terça-feira, 28 de setembro de 2010

CORRIDA ELEITORAL...


É a última semana em que muitos correm para lá ou para cá ou até mesmo em círculos em busca de votos. A concorrência político partidária em nosso país se afunila cada vez mais esta semana quando muitos candidatos saberão de seus destinos. Veremos, no final do pleito eleitoral, os que sairão “vencedores” e, possivelmente, com o compromisso de atuarem em benefício do povo.

Domingo próximo está afixado no calendário do país como o dia da culminância, o ponto alto desta campanha eleitoral que começou no mês de junho. Uma campanha longa que reúne muitas polêmicas, desde as morais até as sócio político-administrativas, mas que não deixa de ser importante para o eleitorado brasileiro, o qual carrega e encarrega sua consciência de trabalhos diante da responsabilidade de escolher alguns representantes no meio de uma variedade enorme de candidatos que não sabemos se vão ou não corresponder às expectativas de um cargo público.
O período eleitoral está chegando ao fim, pelo menos no que diz respeito ao 1º turno, porém alarga-se mais ainda nosso compromisso de escolher bem o Governador, o Dep. Estadual, o Dep. Federal, dois Senadores e o Presidente, os quais serão decisivos ao abrir novos rumos para o país. Serão seis votos de nossa inteira responsabilidade. Seis votos do tamanho do país. Estados e Federações brasileiras por meio deles, digo, dos votos, serão bem ou mal representados dependendo de nossas escolhas. Mais uma vez, já pela sexta vez depois da redemocratização do país, teremos os rumos da política brasileira em nossas mãos. Será que isso é verdade mesmo? Depende mesmo de nós o futuro do país ou é mais uma ilusão posta em nossa cabeças para favorecer a classe dominante estabelecida? Longe de mim tirar a importância de participarmos de mais uma eleição direta pela escolha de nossos representantes políticos!
O fato é que isso não é verdade. A realidade está posta. Entramos e saímos da frente das urnas a cada dois anos e a sociedade continua com os mesmos problemas sociais e políticos. Infelizmente, ninguém vota na verdade. Ninguém vota na geração de emprego e renda. Ninguém vota na Educação. Alguém vota na saúde? Já viram alguém votar em segurança pública? Alguém por aí, no dia 03 de outubro, vai votar em honestidade? Na hora de votar, será que alguém de nós lembra da justiça? Ninguém vota na justiça. Ninguém vota em dignidade, em menos corrupção. Alguém vota em igualdade social? Votamos, sim, em pessoas ou atores, no dizer do sociólogo francês Alain Touraine, que se revesam, após cada gestão no interesse apenas de permanecerem no poder. O objetivo dos cargos eletivos passa a ser não mais social, e sim meramente político eleitoreiro ou até mesmo econômico, gerando emprego para políticos profissionais e sua parentela. Estamos nos movendo em círculos, em redor e em derredor dos interesses político eleitoreiros de nossos representantes que se caracterizam de bons moços a cada eleições no intuito de transformar o palanque num palco teatral, onde os personagens principais se revesam dentro de um mundo maravilhoso que não há fome, miséria, desemprego, salários baixos, desabrigados, analfabetos, excluídos, injustiçados, perseguidos, nem mesmo há cerceamento de direitos, enfim...
Por isso, é oportuno refletirmos sobre cidadania e democracia. Tornou-se comum ouvir dizer que vivemos num Estado democrático de direito com pleno exercício de nossa cidadania. Parece-me muito banal tudo isso, porque vulgarizamos o sentido de tudo, até mesmo da democracia quando vista pela ótica do direito ao voto. Como diria o saudoso literata português, José Saramago, extraditado de sua terra para morar quase confinado com suas ideias nas Ilhas Canárias, antes de sua morte afirmou em “Este mundo da Injustiça Globalizada”, que vivemos uma falsa democracia. A nossa democracia foi roubada. O mundo transformou a democracia numa plutocracia em função dos interesses de Órgãos internacionais, como as multinacionais. “Tudo isto é verdade, mas é igualmente verdade que a possibilidade de ação democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder econômico, em particular à parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia aspira”.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Eleições sem livre expressão!


ELEIÇÕES SEM LIVRE EXPRESSÃO! Depois de muita luta por democracia, o Brasil vai ter eleição para presidente sem a participação livre de cartunistas e humoristas. Seria apenas engraçada e patética não fosse trágica e lamentável a "ignorança". (Marcelo Tas) http://marcelotas.blog.uol.com.br

Falemos de Política...

É um tema muito delicado, sobretudo na época atual.

Mas o que é política?

Se a etimologia não mente, é a ciência do governo da cidade.

Pode ser que esta definição não lhes agrade; mas isto pouco me embaraça. Estou expondo um novo sistema social; é natural que me aparte das opiniões geralmente admitidas.

Continuemos.

A política é o governo da cidade. A cidade se compõe de freguesias, de ruas, de casas, de famílias e de indivíduos, assim como a nação de províncias e municípios.

Já se vê, pois, que a política deve ser também a ciência de bem governar a casa ou a família, e de promover os interesses dos indivíduos.

Isto é lógico, e ninguém me poderá negar que, promovendo-se estes interesses, não se concorra poderosamente para o melhoramento da freguesia, da província, e finalmente do país.

Daqui resultam, portanto, dois grandes sistemas políticos, dois princípios únicos da ciência do governo.

Um que procede à guisa da análise, que parte do particular para o geral, que promove os interesses públicos por meio dos interesses individuais.

O outro é uma espécie de síntese, desce do geral ao particular, e, melhorando o país, assegura o bem estar dos indivíduos.

Este método, tanto em política, como em lógica, tem geralmente pouca aceitação: de ordinário os espíritos esclarecidos preferem a análise.

Quereis saber como se faz a análise em política?

Em vez de examinarem-se as necessidades do país, examinam-se as necessidades deste ou daquele indivíduo, nomeam-no para um bom emprego criado sem utilidade pública, e o país se incumbe de alimentá-los por uma boa porção de anos.

Lá chega um dia em que se precisa de um ministro, e lança-se mão daquele indivíduo como de um homem predestinado, o único que pode salvar o país.

Eis, portanto, os favores feitos àquele indivíduo dando em resultado um benefício real à causa pública; eis a política por meio do empenho – quero dizer da análise, - criando futuros ministros, futuros presidentes, futuros deputados e senadores.

Alguns espíritos frívolos, que não tem estudado profundamente este sistema político, chamam a isto de patronato!

Ignorantes, que não sabem que cálculo profundo, que sagacidade administrativa é necessária para criar-se um homem que sirva nas ocasiões difíceis!

Estes censuram o deputado que, em vez de se ocupar dos objetos públicos, trata dos seus negócios particulares; falam daqueles que sacrificam os interesses de sua província às exigências de sua candidatura de senador.

E não compreendem que estes hábeis políticos, promovendo os interesses de sua pessoa, de sua casa e de sua família, não tem em vista senão auxiliar o melhoramento do país, partindo do menor para o maior.

De fato, algum dia eles pagarão à nação tudo quanto dela receberam, em projeto de reformas, em avisos, em discursos magníficos. Isto enquanto não vão a Europa passear e fazer conhecida do mundo civilizado a ilustração dos estadistas brasileiros.

E há ainda quem chame a isto patronato, empenho ou desmoralização! Como se em muitos outros países, e até na França, não estivesse em voga este mesmo sistema de governar!

Outrora se dividiam as formas de governo em república, monarquia representativa e monarquia absoluta. Hoje está conhecido que estas divisões são puramente escolásticas, e que não há senão duas maneiras de governo: o governo individual e o governo nacional, o governo dos interesses particulares e o governo dos interesses do país.

Cada um deles pode conduzir ao fim desejado, procedendo por meios diversos.

Um, por exemplo, escolhe o indivíduo para o emprego, segundo a sua aptidão; o outro escolhe o emprego para o indivíduo, segundo a sua importância.

O primeiro ganha um bom empregado, o segundo um excelente aliado. Um pode errar na escolha do indivíduo; o outro pode ser traído pelo seu protegido.

José de Alencar, Correio Mercantil, Rio de Janeiro, 10 de junho de 1855.

Adoniran Barbosa, 100 anos.


Adoniran Barbosa 100 anos - Se voceis pensam que nóis fumos embora / Nóis enganemos voceis / Fingimos que fumos e vortemos / Ói nóis aqui traveis - Arte de Elifas Andreato

Quadrinhos sobre Karl Marx em O Capital...


Wallisson Narciso. Cartunista alagoano, graduado em Sistemas de Informação pela Faculdade de Alagoas ? FAL. Com a influência de vários tipos de quadrinhos, sempre busca inovar e utilizar várias técnicas em seus desenhos, criando desde cartuns a mangás. http://nanquimaoquadrado.com

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade...

VAIDADE DE VAIDADES, TUDO É VAIDADE...


Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos

em que dirás:
Não tenho prazer neles;
antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas, e as filhas da música ficarem abatidas; como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna, e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.

Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.

Além de ser sábio, o pregador também ensinou ao povo o conhecimento, meditando, e estudando, e pondo em ordem muitos provérbios.

Procurou o pregador achar palavras agradáveis, e escreveu com acerto discursos plenos de verdade.

As palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem fixados são as palavras coligidas dos mestres, as quais foram dadas pelo único pastor.

Além disso, filho meu, sê avisado. De fazer muitos livros não há fim; e o muito estudar é enfado da carne.

Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem.

Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.


Eclesiastes 12.1-14.

domingo, 12 de setembro de 2010

Dr. Aurélio, um Médico. Antes de tudo, um floraniense!


Definitivamente, não nos conformamos com a morte. Toda vez que alguém morre sem deixar rastros de explicação, sem deixar motivos para isso, e mesmo que, para alguns, razões ainda possam existir, ela não é o fim, sobretudo, quando se trata de alguém que prestou intensos serviços no ofício da medicina, alguém que passou mais da metade da vida dedicado à arte de devolver a saúde às pessoas, alguém que estava se tornando o que era pelo que fazia: Um pequeno, mas grande homem; Um pequeno, mas enorme coração; Um pequeno, porém gigante Médico.
Repare bem que perdemos um amigo e um Médico de conduta impecável, cujo respeito acompanhava a sua profissão. Tínhamos não só respeito, mas também admiração por ele. Nos instantes mais duros, com problemas de saúde, sabíamos que tinha alguém para nos apoiar, alguém que se importava conosco, alguém que nos entretinha mesmo nos momentos mais duvidosos da nossa existência. Talvez Dr. Aurélio tenha perdido as contas, em quase 40 anos de médico aqui em Florânia, das inúmeras alegrias que proporcionou às pessoas; das incontáveis vidas que ajudou a por no mundo; e de tantas que salvou à beira da morte.
Sim, acredito que deva ser esta a impressão de todos aqueles passavam diariamente pelas mãos ou pelos cuidados do Médico Dr. Aurélio na Cidade de Florânia, seja para um cumprimento, seja para um conselho ou até mesmo para uma consulta. Era um abnegado por sua profissão que a tinha como vocação. Não correspondia aos apelos da medicina só porque tinha um salário a receber no final do mês, mas porque tinha um compromisso com a vida, com a história das pessoas, tanto é que sabia detalhadamente o histórico de cada um dos seus pacientes, pois fazia questão de conviver com os seus prontuários, conhecia cada palmo dos sentidos vitais de seus pacientes, de modo que estabelecia com eles uma relação de puro compromisso profissional. Não relutava aos pedidos de ajuda nas horas de maior urgência para a população, quando da escassez de médico na cidade. Não murmurava quando sabia que a sua assistência podia fazer a diferença num único e exclusivo momento de socorro. Antes de tudo, era um médico presente e solícito, principalmente nas urgências que chegavam inúmeras vezes a bater a porta da sua casa ou a tocar o telefone.
Não são poucas as vezes que queremos fazer a diferença na vida com algo extraordinário, mas com Dr. Aurélio, simplesmente o rotineiro é que estava sendo absolutamente extraordinário. Sempre desempenhou eficazmente seu papel como principal médico da Cidade de Florânia. E isso é uma unanimidade para todos. Será difícil para o floraniense entrar na Maternidade(APAMI) e não ver mais Dr. Aurélio. Também ir ao Centro de Saúde e lá não poder vê-lo. Até mesmo ao redor da Praça e da Matriz, onde dava suas constantes caminhadas, será difícil passar por lá e não poder vê-lo. Na verdade, será duríssimo para o floraniense conviver com a ausência de Dr. Aurélio.
Resta à vida agora nos dar a saudade não só do homem José Aurélio, mas do Médico, do Professor, do Político, e principalmente, do Amigo, DR. AURÉLIO.
Portanto, a sua gentileza e a sua docilidade fizeram-me lembrar de uma passagem bíblica que diz: “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos”(Pv. 16.24).


Saudades,
Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania.com

domingo, 5 de setembro de 2010

Um só é bom!(Mt 19.17)

Num mundo de valores invertidos, não é tão fácil ouvir a intensidade da voz do Mestre: “Não há bom, senão um só que é Deus”(Mt 19.17). Só Deus é bom ou mais que bom. Seria desafiar a própria estrutura das coisas arrumadas com base no relativismo e na fragmentação de todos os valores. A voz de Cristo entra na vida humana, tal como a flor de Drummond que teima em nascer no chão do asfalto. Se é difícil imaginar uma flor nascer na terra dura de um asfalto, avalie então a unidade formidável do bem que é Deus poder entrar no emaranhado mundo de valores relativos, que urgentemente precisa ser revisto.

As pessoas sentem-se paralisadas com um consumismo compulsivo. Há gente por aí que sai de casa para comer comida de casa. Compra as mesmas coisas apenas para satisfazer seu sujeito de desejo, simplesmente para massagear o seu ego. Procuram-se lugares de prazer intenso quando o único lugar é dentro de nós mesmos numa comunhão indissociável com o uno, a unidade absoluta e indestrutível, Deus.

Infelizmente, não se ouve mais essa voz que não quer e não pode, também não deve calar. “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me”(Mt 19.21). Antes desse apelo do Mestre, o jovem rico se perguntava sem cessar: “(...) que me falta ainda?”(Mt 19.20). A resposta estava ali, incrivelmente presente na pessoa de Jesus, bem como o chamado à unidade absoluta.

A pergunta do jovem a Jesus é avassaladora, uma vez que pontua admiravelmente a extensão da ansiedade humana. Não somente em dado momento o homem se pergunta pelo que falta, porém em todos os momentos do curso da história, pois é a marca do quanto se é insaciável, do quanto se é insatisfeito.

A insatisfação, a sede, a procura, a falta é a marca da sociedade presente. Mas, não são as roupas, não são as compras, não são as comidas, não são as bebidas, tampouco o dinheiro, muito menos qualquer bem em particular que possa imediatamente trazer-lhe saciedade e realização pessoal ou autosatisfação, é seguir o apelo do Mestre: “Um só é bom”. Deixe-se atrair pelo Bom, pelo Único, pela Totalidade, pelo Infinito. Seguir a Jesus implica ouvir a sua voz que não é a voz da multidão, que não é a voz da ilusão, que não é a voz de falsas verdades.

Prof.: Jackislandy Meira de Medeiros Silva

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

CORRIDA ELEITORAL...


É a última semana em que muitos correm para lá ou para cá ou até mesmo em círculos em busca de votos. A concorrência político partidária em nosso país se afunila cada vez mais esta semana quando muitos candidatos saberão de seus destinos. Veremos, no final do pleito eleitoral, os que sairão “vencedores” e, possivelmente, com o compromisso de atuarem em benefício do povo.

Domingo próximo está afixado no calendário do país como o dia da culminância, o ponto alto desta campanha eleitoral que começou no mês de junho. Uma campanha longa que reúne muitas polêmicas, desde as morais até as sócio político-administrativas, mas que não deixa de ser importante para o eleitorado brasileiro, o qual carrega e encarrega sua consciência de trabalhos diante da responsabilidade de escolher alguns representantes no meio de uma variedade enorme de candidatos que não sabemos se vão ou não corresponder às expectativas de um cargo público.
O período eleitoral está chegando ao fim, pelo menos no que diz respeito ao 1º turno, porém alarga-se mais ainda nosso compromisso de escolher bem o Governador, o Dep. Estadual, o Dep. Federal, dois Senadores e o Presidente, os quais serão decisivos ao abrir novos rumos para o país. Serão seis votos de nossa inteira responsabilidade. Seis votos do tamanho do país. Estados e Federações brasileiras por meio deles, digo, dos votos, serão bem ou mal representados dependendo de nossas escolhas. Mais uma vez, já pela sexta vez depois da redemocratização do país, teremos os rumos da política brasileira em nossas mãos. Será que isso é verdade mesmo? Depende mesmo de nós o futuro do país ou é mais uma ilusão posta em nossa cabeças para favorecer a classe dominante estabelecida? Longe de mim tirar a importância de participarmos de mais uma eleição direta pela escolha de nossos representantes políticos!
O fato é que isso não é verdade. A realidade está posta. Entramos e saímos da frente das urnas a cada dois anos e a sociedade continua com os mesmos problemas sociais e políticos. Infelizmente, ninguém vota na verdade. Ninguém vota na geração de emprego e renda. Ninguém vota na Educação. Alguém vota na saúde? Já viram alguém votar em segurança pública? Alguém por aí, no dia 03 de outubro, vai votar em honestidade? Na hora de votar, será que alguém de nós lembra da justiça? Ninguém vota na justiça. Ninguém vota em dignidade, em menos corrupção. Alguém vota em igualdade social? Votamos, sim, em pessoas ou atores, no dizer do sociólogo francês Alain Touraine, que se revesam, após cada gestão no interesse apenas de permanecerem no poder. O objetivo dos cargos eletivos passa a ser não mais social, e sim meramente político eleitoreiro ou até mesmo econômico, gerando emprego para políticos profissionais e sua parentela. Estamos nos movendo em círculos, em redor e em derredor dos interesses político eleitoreiros de nossos representantes que se caracterizam de bons moços a cada eleições no intuito de transformar o palanque num palco teatral, onde os personagens principais se revesam dentro de um mundo maravilhoso que não há fome, miséria, desemprego, salários baixos, desabrigados, analfabetos, excluídos, injustiçados, perseguidos, nem mesmo há cerceamento de direitos, enfim...
Por isso, é oportuno refletirmos sobre cidadania e democracia. Tornou-se comum ouvir dizer que vivemos num Estado democrático de direito com pleno exercício de nossa cidadania. Parece-me muito banal tudo isso, porque vulgarizamos o sentido de tudo, até mesmo da democracia quando vista pela ótica do direito ao voto. Como diria o saudoso literata português, José Saramago, extraditado de sua terra para morar quase confinado com suas ideias nas Ilhas Canárias, antes de sua morte afirmou em “Este mundo da Injustiça Globalizada”, que vivemos uma falsa democracia. A nossa democracia foi roubada. O mundo transformou a democracia numa plutocracia em função dos interesses de Órgãos internacionais, como as multinacionais. “Tudo isto é verdade, mas é igualmente verdade que a possibilidade de ação democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder econômico, em particular à parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia aspira”.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
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www.twitter.com/filoflorania

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Eleições sem livre expressão!


ELEIÇÕES SEM LIVRE EXPRESSÃO! Depois de muita luta por democracia, o Brasil vai ter eleição para presidente sem a participação livre de cartunistas e humoristas. Seria apenas engraçada e patética não fosse trágica e lamentável a "ignorança". (Marcelo Tas) http://marcelotas.blog.uol.com.br

Falemos de Política...

É um tema muito delicado, sobretudo na época atual.

Mas o que é política?

Se a etimologia não mente, é a ciência do governo da cidade.

Pode ser que esta definição não lhes agrade; mas isto pouco me embaraça. Estou expondo um novo sistema social; é natural que me aparte das opiniões geralmente admitidas.

Continuemos.

A política é o governo da cidade. A cidade se compõe de freguesias, de ruas, de casas, de famílias e de indivíduos, assim como a nação de províncias e municípios.

Já se vê, pois, que a política deve ser também a ciência de bem governar a casa ou a família, e de promover os interesses dos indivíduos.

Isto é lógico, e ninguém me poderá negar que, promovendo-se estes interesses, não se concorra poderosamente para o melhoramento da freguesia, da província, e finalmente do país.

Daqui resultam, portanto, dois grandes sistemas políticos, dois princípios únicos da ciência do governo.

Um que procede à guisa da análise, que parte do particular para o geral, que promove os interesses públicos por meio dos interesses individuais.

O outro é uma espécie de síntese, desce do geral ao particular, e, melhorando o país, assegura o bem estar dos indivíduos.

Este método, tanto em política, como em lógica, tem geralmente pouca aceitação: de ordinário os espíritos esclarecidos preferem a análise.

Quereis saber como se faz a análise em política?

Em vez de examinarem-se as necessidades do país, examinam-se as necessidades deste ou daquele indivíduo, nomeam-no para um bom emprego criado sem utilidade pública, e o país se incumbe de alimentá-los por uma boa porção de anos.

Lá chega um dia em que se precisa de um ministro, e lança-se mão daquele indivíduo como de um homem predestinado, o único que pode salvar o país.

Eis, portanto, os favores feitos àquele indivíduo dando em resultado um benefício real à causa pública; eis a política por meio do empenho – quero dizer da análise, - criando futuros ministros, futuros presidentes, futuros deputados e senadores.

Alguns espíritos frívolos, que não tem estudado profundamente este sistema político, chamam a isto de patronato!

Ignorantes, que não sabem que cálculo profundo, que sagacidade administrativa é necessária para criar-se um homem que sirva nas ocasiões difíceis!

Estes censuram o deputado que, em vez de se ocupar dos objetos públicos, trata dos seus negócios particulares; falam daqueles que sacrificam os interesses de sua província às exigências de sua candidatura de senador.

E não compreendem que estes hábeis políticos, promovendo os interesses de sua pessoa, de sua casa e de sua família, não tem em vista senão auxiliar o melhoramento do país, partindo do menor para o maior.

De fato, algum dia eles pagarão à nação tudo quanto dela receberam, em projeto de reformas, em avisos, em discursos magníficos. Isto enquanto não vão a Europa passear e fazer conhecida do mundo civilizado a ilustração dos estadistas brasileiros.

E há ainda quem chame a isto patronato, empenho ou desmoralização! Como se em muitos outros países, e até na França, não estivesse em voga este mesmo sistema de governar!

Outrora se dividiam as formas de governo em república, monarquia representativa e monarquia absoluta. Hoje está conhecido que estas divisões são puramente escolásticas, e que não há senão duas maneiras de governo: o governo individual e o governo nacional, o governo dos interesses particulares e o governo dos interesses do país.

Cada um deles pode conduzir ao fim desejado, procedendo por meios diversos.

Um, por exemplo, escolhe o indivíduo para o emprego, segundo a sua aptidão; o outro escolhe o emprego para o indivíduo, segundo a sua importância.

O primeiro ganha um bom empregado, o segundo um excelente aliado. Um pode errar na escolha do indivíduo; o outro pode ser traído pelo seu protegido.

José de Alencar, Correio Mercantil, Rio de Janeiro, 10 de junho de 1855.

Adoniran Barbosa, 100 anos.


Adoniran Barbosa 100 anos - Se voceis pensam que nóis fumos embora / Nóis enganemos voceis / Fingimos que fumos e vortemos / Ói nóis aqui traveis - Arte de Elifas Andreato

Quadrinhos sobre Karl Marx em O Capital...


Wallisson Narciso. Cartunista alagoano, graduado em Sistemas de Informação pela Faculdade de Alagoas ? FAL. Com a influência de vários tipos de quadrinhos, sempre busca inovar e utilizar várias técnicas em seus desenhos, criando desde cartuns a mangás. http://nanquimaoquadrado.com

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade...

VAIDADE DE VAIDADES, TUDO É VAIDADE...


Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos

em que dirás:
Não tenho prazer neles;
antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas, e as filhas da música ficarem abatidas; como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna, e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.

Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.

Além de ser sábio, o pregador também ensinou ao povo o conhecimento, meditando, e estudando, e pondo em ordem muitos provérbios.

Procurou o pregador achar palavras agradáveis, e escreveu com acerto discursos plenos de verdade.

As palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem fixados são as palavras coligidas dos mestres, as quais foram dadas pelo único pastor.

Além disso, filho meu, sê avisado. De fazer muitos livros não há fim; e o muito estudar é enfado da carne.

Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem.

Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.


Eclesiastes 12.1-14.

domingo, 12 de setembro de 2010

Dr. Aurélio, um Médico. Antes de tudo, um floraniense!


Definitivamente, não nos conformamos com a morte. Toda vez que alguém morre sem deixar rastros de explicação, sem deixar motivos para isso, e mesmo que, para alguns, razões ainda possam existir, ela não é o fim, sobretudo, quando se trata de alguém que prestou intensos serviços no ofício da medicina, alguém que passou mais da metade da vida dedicado à arte de devolver a saúde às pessoas, alguém que estava se tornando o que era pelo que fazia: Um pequeno, mas grande homem; Um pequeno, mas enorme coração; Um pequeno, porém gigante Médico.
Repare bem que perdemos um amigo e um Médico de conduta impecável, cujo respeito acompanhava a sua profissão. Tínhamos não só respeito, mas também admiração por ele. Nos instantes mais duros, com problemas de saúde, sabíamos que tinha alguém para nos apoiar, alguém que se importava conosco, alguém que nos entretinha mesmo nos momentos mais duvidosos da nossa existência. Talvez Dr. Aurélio tenha perdido as contas, em quase 40 anos de médico aqui em Florânia, das inúmeras alegrias que proporcionou às pessoas; das incontáveis vidas que ajudou a por no mundo; e de tantas que salvou à beira da morte.
Sim, acredito que deva ser esta a impressão de todos aqueles passavam diariamente pelas mãos ou pelos cuidados do Médico Dr. Aurélio na Cidade de Florânia, seja para um cumprimento, seja para um conselho ou até mesmo para uma consulta. Era um abnegado por sua profissão que a tinha como vocação. Não correspondia aos apelos da medicina só porque tinha um salário a receber no final do mês, mas porque tinha um compromisso com a vida, com a história das pessoas, tanto é que sabia detalhadamente o histórico de cada um dos seus pacientes, pois fazia questão de conviver com os seus prontuários, conhecia cada palmo dos sentidos vitais de seus pacientes, de modo que estabelecia com eles uma relação de puro compromisso profissional. Não relutava aos pedidos de ajuda nas horas de maior urgência para a população, quando da escassez de médico na cidade. Não murmurava quando sabia que a sua assistência podia fazer a diferença num único e exclusivo momento de socorro. Antes de tudo, era um médico presente e solícito, principalmente nas urgências que chegavam inúmeras vezes a bater a porta da sua casa ou a tocar o telefone.
Não são poucas as vezes que queremos fazer a diferença na vida com algo extraordinário, mas com Dr. Aurélio, simplesmente o rotineiro é que estava sendo absolutamente extraordinário. Sempre desempenhou eficazmente seu papel como principal médico da Cidade de Florânia. E isso é uma unanimidade para todos. Será difícil para o floraniense entrar na Maternidade(APAMI) e não ver mais Dr. Aurélio. Também ir ao Centro de Saúde e lá não poder vê-lo. Até mesmo ao redor da Praça e da Matriz, onde dava suas constantes caminhadas, será difícil passar por lá e não poder vê-lo. Na verdade, será duríssimo para o floraniense conviver com a ausência de Dr. Aurélio.
Resta à vida agora nos dar a saudade não só do homem José Aurélio, mas do Médico, do Professor, do Político, e principalmente, do Amigo, DR. AURÉLIO.
Portanto, a sua gentileza e a sua docilidade fizeram-me lembrar de uma passagem bíblica que diz: “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos”(Pv. 16.24).


Saudades,
Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania.com

domingo, 5 de setembro de 2010

Um só é bom!(Mt 19.17)

Num mundo de valores invertidos, não é tão fácil ouvir a intensidade da voz do Mestre: “Não há bom, senão um só que é Deus”(Mt 19.17). Só Deus é bom ou mais que bom. Seria desafiar a própria estrutura das coisas arrumadas com base no relativismo e na fragmentação de todos os valores. A voz de Cristo entra na vida humana, tal como a flor de Drummond que teima em nascer no chão do asfalto. Se é difícil imaginar uma flor nascer na terra dura de um asfalto, avalie então a unidade formidável do bem que é Deus poder entrar no emaranhado mundo de valores relativos, que urgentemente precisa ser revisto.

As pessoas sentem-se paralisadas com um consumismo compulsivo. Há gente por aí que sai de casa para comer comida de casa. Compra as mesmas coisas apenas para satisfazer seu sujeito de desejo, simplesmente para massagear o seu ego. Procuram-se lugares de prazer intenso quando o único lugar é dentro de nós mesmos numa comunhão indissociável com o uno, a unidade absoluta e indestrutível, Deus.

Infelizmente, não se ouve mais essa voz que não quer e não pode, também não deve calar. “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me”(Mt 19.21). Antes desse apelo do Mestre, o jovem rico se perguntava sem cessar: “(...) que me falta ainda?”(Mt 19.20). A resposta estava ali, incrivelmente presente na pessoa de Jesus, bem como o chamado à unidade absoluta.

A pergunta do jovem a Jesus é avassaladora, uma vez que pontua admiravelmente a extensão da ansiedade humana. Não somente em dado momento o homem se pergunta pelo que falta, porém em todos os momentos do curso da história, pois é a marca do quanto se é insaciável, do quanto se é insatisfeito.

A insatisfação, a sede, a procura, a falta é a marca da sociedade presente. Mas, não são as roupas, não são as compras, não são as comidas, não são as bebidas, tampouco o dinheiro, muito menos qualquer bem em particular que possa imediatamente trazer-lhe saciedade e realização pessoal ou autosatisfação, é seguir o apelo do Mestre: “Um só é bom”. Deixe-se atrair pelo Bom, pelo Único, pela Totalidade, pelo Infinito. Seguir a Jesus implica ouvir a sua voz que não é a voz da multidão, que não é a voz da ilusão, que não é a voz de falsas verdades.

Prof.: Jackislandy Meira de Medeiros Silva

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