"Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem é igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade e da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de 'propriedade'."
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Trad. Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, cap. IX, p. 82 (Coleção "Os Pensadores").
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Assinar:
Comentários (Atom)
Fotos no Facebook
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Locke (1632-1704), Da importância do governo para os indivíduos em sociedade
"Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem é igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade e da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de 'propriedade'."
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Trad. Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, cap. IX, p. 82 (Coleção "Os Pensadores").
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Trad. Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, cap. IX, p. 82 (Coleção "Os Pensadores").
Assinar:
Comentários (Atom)
Atividade no Facebook
Mais vistas:
- 
Seguindo a tradição dos povos indo-germânicos, para os quais o Uno configura o múltiplo, desenvolve-se na Grécia (séc. VII a. C.) uma ...
- 
Certo dia, encontrei-me com um popular no centro da terra das Flores, que assim se referiu ao atual Prefeito: “É um TIRANO!!!” Afirmou um s...
- 
Para começar com essa discussão, capturamos dos anais de nossa inteligência uma abordagem de Karl Adan, grande filósofo e teólogo do sécul...
- 
(Porto de Pireus - Grécia) Diferentemente da compreensão que temos de cidade hoje em dia, a polis era...
- 
Slavoj Zizek é um pensador daqueles que fogem à regra. Filósofo esloveno, comunista convicto, afeito à Psicanálise e ao cinema com...
- 
Neste dia do Professor, temos a oportunidade de interiorizar sobre a beleza do magistério em nossas vidas. Quer sejamos médicos, filósofos,...
- 
Começo o hoje da copa, falando do ontem. A copa tem nos reservado surpresas gigantescas. Ninguém esperava que o futebol paraguaio tivess...
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
