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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

LAÇOS HUMANOS


Quase sempre somos flagrados de cabeças baixas com os dedos subindo e descendo pela tela de um tablet ou celular. O constrangimento é imediato, até porque devíamos nos cumprimentar ou nos relacionar com pessoas, ao invés de grudar os olhos em nossas máquinas. Lembro-me que uma vez, espantada, uma senhora bastante idosa me perguntou: "Jackis, por que as pessoas estão tão enfiadas com a cara nessas coisas?" Ao que respondi: "Estão conversando com outras pessoas, pesquisando, ouvindo música, assistindo vídeos ou fazendo qualquer outra coisa. Tentei justificar que esses aparelhos oferecem muitas opções". Fingindo ter entendido, a senhora fez um sinal negativo com a cabeça, e mudou de assunto.
Por incrível que pareça, ainda há muita gente que está fora desse processo de inclusão tecnológica, ou por que simplesmente não quer ou não tem oportunidades ou se sente mais feliz sem essas supermáquinas.
Dados do IBGE apontam que 130,8 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone móvel celular para uso pessoal já em 2013.
Só pra termos uma ideia, segundo fonte da http://www1.folha.uol.com.br/…/1476690-numero-de-brasileiro…, o número de brasileiros que acessa a internet por telefone celular atingiu 52,5 milhões em 2013.
O impacto desses números nas relações humanas é muito forte, produzindo assim uma massa bem significativa de gente que está mudando o comportamento em função do virtual.
"Entrevistado a respeito da crescente popularidade do namoro pela Internet, em detrimento dos bares para solteiros e das seções especializadas dos jornais e revistas, um jovem de 28 anos da Universidade de Bath apontou uma vantagem decisiva da relação eletrônica: 'Sempre se pode apertar a tecla de deletar'" (BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido. Sobre a fragilidade dos laços humanos. Trad. de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p. 13.).
Crianças, jovens, adultos e até mesmo idosos ostentam em suas redes sociais uma lista interminável de milhares de amigos, porém, esquecem que são relações virtuais, muito fáceis de entrar e sair, de serem desmanchadas. Num clique podemos bloquear ou desbloquear alguém, ao ponto de manipularmos as relações como se fossem um simples jogo. Quanta fragilidade! Apenas um clique pode nos deixar sem nem um amigo.
Laços humanos, não tão duradouros quanto antes, se desfazem rapidamente na liquidez de nossa modernidade, no dizer do sociólogo alemão Bauman. Para ele, as pessoas se comportam como se estivessem sobre uma fina camada de gelo. Se não passarem velozmente por ela correm o risco de afundarem no lago. Eis a ambivalência: segurança e liberdade.
Bauman afirma que a nova modalidade de amizade proposta pelo Facebook, por exemplo, é atrativa porque oferece para nós uma forma fácil de entrar e sair de uma relação em rede. Diferente da concepção de rede, os laços humanos geram infinitas discussões, sentimentos de culpa, mentiras, consequências traumáticas para serem possivelmente desfeitos.
Conectar e desconectar uma pessoa de sua vida virtual parece ser bem mais fácil, agora fazer e desfazer laços humanos nos moldes da vida real e de suas implicações é muito mais difícil.
O problema é que tem muita gente misturando uma relação em rede (forjando uma outra espécie de amizade) com a concepção de laços humanos, o tradicional modelo de amizade.

Jackislandy Meira de M. Silva. Professor, filósofo e teólogo.
www.umasreflexoes.blogspot.com.br / www.chegadootempo.blogspot.com.br

sábado, 16 de março de 2013

PROEMI - Ferramentas filosóficas: Oralidade, interpretação textual e tecnologias

Inscreva-se já! Você que é estudante da Escola Estadual Teônia Amaral, as inscrições para inúmeras oficinas do Programa do Ensino Médio Inovador, que funcionarão no contraturno da Escola, estarão abertas a partir desta terça-feira, dia 19/03 e vão até 22/03.
O Prof. Jackislandy Meira estará oferecendo a oficina de FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS. O estudante interessado é só procurar o Professor ou a direção da Escola para se inscrever.
Conheça o Projeto do Professor Jackislandy Meira de Medeiros Silva e venha participar:


PROEMI – PROGRAMA DO ENSINO MÉDIO INOVADOR
ESCOLA ESTADUAL TEÔNIA AMARAL – ANO 2013
FLORÂNIA – RN


FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS.

Oficinas:
    1) Com a fala também se aprende;
             Objetivo geral: 
 
Desenvolver no estudante a possiblidade de aprender com seus argumentos por meio de diálogos dramáticos, debates, mesa-redonda, seminários, conversações, entrevistas e demais exposições.

Objetivos específicos:

O estudante poderá aprimorar sua extensão vocal, impostação e colocação da voz. Alcançará maior fluidez na linguagem quando precisar comunicar ou divulgar o seu trabalho. Terá oportunidade de educar a sua fala, bem como dominá-la mais, trabalhá-la e torná-la ainda mais eficaz nos trabalhos escolares e em outras apresentações de interesse individual e coletivo. Será interessante também, gerar no estudante um apelo auditivo; saber ouvir; viver o que o outro está ouvindo e sentindo. A possibilidade de, com a leitura e com a audição da fala do outro, imprimir certa comoção na turma ou nos colegas.

    2) A descoberta das ideias no texto
             Objetivo geral:

Conduzir o estudante por diversos tecidos textuais, de modo que estabeleça comparações, releituras a partir de sua visão de mundo, de sua vida.

Objetivos específicos:

O estudante manterá contato mais direto com o texto escrito, no caso aqui o texto ou fragmentos ou diálogos filosóficos para fazer uma relação com a dimensão oral vista anteriormente. Importante notar que a interpretação surgirá aos poucos como apoio para o entendimento do conteúdo daquilo que se fala, do contrário, seria praticamente difícil imprimir sentimento, vida e emoção ao que se está falando ou dialogando.

         3) Uso de ferramentas tecnológicas: e-mails, internet, blogs, portfólio virtual, ebooks, vídeos...

Objetivo geral:

Subverter a ordem tecnológica do puro entretenimento para uma nova ordem inteligente do uso dessas ferramentas em que o estudante informe-se, aprenda e reflita conteúdos veiculados em rede.

Objetivos específicos: 
 
A tecnologia será muito mais uma via de mediação para a desenvoltura da fala e da interpretação do texto filosófico do que simplesmente um mecanismo de entretenimento de alienação e controle. O estudante descobrirá o quanto ele está no controle das tecnologias e não o contrário. O estudante, depois que adquirir habilidade do uso da fala e uma razoável compreensão do que está sendo dito, poderá se comunicar com mais segurança e confiança. E para inteirá-lo ao mundo da comunicação rápida e virtual, será oferecido a ele aulas de criação de e-mails, blogs e navegação na internet, de modo que estas ferramentas auxilie à sua aprendizagem, amplie sua socialização e atue numa constante troca de conteúdos em tempo real para a vida toda.


Autor: Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

sábado, 9 de fevereiro de 2013

NEM TUDO É O QUE PARECE


Capitalismo! Uma ideia de ordem que vende sem parar. Passando pelo que comemos, bebemos e pelo que vestimos, como se não bastasse, pelo que desejamos, inclusive, a felicidade. Sim, vende-se também felicidade. Lucra-se com ela, por ela e para ela. Nunca se vendeu tanta autoajuda como hoje. Vendemos conselhos motivacionais. Eles valem ouro. As pessoas buscam o tempo todo uma receita para viver melhor. Uma receita que lhes ensinem a viver. Mas tudo em nome do capitalismo. Uma dominação política sustentada na ilusão de que nossos desejos são satisfeitos, quando na verdade não são. Isso mesmo é uma farsa.
No capitalismo liberal, nem tudo, ou melhor, quase tudo não é o que parece. As sociedades capitalistas como a nossa se esforçam, sacrificam-se único e exclusivamente por uma fantasia de satisfação de desejos. Não refletimos sobre o que se passa conosco. Simplesmente nos basta o gozo ou o prazer fantasmático de algo satisfeito, de um conforto mentirosamente alcançado. O capitalismo, então, nos dá este conforto, e ele, assim como nós, não se dá por satisfeito, mas cria outros e mais outros novos estímulos, de modo a nos controlar compulsivamente. Não só nos tornamos consumidores por necessidade de sobrevivência, mas por manutenção de prazeres diários.
A verdade é que, por causa do capitalismo, somos incapazes de ver além de nossos desejos, de dar sentido a eles, de descobrir quem somos. Com isso, passamos a ser vistos aos poucos como máquinas de produção de conforto, porém muito conforto. Atolados demais em conforto, a sociedade fica doente, vulnerável a toda sorte de males. Nós ficamos doentes, ao ponto de sequer questionar o modo como vivemos. Não damos mais alternativas ao capitalismo e nem desconfiamos dele, visto que “parece mais fácil imaginar o fim do mundo que uma mudança muito mais modesta no modo de produção, como se o capitalismo liberal fosse o 'real' que de algum modo sobreviverá, mesmo na eventualidade de uma catástrofe ecológica global...(...) Pode-se afirmar categoricamente a existência de uma 'qua' matriz geradora que regula a relação entre o visível e o invisível, o imaginável e o inimaginável, bem como as mudanças nessa relação”(Slavoj Zizek, in Um Mapa da Ideologia, p. 07).
Repare que paira sobre nós uma sensação estranha de dominação política, sobretudo em tempos de realidade virtual, de sofisticação tecnológica, outro dado que se junta ao capitalismo para controlar nossos desejos e ansiedades. Vivemos meio que deslocados do mundo real, fora do espaço e tempo em que ocupamos. Estamos nos enchendo de informações via celulares, Ipads e Laptops, e isso costuma não dar em nada, pois nos tornamos até mais despolitizados. Consumimos ideologia por desejo e não por reflexão.
Interessa-nos muito mais a relação amorosa de uma atriz que mora em Londres ou em New York do que o número alarmante de separações de casais em nosso país. Rende mais debate um terremoto que ocorre no Japão ou um desequilíbrio climático ao redor do mundo do que com a carência de fios de aço para cirurgias na saúde pública do RN. Discussões sobre o descaso com a infraestrutura do país como transportes, saneamento, educação, políticas públicas de convivência com o semiárido... Nada disso importa o quanto importa a realização de uma Copa do Mundo no Brasil, o que é preocupante porque nem a Copa e tudo o que dizem dela é o que parece. Nem tudo é o que parece. A Copa do mundo, bem como o carnaval e uma porção de coisa no Brasil tentam esconder corrupção, altos impostos e inflação que oprimem a população.
Penso que a pauta das discussões políticas e sociais está indo na onda do capitalismo liberal que pretende esvaziar mais ainda o debate cultural entre os povos pela via superficial da informação virtual cada vez mais disseminada no mundo. O filósofo esloveno Slavoj Zizek, numa obra organizada por ele, Um Mapa da Ideologia, assim nos alerta para o perigo do capitalismo: “Hoje em dia, muito ouvimos e lemos sobre como a própria sobrevivência da espécie humana está ameaçada pela perspectiva da catástrofe ecológica (diminuição da camada de ozônio, o efeito estufa etc.). O verdadeiro perigo, entretanto, acha-se em outro lugar: o que está ameaçado, em última análise, é a própria essência do homem. Ao nos esforçarmos por prevenir a catástrofe ecológica iminente, com soluções tecnológicas cada vez mais novas, estamos, na verdade, simplesmente jogando lenha na fogueira e, com isso, agravando a ameaça à essência espiritual do homem, que não pode ser reduzido a um animal tecnológico”(p. 22).

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bel. em Teologia, Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica e Pós-graduando em Estudos Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O processo de socialização da Educação a distância no Brasil


Pelo texto “Ensaio sobre a Educação a Distância no Brasil” da autora Maria Luiza Belloni, no tocante aos Processos de Socialização, pudemos perceber que é uma tentativa clara e aberta de preparar os jovens indivíduos das novas gerações para o uso dos meios técnicos disponíveis na sociedade. Ora, é cada vez mais comum em nossa sociedade a utilização, mesmo banalizada é claro, dos instrumentos tecnológicos para fins de comunicação e interação social. Já é quase impensável viver em sociedade sem um celular ou um computador plugados à internet. A mediação de máquinas em nossas relações é quase uma necessidade de sobrevivência. É muito notório em nosso meio o uso das máquinas para se relacionar. Sendo assim, é oportuna a observação feita no Ensaio, do ponto de vista da sociologia, “que não há mais como constestar que as diferentes mídias eletrônicas assumem um papel cada vez mais importante no processo de socialização”(BELLONI, Maria Luiza. Ensaio Sobre a Educação a Distância no Brasil in Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 78, Abril/2002, p. 118). A partir disso, como negligenciar a evidência desses recursos técnicos tão presentes na sociedade vigente? De um lado, as crianças aprendendo sozinhas porque já possuem afinidade com essas novas teconologias, pois convivem em casa com esse tipo de máquina; escolas particulares equipando ou aparelhando suas instituições com máquinas de última geração, sem pessoal eficaz e capaz para operá-las. Por outro lado, temos as escolas públicas que tentam acelerar os passos lentos no processo de informatização de suas instituições. O pessoal dos Governos Municipal, Estadual e Federal abarrotando as escolas públicas de computadores, data show e outros recursos não oferece, na mesma medida, o acompanhamento de uma capacitação para coordenadores pedagógicos e professores. Falta gerenciamento e muita boa vontade. O resultado disso é que nossas escolas estão, algumas, diga-se de passagem, repletas de aparelhos multimídia, laboratórios de infomática e etc, inutilizados, porque o acelerado processo de midiatização ou informatização das escolas pelo poder público não tem um acompanhamento de capacitação de pessoal considerado.
Tenho a impressão de que, por causa disso, há um sério contraponto nas escolas entre o avanço teconológico muito imediato e o retrocesso dos profissionais da educação que não acompanham este avanço. Daí surge a pergunta que não quer calar: Por que a mesma intimidade que os nossos filhos tem com as máquinas em casa não pode haver nas escolas? Ou por que eles não são educados a usá-los de forma adequada na escola? As escolas públicas deveriam se importar um pouco mais com essa problemática e já ir inserindo mecanismos metodológicos, como a internet, para quebrar um pouco mais o ranço tradicional dos sistemas de ensino. A crítica que a autora faz em relação às escolas públicas e sua interação com as TIC procede: “as crianças aprendem sozinhas(autodidaxia), lidando com máquinas 'inteligentes' e 'interativas', conteúdos, formas e normas que a instituição escolar, despreparada, mal equipada e desprestigiada, nem sempre aprova e raramente desenvolve”(idem).
Com esse panorama, que não é negativo, mas processual e conflitivo, ousamos justificar pelo chamado choque de gerações por que passamos hoje. O mundo não é o mesmo de há 20 anos. Estamos passando por transformações profundas na economia, na moral, na educação, nas relações sociais, enfim. Por incrível que pareça, as TIC interferem em todas as áreas de conhecimento muito mais hoje do que no passado. Os meios tecnológicos de informação e comunicação não tinham grande influência na vida das sociedades, - bastam lembrar da queda das ditaduras de Honduras e Egito, o quanto a sociedade civil do mundo inteiro não participou via internet, influenciando diretamente na queda desses ditadores - tampouco no processo de socialização entre os próprios indivíduos. A TV e o rádio foram ampliados pela presença da internet em grande parte dos lares brasileiros – Coversamos com as vítimas via internet, em tempo real, no momento do Tsunami e terremoto que varreu o nordeste do Japão ano passado. O mais impressionante é não só absorvermos informação, mas interagirmos com ela. Intervirmos na comunicação, interferirmos na velocidade da informação. A meu ver, o problema funda-se aí, na constatação de que não basta copiar ou repetir informações ou multiplicá-las até, mas cogitá-las, reformando e interiorizando todo e qualquer tipo de conteúdo veiculado, dependendo da reflexão crítica, intuitiva, e da criatividade do usuário. Nesse ponto justamente entra o papel maravilhoso da educação presencial e à distância.
Ao invés de negligenciar os recursos técnicos como bem fazem as escolas e academias públicas, devíamos tentar inserir os meios mais sofisticados da tecnologia mundial a serviço das escolas, bem como de uma grande parte da população ainda excluída do acesso ao mundo virtual que presta os mais variados serviços às pessoas, desde a emissão de contracheque, compras até cursos de bom nível educacional.
É óbvio que não dá para ficarmos fora de todos os recursos tecnológicos à nossa disposição. Isso é praticamente impensável, mas cuidemos, como bem demonstra o Ensaio, de não entrarmos no jogo capitalista de consumo exacerbado dos bens tecnológicos, porque isso pode nos anestesiar frente às profundas desigualdades sociais que nos cercam e nos envolvem. Mesmo com todo avanço da ciência e da técnica, o mundo ainda não está livre da fome, da miséria, da pobreza, das doenças, da corrupção. Paira sobre nós ainda um grande atraso cultural e político. É preciso alertar: “Nos países subdesenvolvidos porém industrializados e altamente urbanizados; pobres e atrasados cultural e politicamente, mas com 'bolsões tecnificados' e globalizados; nesses países as contradições e as desigualdades sociais tendem a ser agravadas pelo avanço tecnológico”(idem, p. 119).
Certamente, como nos afirma a autora do Ensaio, na contramão do capitalismo e do neoliberalismo selvagem, eis que surge a entrada da EaD como promotora de uma educação mais econômica e de qualidade, “(...) no qual o uso intensivo das TIC se combina com as técnicas de gestão e marketing, gerando formas inéditas de ensino que podem até resultar, às vezes e com sorte, em efetiva aprendizagem”(idem, p. 121).

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
Bacharel em Teologia, Licenciado em Filosofia e Especialização em Metafísica

sábado, 31 de março de 2012

De que realmente somos feitos? Um pouco de ciência

Quando Shakespeare escreveu que “somos feitos da mesma matéria que nossos sonhos”, ele estava querendo dizer que a vida é um mistério. Não sabemos – como ainda não o conseguimos saber – quando e como a vida surgiu.

Somos feitos, sim, da poeira do Universo. Em nós estão todos os elementos que o compõem e, portanto, há uma conexão entre o Cosmos e o Homem. Uma ligação entre o micro e o macro em nós. Somos capazes de inalar um gás e demais compostos químicos que surgiram quando as estrelas nasceram desde o Big Bang.
Mas qual foi mesmo o fato mais surpreendente fato do Universo? Esta pergunta foi respondida pelo astrônomo norte-americano Neil deGrasse Tyson, Diretor do Planetário Hayden no Museu Americano de História Natural em Manhattan’s Upper West Side. Você pensa que não o conhece, certo? Sim, você o conhece. Uma de suas fotografias virou um meme na internet.


Veja, então, o vídeo feito por Max Schlickenmeyer em que ele, em belas imagens da Terra e do Universo, apresenta a resposta dada pelo astrônomo.
Visite o canal do Max Schlickenmeyer no Youtube e assine-o para ver mais vídeos bacanas.

domingo, 9 de outubro de 2011

Serenidade




Antes mesmo de encerrar algumas linhas sob o aspecto da serenidade, é importante ressaltar que desde Epicuro até Heidegger, o grande sábio é aquele que atinge a serenidade, a paz.
No correr desses dias, de altos assuntos tecnológicos, principalmente pela morte recente de Steve Jobs, acionista majoritário da “apple”, um gênio da informática e idealista do “imac”, do “iphone” e do “ipad”, insurge-se em torno de nós uma preocupação extrema com as próximas novidades tecnológicas, uma vez que Steve era obcecado pelo novo, pelas mudanças. A pergunta que não quer calar vem à tona: O que virá agora? Muitos jovens, adolescentes e até adultos, bem como uma parte considerável da população mundial, certamente, está se perguntando agora. O que virá depois da morte de Steve Jobs? Mas, pergunto-me, o que tem a ver a serenidade com tudo isso? Ah! Veremos.
Com tantos achados tecnológicos e a incrível emancipação humana frente à ciência, será possível ainda que o mundo venha a se perguntar por novidades tecnológicas? É... Não estamos satisfeitos! Quanto mais entramos e nos infiltramos no interior das máquinas de ponta do mundo contemporâneo, mais e mais nos sentimos seduzidos por elas. Quem seduz quem? É a inversão(confusão) do sistema capitalista. Nos relacionamos muito mais com os nossos notbooks, iphones e ipads; do que com os nossos irmãos, pais e amigos. Isso produz, compulsivamente, sujeitos de desejos que se atraem por novas e cada vez mais novíssimas máquinas com designers diferentes. As pessoas não se contêm e correm avassaladoramente para as incríveis, não menos tentadoras, invenções tecnológicas.
Dessa forma, dificilmente conseguimos pensar. A esfera tecnológica, repleta de entretenimentos, nos faz suspender o pensamento, ou pelo menos, pensar de outro modo. Porém, se sentimos falta da reflexão, do pensamento, do verdadeiro pensar, é porque precisamos repensar a serenidade. Coisa parecida escreve Heidegger: “Há dois tipos de pensar, cada um dos quais é, por sua vez e a sua maneira, justificado e necessário: o pensar calculador (rechenende Denken) e a reflexão meditativa (besinnliche Nachdenken). É a esta última a que nos referimos quando dizemos que o homem de hoje foge ante o pensar”(Cf. M. Heidegger, Serenidade, trad. M.M. Andrade e O. Santos, Lisboa, Ed.Instituto Piaget, 1959, p.13-13).
Aí está o caminho da reflexão. Nessa direção se dá o anúncio dessa estranha tendência filosófica que supõe a Serenidade no dizer de Heidegger: “Podemos utilizar os objetos técnicos tal como eles têm de ser utilizados. Mas podemos, simultaneamente, deixar esses objetos descansar em si mesmos, como algo que não interessa àquilo que temos de mais íntimo e de mais próprio. Podemos dizer sim à utilização inevitável dos objetos técnicos e podemos ao mesmo tempo dizer não impedindo que nos absorvam e, desse modo, verguem, confundam e, por fim, esgotem a nossa natureza (...) Deixemos os objetos técnicos entrar em nosso mundo cotidiano e ao mesmo tempo deixemos-los repousar em si mesmos como coisas que não são algo de absoluto, mas que dependem elas próprias de algo superior”(idem, p. 22-23s).
Heidegger viveu numa época de deslumbramento da técnica, ao ponto de reivindicar uma melhor relação da ciência com a filosofia. Aliás, dificilmente se fazia filosofia sem ciência. Nietzsche, Heidegger e outros foram o grande contraponto desse momento. Mesmo assim, a ciência insistia em se impor. Os dias de Heidegger não eram tão diferentes dos nossos. O início do séc. XX provou ser o alvorecer dos encantos e desencantos da ciência: Criação e testes da bomba atômica, criação de armas químicas, guerras, fome no mundo, doenças... Um século que se mostrou contraditório e por demais desumano que viu morrer 6 milhões, senão mais, de judeus e outras inúmeras pessoas, submissas ao ódio de um tirano no poder. Tempos horríveis que despertaram no humano uma tremenda sede de paz, de serenidade. Fomos marcados, injustificavelmente, por duas grandes guerras mundiais com consequências terríveis de destruição em massa.
Os tempos são outros, mas com algumas semelhanças. Como se não bastasse, já somos herdeiros de uma ideologia norte-americana que tem ódio do terror do Oriente Médio. Vimos o assustador 11 de setembro de 2001. Não obstante, há um certo maravilhamento comparado à época de Heidegger, em que se vislumbram inovações tecnológicas capazes de nos deixar perplexos pelo conforto, pela praticidade, pela mobilidade e, mais que isso, pelo entretenimento oferecido aos usuários das inventividades de Steve Jobs. Este é o mundo de Bill Gates, Steve Jobs e de outros mais. Querendo ou não, este é o nosso mundo!
Todavia, não é deste mundo que vem a nossa paz, tal como afirma a Sagrada Escritura: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá”(Jo 14.27). Somente com a experiência da serenidade é que podemos dizer sim ou não a este mundo, pois a serenidade ou o estado sereno diante da vida ou das coisas nos permite ascender a um outro estágio de mistério e contemplação que é a sabedoria segundo Heidegger. Na linha da natureza e da vida sem ascendê-las, Epicuro nos assegura que a serenidade é uma espécie de impertubabilidade da alma que culmina numa vida boa, não numa boa vida, chamando a isso também de vida sábia. Portanto, serenidade é sim sabedoria.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bacharel em Teologia, Licenciado em Filosofia e Especialista em Metafísica

terça-feira, 2 de junho de 2009

O que alguns não viram...


Quem não atravessou o século passado para este certamente não se vislumbrou com uma série de avanços tecnológicos que ajudam a melhorar ou a piorar a vida, dependendo de como se valorizam tais avanços. Decerto, o processo aconteceu muito rapidamente, quase como num passe de mágica, num estalar de dedos. As sociedades, ditas civilizadas, caminharam a passos largos. Os avanços estão aí para qualquer um tirar suas conclusões.
Outro dia estava lendo um fabuloso livro, “Não nascemos prontos!”, de Mario Sergio Cortella, o qual relatava, num de seus capítulos, a história da romancista e dramaturga francesa Marguerite Yourcenar(1903-1987) que assim se expressou, ao escrever sobre o passado: “quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana”. Nascida em Bruxelas quando o século XX ainda esta longe de mostrar a sua face, vindo a morrer aos 84 anos, avizinhando-se do alvorecer do século XXI.
Assim como ela, muitos personagens não puderam alcançar tão venturoso século, repleto de avanços, mas coberto por frangalhos éticos que banham nossa política. Distando apenas alguns anos do século que ora vivemos, não foram poucas as Marguerites, as Franciscas, as Joanas, as Marias, as Fátimas, enfim. Qual passado não pode estar presente nas celulares memórias de Marguerite? O que estes personagens não viram? O que eles não puderam ver? Essas perguntas foram lançadas por Sergio Cortella, e agora faço delas também as minhas interrogações sobre o que não fora visto por eles.
Marguerite não viu a ovelha Dolly e não se assustou com os desdobramentos possíveis da clonagem; não falou a partir de um celular; não navegou na internet; não ingeriu alimentos geneticamente modificados; não ouviu música em um CD; não testemunhou a regularização(em alguns países) da eutanásia e da união civil entre pessoas do mesmo sexo; não acompanhou a sonda Marte(com hipótese de outras formas de vida); não viu o estopim da economia dos EUA, cujos estilhaços atingiram globalmente o nosso planeta; não viu a emocionante eleição de Nelson Mandela(depois de quase 28 anos de prisão) para presidir a África do Sul no primeiro governo após o término formal do apartheid; não viu José Saramago receber o Nobel de Literatura, inédito para um escritor de língua portuguesa; não viu alguns ideais nazistas ressurgirem em determinados focos na Europa que, criando uma União Européia, lançou uma moeda única...
Tudo isso apenas no ínterim entre a morte de Marguerite e o início do século XXI! Para nós, foram testemunhas oculares e tal como sobreviveram na memória humana poderiam ser outros; dependerão sempre, do ponto de vista de quem lembra, uma vez que o esquecimento é algo constante em nossas vidas e bastante pertinente para nos renovarmos. Por isso, é necessário permanecer memorável o pensamento contemporâneo de William Faulker: “Ontem só acabará amanhã, e amanhã começou há dez mil anos”...

Texto adaptado por mim, do livro que aconselho sua leitura: CORTELLA, Mario Sergio. Não Nascemos Prontos! Provocações Filosóficas. Rio de Janeiro, RJ: Vozes. 2008.

Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo. Confiram os blogs:
www.umasreflexoes.blogspot.com e www.chegadootempo.blogspot.com

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Curso de Capacitação de Informática na Escola Estadual Teônia Amaral



É bem verdade que trata-se de uma enorme exigência para o profissional da Educação saber manejar ou manusear um aparelho de computador, seja o seu PC, ou até mesmo, e aqui está o objetivo do curso, saber operar os micro-computadores presentes no seu local de trabalho, a Escola Estadual Teônia Amaral. Sendo assim, essa Instituição já conta com um laboratório montado de dez ou mais computadores à disposição dos seus professores, alunos, funcionários, a fim de melhorar ainda mais o processo pedagógico de ensino-aprendizagem. É preciso saber, sobretudo, que por trás destas poderosas máquinas, existe o homem como criador, empenhado em humanizá-las com sua ética e inteligência.

“Assim, atualmente a questão que se apresenta no âmbito da informática é a do domínio dos desafios suscitados pela inclusão do computador na vida cotidiana” (PCNs, pág. 183 sobre conhecimentos de informática). Daí, a cobrança da sociedade civil organizada, como também do alunado em geral, ser tão visível nos dias de hoje, uma vez que a velocidade de informações entram e saem de nós rapidamente pela internet.

Pois bem, assuntos como esses e outros foram ardentemente discutidos em grupos sob a orientação ou mediação pedagógica da Sra. Professora Maria Berenice de Araújo Dantas, do Núcleo de Tecnologia Educacional José Augusto, Caicó/RN, que, com afeição, com dignidade, empatia, procurou fornecer subsídios e mecanismos práticos para podermos lidar, de modo simples e fácil, com um programa novo e seguro entre nós, o “linux”.

Esse programa – o linux – quebrou uma série de preconceitos dos que participavam do curso porque só tínhamos, embora limitada, familiaridade com o “windows”, mais presente nas casas de internet e em nossos computadores de uso particular. Pensávamos, ainda, que o linux era difícil para digitação de textos, formatação, arquivamento de conteúdos, impressão, copiar e colar arquivos e assim por diante, mas vimos quão prático e simples é operar esse programa, na medida em que muda pouca coisa, uma delas é a nomenclatura, em relação ao “windows”. Além da enorme riqueza em aprender a manusear o linux através desse curso de capacitação, tivemos a oportunidade de adquirir experiência com aulas práticas de laboratório; debate de conteúdos ligados a operação do computador; o conhecimento da teoria da informática; a percepção e sensibilização física da máquina; a idéia de elaborar um Projeto; a importância de se trabalhar um Projeto em sala de aula; o desempenho do Professor em acompanhar um Projeto; os aplicativos BrOffice.org.Impress; os aplicativos BrOffice.Org.Writer. Dentre tantos conteúdos disponíveis no curso, mencionamos apenas estes que fazem justiça a proposta e a seriedade da capacitação, pois infelizmente não poucos colegas profissionais se pouparam de fazê-la. O diagnóstico avaliativo do curso leva em consideração a pontualidade, a assiduidade, a elaboração de textos, a participação, o interesse e a elaboração e aplicação de um Projeto final. O Projeto tem como característica trabalhar as diversas disciplinas e suas tecnologias. O tema problemático escolhido por todos os participantes foi o Turismo que servirá de eixo interdisciplinar e social para a comunidade escolar.

É bom lembrar que ao término do curso, cada profissional da Educação será contemplado com um certificado de conclusão de 40h/aula.


Professor de Filosofia e Sociologia, Jackislandy Meira.

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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

LAÇOS HUMANOS


Quase sempre somos flagrados de cabeças baixas com os dedos subindo e descendo pela tela de um tablet ou celular. O constrangimento é imediato, até porque devíamos nos cumprimentar ou nos relacionar com pessoas, ao invés de grudar os olhos em nossas máquinas. Lembro-me que uma vez, espantada, uma senhora bastante idosa me perguntou: "Jackis, por que as pessoas estão tão enfiadas com a cara nessas coisas?" Ao que respondi: "Estão conversando com outras pessoas, pesquisando, ouvindo música, assistindo vídeos ou fazendo qualquer outra coisa. Tentei justificar que esses aparelhos oferecem muitas opções". Fingindo ter entendido, a senhora fez um sinal negativo com a cabeça, e mudou de assunto.
Por incrível que pareça, ainda há muita gente que está fora desse processo de inclusão tecnológica, ou por que simplesmente não quer ou não tem oportunidades ou se sente mais feliz sem essas supermáquinas.
Dados do IBGE apontam que 130,8 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone móvel celular para uso pessoal já em 2013.
Só pra termos uma ideia, segundo fonte da http://www1.folha.uol.com.br/…/1476690-numero-de-brasileiro…, o número de brasileiros que acessa a internet por telefone celular atingiu 52,5 milhões em 2013.
O impacto desses números nas relações humanas é muito forte, produzindo assim uma massa bem significativa de gente que está mudando o comportamento em função do virtual.
"Entrevistado a respeito da crescente popularidade do namoro pela Internet, em detrimento dos bares para solteiros e das seções especializadas dos jornais e revistas, um jovem de 28 anos da Universidade de Bath apontou uma vantagem decisiva da relação eletrônica: 'Sempre se pode apertar a tecla de deletar'" (BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido. Sobre a fragilidade dos laços humanos. Trad. de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p. 13.).
Crianças, jovens, adultos e até mesmo idosos ostentam em suas redes sociais uma lista interminável de milhares de amigos, porém, esquecem que são relações virtuais, muito fáceis de entrar e sair, de serem desmanchadas. Num clique podemos bloquear ou desbloquear alguém, ao ponto de manipularmos as relações como se fossem um simples jogo. Quanta fragilidade! Apenas um clique pode nos deixar sem nem um amigo.
Laços humanos, não tão duradouros quanto antes, se desfazem rapidamente na liquidez de nossa modernidade, no dizer do sociólogo alemão Bauman. Para ele, as pessoas se comportam como se estivessem sobre uma fina camada de gelo. Se não passarem velozmente por ela correm o risco de afundarem no lago. Eis a ambivalência: segurança e liberdade.
Bauman afirma que a nova modalidade de amizade proposta pelo Facebook, por exemplo, é atrativa porque oferece para nós uma forma fácil de entrar e sair de uma relação em rede. Diferente da concepção de rede, os laços humanos geram infinitas discussões, sentimentos de culpa, mentiras, consequências traumáticas para serem possivelmente desfeitos.
Conectar e desconectar uma pessoa de sua vida virtual parece ser bem mais fácil, agora fazer e desfazer laços humanos nos moldes da vida real e de suas implicações é muito mais difícil.
O problema é que tem muita gente misturando uma relação em rede (forjando uma outra espécie de amizade) com a concepção de laços humanos, o tradicional modelo de amizade.

Jackislandy Meira de M. Silva. Professor, filósofo e teólogo.
www.umasreflexoes.blogspot.com.br / www.chegadootempo.blogspot.com.br

sábado, 16 de março de 2013

PROEMI - Ferramentas filosóficas: Oralidade, interpretação textual e tecnologias

Inscreva-se já! Você que é estudante da Escola Estadual Teônia Amaral, as inscrições para inúmeras oficinas do Programa do Ensino Médio Inovador, que funcionarão no contraturno da Escola, estarão abertas a partir desta terça-feira, dia 19/03 e vão até 22/03.
O Prof. Jackislandy Meira estará oferecendo a oficina de FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS. O estudante interessado é só procurar o Professor ou a direção da Escola para se inscrever.
Conheça o Projeto do Professor Jackislandy Meira de Medeiros Silva e venha participar:


PROEMI – PROGRAMA DO ENSINO MÉDIO INOVADOR
ESCOLA ESTADUAL TEÔNIA AMARAL – ANO 2013
FLORÂNIA – RN


FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS.

Oficinas:
    1) Com a fala também se aprende;
             Objetivo geral: 
 
Desenvolver no estudante a possiblidade de aprender com seus argumentos por meio de diálogos dramáticos, debates, mesa-redonda, seminários, conversações, entrevistas e demais exposições.

Objetivos específicos:

O estudante poderá aprimorar sua extensão vocal, impostação e colocação da voz. Alcançará maior fluidez na linguagem quando precisar comunicar ou divulgar o seu trabalho. Terá oportunidade de educar a sua fala, bem como dominá-la mais, trabalhá-la e torná-la ainda mais eficaz nos trabalhos escolares e em outras apresentações de interesse individual e coletivo. Será interessante também, gerar no estudante um apelo auditivo; saber ouvir; viver o que o outro está ouvindo e sentindo. A possibilidade de, com a leitura e com a audição da fala do outro, imprimir certa comoção na turma ou nos colegas.

    2) A descoberta das ideias no texto
             Objetivo geral:

Conduzir o estudante por diversos tecidos textuais, de modo que estabeleça comparações, releituras a partir de sua visão de mundo, de sua vida.

Objetivos específicos:

O estudante manterá contato mais direto com o texto escrito, no caso aqui o texto ou fragmentos ou diálogos filosóficos para fazer uma relação com a dimensão oral vista anteriormente. Importante notar que a interpretação surgirá aos poucos como apoio para o entendimento do conteúdo daquilo que se fala, do contrário, seria praticamente difícil imprimir sentimento, vida e emoção ao que se está falando ou dialogando.

         3) Uso de ferramentas tecnológicas: e-mails, internet, blogs, portfólio virtual, ebooks, vídeos...

Objetivo geral:

Subverter a ordem tecnológica do puro entretenimento para uma nova ordem inteligente do uso dessas ferramentas em que o estudante informe-se, aprenda e reflita conteúdos veiculados em rede.

Objetivos específicos: 
 
A tecnologia será muito mais uma via de mediação para a desenvoltura da fala e da interpretação do texto filosófico do que simplesmente um mecanismo de entretenimento de alienação e controle. O estudante descobrirá o quanto ele está no controle das tecnologias e não o contrário. O estudante, depois que adquirir habilidade do uso da fala e uma razoável compreensão do que está sendo dito, poderá se comunicar com mais segurança e confiança. E para inteirá-lo ao mundo da comunicação rápida e virtual, será oferecido a ele aulas de criação de e-mails, blogs e navegação na internet, de modo que estas ferramentas auxilie à sua aprendizagem, amplie sua socialização e atue numa constante troca de conteúdos em tempo real para a vida toda.


Autor: Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

sábado, 9 de fevereiro de 2013

NEM TUDO É O QUE PARECE


Capitalismo! Uma ideia de ordem que vende sem parar. Passando pelo que comemos, bebemos e pelo que vestimos, como se não bastasse, pelo que desejamos, inclusive, a felicidade. Sim, vende-se também felicidade. Lucra-se com ela, por ela e para ela. Nunca se vendeu tanta autoajuda como hoje. Vendemos conselhos motivacionais. Eles valem ouro. As pessoas buscam o tempo todo uma receita para viver melhor. Uma receita que lhes ensinem a viver. Mas tudo em nome do capitalismo. Uma dominação política sustentada na ilusão de que nossos desejos são satisfeitos, quando na verdade não são. Isso mesmo é uma farsa.
No capitalismo liberal, nem tudo, ou melhor, quase tudo não é o que parece. As sociedades capitalistas como a nossa se esforçam, sacrificam-se único e exclusivamente por uma fantasia de satisfação de desejos. Não refletimos sobre o que se passa conosco. Simplesmente nos basta o gozo ou o prazer fantasmático de algo satisfeito, de um conforto mentirosamente alcançado. O capitalismo, então, nos dá este conforto, e ele, assim como nós, não se dá por satisfeito, mas cria outros e mais outros novos estímulos, de modo a nos controlar compulsivamente. Não só nos tornamos consumidores por necessidade de sobrevivência, mas por manutenção de prazeres diários.
A verdade é que, por causa do capitalismo, somos incapazes de ver além de nossos desejos, de dar sentido a eles, de descobrir quem somos. Com isso, passamos a ser vistos aos poucos como máquinas de produção de conforto, porém muito conforto. Atolados demais em conforto, a sociedade fica doente, vulnerável a toda sorte de males. Nós ficamos doentes, ao ponto de sequer questionar o modo como vivemos. Não damos mais alternativas ao capitalismo e nem desconfiamos dele, visto que “parece mais fácil imaginar o fim do mundo que uma mudança muito mais modesta no modo de produção, como se o capitalismo liberal fosse o 'real' que de algum modo sobreviverá, mesmo na eventualidade de uma catástrofe ecológica global...(...) Pode-se afirmar categoricamente a existência de uma 'qua' matriz geradora que regula a relação entre o visível e o invisível, o imaginável e o inimaginável, bem como as mudanças nessa relação”(Slavoj Zizek, in Um Mapa da Ideologia, p. 07).
Repare que paira sobre nós uma sensação estranha de dominação política, sobretudo em tempos de realidade virtual, de sofisticação tecnológica, outro dado que se junta ao capitalismo para controlar nossos desejos e ansiedades. Vivemos meio que deslocados do mundo real, fora do espaço e tempo em que ocupamos. Estamos nos enchendo de informações via celulares, Ipads e Laptops, e isso costuma não dar em nada, pois nos tornamos até mais despolitizados. Consumimos ideologia por desejo e não por reflexão.
Interessa-nos muito mais a relação amorosa de uma atriz que mora em Londres ou em New York do que o número alarmante de separações de casais em nosso país. Rende mais debate um terremoto que ocorre no Japão ou um desequilíbrio climático ao redor do mundo do que com a carência de fios de aço para cirurgias na saúde pública do RN. Discussões sobre o descaso com a infraestrutura do país como transportes, saneamento, educação, políticas públicas de convivência com o semiárido... Nada disso importa o quanto importa a realização de uma Copa do Mundo no Brasil, o que é preocupante porque nem a Copa e tudo o que dizem dela é o que parece. Nem tudo é o que parece. A Copa do mundo, bem como o carnaval e uma porção de coisa no Brasil tentam esconder corrupção, altos impostos e inflação que oprimem a população.
Penso que a pauta das discussões políticas e sociais está indo na onda do capitalismo liberal que pretende esvaziar mais ainda o debate cultural entre os povos pela via superficial da informação virtual cada vez mais disseminada no mundo. O filósofo esloveno Slavoj Zizek, numa obra organizada por ele, Um Mapa da Ideologia, assim nos alerta para o perigo do capitalismo: “Hoje em dia, muito ouvimos e lemos sobre como a própria sobrevivência da espécie humana está ameaçada pela perspectiva da catástrofe ecológica (diminuição da camada de ozônio, o efeito estufa etc.). O verdadeiro perigo, entretanto, acha-se em outro lugar: o que está ameaçado, em última análise, é a própria essência do homem. Ao nos esforçarmos por prevenir a catástrofe ecológica iminente, com soluções tecnológicas cada vez mais novas, estamos, na verdade, simplesmente jogando lenha na fogueira e, com isso, agravando a ameaça à essência espiritual do homem, que não pode ser reduzido a um animal tecnológico”(p. 22).

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bel. em Teologia, Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica e Pós-graduando em Estudos Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O processo de socialização da Educação a distância no Brasil


Pelo texto “Ensaio sobre a Educação a Distância no Brasil” da autora Maria Luiza Belloni, no tocante aos Processos de Socialização, pudemos perceber que é uma tentativa clara e aberta de preparar os jovens indivíduos das novas gerações para o uso dos meios técnicos disponíveis na sociedade. Ora, é cada vez mais comum em nossa sociedade a utilização, mesmo banalizada é claro, dos instrumentos tecnológicos para fins de comunicação e interação social. Já é quase impensável viver em sociedade sem um celular ou um computador plugados à internet. A mediação de máquinas em nossas relações é quase uma necessidade de sobrevivência. É muito notório em nosso meio o uso das máquinas para se relacionar. Sendo assim, é oportuna a observação feita no Ensaio, do ponto de vista da sociologia, “que não há mais como constestar que as diferentes mídias eletrônicas assumem um papel cada vez mais importante no processo de socialização”(BELLONI, Maria Luiza. Ensaio Sobre a Educação a Distância no Brasil in Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 78, Abril/2002, p. 118). A partir disso, como negligenciar a evidência desses recursos técnicos tão presentes na sociedade vigente? De um lado, as crianças aprendendo sozinhas porque já possuem afinidade com essas novas teconologias, pois convivem em casa com esse tipo de máquina; escolas particulares equipando ou aparelhando suas instituições com máquinas de última geração, sem pessoal eficaz e capaz para operá-las. Por outro lado, temos as escolas públicas que tentam acelerar os passos lentos no processo de informatização de suas instituições. O pessoal dos Governos Municipal, Estadual e Federal abarrotando as escolas públicas de computadores, data show e outros recursos não oferece, na mesma medida, o acompanhamento de uma capacitação para coordenadores pedagógicos e professores. Falta gerenciamento e muita boa vontade. O resultado disso é que nossas escolas estão, algumas, diga-se de passagem, repletas de aparelhos multimídia, laboratórios de infomática e etc, inutilizados, porque o acelerado processo de midiatização ou informatização das escolas pelo poder público não tem um acompanhamento de capacitação de pessoal considerado.
Tenho a impressão de que, por causa disso, há um sério contraponto nas escolas entre o avanço teconológico muito imediato e o retrocesso dos profissionais da educação que não acompanham este avanço. Daí surge a pergunta que não quer calar: Por que a mesma intimidade que os nossos filhos tem com as máquinas em casa não pode haver nas escolas? Ou por que eles não são educados a usá-los de forma adequada na escola? As escolas públicas deveriam se importar um pouco mais com essa problemática e já ir inserindo mecanismos metodológicos, como a internet, para quebrar um pouco mais o ranço tradicional dos sistemas de ensino. A crítica que a autora faz em relação às escolas públicas e sua interação com as TIC procede: “as crianças aprendem sozinhas(autodidaxia), lidando com máquinas 'inteligentes' e 'interativas', conteúdos, formas e normas que a instituição escolar, despreparada, mal equipada e desprestigiada, nem sempre aprova e raramente desenvolve”(idem).
Com esse panorama, que não é negativo, mas processual e conflitivo, ousamos justificar pelo chamado choque de gerações por que passamos hoje. O mundo não é o mesmo de há 20 anos. Estamos passando por transformações profundas na economia, na moral, na educação, nas relações sociais, enfim. Por incrível que pareça, as TIC interferem em todas as áreas de conhecimento muito mais hoje do que no passado. Os meios tecnológicos de informação e comunicação não tinham grande influência na vida das sociedades, - bastam lembrar da queda das ditaduras de Honduras e Egito, o quanto a sociedade civil do mundo inteiro não participou via internet, influenciando diretamente na queda desses ditadores - tampouco no processo de socialização entre os próprios indivíduos. A TV e o rádio foram ampliados pela presença da internet em grande parte dos lares brasileiros – Coversamos com as vítimas via internet, em tempo real, no momento do Tsunami e terremoto que varreu o nordeste do Japão ano passado. O mais impressionante é não só absorvermos informação, mas interagirmos com ela. Intervirmos na comunicação, interferirmos na velocidade da informação. A meu ver, o problema funda-se aí, na constatação de que não basta copiar ou repetir informações ou multiplicá-las até, mas cogitá-las, reformando e interiorizando todo e qualquer tipo de conteúdo veiculado, dependendo da reflexão crítica, intuitiva, e da criatividade do usuário. Nesse ponto justamente entra o papel maravilhoso da educação presencial e à distância.
Ao invés de negligenciar os recursos técnicos como bem fazem as escolas e academias públicas, devíamos tentar inserir os meios mais sofisticados da tecnologia mundial a serviço das escolas, bem como de uma grande parte da população ainda excluída do acesso ao mundo virtual que presta os mais variados serviços às pessoas, desde a emissão de contracheque, compras até cursos de bom nível educacional.
É óbvio que não dá para ficarmos fora de todos os recursos tecnológicos à nossa disposição. Isso é praticamente impensável, mas cuidemos, como bem demonstra o Ensaio, de não entrarmos no jogo capitalista de consumo exacerbado dos bens tecnológicos, porque isso pode nos anestesiar frente às profundas desigualdades sociais que nos cercam e nos envolvem. Mesmo com todo avanço da ciência e da técnica, o mundo ainda não está livre da fome, da miséria, da pobreza, das doenças, da corrupção. Paira sobre nós ainda um grande atraso cultural e político. É preciso alertar: “Nos países subdesenvolvidos porém industrializados e altamente urbanizados; pobres e atrasados cultural e politicamente, mas com 'bolsões tecnificados' e globalizados; nesses países as contradições e as desigualdades sociais tendem a ser agravadas pelo avanço tecnológico”(idem, p. 119).
Certamente, como nos afirma a autora do Ensaio, na contramão do capitalismo e do neoliberalismo selvagem, eis que surge a entrada da EaD como promotora de uma educação mais econômica e de qualidade, “(...) no qual o uso intensivo das TIC se combina com as técnicas de gestão e marketing, gerando formas inéditas de ensino que podem até resultar, às vezes e com sorte, em efetiva aprendizagem”(idem, p. 121).

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
Bacharel em Teologia, Licenciado em Filosofia e Especialização em Metafísica

sábado, 31 de março de 2012

De que realmente somos feitos? Um pouco de ciência

Quando Shakespeare escreveu que “somos feitos da mesma matéria que nossos sonhos”, ele estava querendo dizer que a vida é um mistério. Não sabemos – como ainda não o conseguimos saber – quando e como a vida surgiu.

Somos feitos, sim, da poeira do Universo. Em nós estão todos os elementos que o compõem e, portanto, há uma conexão entre o Cosmos e o Homem. Uma ligação entre o micro e o macro em nós. Somos capazes de inalar um gás e demais compostos químicos que surgiram quando as estrelas nasceram desde o Big Bang.
Mas qual foi mesmo o fato mais surpreendente fato do Universo? Esta pergunta foi respondida pelo astrônomo norte-americano Neil deGrasse Tyson, Diretor do Planetário Hayden no Museu Americano de História Natural em Manhattan’s Upper West Side. Você pensa que não o conhece, certo? Sim, você o conhece. Uma de suas fotografias virou um meme na internet.


Veja, então, o vídeo feito por Max Schlickenmeyer em que ele, em belas imagens da Terra e do Universo, apresenta a resposta dada pelo astrônomo.
Visite o canal do Max Schlickenmeyer no Youtube e assine-o para ver mais vídeos bacanas.

domingo, 9 de outubro de 2011

Serenidade




Antes mesmo de encerrar algumas linhas sob o aspecto da serenidade, é importante ressaltar que desde Epicuro até Heidegger, o grande sábio é aquele que atinge a serenidade, a paz.
No correr desses dias, de altos assuntos tecnológicos, principalmente pela morte recente de Steve Jobs, acionista majoritário da “apple”, um gênio da informática e idealista do “imac”, do “iphone” e do “ipad”, insurge-se em torno de nós uma preocupação extrema com as próximas novidades tecnológicas, uma vez que Steve era obcecado pelo novo, pelas mudanças. A pergunta que não quer calar vem à tona: O que virá agora? Muitos jovens, adolescentes e até adultos, bem como uma parte considerável da população mundial, certamente, está se perguntando agora. O que virá depois da morte de Steve Jobs? Mas, pergunto-me, o que tem a ver a serenidade com tudo isso? Ah! Veremos.
Com tantos achados tecnológicos e a incrível emancipação humana frente à ciência, será possível ainda que o mundo venha a se perguntar por novidades tecnológicas? É... Não estamos satisfeitos! Quanto mais entramos e nos infiltramos no interior das máquinas de ponta do mundo contemporâneo, mais e mais nos sentimos seduzidos por elas. Quem seduz quem? É a inversão(confusão) do sistema capitalista. Nos relacionamos muito mais com os nossos notbooks, iphones e ipads; do que com os nossos irmãos, pais e amigos. Isso produz, compulsivamente, sujeitos de desejos que se atraem por novas e cada vez mais novíssimas máquinas com designers diferentes. As pessoas não se contêm e correm avassaladoramente para as incríveis, não menos tentadoras, invenções tecnológicas.
Dessa forma, dificilmente conseguimos pensar. A esfera tecnológica, repleta de entretenimentos, nos faz suspender o pensamento, ou pelo menos, pensar de outro modo. Porém, se sentimos falta da reflexão, do pensamento, do verdadeiro pensar, é porque precisamos repensar a serenidade. Coisa parecida escreve Heidegger: “Há dois tipos de pensar, cada um dos quais é, por sua vez e a sua maneira, justificado e necessário: o pensar calculador (rechenende Denken) e a reflexão meditativa (besinnliche Nachdenken). É a esta última a que nos referimos quando dizemos que o homem de hoje foge ante o pensar”(Cf. M. Heidegger, Serenidade, trad. M.M. Andrade e O. Santos, Lisboa, Ed.Instituto Piaget, 1959, p.13-13).
Aí está o caminho da reflexão. Nessa direção se dá o anúncio dessa estranha tendência filosófica que supõe a Serenidade no dizer de Heidegger: “Podemos utilizar os objetos técnicos tal como eles têm de ser utilizados. Mas podemos, simultaneamente, deixar esses objetos descansar em si mesmos, como algo que não interessa àquilo que temos de mais íntimo e de mais próprio. Podemos dizer sim à utilização inevitável dos objetos técnicos e podemos ao mesmo tempo dizer não impedindo que nos absorvam e, desse modo, verguem, confundam e, por fim, esgotem a nossa natureza (...) Deixemos os objetos técnicos entrar em nosso mundo cotidiano e ao mesmo tempo deixemos-los repousar em si mesmos como coisas que não são algo de absoluto, mas que dependem elas próprias de algo superior”(idem, p. 22-23s).
Heidegger viveu numa época de deslumbramento da técnica, ao ponto de reivindicar uma melhor relação da ciência com a filosofia. Aliás, dificilmente se fazia filosofia sem ciência. Nietzsche, Heidegger e outros foram o grande contraponto desse momento. Mesmo assim, a ciência insistia em se impor. Os dias de Heidegger não eram tão diferentes dos nossos. O início do séc. XX provou ser o alvorecer dos encantos e desencantos da ciência: Criação e testes da bomba atômica, criação de armas químicas, guerras, fome no mundo, doenças... Um século que se mostrou contraditório e por demais desumano que viu morrer 6 milhões, senão mais, de judeus e outras inúmeras pessoas, submissas ao ódio de um tirano no poder. Tempos horríveis que despertaram no humano uma tremenda sede de paz, de serenidade. Fomos marcados, injustificavelmente, por duas grandes guerras mundiais com consequências terríveis de destruição em massa.
Os tempos são outros, mas com algumas semelhanças. Como se não bastasse, já somos herdeiros de uma ideologia norte-americana que tem ódio do terror do Oriente Médio. Vimos o assustador 11 de setembro de 2001. Não obstante, há um certo maravilhamento comparado à época de Heidegger, em que se vislumbram inovações tecnológicas capazes de nos deixar perplexos pelo conforto, pela praticidade, pela mobilidade e, mais que isso, pelo entretenimento oferecido aos usuários das inventividades de Steve Jobs. Este é o mundo de Bill Gates, Steve Jobs e de outros mais. Querendo ou não, este é o nosso mundo!
Todavia, não é deste mundo que vem a nossa paz, tal como afirma a Sagrada Escritura: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá”(Jo 14.27). Somente com a experiência da serenidade é que podemos dizer sim ou não a este mundo, pois a serenidade ou o estado sereno diante da vida ou das coisas nos permite ascender a um outro estágio de mistério e contemplação que é a sabedoria segundo Heidegger. Na linha da natureza e da vida sem ascendê-las, Epicuro nos assegura que a serenidade é uma espécie de impertubabilidade da alma que culmina numa vida boa, não numa boa vida, chamando a isso também de vida sábia. Portanto, serenidade é sim sabedoria.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bacharel em Teologia, Licenciado em Filosofia e Especialista em Metafísica

terça-feira, 2 de junho de 2009

O que alguns não viram...


Quem não atravessou o século passado para este certamente não se vislumbrou com uma série de avanços tecnológicos que ajudam a melhorar ou a piorar a vida, dependendo de como se valorizam tais avanços. Decerto, o processo aconteceu muito rapidamente, quase como num passe de mágica, num estalar de dedos. As sociedades, ditas civilizadas, caminharam a passos largos. Os avanços estão aí para qualquer um tirar suas conclusões.
Outro dia estava lendo um fabuloso livro, “Não nascemos prontos!”, de Mario Sergio Cortella, o qual relatava, num de seus capítulos, a história da romancista e dramaturga francesa Marguerite Yourcenar(1903-1987) que assim se expressou, ao escrever sobre o passado: “quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana”. Nascida em Bruxelas quando o século XX ainda esta longe de mostrar a sua face, vindo a morrer aos 84 anos, avizinhando-se do alvorecer do século XXI.
Assim como ela, muitos personagens não puderam alcançar tão venturoso século, repleto de avanços, mas coberto por frangalhos éticos que banham nossa política. Distando apenas alguns anos do século que ora vivemos, não foram poucas as Marguerites, as Franciscas, as Joanas, as Marias, as Fátimas, enfim. Qual passado não pode estar presente nas celulares memórias de Marguerite? O que estes personagens não viram? O que eles não puderam ver? Essas perguntas foram lançadas por Sergio Cortella, e agora faço delas também as minhas interrogações sobre o que não fora visto por eles.
Marguerite não viu a ovelha Dolly e não se assustou com os desdobramentos possíveis da clonagem; não falou a partir de um celular; não navegou na internet; não ingeriu alimentos geneticamente modificados; não ouviu música em um CD; não testemunhou a regularização(em alguns países) da eutanásia e da união civil entre pessoas do mesmo sexo; não acompanhou a sonda Marte(com hipótese de outras formas de vida); não viu o estopim da economia dos EUA, cujos estilhaços atingiram globalmente o nosso planeta; não viu a emocionante eleição de Nelson Mandela(depois de quase 28 anos de prisão) para presidir a África do Sul no primeiro governo após o término formal do apartheid; não viu José Saramago receber o Nobel de Literatura, inédito para um escritor de língua portuguesa; não viu alguns ideais nazistas ressurgirem em determinados focos na Europa que, criando uma União Européia, lançou uma moeda única...
Tudo isso apenas no ínterim entre a morte de Marguerite e o início do século XXI! Para nós, foram testemunhas oculares e tal como sobreviveram na memória humana poderiam ser outros; dependerão sempre, do ponto de vista de quem lembra, uma vez que o esquecimento é algo constante em nossas vidas e bastante pertinente para nos renovarmos. Por isso, é necessário permanecer memorável o pensamento contemporâneo de William Faulker: “Ontem só acabará amanhã, e amanhã começou há dez mil anos”...

Texto adaptado por mim, do livro que aconselho sua leitura: CORTELLA, Mario Sergio. Não Nascemos Prontos! Provocações Filosóficas. Rio de Janeiro, RJ: Vozes. 2008.

Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo. Confiram os blogs:
www.umasreflexoes.blogspot.com e www.chegadootempo.blogspot.com

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Curso de Capacitação de Informática na Escola Estadual Teônia Amaral



É bem verdade que trata-se de uma enorme exigência para o profissional da Educação saber manejar ou manusear um aparelho de computador, seja o seu PC, ou até mesmo, e aqui está o objetivo do curso, saber operar os micro-computadores presentes no seu local de trabalho, a Escola Estadual Teônia Amaral. Sendo assim, essa Instituição já conta com um laboratório montado de dez ou mais computadores à disposição dos seus professores, alunos, funcionários, a fim de melhorar ainda mais o processo pedagógico de ensino-aprendizagem. É preciso saber, sobretudo, que por trás destas poderosas máquinas, existe o homem como criador, empenhado em humanizá-las com sua ética e inteligência.

“Assim, atualmente a questão que se apresenta no âmbito da informática é a do domínio dos desafios suscitados pela inclusão do computador na vida cotidiana” (PCNs, pág. 183 sobre conhecimentos de informática). Daí, a cobrança da sociedade civil organizada, como também do alunado em geral, ser tão visível nos dias de hoje, uma vez que a velocidade de informações entram e saem de nós rapidamente pela internet.

Pois bem, assuntos como esses e outros foram ardentemente discutidos em grupos sob a orientação ou mediação pedagógica da Sra. Professora Maria Berenice de Araújo Dantas, do Núcleo de Tecnologia Educacional José Augusto, Caicó/RN, que, com afeição, com dignidade, empatia, procurou fornecer subsídios e mecanismos práticos para podermos lidar, de modo simples e fácil, com um programa novo e seguro entre nós, o “linux”.

Esse programa – o linux – quebrou uma série de preconceitos dos que participavam do curso porque só tínhamos, embora limitada, familiaridade com o “windows”, mais presente nas casas de internet e em nossos computadores de uso particular. Pensávamos, ainda, que o linux era difícil para digitação de textos, formatação, arquivamento de conteúdos, impressão, copiar e colar arquivos e assim por diante, mas vimos quão prático e simples é operar esse programa, na medida em que muda pouca coisa, uma delas é a nomenclatura, em relação ao “windows”. Além da enorme riqueza em aprender a manusear o linux através desse curso de capacitação, tivemos a oportunidade de adquirir experiência com aulas práticas de laboratório; debate de conteúdos ligados a operação do computador; o conhecimento da teoria da informática; a percepção e sensibilização física da máquina; a idéia de elaborar um Projeto; a importância de se trabalhar um Projeto em sala de aula; o desempenho do Professor em acompanhar um Projeto; os aplicativos BrOffice.org.Impress; os aplicativos BrOffice.Org.Writer. Dentre tantos conteúdos disponíveis no curso, mencionamos apenas estes que fazem justiça a proposta e a seriedade da capacitação, pois infelizmente não poucos colegas profissionais se pouparam de fazê-la. O diagnóstico avaliativo do curso leva em consideração a pontualidade, a assiduidade, a elaboração de textos, a participação, o interesse e a elaboração e aplicação de um Projeto final. O Projeto tem como característica trabalhar as diversas disciplinas e suas tecnologias. O tema problemático escolhido por todos os participantes foi o Turismo que servirá de eixo interdisciplinar e social para a comunidade escolar.

É bom lembrar que ao término do curso, cada profissional da Educação será contemplado com um certificado de conclusão de 40h/aula.


Professor de Filosofia e Sociologia, Jackislandy Meira.

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