzsche em relação à Platão. O primeiro diz: “A mentira é o poder”(fragmentos póstumos). O segundo afirma: “A verdade jamais é refutada”(diálogo Górgias). À medida que a história prossegue, o peso do não-ser se torna maior do que o ser. E tome Filosofia!!!
Por incrível que pareça todas as atenções hoje são voltadas para uma visão negativa do aspecto do não-ser. O não-ser se revela como um objeto de estudo e de análise positiva para entendermos o comportamento e o pensar modernos. Transformamos, em virtude de Nietzsche, o não-ser metafísico clássico no niilismo ético moderno. Ou seja, passamos de um estágio absoluto da filosofia para um outro relativo e superficial que aponta para o nada, desprovido de conceitos, de ideias, de valores, de sentido. Nietzsche reduziu o ser ao nada! Mas, deu a este nada grandes e incomparáveis poderes, capaz até de o personificar.
Voltemos aos antigos, Aristóteles dá margem para um outro problema na História da Filosofia que já vinha sido posto por Parmênides de Eléia, o não-ser. Quando um filósofo, um poeta, um artista ou um leigo como qualquer outro ou até o homem do vulgo se empenham, de fato, na busca pelo ser acabam dando conta de que há um limite para o ser que é o não-ser.
O saber dos antigos parece não encontrar muito respaldo para a geração atual, uma vez que não reconhecemos verdades ou convicções que nos prendam ou nos remetam ao que é duradouro, eterno, imutável, essencial, infinito, constante, profundo, desconhecido... Essas expressões são consideradas quase que obsoletas numa época de esvaziamento de todos os sentidos absolutos, de deserto, de dor, de falta de sentidos. Não por acaso a poesia de T. S. Eliot vem sendo afirmada: “Deserto e vazio. Deserto e vazio. E as trevas à beira do abismo”.
No entanto, o não-ser representa a fecundidade da idéia de ser, ou seja, o nada é uma espécie de limite de ser. Limite aqui deve ser entendido como simples negação do ser. Em sentido absoluto, o não-ser equivale ao nada que é a exclusão total de ser, o aniquilamento do ser.
O nada nem sequer pode ser pensado. O nada é, neste caso, uma destruição do ser e de toda inteligibilidade. Nessa direção continuamos com Parmênides em seu poema sobre o ser, quando assim se expressa: “Necessário é o dizer e pensar que o ente é; pois é ser. E nada não é. Isto eu te mando considerar.” Neste poema que só citamos o finalzinho, o filósofo admite também que a deusa lhe comunica uma verdade, o ser é, o não-ser não é, justificando assim pra toda história do pensamento o princípio de contradição. Toda vez que eu penso afirmo o ser. Toda vez que uso a inteligência dou imagem ao ser. Pensar em si mesmo significa afirmar o ser. Daí, pensar o nada significa não pensar. O nada é impensável. Este princípio passou pra história como princípio de Parmênides ou de Contradição. Ao mesmo tempo, não se pode ser e não ser. Tem que ser ou não ser.
Muito embora o princípio de Contradição de Parmênides se faça visível e pertinente em nosso filosofar e em nosso viver, é bem verdade que fugimos aqui e acolá da autêntica identidade de mostrarmos quem realmente somos! Pretos ou brancos, índios ou negros, pardos ou amarelos, homem ou mulher, magros ou gordos, altos ou baixos, pobres ou ricos, brasileiros ou não, trabalhadores ou não, crentes ou não, políticos ou não, violentos ou não... O certo é que nada disso importa, não somos nem uma coisa nem outra. Nada faz diferença. Não existe mais o princípio de contradição, de identidade e nem o do terceiro excluído. Tudo é incluído. Nada é excluído e a lógica clássica foi superada ou rompida. Enfim, não poucas vezes dizemos mais o que não somos a dizer o que, de fato, somos. Se isso importa em nossos dias, é melhor afirmarmos o que realmente somos, antes que algo venha a se levantar contra nós para nos denunciar, o não-ser. Pois, para o não-ser não existe a verdade, só existe o que posso dizer sobre ela. Não há mais identidade, só há pluralidade exposta pelo não-ser, uma vez que é bastante divertido dizer muitas “verdades” sobre mim do que dizer a única verdade pensada sobre mim.
Portanto, para ilustrar esse devaneio sobre o não-ser, gostaríamos de retomar Nietzsche em relação à Platão. O primeiro diz: “A mentira é o poder”(fragmentos póstumos). O segundo afirma: “A verdade jamais é refutada”(diálogo Górgias). À medida que a história prossegue, o peso do não-ser se torna maior do que o ser. E tome Filosofia!!!
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Os valores...

Muitos de nós passamos pela vida sem, ao menos, de quando em quando, avaliarmos nossas escolhas, nossas opções. Vivemos como que jogados na relatividade das culturas, dos costumes a que nos submetemos, respirando modelos escolhidos por outros e não por nós. Usamos as mesmas roupas, os mesmos relógios, as mesmas sandálias em virtude das “marcas” mais presentes no momento, “da moda”... Bebemos, por vezes, as mesmas bebidas, cujos rótulos são os mais visíveis no momento... As mesmas comidas com gostos e qualidades quase sempre os mesmos e assim por diante. Parece que estamos destinados as mesmices do dia-a-dia porque nos acomodamos em não querer fazer parte das decisões a que damos valor, pondo nestas decisões um pouco de nós, das nossas escolhas, dos nossos desejos pessoais, dos nossos gostos aprazíveis que enriquecem e alegram mais o nosso viver. Não necessitaríamos, talvez, sair da moda para aprendermos a valorar? Sejamos um “démodé”, um fora de moda!
O importante disso tudo é que empregamos vários sentidos para a palavra “valor”. Dentre eles, o mais elementar para os dias de hoje é o econômico. As coisas não nos deixam indiferentes, de modo que a todo momento precisamos estar valorando ou reconhecendo um valor ou um antivalor em tudo quanto experimentamos. A Filosofia que estuda o mundo dos valores chama-se Axiologia(axios-ou).
Objetivamente, observamos que não criamos os valores, mas algo já é nosso. O filósofo Jean Paul Sartre diz e defende a criação, a produção dos valores por nós. Segundo ele, os valores são objetos de nossa criação a fim de nos orientarmos em nossa existência militante. A cada instante, a cada momento estamos valorizando, valorando. O valor é tudo aquilo que não nos deixa indiferentes às coisas. Por isso, procuremos estabelecer uma hierarquia de valores a fim de gerir com mais sabedoria a vida que levamos, uma vez que a qualidade de vida está na maneira de discernir as diferenças presentes no mundo, pois isso é o que constitui o homem sábio.
Para o pensamento do homem comum, o valor é tudo aquilo que é capaz de romper, de quebrar a nossa indiferença. Aquilo que se destaca pela sua perfeição é um valor. Daí o sentido da palavra axiologia, o que me parece perfeito, o que me atrai, o belo.
Será que as coisas não têm mais valor do que o valor que nós lhes damos? Ou elas têm um valor objetivo? Não nos ocuparemos em responder essas questões aos leitores, até por que não teríamos tempo pra isso, no entanto façamos destas questões um motivar para nossa reflexão acerca dos valores.
Por fim, entendemos que o valor de tudo que nos aparece nos remonta a uma grande complexidade de significados, desde os físicos, materiais, emocionais até os espirituais... Portanto, valor é tudo aquilo que tem preço, estima, agradabilidade e significado.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
O importante disso tudo é que empregamos vários sentidos para a palavra “valor”. Dentre eles, o mais elementar para os dias de hoje é o econômico. As coisas não nos deixam indiferentes, de modo que a todo momento precisamos estar valorando ou reconhecendo um valor ou um antivalor em tudo quanto experimentamos. A Filosofia que estuda o mundo dos valores chama-se Axiologia(axios-ou).
Objetivamente, observamos que não criamos os valores, mas algo já é nosso. O filósofo Jean Paul Sartre diz e defende a criação, a produção dos valores por nós. Segundo ele, os valores são objetos de nossa criação a fim de nos orientarmos em nossa existência militante. A cada instante, a cada momento estamos valorizando, valorando. O valor é tudo aquilo que não nos deixa indiferentes às coisas. Por isso, procuremos estabelecer uma hierarquia de valores a fim de gerir com mais sabedoria a vida que levamos, uma vez que a qualidade de vida está na maneira de discernir as diferenças presentes no mundo, pois isso é o que constitui o homem sábio.
Para o pensamento do homem comum, o valor é tudo aquilo que é capaz de romper, de quebrar a nossa indiferença. Aquilo que se destaca pela sua perfeição é um valor. Daí o sentido da palavra axiologia, o que me parece perfeito, o que me atrai, o belo.
Será que as coisas não têm mais valor do que o valor que nós lhes damos? Ou elas têm um valor objetivo? Não nos ocuparemos em responder essas questões aos leitores, até por que não teríamos tempo pra isso, no entanto façamos destas questões um motivar para nossa reflexão acerca dos valores.
Por fim, entendemos que o valor de tudo que nos aparece nos remonta a uma grande complexidade de significados, desde os físicos, materiais, emocionais até os espirituais... Portanto, valor é tudo aquilo que tem preço, estima, agradabilidade e significado.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
Assinar:
Postagens (Atom)
Atividade no Facebook
Mais vistas:
-
Um curta- metragem simplesmente espetacular, com a direção de Fáuston da Silva. A história de um garoto que conhece o poder transforma...
-
Nunca escrevi algo tão difícil, por outra belo, de se pensar e de se traduzir na existência mesma do homem. É a partir de uma leitura feita ...
-
"Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior...
-
Florânia continua assistindo a um verdadeiro trabalho de investigação feito pelo Sr. Promotor Alysson Michel desta comarca. É de fato um tra...
-
A palavra mulher diz por ela mesma uma multidão de significados. Essa expressão, quando sai de nossas bocas, consegue reunir inúmeras q...
-
A passagem de Jesus nesta terra foi extremamente rápida do ponto de vista histórico, mas seus feitos e seus discursos, se...
-
Então você está confusa com seus sentimentos. Ele apareceu tão de repente na sua vida, com aquele brilho manso no olhar, com aquela meigui...
-
Convivemos com tanta exposição hoje em dia que, ao escolhermos uma vida simples e cada vez menos exibicionista...