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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Prêmio Nobel para os descobridores da "partícula de Deus".

François Englert e Peter Higgs descreveram a partícula em 1964. Somente no ano passado, foi possível provar que eles estavam certos.


O prêmio Nobel de Física, anunciado nesta terça-feira (8) na Suécia, foi para os descobridores da partícula que torna possível a existência de tudo e de todos.
Para o cientista, foi mais fácil explicar o universo do que descrever o que sentia. "Eu não estou triste. É muito bom", disse o belga François Englert.
Em 1964, em estudos separados, ele e o outro vencedor do prêmio, o britânico Peter Higgs, descreveram a chamada 'partícula de Deus.
Eu, você e o universo inteiro somos formados por partículas. O Bósons de Higgs, ou a partícula de Deus, é uma peça fundamental, uma espécie de cola, que une todas as outras.
É difícil entender e pesquisar a existência do Bóson de Higgs. Ele é invisível. Os dois pesquisadores demoraram quase 50 anos para receber o prêmio Nobel porque, somente no ano passado, foi possível provar que estavam certos.
Foi preciso construir um acelerador de partículas, um tubo de 27 quilômetros de extensão na fronteira da França com a Suíça. Nele, os cientistas provocaram choques de núcleos de átomos em altíssima velocidade. Com a separação, os pesquisadores finalmente puderam perceber um rastro do Bóson de Higgs.
Na época, Peter Higgs, na plateia, se emocionou. Ele achava que não viveria o suficiente para ver a comprovação da teoria.
O diretor do centro de pesquisa, o CERN, disse que não conseguiu falar com Higgs, mas é certo que ele está muito feliz com o prêmio.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/10/descobridores-da-particula-de-deus-ganham-premio-nobel-de-fisica.html

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

23 a 27/10: CIENTEC e II Feira de Livros e Quadrinhos de Natal(FLIQ)

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza no período de 23 a 27 e outubro, a XVIII Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC), abordando o tema “Energias: Sustentabilidade, desenvolvimento e seus impactos”. Paralelo à programação da CIENTEC acontece de 23 a 26, a II Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLIQ), na Praça Cívica do Campus Central da UFRN.
O evento visa despertar na sociedade natalense, principalmente nos visitantes da Feira, o gosto pela leitura e à produção literária, tanto local como nacional.
A programação da Feira de Livros e Quadrinhos contempla oficinas, mesas de debate e bate papos com autores, desenhistas e lustradores. Também está previsto a realização de leituras de obras, lançamento de livros, quadrinhos e cordéis, além de espaço para a venda de materiais nos sebos, livreiros e nas editoras.
Ainda dentro da programação do evento haverá concurso com premiações para os melhores cosplayers (pessoas que se vestem e agem como personagens de animes ou HQ).
Para participar da CIENTEC como também da Feira de Livros, não precisa realizar inscrição. Basta que os interessados se dirijam até a Praça Cívica do Campus e percorra à vontade os pavilhões e estandes montados, em busca de aprender um pouco sobre ciência, tecnologia e literatura.
 
Para mais informações acesse os sites: http://www.cientec.ufrn.br/cientec2012/index.php e http://fliqnatal.com.br/ .

domingo, 15 de julho de 2012

Marcelo Gleiser - A ilusão do saber

Tanto Newton quanto Maxwell estavam certos: a luz é tanto uma partícula quanto uma onda



Muitas vezes o familiar oculta os maiores mistérios. Esse é o caso da luz, um fenômeno tão comum que quase ninguém dá muita bola para ele. Acordamos com ela todos os dias, ligamos e desligamos lâmpadas com descaso, raramente refletindo sobre a sua natureza, sobre o que está por trás dessa intensidade visível, porém impalpável, etérea, porém concreta, discreta, porém essencial.

No seu tratado sobre a luz intitulado "Óptica", publicado em 1704, Isaac Newton defende sua crença de que a luz é constituída de pequenas "partes": "Não são os raios de luz corpúsculos diminutos emitidos por corpos brilhantes?", pergunta. Sugere, além disso, que a luz viaja com velocidade finita, fazendo referência aos resultados de Ole Roemer, o qual, em 1676, mediu a velocidade da luz usando o eclipse de Io, uma das luas de Júpiter.

Em 1865, James Clerk Maxwell publicou o tratado "Teoria Dinâmica do Campo Eletromagnético", no qual descreve a luz como ondulações do campo eletromagnético.

A teoria explica conjuntamente a eletricidade e o magnetismo como manifestações do campo eletromagnético: uma carga elétrica produz um campo elétrico à sua volta, como cabelos rodeando uma cabeça. Tal como a gravidade, seu efeito cai com o quadrado da distância. Campos magnéticos são gerados quando cargas elétricas são aceleradas.

Uma rolha oscilando numa piscina cria ondas circulares. Imagine que a rolha é uma carga elétrica; ao oscilar, ondas eletromagnéticas são irradiadas concentricamente. (A carga as emite em três direções, e não duas.) Se a rolha subir e descer rápido, as ondas estarão próximas, terão frequência alta; se lentamente, a frequência será baixa.

Algo assim ocorre com as ondas eletromagnéticas, que podem ter altas e baixas frequências: o que chamamos de luz visível é um tipo de onda com frequências entre 400 e 790 Terahertz (1 Terahertz=1.012 ciclos/segundo). Já os raios X e gama têm frequências bem mais altas, enquanto o infravermelho e as micro-ondas têm frequências mais baixas.

Maxwell imaginou que, tal como ondas na água ou de som, a luz precisasse de um meio para se propagar. Esse era o estranho éter: transparente, imponderável e muito rígido, uma quase impossibilidade. Mas todos acreditavam nele, mesmo após os experimentos de Michelson e Morley não o terem encontrado.

Só em 1905 o jovem Einstein descartou o éter com a sua teoria da relatividade: ao contrário de todas as outras, as ondas eletromagnéticas podem se propagar no vazio. (É possível que ondas gravitacionais também o façam, assunto que fica para outra semana.)

Para complicar, a luz não tem massa. "Como algo que não tem massa pode existir?", perguntaria o leitor. Em física, energia é mais útil que massa. E a luz tem energia, podendo ser descrita como onda ou partícula: Newton e Maxwell estavam corretos. As partículas de luz, os fótons, têm energia proporcional à frequência. (Vê-se logo a estranheza: uma partícula com frequência, que é propriedade de onda!)

Lembro-me das palavras de Daniel Boorstin: "O maior obstáculo à novas descobertas não é a ignorância; é a ilusão do saber". Mesmo que saibamos tanto sobre o mundo, sabemos ainda tão pouco.
 
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Facebook: goo.gl/93dHI

Folha de S.Paulo
15/07/2012 

sábado, 31 de março de 2012

De que realmente somos feitos? Um pouco de ciência

Quando Shakespeare escreveu que “somos feitos da mesma matéria que nossos sonhos”, ele estava querendo dizer que a vida é um mistério. Não sabemos – como ainda não o conseguimos saber – quando e como a vida surgiu.

Somos feitos, sim, da poeira do Universo. Em nós estão todos os elementos que o compõem e, portanto, há uma conexão entre o Cosmos e o Homem. Uma ligação entre o micro e o macro em nós. Somos capazes de inalar um gás e demais compostos químicos que surgiram quando as estrelas nasceram desde o Big Bang.
Mas qual foi mesmo o fato mais surpreendente fato do Universo? Esta pergunta foi respondida pelo astrônomo norte-americano Neil deGrasse Tyson, Diretor do Planetário Hayden no Museu Americano de História Natural em Manhattan’s Upper West Side. Você pensa que não o conhece, certo? Sim, você o conhece. Uma de suas fotografias virou um meme na internet.


Veja, então, o vídeo feito por Max Schlickenmeyer em que ele, em belas imagens da Terra e do Universo, apresenta a resposta dada pelo astrônomo.
Visite o canal do Max Schlickenmeyer no Youtube e assine-o para ver mais vídeos bacanas.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Física Quântica: indicada para casos crônicos de falta de humildade



Quando se pensa e se faz o trabalho como obra poética em vez de sofrimento contumaz, sempre vem à mente a questão do “trabalho digno”, isto é, aqueles ou aquelas que se consideram superiores como seres humanos apenas porque têm um emprego socialmente mais valorizado.
Aliás, é sempre nesses casos que entra em cena o famoso “sabe com quem você está falando?”
Um dia procurei representar uma possível resposta científica a essa arrogante pergunta, e, de forma sintética, registrei essa representação em um livro meu chamado A escola e o conhecimento (Cortez); agora, de forma mais extensa e coloquial, aqui vai este relato, partindo do nosso lugar maior, o universo, até chegar a nós.
Hoje, em física quântica, não se fala mais um universo, mas em multiverso. A suposição de que exista um único universo não tem mais lugar na Física. A ciência fala em multiverso e que estamos em um dos universos possíveis. Este tem provavelmente o formato cilíndrico, em função da curvatura do espaço, portanto, ele é finito e tem porta de saída, que são os buracos negros, por onde ele vai minando e se esvaziando. Até 2002, era quase certo que o nosso universo fosse cilíndrico, hoje já há alguma suspeita de que talvez não. Mas a teoria ainda não foi derrubada em sua totalidade. Supõe-se que este universo possível em que estamos apareceu há 15 bilhões de anos. Alguns falam em 13 bilhões, outros em 18, mas a hipótese menos implausível no momento é que estamos num universo que apareceu há 15 bilhões de anos, resultante de uma grande explosão, que o cientista inglês Fred Hoyle apelidou de gozação de big-bang, e esse nome pegou.
Qual é a lógica? Há 15 bilhões de anos, é como se se pegasse uma mola e fosse apertando, apertando, apertando até o limite, e se amarrasse com uma cordinha. Imagine o que tem ali de matéria concentrada e energia retida! Supostamente, nesse período, todo o universo estava num único ponto adensado, como uma mola apertada e, então, alguém, alguma força – Deus, não sei, aqui a discussão é de outra natureza – cortou a cordinha. E aí, essa mola, o nosso universo está em expansão até hoje. E haverá um momento em que ele chegará ao máximo de elasticidade e irá encolher outra vez. A ciência já calculou que o encolhimento acontecerá em 12 bilhões de anos. Fique tranqüilo, até lá você já estará aposentado pelas novas regras.
Você pode cogitar algo que a Física tem como teoria: ele vai encolher e se expandir outra vez. Talvez haja uma lei do universo em que o movimento da vida é expansão e encolhimento. Como é o nosso pulmão, como bate o nosso coração, com sístole e diástole. Como é o movimento do nosso sexo, que expande e encolhe, seja o masculino, seja o feminino. Parece que existe uma lógica nisso, que os orientais, especialmente os chineses e indianos, capturaram em suas religiões, aquela coisa do inspirar e expirar. Parece haver uma lógica nisso, a ciência tem isso como hipótese.
Assim, há 15 bilhões de anos, houve uma grande explosão atômica, que gerou uma aceleração inacreditável de matéria e liberação de energia. Essa matéria se agregou formando o que nós, humanos, chamamos de estrelas e elas se juntaram, formando o que chamamos de galáxias (do grego galaktos, leite). A ciência calcula que existam em nosso universo aproximadamente 200 bilhões de galáxias. Uma delas é a nossa, a Via Láctea, que é “leite”, em latim. Aliás, nem é uma galáxia tão grande; calcula-se que ela tenha cerca de 100 bilhões de estrelas. Portanto, estamos em uma galáxia, que é uma entre 200 bilhões de galáxias, num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Nessa nossa galáxia, repleta de estrelas, uma delas é o que agora chamam de estrela-anã, o Sol. Em volta dessa estrelinha giram algumas massas planetárias sem luz própria, nove ao todo, talvez oito (pela polêmica classificação em debate). A terceira delas, a partir do Sol, é a Terra. O que é a Terra?
A Terra é um planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer. Veja como nós somos importantes….
Aliás, veja como nós temos razão de nos termos considerado na história o centro do universo. Tem gente que é tão humilde que acha que Deus fez tudo isso só para nós existirmos aqui. Isso é que é um Deus que entende da relação custo-benefício. Tem indivíduo que acha coisa pior, que Deus fez tudo isso só para esta pessoa existir. Com o dinheiro que carrega, com a cor da pele que tem, com a escola que freqüentou, com o sotaque que usa, com a religião que pratica.
Nesse lugarzinho tem uma coisa chamada vida. A ciência calcula que em nosso planeta haja mais de trinta milhões de espécies de vida, mas até agora só classificou por volta de três milhões de espécies. Uma delas é a nossa: homo sapiens. Que é uma entre três milhões de espécies já classificadas, que vive num planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Essa espécie tem, em 2007, aproximadamente 6,4 bilhões de indivíduos.
Um deles é você.
Você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Quem és tu? Tu é o vice-treco do sub-troço!
É por isso que todas às vezes na vida que alguém me pergunta: “Você sabe com quem está falando?”, eu respondo: “Você tem tempo?”
 
Por Mário Sérgio Cortella.


Fotos no Facebook

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Prêmio Nobel para os descobridores da "partícula de Deus".

François Englert e Peter Higgs descreveram a partícula em 1964. Somente no ano passado, foi possível provar que eles estavam certos.


O prêmio Nobel de Física, anunciado nesta terça-feira (8) na Suécia, foi para os descobridores da partícula que torna possível a existência de tudo e de todos.
Para o cientista, foi mais fácil explicar o universo do que descrever o que sentia. "Eu não estou triste. É muito bom", disse o belga François Englert.
Em 1964, em estudos separados, ele e o outro vencedor do prêmio, o britânico Peter Higgs, descreveram a chamada 'partícula de Deus.
Eu, você e o universo inteiro somos formados por partículas. O Bósons de Higgs, ou a partícula de Deus, é uma peça fundamental, uma espécie de cola, que une todas as outras.
É difícil entender e pesquisar a existência do Bóson de Higgs. Ele é invisível. Os dois pesquisadores demoraram quase 50 anos para receber o prêmio Nobel porque, somente no ano passado, foi possível provar que estavam certos.
Foi preciso construir um acelerador de partículas, um tubo de 27 quilômetros de extensão na fronteira da França com a Suíça. Nele, os cientistas provocaram choques de núcleos de átomos em altíssima velocidade. Com a separação, os pesquisadores finalmente puderam perceber um rastro do Bóson de Higgs.
Na época, Peter Higgs, na plateia, se emocionou. Ele achava que não viveria o suficiente para ver a comprovação da teoria.
O diretor do centro de pesquisa, o CERN, disse que não conseguiu falar com Higgs, mas é certo que ele está muito feliz com o prêmio.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/10/descobridores-da-particula-de-deus-ganham-premio-nobel-de-fisica.html

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

23 a 27/10: CIENTEC e II Feira de Livros e Quadrinhos de Natal(FLIQ)

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza no período de 23 a 27 e outubro, a XVIII Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC), abordando o tema “Energias: Sustentabilidade, desenvolvimento e seus impactos”. Paralelo à programação da CIENTEC acontece de 23 a 26, a II Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLIQ), na Praça Cívica do Campus Central da UFRN.
O evento visa despertar na sociedade natalense, principalmente nos visitantes da Feira, o gosto pela leitura e à produção literária, tanto local como nacional.
A programação da Feira de Livros e Quadrinhos contempla oficinas, mesas de debate e bate papos com autores, desenhistas e lustradores. Também está previsto a realização de leituras de obras, lançamento de livros, quadrinhos e cordéis, além de espaço para a venda de materiais nos sebos, livreiros e nas editoras.
Ainda dentro da programação do evento haverá concurso com premiações para os melhores cosplayers (pessoas que se vestem e agem como personagens de animes ou HQ).
Para participar da CIENTEC como também da Feira de Livros, não precisa realizar inscrição. Basta que os interessados se dirijam até a Praça Cívica do Campus e percorra à vontade os pavilhões e estandes montados, em busca de aprender um pouco sobre ciência, tecnologia e literatura.
 
Para mais informações acesse os sites: http://www.cientec.ufrn.br/cientec2012/index.php e http://fliqnatal.com.br/ .

domingo, 15 de julho de 2012

Marcelo Gleiser - A ilusão do saber

Tanto Newton quanto Maxwell estavam certos: a luz é tanto uma partícula quanto uma onda



Muitas vezes o familiar oculta os maiores mistérios. Esse é o caso da luz, um fenômeno tão comum que quase ninguém dá muita bola para ele. Acordamos com ela todos os dias, ligamos e desligamos lâmpadas com descaso, raramente refletindo sobre a sua natureza, sobre o que está por trás dessa intensidade visível, porém impalpável, etérea, porém concreta, discreta, porém essencial.

No seu tratado sobre a luz intitulado "Óptica", publicado em 1704, Isaac Newton defende sua crença de que a luz é constituída de pequenas "partes": "Não são os raios de luz corpúsculos diminutos emitidos por corpos brilhantes?", pergunta. Sugere, além disso, que a luz viaja com velocidade finita, fazendo referência aos resultados de Ole Roemer, o qual, em 1676, mediu a velocidade da luz usando o eclipse de Io, uma das luas de Júpiter.

Em 1865, James Clerk Maxwell publicou o tratado "Teoria Dinâmica do Campo Eletromagnético", no qual descreve a luz como ondulações do campo eletromagnético.

A teoria explica conjuntamente a eletricidade e o magnetismo como manifestações do campo eletromagnético: uma carga elétrica produz um campo elétrico à sua volta, como cabelos rodeando uma cabeça. Tal como a gravidade, seu efeito cai com o quadrado da distância. Campos magnéticos são gerados quando cargas elétricas são aceleradas.

Uma rolha oscilando numa piscina cria ondas circulares. Imagine que a rolha é uma carga elétrica; ao oscilar, ondas eletromagnéticas são irradiadas concentricamente. (A carga as emite em três direções, e não duas.) Se a rolha subir e descer rápido, as ondas estarão próximas, terão frequência alta; se lentamente, a frequência será baixa.

Algo assim ocorre com as ondas eletromagnéticas, que podem ter altas e baixas frequências: o que chamamos de luz visível é um tipo de onda com frequências entre 400 e 790 Terahertz (1 Terahertz=1.012 ciclos/segundo). Já os raios X e gama têm frequências bem mais altas, enquanto o infravermelho e as micro-ondas têm frequências mais baixas.

Maxwell imaginou que, tal como ondas na água ou de som, a luz precisasse de um meio para se propagar. Esse era o estranho éter: transparente, imponderável e muito rígido, uma quase impossibilidade. Mas todos acreditavam nele, mesmo após os experimentos de Michelson e Morley não o terem encontrado.

Só em 1905 o jovem Einstein descartou o éter com a sua teoria da relatividade: ao contrário de todas as outras, as ondas eletromagnéticas podem se propagar no vazio. (É possível que ondas gravitacionais também o façam, assunto que fica para outra semana.)

Para complicar, a luz não tem massa. "Como algo que não tem massa pode existir?", perguntaria o leitor. Em física, energia é mais útil que massa. E a luz tem energia, podendo ser descrita como onda ou partícula: Newton e Maxwell estavam corretos. As partículas de luz, os fótons, têm energia proporcional à frequência. (Vê-se logo a estranheza: uma partícula com frequência, que é propriedade de onda!)

Lembro-me das palavras de Daniel Boorstin: "O maior obstáculo à novas descobertas não é a ignorância; é a ilusão do saber". Mesmo que saibamos tanto sobre o mundo, sabemos ainda tão pouco.
 
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Facebook: goo.gl/93dHI

Folha de S.Paulo
15/07/2012 

sábado, 31 de março de 2012

De que realmente somos feitos? Um pouco de ciência

Quando Shakespeare escreveu que “somos feitos da mesma matéria que nossos sonhos”, ele estava querendo dizer que a vida é um mistério. Não sabemos – como ainda não o conseguimos saber – quando e como a vida surgiu.

Somos feitos, sim, da poeira do Universo. Em nós estão todos os elementos que o compõem e, portanto, há uma conexão entre o Cosmos e o Homem. Uma ligação entre o micro e o macro em nós. Somos capazes de inalar um gás e demais compostos químicos que surgiram quando as estrelas nasceram desde o Big Bang.
Mas qual foi mesmo o fato mais surpreendente fato do Universo? Esta pergunta foi respondida pelo astrônomo norte-americano Neil deGrasse Tyson, Diretor do Planetário Hayden no Museu Americano de História Natural em Manhattan’s Upper West Side. Você pensa que não o conhece, certo? Sim, você o conhece. Uma de suas fotografias virou um meme na internet.


Veja, então, o vídeo feito por Max Schlickenmeyer em que ele, em belas imagens da Terra e do Universo, apresenta a resposta dada pelo astrônomo.
Visite o canal do Max Schlickenmeyer no Youtube e assine-o para ver mais vídeos bacanas.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Física Quântica: indicada para casos crônicos de falta de humildade



Quando se pensa e se faz o trabalho como obra poética em vez de sofrimento contumaz, sempre vem à mente a questão do “trabalho digno”, isto é, aqueles ou aquelas que se consideram superiores como seres humanos apenas porque têm um emprego socialmente mais valorizado.
Aliás, é sempre nesses casos que entra em cena o famoso “sabe com quem você está falando?”
Um dia procurei representar uma possível resposta científica a essa arrogante pergunta, e, de forma sintética, registrei essa representação em um livro meu chamado A escola e o conhecimento (Cortez); agora, de forma mais extensa e coloquial, aqui vai este relato, partindo do nosso lugar maior, o universo, até chegar a nós.
Hoje, em física quântica, não se fala mais um universo, mas em multiverso. A suposição de que exista um único universo não tem mais lugar na Física. A ciência fala em multiverso e que estamos em um dos universos possíveis. Este tem provavelmente o formato cilíndrico, em função da curvatura do espaço, portanto, ele é finito e tem porta de saída, que são os buracos negros, por onde ele vai minando e se esvaziando. Até 2002, era quase certo que o nosso universo fosse cilíndrico, hoje já há alguma suspeita de que talvez não. Mas a teoria ainda não foi derrubada em sua totalidade. Supõe-se que este universo possível em que estamos apareceu há 15 bilhões de anos. Alguns falam em 13 bilhões, outros em 18, mas a hipótese menos implausível no momento é que estamos num universo que apareceu há 15 bilhões de anos, resultante de uma grande explosão, que o cientista inglês Fred Hoyle apelidou de gozação de big-bang, e esse nome pegou.
Qual é a lógica? Há 15 bilhões de anos, é como se se pegasse uma mola e fosse apertando, apertando, apertando até o limite, e se amarrasse com uma cordinha. Imagine o que tem ali de matéria concentrada e energia retida! Supostamente, nesse período, todo o universo estava num único ponto adensado, como uma mola apertada e, então, alguém, alguma força – Deus, não sei, aqui a discussão é de outra natureza – cortou a cordinha. E aí, essa mola, o nosso universo está em expansão até hoje. E haverá um momento em que ele chegará ao máximo de elasticidade e irá encolher outra vez. A ciência já calculou que o encolhimento acontecerá em 12 bilhões de anos. Fique tranqüilo, até lá você já estará aposentado pelas novas regras.
Você pode cogitar algo que a Física tem como teoria: ele vai encolher e se expandir outra vez. Talvez haja uma lei do universo em que o movimento da vida é expansão e encolhimento. Como é o nosso pulmão, como bate o nosso coração, com sístole e diástole. Como é o movimento do nosso sexo, que expande e encolhe, seja o masculino, seja o feminino. Parece que existe uma lógica nisso, que os orientais, especialmente os chineses e indianos, capturaram em suas religiões, aquela coisa do inspirar e expirar. Parece haver uma lógica nisso, a ciência tem isso como hipótese.
Assim, há 15 bilhões de anos, houve uma grande explosão atômica, que gerou uma aceleração inacreditável de matéria e liberação de energia. Essa matéria se agregou formando o que nós, humanos, chamamos de estrelas e elas se juntaram, formando o que chamamos de galáxias (do grego galaktos, leite). A ciência calcula que existam em nosso universo aproximadamente 200 bilhões de galáxias. Uma delas é a nossa, a Via Láctea, que é “leite”, em latim. Aliás, nem é uma galáxia tão grande; calcula-se que ela tenha cerca de 100 bilhões de estrelas. Portanto, estamos em uma galáxia, que é uma entre 200 bilhões de galáxias, num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Nessa nossa galáxia, repleta de estrelas, uma delas é o que agora chamam de estrela-anã, o Sol. Em volta dessa estrelinha giram algumas massas planetárias sem luz própria, nove ao todo, talvez oito (pela polêmica classificação em debate). A terceira delas, a partir do Sol, é a Terra. O que é a Terra?
A Terra é um planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer. Veja como nós somos importantes….
Aliás, veja como nós temos razão de nos termos considerado na história o centro do universo. Tem gente que é tão humilde que acha que Deus fez tudo isso só para nós existirmos aqui. Isso é que é um Deus que entende da relação custo-benefício. Tem indivíduo que acha coisa pior, que Deus fez tudo isso só para esta pessoa existir. Com o dinheiro que carrega, com a cor da pele que tem, com a escola que freqüentou, com o sotaque que usa, com a religião que pratica.
Nesse lugarzinho tem uma coisa chamada vida. A ciência calcula que em nosso planeta haja mais de trinta milhões de espécies de vida, mas até agora só classificou por volta de três milhões de espécies. Uma delas é a nossa: homo sapiens. Que é uma entre três milhões de espécies já classificadas, que vive num planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Essa espécie tem, em 2007, aproximadamente 6,4 bilhões de indivíduos.
Um deles é você.
Você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Quem és tu? Tu é o vice-treco do sub-troço!
É por isso que todas às vezes na vida que alguém me pergunta: “Você sabe com quem está falando?”, eu respondo: “Você tem tempo?”
 
Por Mário Sérgio Cortella.


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