Armando Correa de Siqueira Neto*
Qual
é o nosso verdadeiro tamanho em relação ao desenvolvimento humano? Será
que somos potencialmente maiores e bem pouco se enxerga a respeito? Não
ver o prêmio futuro pode causar desânimo e até oposição frente ao
exigido e essencial exercício do crescimento que se tem no presente?
Nada é de graça! O que pode nos levar a perceber tal possibilidade de
avanço para que o estímulo resultante nos impulsione em direção a um
nível evolutivo sem precedentes, superando as lentas passadas com as
quais temos caminhado através da estrada da vida?
Para
tratar sobre o processo evolutivo, é prudente lançar mão da teoria
darwinista encontrada no livro “A origem das espécies”, a qual atribui
ao tempo, o acaso e a seleção natural o resultado daquilo que hoje
somos. A valiosa aptidão que se adquire faculta ao ser humano (e às
outras espécies) a possibilidade de manter-se vivo e ainda transmitir
tais informações à sua descendência. No entanto, esbarra-se em uma
delicada e complexa questão: como foi possível ter-se dado a gênese de
tudo que conhecemos sem se levar em conta um criador com a necessária
capacidade de planejar e concretizar?
Alguns
pontos permanecem obscuros sem a devida análise, tais como as
capacidades de desenvolvimento preexistentes (semelhantes aos típicos softwares
da informática): desenvolvimento do apego para o convívio; aquisição da
linguagem; aprendizagem do saber e formação da inteligência;
constituição do jeito ético de ser; eclosão das muitas consciências;
noção e sentimento espiritual, por exemplo.
As
discussões são travadas, infelizmente, em planos distintos e isolados,
com rara chance de conciliação. Vê-se orgulho, teimosia, fanatismo e
cegueira obstruírem o acesso ao merecido conhecimento. Tal sapiência é
capaz, a propósito desta reflexão, de promover maior consciência e
melhor desempenho na escalada rumo à maturidade pessoal que hoje é
pobremente encontrada no convívio social.
Não
obstante, é possível detectar algumas movimentações em prol de novas e
interessantes perspectivas. Em 1993, o Professor Phillip Johnson, da
Universidade da Califórnia, reuniu alguns estudiosos de diferentes áreas
para que se debatesse o tão polêmico assunto. Dentre alguns aspectos lá
refletidos, destacou-se que havia uma lacuna não preenchida por Charles
Darwin. O fato é que, acerca da primeira vida primitiva, segundo o que
se concluiu, não seria possível à seleção natural atuar antes da
existência da primeira célula viva. A seleção natural só atua sobre
organismos capazes de se reproduzirem. Então, o que causou,
inteligentemente, o início da vida? A tal indagação, respondeu-se com o
que se denominou de “Teoria do Design Inteligente”, condição anterior à
existência. Assim, é possível atribuir, de modo mais equilibrado, à
maneira de cada lado na ferrenha contenda, uma nova e mais justa
explicação (ainda que temporária, pois sabemos muito pouco ainda a
respeito de muita coisa) para a origem das espécies e sua evolução. Vale
a pena, ainda, lembrar da afirmação de Darwin na qual não lhe parecia
existir qualquer incompatibilidade entre a aceitação da teoria
evolucionista e a crença em Deus. Será que há um esboço, ao menos, de
harmonização entre as partes concorrentes?
Cabe,
pois, ponderar exaustivamente acerca de tal proposta, repensando,
portanto, o que somos verdadeiramente no aqui e agora, enquanto seres
carecedores de considerável consciência e desenvolvimento. Mas cumpre-se
salientar o gigantesco potencial a ser extraído através do necessário e
pertinente exercício. Há muito mais dentro de nós do que se pode
perceber, mas cabe a cada um se autoconhecer por meio da autoavaliação e
tirar as próprias conclusões com o passar do tempo.
*Armando
Correa de Siqueira Neto é psicólogo (CRP 06/69637), diretor da Self
Consultoria, palestrante, professor e mestre em Liderança, coautor dos
livros Gigantes da Motivação, Gigantes da Liderança e Educação.
http://boletimodiad.blogspot.com.br/
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