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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Bom humor

De Kundera, mais bom humor.
"Ah, o bom humor! Você nunca leu Hegel? Claro que não. Você nem sabe quem ele é. Mas nosso professor que nos inventou me forçou a estudá-lo noutros tempos. Em sua reflexão sobre o cômico, Hegel disse que o verdadeiro humor é impensável sem o infinito bom humor, ouça bem, é o que ele diz com todas as letras: 'infinito bom humor'. Nada de zombaria, nada de sátira, nada de sarcasmo. Somente das alturas do infinito bom humor é que você pode observar abaixo de si a eterna tolice dos homens e rir dela." (in A festa da insignificância, p. 90).
"Como encontrar o bom humor?" (idem).

A beleza da insignificância

"(...) Queria lhe falar então Quaquelique. Meu grande amigo. Você não o conhece. Eu sei. Pois bem. Agora, a insignificância me aparece sob um ponto de vista totalmente diferente de então, sob uma luz mais forte, mais reveladora. A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la. Aqui, neste parque, diante de nós, olhe, meu amigo, ela está presente com toda sua evidência, com toda sua inocência, com toda sua beleza. Sim, sua beleza. Como você mesmo disse: a animação perfeita... e completamente inútil, as crianças rindo... sem saber por quê, não é lindo? Respire, D'Ardelo, meu amigo, respire essa insignificância que nos cerca, ela é a chave da sabedoria, ela é a chave do bom humor..." (KUNDERA, Milan. A festa da insignificância. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 132).
Simplesmente maravilhoso. De uma graça e bom humor impecáveis. Um texto gostoso de ler.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Da unidade Os desculpantes...



“Se sentir ou não se sentir culpado. Acho que tudo depende disso. A vida é uma luta de todos contra todos. É sabido. Mas como essa luta acontece numa sociedade mais ou menos civilizada? As pessoas não podem se atirar umas sobre as outras sempre que se encontram. Em vez disso, tentam jogar no outro o constrangimento da culpabilidade. Ganhará aquele que conseguir tornar o outro culpado. Perderá aquele que reconhecer sua culpa. Você vai pela rua, mergulhado em pensamentos. Em sua direção vem uma moça, como se estivesse sozinha no mundo, sem olhar nem para a esquerda nem para a direita, indo direto em frente. Vocês se esbarram. Eis o momento da verdade. Quem vai insultar o outro, e quem vai se desculpar? É uma situação-modelo: na realidade, cada um dos dois é ao mesmo tempo o que sofreu o esbarrão e o que esbarrou. E, no entanto, há os que se consideram, imediatamente, espontaneamente, os que esbarraram, portanto culpados. E há os outros, que se veem sempre, imediatamente, espontaneamente, como os que sofreram o esbarrão, portanto no seu direito de acusar o outro e de fazer com que este seja punido. Você, numa situação como essa, você se desculparia ou acusaria?”

(KUNDERA, Milan. A festa da insignificância. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 54)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Novo livro de Kundera: A FESTA DA INSIGNIFICÂNCIA

O escritor Milan Kundera em foto de 2005 Foto: - / EFE
                             O escritor Milan Kundera em foto de 2005 - / EFE
MADRI - Com ironia, menos pesar do que o esperado por alguns e distante, mas atento, Milan Kundera (nascido em Brno, República Tcheca, em 1929) voltou ao panorama da literatura europeia. "La Fête de L’insignificance" ("A festa da insignificância") chegou às livrarias francesas pela editora Gallimard (ainda a ser publicado no Brasil) e já vendeu 100.000 exemplares na Itália. E longe de ser resolvido, o enigma do escritor esquivo e recluso, escondido e voluntariamente desligado de sua língua materna — escreve em francês desde "A Lentidão", lançado em 1994 —, revela-se um pouco mais agora.
“Leve como uma pluma de perdiz ou de anjo”, compara o "Le Monde", Kundera voa alto no romance que aparece agora, 14 anos depois de "A Ignorância". Por onde andou? O que estava fazendo? Afastar-se, ocultar-se, ler em francês, alemão e tcheco, as línguas que domina Aprofundar talvez os meandros kafkianos que tanto o apaixonam e reconhecer neles os sinais deste tempo difuso, indescritível.
Kundera tenta passar despercebido com sua vocação de autor invisível, apesar das polêmicas que lhe perseguiram, sobretudo em seu país de origem. Foi acusado de ter colaborado com o regime comunista. Ele se recusou a revisar suas traduções do francês ao tcheco — “por falta de tempo”, chegou a dizer; leia-se: por falta de vontade. Rompeu quase todos os vínculos que lhe uniam à República Tcheca. Isso, depois de ter esmiuçado brilhantemente uma terra central e sofrida, serena e humilhada pelos grandes flagelos do século XX.
O peso de um legado escuro em busca da luz — ou do absurdo — definiu sua obra desde "Risíveis amores" até "A brincadeira"; de "A vida está em outro lugar" até "A insustentável leveza do ser" — publicado em seu país em 2004, mas um clássico desde meados dos anos 1980. Também serviu de guia ao seu estilo cada vez mais enigmático e polissêmico em livros como "A imortalidade", "A lentidão" ou neste último lançamento.
Sua editora Beatriz de Moura, nascida no Rio de Janeiro, está traduzindo ao espanhol uma obra que o autor levava um tempo comentando com os mais íntimos. Começa com pinceladas eróticas e ares pós-modernos de "Morte em Veneza", entre a contemplação de um umbigo e a comparação do sagrado símbolo romântico dos seios femininos com a efigie da Virgem Maria.
De Moura, dedicada e árdua defensora de Kundera, revela alguns detalhes: “Estão presentes quase todos os temas preferidos do autor e levados à sua essência: a maternidade, a sexualidade, o poder com suas facetas — desde a crueldade e a arbitrariedade até o absurdo e a ternura —, a grosseria do falacioso...”.
Tudo isso, com uma pitada de humor. Foi o que mais surpreendeu a editora. Esse equilíbrio magistral se nota nas entrelinhas: “Fácil de ler, mas difícil de compreender”, garante. “No geral, Kundera mostra uma visão descontraída do mundo que não para de cair no ridículo e que termina em um festejo burlesco”.
Sobre essa profunda leveza concordam as resenhas francesas e italianas. “O grande retorno de Kundera”, atesta o "Le Figaro". “A última valsa…”, destaca o "Le Nouvel Observateur", prevendo que já não haverá outra igual. Como uma “pequena e encantadora comédia humana”, definiu o "La Repubblica", ao passo que o "Corriere della Sera" descrevia o livro como um “divertimento surreal e uma parábola felliniana na qual se mesclam personagens com elucubrações extravagantes”.
Mais Falstaff que Hamlet, Kundera apresenta-se novamente nesta etapa final de sua vida e de sua obra, com 85 anos completados neste mês. Imprevisível e muito livre, insólito e inesperado, no tempo que mediou desde seu último lançamento literário, o autor ingressou na coleção da Plêiade de Gallimard, algo como o olimpo da literatura francesa, onde se junta a Proust e Balzac. E também viveu mergulhado em uma polêmica: em 2008 uma revista tcheca lhe acusou de delatar, em 1950, um estudante à polícia comunista. O rapaz passou 22 anos na prisão.

domingo, 11 de março de 2012

A sabedoria do Romance

O homem deseja um mundo em que o bem e o mal sejam nitidamente discerníveis, porque nele há o desejo, inato e indomável, de julgar antes de compreender. Sobre esse desejo são fundadas as religiões e as ideologias. Estas não se podem conciliar com o romance a não ser que traduzam a linguagem de relatividade e de ambiguidade dele para o seu discurso apodítico e dogmático. Exigem que alguém tenha razão: ou Anna Karenina é vítima de um déspota limitado, ou Karenine é vítima de uma mulher imoral; ou então K., inocente, é esmagado por um tribunal injusto, ou então, por trás do tribunal, está escondida a justiça divina e K. é culpado.
Neste «ou então-ou então» está contida a incapacidade de suportar a relatividade essencial das coisas humanas, a incapacidade de olhar de frente a ausência do Juiz supremo. Por causa desta incapacidade, a sabedoria do romance (a sabedoria da incerteza) é difícil de aceitar e de compreender.

Milan Kundera, in "A Arte do Romance"

A verdadeira bondade do homem

A verdadeira bondade do homem só pode manifestar-se em toda a sua pureza e em toda a sua liberdade com aqueles que não representam força nenhuma. O verdadeiro teste moral da humanidade (o teste mais radical, aquele que por se situar a um nível tão profundo nos escapa ao olhar) são as suas relações com quem se encontra à sua mercê: isto é, com os animais. E foi aí que se deu o maior fracasso do homem, o desaire fundamental que está na origem de todos os outros.

Milan Kundera, in "A Insustentável Leveza do Ser"

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Bom humor

De Kundera, mais bom humor.
"Ah, o bom humor! Você nunca leu Hegel? Claro que não. Você nem sabe quem ele é. Mas nosso professor que nos inventou me forçou a estudá-lo noutros tempos. Em sua reflexão sobre o cômico, Hegel disse que o verdadeiro humor é impensável sem o infinito bom humor, ouça bem, é o que ele diz com todas as letras: 'infinito bom humor'. Nada de zombaria, nada de sátira, nada de sarcasmo. Somente das alturas do infinito bom humor é que você pode observar abaixo de si a eterna tolice dos homens e rir dela." (in A festa da insignificância, p. 90).
"Como encontrar o bom humor?" (idem).

A beleza da insignificância

"(...) Queria lhe falar então Quaquelique. Meu grande amigo. Você não o conhece. Eu sei. Pois bem. Agora, a insignificância me aparece sob um ponto de vista totalmente diferente de então, sob uma luz mais forte, mais reveladora. A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la. Aqui, neste parque, diante de nós, olhe, meu amigo, ela está presente com toda sua evidência, com toda sua inocência, com toda sua beleza. Sim, sua beleza. Como você mesmo disse: a animação perfeita... e completamente inútil, as crianças rindo... sem saber por quê, não é lindo? Respire, D'Ardelo, meu amigo, respire essa insignificância que nos cerca, ela é a chave da sabedoria, ela é a chave do bom humor..." (KUNDERA, Milan. A festa da insignificância. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 132).
Simplesmente maravilhoso. De uma graça e bom humor impecáveis. Um texto gostoso de ler.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Da unidade Os desculpantes...



“Se sentir ou não se sentir culpado. Acho que tudo depende disso. A vida é uma luta de todos contra todos. É sabido. Mas como essa luta acontece numa sociedade mais ou menos civilizada? As pessoas não podem se atirar umas sobre as outras sempre que se encontram. Em vez disso, tentam jogar no outro o constrangimento da culpabilidade. Ganhará aquele que conseguir tornar o outro culpado. Perderá aquele que reconhecer sua culpa. Você vai pela rua, mergulhado em pensamentos. Em sua direção vem uma moça, como se estivesse sozinha no mundo, sem olhar nem para a esquerda nem para a direita, indo direto em frente. Vocês se esbarram. Eis o momento da verdade. Quem vai insultar o outro, e quem vai se desculpar? É uma situação-modelo: na realidade, cada um dos dois é ao mesmo tempo o que sofreu o esbarrão e o que esbarrou. E, no entanto, há os que se consideram, imediatamente, espontaneamente, os que esbarraram, portanto culpados. E há os outros, que se veem sempre, imediatamente, espontaneamente, como os que sofreram o esbarrão, portanto no seu direito de acusar o outro e de fazer com que este seja punido. Você, numa situação como essa, você se desculparia ou acusaria?”

(KUNDERA, Milan. A festa da insignificância. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 54)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Novo livro de Kundera: A FESTA DA INSIGNIFICÂNCIA

O escritor Milan Kundera em foto de 2005 Foto: - / EFE
                             O escritor Milan Kundera em foto de 2005 - / EFE
MADRI - Com ironia, menos pesar do que o esperado por alguns e distante, mas atento, Milan Kundera (nascido em Brno, República Tcheca, em 1929) voltou ao panorama da literatura europeia. "La Fête de L’insignificance" ("A festa da insignificância") chegou às livrarias francesas pela editora Gallimard (ainda a ser publicado no Brasil) e já vendeu 100.000 exemplares na Itália. E longe de ser resolvido, o enigma do escritor esquivo e recluso, escondido e voluntariamente desligado de sua língua materna — escreve em francês desde "A Lentidão", lançado em 1994 —, revela-se um pouco mais agora.
“Leve como uma pluma de perdiz ou de anjo”, compara o "Le Monde", Kundera voa alto no romance que aparece agora, 14 anos depois de "A Ignorância". Por onde andou? O que estava fazendo? Afastar-se, ocultar-se, ler em francês, alemão e tcheco, as línguas que domina Aprofundar talvez os meandros kafkianos que tanto o apaixonam e reconhecer neles os sinais deste tempo difuso, indescritível.
Kundera tenta passar despercebido com sua vocação de autor invisível, apesar das polêmicas que lhe perseguiram, sobretudo em seu país de origem. Foi acusado de ter colaborado com o regime comunista. Ele se recusou a revisar suas traduções do francês ao tcheco — “por falta de tempo”, chegou a dizer; leia-se: por falta de vontade. Rompeu quase todos os vínculos que lhe uniam à República Tcheca. Isso, depois de ter esmiuçado brilhantemente uma terra central e sofrida, serena e humilhada pelos grandes flagelos do século XX.
O peso de um legado escuro em busca da luz — ou do absurdo — definiu sua obra desde "Risíveis amores" até "A brincadeira"; de "A vida está em outro lugar" até "A insustentável leveza do ser" — publicado em seu país em 2004, mas um clássico desde meados dos anos 1980. Também serviu de guia ao seu estilo cada vez mais enigmático e polissêmico em livros como "A imortalidade", "A lentidão" ou neste último lançamento.
Sua editora Beatriz de Moura, nascida no Rio de Janeiro, está traduzindo ao espanhol uma obra que o autor levava um tempo comentando com os mais íntimos. Começa com pinceladas eróticas e ares pós-modernos de "Morte em Veneza", entre a contemplação de um umbigo e a comparação do sagrado símbolo romântico dos seios femininos com a efigie da Virgem Maria.
De Moura, dedicada e árdua defensora de Kundera, revela alguns detalhes: “Estão presentes quase todos os temas preferidos do autor e levados à sua essência: a maternidade, a sexualidade, o poder com suas facetas — desde a crueldade e a arbitrariedade até o absurdo e a ternura —, a grosseria do falacioso...”.
Tudo isso, com uma pitada de humor. Foi o que mais surpreendeu a editora. Esse equilíbrio magistral se nota nas entrelinhas: “Fácil de ler, mas difícil de compreender”, garante. “No geral, Kundera mostra uma visão descontraída do mundo que não para de cair no ridículo e que termina em um festejo burlesco”.
Sobre essa profunda leveza concordam as resenhas francesas e italianas. “O grande retorno de Kundera”, atesta o "Le Figaro". “A última valsa…”, destaca o "Le Nouvel Observateur", prevendo que já não haverá outra igual. Como uma “pequena e encantadora comédia humana”, definiu o "La Repubblica", ao passo que o "Corriere della Sera" descrevia o livro como um “divertimento surreal e uma parábola felliniana na qual se mesclam personagens com elucubrações extravagantes”.
Mais Falstaff que Hamlet, Kundera apresenta-se novamente nesta etapa final de sua vida e de sua obra, com 85 anos completados neste mês. Imprevisível e muito livre, insólito e inesperado, no tempo que mediou desde seu último lançamento literário, o autor ingressou na coleção da Plêiade de Gallimard, algo como o olimpo da literatura francesa, onde se junta a Proust e Balzac. E também viveu mergulhado em uma polêmica: em 2008 uma revista tcheca lhe acusou de delatar, em 1950, um estudante à polícia comunista. O rapaz passou 22 anos na prisão.

domingo, 11 de março de 2012

A sabedoria do Romance

O homem deseja um mundo em que o bem e o mal sejam nitidamente discerníveis, porque nele há o desejo, inato e indomável, de julgar antes de compreender. Sobre esse desejo são fundadas as religiões e as ideologias. Estas não se podem conciliar com o romance a não ser que traduzam a linguagem de relatividade e de ambiguidade dele para o seu discurso apodítico e dogmático. Exigem que alguém tenha razão: ou Anna Karenina é vítima de um déspota limitado, ou Karenine é vítima de uma mulher imoral; ou então K., inocente, é esmagado por um tribunal injusto, ou então, por trás do tribunal, está escondida a justiça divina e K. é culpado.
Neste «ou então-ou então» está contida a incapacidade de suportar a relatividade essencial das coisas humanas, a incapacidade de olhar de frente a ausência do Juiz supremo. Por causa desta incapacidade, a sabedoria do romance (a sabedoria da incerteza) é difícil de aceitar e de compreender.

Milan Kundera, in "A Arte do Romance"

A verdadeira bondade do homem

A verdadeira bondade do homem só pode manifestar-se em toda a sua pureza e em toda a sua liberdade com aqueles que não representam força nenhuma. O verdadeiro teste moral da humanidade (o teste mais radical, aquele que por se situar a um nível tão profundo nos escapa ao olhar) são as suas relações com quem se encontra à sua mercê: isto é, com os animais. E foi aí que se deu o maior fracasso do homem, o desaire fundamental que está na origem de todos os outros.

Milan Kundera, in "A Insustentável Leveza do Ser"

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