domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
Os Dez Mandamentos do bom Professor - Parte 01.
Esses mandamentos foram construídos para o professor do Ensino Básico brasileiro
(caso ele ganhasse, no mínimo, 21 reais a hora aula)
1. Ter o domínio do que pretende que seja aprendido. Há um ditado popular que diz “que quem não sabe ensina”. O bom professor prova que esse ditado está errado, só quem realmente sabe, ensina de modo efetivo a ponto do aprendizado ser completo. O aprendizado se dá não se o estudante sabe repetir enunciados sobre o que ouviu, mas se, de acordo com os conteúdos que foram ensinados, opera com eles em sua vida por meio de comportamentos e hábitos que passa a ter, e que antes não tinha.
2. Ter a capacidade de se colocar no lugar do aluno, ouvindo-o e levando-o a sério. Muitos adultos, pais e professores fazem “café com leite” das crianças. Jogam com eles através de artifícios. Esses artifícios começam cedo, quando elas são pequeninas (deixando-as ganhar em jogo que elas não entendem etc.) e, depois, erradamente, se mantém na escola. Eis então que toda a arte da conversação se torna falsa e mais falsa ainda quando a didática é artificial. O aluno percebe logo que esses adultos vivem na artificialidade e, então, identificam também no professor e na escola essa situação “de brincadeirinha”, ele ou se revolta ou se adapta de modo pouco produtivo ou aparentemente produtivo.
3. Saber convencer. O bom professor é alguém que “vende o seu peixe” ou “ganha o aluno para o seu negócio”. Não se ensina por meio de frases doutrinárias ou textos excessivamente posicionados que se negam a oferecer boas razões do que defendem. A conversação em sala de aula é um “dar e receber razões”. O professor é uma pessoa persuasiva ou não é professor. Mas a persuasão do professor não é qualquer uma, ela é feita por mostrar razões e ele ensina por meio de solicitar razões.
4. Ser razoável. Uma das coisas mais difíceis para o professor é ser razoável. Em geral ele ou cria situações que são impossíveis do aluno cumprir, que ele próprio, professor, não conseguiu e não conseguiria cumprir em situação normal, ou então ele adota a postura de “passar a mão na cabeça”, tomando os alunos como incapazes e facilitando o serviço deles para além da conta. Na sala de aula o professor faz o jogo de “dar e pedir razões” quanto ao conteúdo, mas na postura geral quanto aos alunos vale sua capacidade de ponderar, perante si mesmo, se ele realmente é uma pessoa razoável ou apenas alguém inconseqüente.
5. Ter grande percepção de si mesmo. O bom professor é um analista de si mesmo. Estou bem vestido para ir dar aula? Minha voz é boa? Estou atento aos alunos ou sou desleixado? Sou capaz de admitir quando erro? Gosto da atividade de professor? Tenho capacidade de não me deixar levar por impulsos meus, e inclusive por complexos psicológicos? Tenho mesmo a capacidade de ajudar os alunos ou sempre acho que há algum caçoando de mim, e quero prejudicá-lo. Trabalho antes por vingança contra aluno que por entender que faço parte de um grupo de elite que é “formador de opinião”? O professor que não consegue ser sincero para si mesmo diante dessas perguntas, que não consegue se preparar com isso, nunca será um bom professor. Preparar a aula é, antes de tudo, preparar a si mesmo.
Blog: http://ghiraldelli.pro.br
Twitter: http://twitter.com/ghiraldelli
Portal: http://filosofia.pro.br
Os Dez Mandamentos do bom Professor - Parte 02.
6. Ter capacidade de compreender a profissão. O bom professor conhece a dimensão pedagógica, política e sindical de sua profissão. Na dimensão pedagógica, ele é alguém que não se admite despreparado para uma aula. Se não sabe, busca aprender. Na dimensão política, ele sabe que é um cidadão com o qual a sociedade conta como mais qualificado que outros, que é dele que se espera a vinda das idéias para as melhores mudanças. Na dimensão sindical ele mostra conhecer a legislação que rege o ensino e também a que rege a sua própria carreira. Está sempre pronto para atuar na articulação entre necessidades sindicais e necessidades pedagógicas. Não é bom professor aquele que nunca leu um bom manual de filosofia e história da educação brasileira.
7. Ser um leitor consciente. O bom professor não tira a cópia Xerox e nem incentiva o Xerox que, aliás, é crime. Ele valoriza o livro, educa seus alunos para terem uma mini-biblioteca, a freqüentarem livrarias presenciais ou virtuais. Fomenta o gosto pela leitura e, principalmente, ensina seus alunos a ler no sentido da ampliação do texto, não no sentido do “fichamento” ou “resumo”. Ele próprio é um leitor atento para todas as variáveis do texto, para o autor, jamais opinando somente porque leu o título ou fazendo do texto um pretexto para falar sobre outro assunto que não aquele que diz comentar. O professor de “cabeça cheia”, ou seja, aquele que só tem uma idéia e tudo que lê absorve segundo aquela idéia, gerará alunos frustrados ou então alunos limitados como ele.
8. Ser um desbravador criativo. Alunos são crateras ferventes, em vários níveis. Na adolescência, o vulcão entra em erupção. O professor não deve temer isso. Ele também foi criança e jovem. Não pode temer o seu passado. Deve compreender suas angústias e verificar se conseguiu superá-las. Caso tenha conseguido, poderá indicar caminhos para os alunos. Caso não tenha conseguido, deve se precaver para não perder o auto-controle diante dos problemas dos alunos que, enfim, o fazem lembrar que ele também não superou sua adolescência. Em um determinado nível, nunca somos adultos. No entanto, como professores, devemos saber quando é que o problema do aluno é o nosso, e como que não podemos nos perder nessa possível confusão. A conversa com os jovens fora da sala de aula, tentando compreendê-los, pode manter a profissão em seu exercício possível, diário, difícil, às vezes até perigoso. Entrar em novos campos exige capacidade criativa. Enfrentar a vida é para quem tem imaginação.
9. Ser capaz de fazer do aprendizado uma tarefa coletiva e desafiadora. A pior situação que o professor pode criar é aquela em que ele não consegue mostrar que os problemas que irá tentar resolver em sala de aula, durante o ano letivo, não são só dele ou “da escola” ou “para cumprir etapa”. Os problemas são problemas de todos. São desafios que devem ser postos para toda a classe que o professor tem diante de si e para ele mesmo. Posto um problema, o professor deve convidar os alunos a enfrentá-lo junto com ele, pois se trata de um problema de todos – real problema de todos. Ninguém escapa de problemas que se universalizam e que, por isso, são também particulares, que estão acontecendo com cada um de nós. Compreendido isso, então o problema ou “a matéria” se torna um desafio interessante e válido para o estudante. Do mesmo modo que ela o é para o professor – ou deveria ser.
10. Ser curioso. O professor é curioso ou não é nem nunca será professor. O professor que toma o assunto que irá ensinar não problemático, sem algo que desperte sua curiosidade e, então, seja capaz de aguçar a curiosidade do aluno, inclusive sua imaginação, não tem qualquer habilidade para ser professor. Deve desistir.
©2010 Paulo Ghiraldelli Jr. filósofo, escritor e professor da UFRRJ
--
Blog: http://ghiraldelli.pro.br
Twitter: http://twitter.com/ghiraldelli
Portal: http://filosofia.pro.br
Em dia de jogo Flamengo x Vasco não custa nada encher de gols a nau do rival...
As coisas não andam nada agradáveis para os vascaínos, ainda mais quando, em plena crise, vão ter que enfrentar um dos líderes do campeonato carioca em ótima fase, fazendo uma boa campanha até agora, principalmente com a chegada de Ronaldinho Gaúcho. Cuidado para o navio não afundar, pois já está muito furado.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Segundo Umberto Eco, este será o século da palavra
sábado, 22 de janeiro de 2011
REINÍCIO DAS AULAS, UM NOVO COMEÇO...
Pensando em tudo isto, sabemos que muitos alunos apresentam dificuldades de aprendizado, problemas que podem ser de ordem cognitiva ou não, já que muitas vezes as dificuldades em aprender podem estar relacionadas a outros problemas, talvez psicológicos, emocionais, de integração com colegas novatos, ou a um sistema diferente de critério de estudo, de avaliações, de exigências da nova escola. Certamente muitos estão se perguntando, de que forma podemos abordar estas questões para evitar tensão ou desestímulo nos estudantes? Uma abordagem interessante é fazer os alunos acreditarem em si mesmos, no seu potencial e que, mesmo que o ano anterior não tenha sido bom, um novo ano se inicia, e com ele uma nova oportunidade de fazer tudo novo. Fazê-los acreditar que são capazes, que melhorar é possível, que, com um pouco mais de garra e força de vontade, pode-se conseguir resultados muito superiores aos já alcançados. Para que isto aconteça, se faz necessário, desde o inicio do ano, organizar o tempo já que, quando deixamos para estudar depois, as coisas se complicam.
Para que os alunos consigam esta organização e, com isto, maior êxito em seus estudos, sugere-se algumas dicas para melhor administrar seus deveres escolares e seu tempo de estudo em geral:
Tomada de decisão - Após a confrontação dos pontos positivos e negativos no ano anterior, procure tomar uma decisão pessoal e assuma a responsabilidade pelos seus estudos; comprometa-se em se aperfeiçoar e tenha consciência que isto é um processo gradativo.
Não dispense ajuda - Analisando com cuidado verá que a contribuição de outras pessoas poderá lhe ajudar muito ao longo deste processo. Talvez seja necessário ter uma conversa franca com seus familiares, com a Coordenação Pedagógica da escola, com algum professor, com seu colega mais próximo; quem sabe isto não abrirá novos caminhos para você, pois, lembre-se, todas estas pessoas são suas aliadas neste processo.
Organize-se - Um fator muito importante é a organização, pois, além de otimizar seu tempo, você fará um planejamento que dará ênfase a prioridades e poderá estabelecer metas. Desta forma, os horários mais adequados para os estudos devem ser considerados de acordo com o rendimento de cada pessoa, faz-se necessário identificar o seu. Não se esqueça que é necessário um tempo maior para as disciplinas com as quais tem maior dificuldade.
Não fique sobrecarregado de atividades - quando fizer o planejamento diário e semanal, deve ter clareza do que é possível fazer, para não se frustrar. Por isso, é necessário ter bem claro quais são suas prioridades.
Faça algumas pausas – Não é produtivo ficar muito tempo seguido na mesma atividade. Por isto sugere-se que faça algumas pausas e nelas pode aproveitar para fazer algum exercício físico, além de ser uma forma de distração, ajuda você a recarregar as energias. No entanto, deve haver um equilíbrio das atividades físicas com as intelectuais. Para isto, uma idéia é que destine duas horas por dia para elas, contanto que tenha consciência da hora de voltar aos livros.
O lazer também é importante - É também de suma importância a necessidade do lazer e dos momentos propícios ao relacionamento afetivo no processo do aprendizado e, seus efeitos são observados nos campos físico, social, intelectual, emocional, moral, espiritual...
A Sociedade do amanhã se constrói hoje - Por fim, lembre-se, você está se formando para a vida, para a diversidade de contextos. Cada um de vocês está inserido numa caminhada ininterrupta de aprendizagem, e isto implica esforço, dedicação sistemática, dispêndio de energia, busca incessante de novos conhecimentos, voltados ao alcance dos seus objetivos, visando uma renovação constante. Vocês, crianças, adolescentes e jovens, são o futuro da sociedade e, tem muito a contribuir na construção de uma sociedade melhor, desde que, bem cedo, tomem consciência de que são construtores do conhecimento tanto individual quanto coletivo.
Aos professores um bom ano de trabalho, com muito êxito na arte de ensinar. E aos estudantes, acreditem em si, e bons estudos.
Abraço fraterno.
Prof Luiz Carlos Kons
Assessor Filosófico-Pedagógico S.E.R
JEITO DE MATO... TAL É A IMPRESSÃO QUE TEMOS AO ANDAR PELA ZONA RURAL DE FLORÂNIA...
Vem da campina onde o sol se deita
Do regalo de terra que teu dorso ajeita
E dorme serena, no sereno e sonha
De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita
Do mato, do medo, da perda tristonha
Mas, que o sol resgata, arde e deleita
Há uma estrada de pedra que passa na fazenda
É teu destino, é tua senda onde nascem tuas canções
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações
Sim, dos teus pés na terra nascem flores
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar...
Ah, ah, ah ...
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras
Sete lagoas, mel e brincadeiras
Espumas, ondas, águas do teu mar...
Ah, ah, Elaia ...
Música de Paula Fernandes e Maurício Santini
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Um passeio à Pedra Liza...
Ocasionalmente, cá estou eu com minha esposa Silmara Rejanny e minha sogra da Guia Nobre aproveitando o sossego da Casa Velha da Pedra Liza, de alpendre vistoso, portas e janelas largas, parece abraçar quem chega da cidade de Florânia, ansioso por um bom descanso nas redes armadas e bem abertas, preguiçosamente à espera dos anfitriões.
Quando se está bem acomodado à sombra do alpendre, percebe-se sem demora uma vista que enche os olhos de admiração, cujas nuvens chuvosas apontam altaneiras sobre a popular serra do carvão. Os periquitos, de quando em vez, dão o ar da graça com o seu canto. E por falar em canto, como se não bastasse o das rolinhas, das seriemas e cigarras na margem do açude, ainda se pode ouvir o canto do pássaro Mãe da Lua durante à noite inteirinha, anunciando bons presságios para o agricultor que espera por chuvas nessa época do ano aqui no sertão do Seridó.
O sítio pedra liza, na zona rural do município de Florânia, localizado entre os Bentos e Salgado, faz fronteira com o Município de Jucurutu/RN e é um colírio para os nossos olhos, uma vez que sua natureza acorda todos os dias deslumbrante por trás de suas serras. Visitando o sítio e vasculhando um pouco da sua história, não dá como não lembrar da figura de Seu Hercílio Nobre, um homem que, antes de tudo, amava a agricultura e fazia questão de viver da terra com uma família de 12 filhos criados, dos 23 nascidos, fora moradores e trabalhadores do sítio. Conta-se que Seu Hercílio, ao ver a mesa farta de alimentos, perguntava a todos: “Observem a mesa e vejam o que tem comprado?”. Praticamente nada era comprado, a não ser a farinha e a rapadura, mas o resto, tudo era produzido na Pedra Liza. Talvez, por isso mesmo seus filhos sejam tão apegados à terra de origem. A terra da qual surgiu boa parte da tradicional família nobre.
A harmonia do homem em seu estado interior com a Natureza à sua volta é muito marcante. Vacas, bezerros, burros, jumentos, açudes, rios, peixes, serras verdinhas, pássaros, estercos. Tudo em volta cheira à natureza.
A noite é um pouco estranha porque é muito quieta e calma, sem a companhia da televisão, do PC e da internet nos víamos apenas com o barulho do mijar das vacas no curral durante toda a madrugada. Mas o dia foi de todo empolgante. A Selma, tia de minha esposa não parava de fotografar o movimento da natureza que transcorria silenciosa sem pedir licença. É uma beleza magistral poder não apenas ver, mas sentir a presença de Deus em tudo isso. É Deus que está aqui agora, porque é Ele o responsável direto por tudo. É ele quem dá luminosidade ao céu. É ele quem enche de vida as matas. É Ele quem nos chama para contemplar o seu infinito. É Deus quem distribui com amor os benefícios da terra. Somente Deus toma para si a imensa Criação e diz assim: fiz para que a dominasse com inteligência. O livro do Gênesis tem a ver conosco!
Para terminar, muito me impressionou um achado curiosíssimo da Sra. das Dores Nobre de uma telha antiquiquíssima, datada do século passado(11 de dezembro de 1914), que provavelmente remonta da construção da Casa Velha da Pedra Liza muito anterior a esta data(fins do séc XIX)que, dentre outras tantas coisas que contam, o seu alicerce até a alta calçada toda feita manualmente de pedras enormes, possivelmente pedras carregadas em lombos de burros.
A Pedra Liza reuniu um pouco de tudo nesse passeio de dois dias, histórias, saudades, família, reencontro com a Natureza do lugar e, finalmente, a comida simples e saudável à base de coalhada, queijo de manteiga, leite natural, peixe, frutas, enfim....
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN
Páginas na internet:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
sábado, 15 de janeiro de 2011
Sansão e Dalila, a Bíblia na Televisão brasileira.
Sansão é um Juiz de Israel como Débora e Baraque, Gideão e outros deste período, em que Israel era organizada por uma espécie de confederação de tribos. Juízes, tal como é conhecido um dos Livros da Bíblia Sagrada, nos seus vários aspectos, representa que o ser humano nunca aprende muito bem as lições que a história ensina, visto que, vez ou outra, o povo de Deus perdia de vista a sua identidade como povo da Aliança, povo do Concerto, caindo assim num caos espiritual, moral e social, pois “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos”(Jz 21.25; Cf. Jz 17.6).
Ainda assim, vemos na história da vida de Sansão um fato, para o qual concorrem dramaticamente toda a Minissérie e a curiosidade fantástica e emblemática deste filho de Deus, a traição que recai sobre si, impetrada por Dalila que o enfeitiça com sua beleza e corta seus cabelos, sinal de sua força.
Talvez este fato da traição de Sansão por Dalila seja o mais famoso na opinião popular, muito mais do que os seus feitos com o Leão, com a queixada de um asno, com a morte de milhares de homens filisteus e com a destruição do templo filisteu, enfim... Tornou-se até mais popular diante dos homens do que os feitos de Gideão, Juiz, filho de Joás, varão israelita, muito embora seja um dos juízes mais valorosos aos olhos de Deus.
Porém, é Sansão e Dalila o ponto alto da trama bíblica explorada pela Rede Record de televisão que está impactando a todos que a assistem. É uma boa pedida para nossas férias!
Na verdade, nos vemos e somos vistos em Sansão com toda sua roldana de orgulho e autossuficiência ao ponto de cegar-lhe a vista. Cego por sua força, Sansão troca uma vida inteira de lucidez por uma noite apenas de escuridão com Dalila.
Assistindo à Minissérie, mais do que a traição de Sansão por Dalila, que ainda não foi transmitida, algo me marcou curiosamente, o enigma que Sansão lançou aos filhos dos filisteus, no intuito de que adivinhassem, se pudessem: “Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte”(Jz 14.14). Passados 7 dias sem que ninguém desvendasse o enigma, e de tanto ser importunado por sua esposa, a fim de revelar-lhe o segredo do enigma, Sansão não se conteve e fez conhecida a solução do enigma à sua esposa que ligeiramente o declarou a todo o seu povo: “Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão?”(Jz 14.18).
Ao saber que estava sendo traído ou usado por sua esposa, uma filisteia a quem tinha lhe confiado o segredo do enigma, e ao tomar parte de que o povo havia decifrado o enigma, Sansão “tão possantemente fora apossado do Espírito do Senhor”(Jz 14.19).
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN
Páginas na internet:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
REABILITEMOS A POLÍTICA!
O mais interessante é que, para alguns políticos daqui, os acertos entre eles são chamados de “acordos”, “combinados”, “pacto”, “trato”, enfim... Para o povo, isto se chama troca e venda de interesses. Quem se vende? Por quanto se vende? Para que se vende? A resposta todo mundo sabe ou ninguém sabe. Fica um disse me disse nas ruas e centro da cidade porque paira sobre as cabeças inteligentes das pessoas o seguinte: Ou a política deixou de assumir o que lhe é própria, a discussão dos problemas da cidade para o bem de todos, ou diluiu-se nos interesses mesquinhos de nossos representantes. O fato é que a população não confia mais ou não confia tanto assim nos seus políticos.
O que é mais irônico nisso tudo é que os mais políticos, digo, os que se interessam pela mais baixa e degradante política partidária são os que menos sabem de política, mas são os que mais sabem tirar vantagens sobre os outros de modo escuso e obscuro. As negociações entre eles nunca são muito claras, esta é que é a verdade. Agora, as negociações entre eles e nós, entre eles e o povo são e devem ser sempre claras. O que tento dizer aqui é que não existe na política uma ideia unilateral que dispense oposições de ideias. A política é o campo da liberdade de ideias, do debate, da discussão, mas nunca de “conchaves”, de “cercos”, de “combinados”, de “acordos”, de “arrumadinhos” porque senão acabaremos por transformar a política num regime autoritário, dogmático ou aristocrático, onde o poder é centrado nas mãos de alguns. A política é um jogo democrático e aberto, de grupos abertos, não é uma plutocracia(poder econômico) de grupos fechados com interesses egoístas, embora se veja isso aqui e no Brasil afora. Por isso, NÃO a acordos, SIM a política!
Parece-me que em Florânia, há uma confusão no que diz respeito à política, pelo menos por alguns grupos políticos que se acham visivelmente no direito de levantar a bandeira da paz para promover um “acordão” político sem despesas econômicas para o próximo pleito. Isso não existe. É mais uma ilusão das mentes ociosas de alguns políticos de Florânia que só pensam nos bolsos, menos no povo. Temo, com isso, estar vendo a morte da política quando ela passa a ser uma mera formalidade. Não se pode ir para um pleito com “acordos”, com “combinados”, já antecipando o resultado. Isto é um absurdo! Não podemos compactuar com isso. Não podemos tirar o direito de escolha de ninguém, simplesmente comprando suas consciências, cruzando os braços, fechando a boca e não fazendo mais política. A política não está feita, ela se faz.
Vejam o que diz André Comte-Sponville, filósofo francês, sobre a política por fazer ou refazer: “A política não é o reino do Bem, nem da Ideia, nem da Razão. É o reino da força e das relações de forças, dos interesses e dos conflitos de interesses. Devemos então renunciar à justiça? De jeito nenhum. Devemos compreender que ela nunca é dada, nunca é garantida, e por isso está sempre por fazer ou refazer”(in Sabedoria dos Modernos, p. 453).
Precisamos reabilitar a política à sua dimensão mais digna e mais justa, sendo ela mais discursiva e menos dogmática. Ninguém manda na política de Florânia, visto que as pessoas se candidatam livremente para promover uma escolha mais democrática entre elas, e assim promover um debate de ações que visem à melhoria da população como um todo, não de uma parte apenas.
Nunca se viu na história de Florânia, por causa de alguns políticos renunciarem às suas convicções, tamanha liberdade política. Mediante um clima de insatisfação política, diversas pessoas ganharam autonomia para lançar suas propostas, seus projetos e seus nomes em vista, acredito eu, de uma Florânia melhor. O que é muito bom para a política e para a democracia em Florânia. Quanto mais candidatos melhor.
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN
Páginas na internet:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
Fotos no Facebook
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
Os Dez Mandamentos do bom Professor - Parte 01.
Esses mandamentos foram construídos para o professor do Ensino Básico brasileiro
(caso ele ganhasse, no mínimo, 21 reais a hora aula)
1. Ter o domínio do que pretende que seja aprendido. Há um ditado popular que diz “que quem não sabe ensina”. O bom professor prova que esse ditado está errado, só quem realmente sabe, ensina de modo efetivo a ponto do aprendizado ser completo. O aprendizado se dá não se o estudante sabe repetir enunciados sobre o que ouviu, mas se, de acordo com os conteúdos que foram ensinados, opera com eles em sua vida por meio de comportamentos e hábitos que passa a ter, e que antes não tinha.
2. Ter a capacidade de se colocar no lugar do aluno, ouvindo-o e levando-o a sério. Muitos adultos, pais e professores fazem “café com leite” das crianças. Jogam com eles através de artifícios. Esses artifícios começam cedo, quando elas são pequeninas (deixando-as ganhar em jogo que elas não entendem etc.) e, depois, erradamente, se mantém na escola. Eis então que toda a arte da conversação se torna falsa e mais falsa ainda quando a didática é artificial. O aluno percebe logo que esses adultos vivem na artificialidade e, então, identificam também no professor e na escola essa situação “de brincadeirinha”, ele ou se revolta ou se adapta de modo pouco produtivo ou aparentemente produtivo.
3. Saber convencer. O bom professor é alguém que “vende o seu peixe” ou “ganha o aluno para o seu negócio”. Não se ensina por meio de frases doutrinárias ou textos excessivamente posicionados que se negam a oferecer boas razões do que defendem. A conversação em sala de aula é um “dar e receber razões”. O professor é uma pessoa persuasiva ou não é professor. Mas a persuasão do professor não é qualquer uma, ela é feita por mostrar razões e ele ensina por meio de solicitar razões.
4. Ser razoável. Uma das coisas mais difíceis para o professor é ser razoável. Em geral ele ou cria situações que são impossíveis do aluno cumprir, que ele próprio, professor, não conseguiu e não conseguiria cumprir em situação normal, ou então ele adota a postura de “passar a mão na cabeça”, tomando os alunos como incapazes e facilitando o serviço deles para além da conta. Na sala de aula o professor faz o jogo de “dar e pedir razões” quanto ao conteúdo, mas na postura geral quanto aos alunos vale sua capacidade de ponderar, perante si mesmo, se ele realmente é uma pessoa razoável ou apenas alguém inconseqüente.
5. Ter grande percepção de si mesmo. O bom professor é um analista de si mesmo. Estou bem vestido para ir dar aula? Minha voz é boa? Estou atento aos alunos ou sou desleixado? Sou capaz de admitir quando erro? Gosto da atividade de professor? Tenho capacidade de não me deixar levar por impulsos meus, e inclusive por complexos psicológicos? Tenho mesmo a capacidade de ajudar os alunos ou sempre acho que há algum caçoando de mim, e quero prejudicá-lo. Trabalho antes por vingança contra aluno que por entender que faço parte de um grupo de elite que é “formador de opinião”? O professor que não consegue ser sincero para si mesmo diante dessas perguntas, que não consegue se preparar com isso, nunca será um bom professor. Preparar a aula é, antes de tudo, preparar a si mesmo.
Blog: http://ghiraldelli.pro.br
Twitter: http://twitter.com/ghiraldelli
Portal: http://filosofia.pro.br
Os Dez Mandamentos do bom Professor - Parte 02.
6. Ter capacidade de compreender a profissão. O bom professor conhece a dimensão pedagógica, política e sindical de sua profissão. Na dimensão pedagógica, ele é alguém que não se admite despreparado para uma aula. Se não sabe, busca aprender. Na dimensão política, ele sabe que é um cidadão com o qual a sociedade conta como mais qualificado que outros, que é dele que se espera a vinda das idéias para as melhores mudanças. Na dimensão sindical ele mostra conhecer a legislação que rege o ensino e também a que rege a sua própria carreira. Está sempre pronto para atuar na articulação entre necessidades sindicais e necessidades pedagógicas. Não é bom professor aquele que nunca leu um bom manual de filosofia e história da educação brasileira.
7. Ser um leitor consciente. O bom professor não tira a cópia Xerox e nem incentiva o Xerox que, aliás, é crime. Ele valoriza o livro, educa seus alunos para terem uma mini-biblioteca, a freqüentarem livrarias presenciais ou virtuais. Fomenta o gosto pela leitura e, principalmente, ensina seus alunos a ler no sentido da ampliação do texto, não no sentido do “fichamento” ou “resumo”. Ele próprio é um leitor atento para todas as variáveis do texto, para o autor, jamais opinando somente porque leu o título ou fazendo do texto um pretexto para falar sobre outro assunto que não aquele que diz comentar. O professor de “cabeça cheia”, ou seja, aquele que só tem uma idéia e tudo que lê absorve segundo aquela idéia, gerará alunos frustrados ou então alunos limitados como ele.
8. Ser um desbravador criativo. Alunos são crateras ferventes, em vários níveis. Na adolescência, o vulcão entra em erupção. O professor não deve temer isso. Ele também foi criança e jovem. Não pode temer o seu passado. Deve compreender suas angústias e verificar se conseguiu superá-las. Caso tenha conseguido, poderá indicar caminhos para os alunos. Caso não tenha conseguido, deve se precaver para não perder o auto-controle diante dos problemas dos alunos que, enfim, o fazem lembrar que ele também não superou sua adolescência. Em um determinado nível, nunca somos adultos. No entanto, como professores, devemos saber quando é que o problema do aluno é o nosso, e como que não podemos nos perder nessa possível confusão. A conversa com os jovens fora da sala de aula, tentando compreendê-los, pode manter a profissão em seu exercício possível, diário, difícil, às vezes até perigoso. Entrar em novos campos exige capacidade criativa. Enfrentar a vida é para quem tem imaginação.
9. Ser capaz de fazer do aprendizado uma tarefa coletiva e desafiadora. A pior situação que o professor pode criar é aquela em que ele não consegue mostrar que os problemas que irá tentar resolver em sala de aula, durante o ano letivo, não são só dele ou “da escola” ou “para cumprir etapa”. Os problemas são problemas de todos. São desafios que devem ser postos para toda a classe que o professor tem diante de si e para ele mesmo. Posto um problema, o professor deve convidar os alunos a enfrentá-lo junto com ele, pois se trata de um problema de todos – real problema de todos. Ninguém escapa de problemas que se universalizam e que, por isso, são também particulares, que estão acontecendo com cada um de nós. Compreendido isso, então o problema ou “a matéria” se torna um desafio interessante e válido para o estudante. Do mesmo modo que ela o é para o professor – ou deveria ser.
10. Ser curioso. O professor é curioso ou não é nem nunca será professor. O professor que toma o assunto que irá ensinar não problemático, sem algo que desperte sua curiosidade e, então, seja capaz de aguçar a curiosidade do aluno, inclusive sua imaginação, não tem qualquer habilidade para ser professor. Deve desistir.
©2010 Paulo Ghiraldelli Jr. filósofo, escritor e professor da UFRRJ
--
Blog: http://ghiraldelli.pro.br
Twitter: http://twitter.com/ghiraldelli
Portal: http://filosofia.pro.br
Em dia de jogo Flamengo x Vasco não custa nada encher de gols a nau do rival...
As coisas não andam nada agradáveis para os vascaínos, ainda mais quando, em plena crise, vão ter que enfrentar um dos líderes do campeonato carioca em ótima fase, fazendo uma boa campanha até agora, principalmente com a chegada de Ronaldinho Gaúcho. Cuidado para o navio não afundar, pois já está muito furado.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Segundo Umberto Eco, este será o século da palavra
sábado, 22 de janeiro de 2011
REINÍCIO DAS AULAS, UM NOVO COMEÇO...
Pensando em tudo isto, sabemos que muitos alunos apresentam dificuldades de aprendizado, problemas que podem ser de ordem cognitiva ou não, já que muitas vezes as dificuldades em aprender podem estar relacionadas a outros problemas, talvez psicológicos, emocionais, de integração com colegas novatos, ou a um sistema diferente de critério de estudo, de avaliações, de exigências da nova escola. Certamente muitos estão se perguntando, de que forma podemos abordar estas questões para evitar tensão ou desestímulo nos estudantes? Uma abordagem interessante é fazer os alunos acreditarem em si mesmos, no seu potencial e que, mesmo que o ano anterior não tenha sido bom, um novo ano se inicia, e com ele uma nova oportunidade de fazer tudo novo. Fazê-los acreditar que são capazes, que melhorar é possível, que, com um pouco mais de garra e força de vontade, pode-se conseguir resultados muito superiores aos já alcançados. Para que isto aconteça, se faz necessário, desde o inicio do ano, organizar o tempo já que, quando deixamos para estudar depois, as coisas se complicam.
Para que os alunos consigam esta organização e, com isto, maior êxito em seus estudos, sugere-se algumas dicas para melhor administrar seus deveres escolares e seu tempo de estudo em geral:
Tomada de decisão - Após a confrontação dos pontos positivos e negativos no ano anterior, procure tomar uma decisão pessoal e assuma a responsabilidade pelos seus estudos; comprometa-se em se aperfeiçoar e tenha consciência que isto é um processo gradativo.
Não dispense ajuda - Analisando com cuidado verá que a contribuição de outras pessoas poderá lhe ajudar muito ao longo deste processo. Talvez seja necessário ter uma conversa franca com seus familiares, com a Coordenação Pedagógica da escola, com algum professor, com seu colega mais próximo; quem sabe isto não abrirá novos caminhos para você, pois, lembre-se, todas estas pessoas são suas aliadas neste processo.
Organize-se - Um fator muito importante é a organização, pois, além de otimizar seu tempo, você fará um planejamento que dará ênfase a prioridades e poderá estabelecer metas. Desta forma, os horários mais adequados para os estudos devem ser considerados de acordo com o rendimento de cada pessoa, faz-se necessário identificar o seu. Não se esqueça que é necessário um tempo maior para as disciplinas com as quais tem maior dificuldade.
Não fique sobrecarregado de atividades - quando fizer o planejamento diário e semanal, deve ter clareza do que é possível fazer, para não se frustrar. Por isso, é necessário ter bem claro quais são suas prioridades.
Faça algumas pausas – Não é produtivo ficar muito tempo seguido na mesma atividade. Por isto sugere-se que faça algumas pausas e nelas pode aproveitar para fazer algum exercício físico, além de ser uma forma de distração, ajuda você a recarregar as energias. No entanto, deve haver um equilíbrio das atividades físicas com as intelectuais. Para isto, uma idéia é que destine duas horas por dia para elas, contanto que tenha consciência da hora de voltar aos livros.
O lazer também é importante - É também de suma importância a necessidade do lazer e dos momentos propícios ao relacionamento afetivo no processo do aprendizado e, seus efeitos são observados nos campos físico, social, intelectual, emocional, moral, espiritual...
A Sociedade do amanhã se constrói hoje - Por fim, lembre-se, você está se formando para a vida, para a diversidade de contextos. Cada um de vocês está inserido numa caminhada ininterrupta de aprendizagem, e isto implica esforço, dedicação sistemática, dispêndio de energia, busca incessante de novos conhecimentos, voltados ao alcance dos seus objetivos, visando uma renovação constante. Vocês, crianças, adolescentes e jovens, são o futuro da sociedade e, tem muito a contribuir na construção de uma sociedade melhor, desde que, bem cedo, tomem consciência de que são construtores do conhecimento tanto individual quanto coletivo.
Aos professores um bom ano de trabalho, com muito êxito na arte de ensinar. E aos estudantes, acreditem em si, e bons estudos.
Abraço fraterno.
Prof Luiz Carlos Kons
Assessor Filosófico-Pedagógico S.E.R
JEITO DE MATO... TAL É A IMPRESSÃO QUE TEMOS AO ANDAR PELA ZONA RURAL DE FLORÂNIA...
Vem da campina onde o sol se deita
Do regalo de terra que teu dorso ajeita
E dorme serena, no sereno e sonha
De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita
Do mato, do medo, da perda tristonha
Mas, que o sol resgata, arde e deleita
Há uma estrada de pedra que passa na fazenda
É teu destino, é tua senda onde nascem tuas canções
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações
Sim, dos teus pés na terra nascem flores
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar...
Ah, ah, ah ...
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras
Sete lagoas, mel e brincadeiras
Espumas, ondas, águas do teu mar...
Ah, ah, Elaia ...
Música de Paula Fernandes e Maurício Santini
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Um passeio à Pedra Liza...
Ocasionalmente, cá estou eu com minha esposa Silmara Rejanny e minha sogra da Guia Nobre aproveitando o sossego da Casa Velha da Pedra Liza, de alpendre vistoso, portas e janelas largas, parece abraçar quem chega da cidade de Florânia, ansioso por um bom descanso nas redes armadas e bem abertas, preguiçosamente à espera dos anfitriões.
Quando se está bem acomodado à sombra do alpendre, percebe-se sem demora uma vista que enche os olhos de admiração, cujas nuvens chuvosas apontam altaneiras sobre a popular serra do carvão. Os periquitos, de quando em vez, dão o ar da graça com o seu canto. E por falar em canto, como se não bastasse o das rolinhas, das seriemas e cigarras na margem do açude, ainda se pode ouvir o canto do pássaro Mãe da Lua durante à noite inteirinha, anunciando bons presságios para o agricultor que espera por chuvas nessa época do ano aqui no sertão do Seridó.
O sítio pedra liza, na zona rural do município de Florânia, localizado entre os Bentos e Salgado, faz fronteira com o Município de Jucurutu/RN e é um colírio para os nossos olhos, uma vez que sua natureza acorda todos os dias deslumbrante por trás de suas serras. Visitando o sítio e vasculhando um pouco da sua história, não dá como não lembrar da figura de Seu Hercílio Nobre, um homem que, antes de tudo, amava a agricultura e fazia questão de viver da terra com uma família de 12 filhos criados, dos 23 nascidos, fora moradores e trabalhadores do sítio. Conta-se que Seu Hercílio, ao ver a mesa farta de alimentos, perguntava a todos: “Observem a mesa e vejam o que tem comprado?”. Praticamente nada era comprado, a não ser a farinha e a rapadura, mas o resto, tudo era produzido na Pedra Liza. Talvez, por isso mesmo seus filhos sejam tão apegados à terra de origem. A terra da qual surgiu boa parte da tradicional família nobre.
A harmonia do homem em seu estado interior com a Natureza à sua volta é muito marcante. Vacas, bezerros, burros, jumentos, açudes, rios, peixes, serras verdinhas, pássaros, estercos. Tudo em volta cheira à natureza.
A noite é um pouco estranha porque é muito quieta e calma, sem a companhia da televisão, do PC e da internet nos víamos apenas com o barulho do mijar das vacas no curral durante toda a madrugada. Mas o dia foi de todo empolgante. A Selma, tia de minha esposa não parava de fotografar o movimento da natureza que transcorria silenciosa sem pedir licença. É uma beleza magistral poder não apenas ver, mas sentir a presença de Deus em tudo isso. É Deus que está aqui agora, porque é Ele o responsável direto por tudo. É ele quem dá luminosidade ao céu. É ele quem enche de vida as matas. É Ele quem nos chama para contemplar o seu infinito. É Deus quem distribui com amor os benefícios da terra. Somente Deus toma para si a imensa Criação e diz assim: fiz para que a dominasse com inteligência. O livro do Gênesis tem a ver conosco!
Para terminar, muito me impressionou um achado curiosíssimo da Sra. das Dores Nobre de uma telha antiquiquíssima, datada do século passado(11 de dezembro de 1914), que provavelmente remonta da construção da Casa Velha da Pedra Liza muito anterior a esta data(fins do séc XIX)que, dentre outras tantas coisas que contam, o seu alicerce até a alta calçada toda feita manualmente de pedras enormes, possivelmente pedras carregadas em lombos de burros.
A Pedra Liza reuniu um pouco de tudo nesse passeio de dois dias, histórias, saudades, família, reencontro com a Natureza do lugar e, finalmente, a comida simples e saudável à base de coalhada, queijo de manteiga, leite natural, peixe, frutas, enfim....
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN
Páginas na internet:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
sábado, 15 de janeiro de 2011
Sansão e Dalila, a Bíblia na Televisão brasileira.
Sansão é um Juiz de Israel como Débora e Baraque, Gideão e outros deste período, em que Israel era organizada por uma espécie de confederação de tribos. Juízes, tal como é conhecido um dos Livros da Bíblia Sagrada, nos seus vários aspectos, representa que o ser humano nunca aprende muito bem as lições que a história ensina, visto que, vez ou outra, o povo de Deus perdia de vista a sua identidade como povo da Aliança, povo do Concerto, caindo assim num caos espiritual, moral e social, pois “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos”(Jz 21.25; Cf. Jz 17.6).
Ainda assim, vemos na história da vida de Sansão um fato, para o qual concorrem dramaticamente toda a Minissérie e a curiosidade fantástica e emblemática deste filho de Deus, a traição que recai sobre si, impetrada por Dalila que o enfeitiça com sua beleza e corta seus cabelos, sinal de sua força.
Talvez este fato da traição de Sansão por Dalila seja o mais famoso na opinião popular, muito mais do que os seus feitos com o Leão, com a queixada de um asno, com a morte de milhares de homens filisteus e com a destruição do templo filisteu, enfim... Tornou-se até mais popular diante dos homens do que os feitos de Gideão, Juiz, filho de Joás, varão israelita, muito embora seja um dos juízes mais valorosos aos olhos de Deus.
Porém, é Sansão e Dalila o ponto alto da trama bíblica explorada pela Rede Record de televisão que está impactando a todos que a assistem. É uma boa pedida para nossas férias!
Na verdade, nos vemos e somos vistos em Sansão com toda sua roldana de orgulho e autossuficiência ao ponto de cegar-lhe a vista. Cego por sua força, Sansão troca uma vida inteira de lucidez por uma noite apenas de escuridão com Dalila.
Assistindo à Minissérie, mais do que a traição de Sansão por Dalila, que ainda não foi transmitida, algo me marcou curiosamente, o enigma que Sansão lançou aos filhos dos filisteus, no intuito de que adivinhassem, se pudessem: “Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte”(Jz 14.14). Passados 7 dias sem que ninguém desvendasse o enigma, e de tanto ser importunado por sua esposa, a fim de revelar-lhe o segredo do enigma, Sansão não se conteve e fez conhecida a solução do enigma à sua esposa que ligeiramente o declarou a todo o seu povo: “Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão?”(Jz 14.18).
Ao saber que estava sendo traído ou usado por sua esposa, uma filisteia a quem tinha lhe confiado o segredo do enigma, e ao tomar parte de que o povo havia decifrado o enigma, Sansão “tão possantemente fora apossado do Espírito do Senhor”(Jz 14.19).
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN
Páginas na internet:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
REABILITEMOS A POLÍTICA!
O mais interessante é que, para alguns políticos daqui, os acertos entre eles são chamados de “acordos”, “combinados”, “pacto”, “trato”, enfim... Para o povo, isto se chama troca e venda de interesses. Quem se vende? Por quanto se vende? Para que se vende? A resposta todo mundo sabe ou ninguém sabe. Fica um disse me disse nas ruas e centro da cidade porque paira sobre as cabeças inteligentes das pessoas o seguinte: Ou a política deixou de assumir o que lhe é própria, a discussão dos problemas da cidade para o bem de todos, ou diluiu-se nos interesses mesquinhos de nossos representantes. O fato é que a população não confia mais ou não confia tanto assim nos seus políticos.
O que é mais irônico nisso tudo é que os mais políticos, digo, os que se interessam pela mais baixa e degradante política partidária são os que menos sabem de política, mas são os que mais sabem tirar vantagens sobre os outros de modo escuso e obscuro. As negociações entre eles nunca são muito claras, esta é que é a verdade. Agora, as negociações entre eles e nós, entre eles e o povo são e devem ser sempre claras. O que tento dizer aqui é que não existe na política uma ideia unilateral que dispense oposições de ideias. A política é o campo da liberdade de ideias, do debate, da discussão, mas nunca de “conchaves”, de “cercos”, de “combinados”, de “acordos”, de “arrumadinhos” porque senão acabaremos por transformar a política num regime autoritário, dogmático ou aristocrático, onde o poder é centrado nas mãos de alguns. A política é um jogo democrático e aberto, de grupos abertos, não é uma plutocracia(poder econômico) de grupos fechados com interesses egoístas, embora se veja isso aqui e no Brasil afora. Por isso, NÃO a acordos, SIM a política!
Parece-me que em Florânia, há uma confusão no que diz respeito à política, pelo menos por alguns grupos políticos que se acham visivelmente no direito de levantar a bandeira da paz para promover um “acordão” político sem despesas econômicas para o próximo pleito. Isso não existe. É mais uma ilusão das mentes ociosas de alguns políticos de Florânia que só pensam nos bolsos, menos no povo. Temo, com isso, estar vendo a morte da política quando ela passa a ser uma mera formalidade. Não se pode ir para um pleito com “acordos”, com “combinados”, já antecipando o resultado. Isto é um absurdo! Não podemos compactuar com isso. Não podemos tirar o direito de escolha de ninguém, simplesmente comprando suas consciências, cruzando os braços, fechando a boca e não fazendo mais política. A política não está feita, ela se faz.
Vejam o que diz André Comte-Sponville, filósofo francês, sobre a política por fazer ou refazer: “A política não é o reino do Bem, nem da Ideia, nem da Razão. É o reino da força e das relações de forças, dos interesses e dos conflitos de interesses. Devemos então renunciar à justiça? De jeito nenhum. Devemos compreender que ela nunca é dada, nunca é garantida, e por isso está sempre por fazer ou refazer”(in Sabedoria dos Modernos, p. 453).
Precisamos reabilitar a política à sua dimensão mais digna e mais justa, sendo ela mais discursiva e menos dogmática. Ninguém manda na política de Florânia, visto que as pessoas se candidatam livremente para promover uma escolha mais democrática entre elas, e assim promover um debate de ações que visem à melhoria da população como um todo, não de uma parte apenas.
Nunca se viu na história de Florânia, por causa de alguns políticos renunciarem às suas convicções, tamanha liberdade política. Mediante um clima de insatisfação política, diversas pessoas ganharam autonomia para lançar suas propostas, seus projetos e seus nomes em vista, acredito eu, de uma Florânia melhor. O que é muito bom para a política e para a democracia em Florânia. Quanto mais candidatos melhor.
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN
Páginas na internet:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
Atividade no Facebook
Mais vistas:
-
Aprendi que quanto mais nos aproximamos de Deus, mais parecemos com Ele. Quanto mais nos aproximamos das estrelas, mais parecemos com ela...
-
Políticos de todo o Estado têm se aproveitado das festas religiosas na região do Seridó para conquistar o voto do eleitor usando o altar das...
-
Luis Fernando Verissimo - O Estado de S. Paulo Deus criou o Céu e a Terra e o Dia e a Noite, e deu nome às plantas, aos bichos e às c...
-
A passagem de Jesus nesta terra foi extremamente rápida do ponto de vista histórico, mas seus feitos e seus discursos, se...
-
Devido a problemas técnicos com o funcionamento deste blog, comunicamos um novo endereço para que você não deixe de ler qualquer postagem de...
-
Só de sacanagem Meu coração está aos pulos Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Tudo isso que está aí no ar Malas, cue...
-
Um jovem rabino, angustiado com o destino da sua alma, conversava com seu mestre, mais velho e mais sábio, em algum lugar do Leste ...