Segue o Trailler:
Fonte: http://www.filosofianaescola.com.br/2013/12/meu-amigo-nietzsche-curta-metragem.html
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Na Time, uma questão
discutida desde Epicuro
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Nietzsche foi um bom filósofo à medida que não escreveu nada “realista”. Seus livros contam uma grande história ficcional ou, melhor dizendo, eles formam capítulos de um enorme romance. Os personagens desse romance, como em toda narrativa ficcional, são criados a partir de traços de pessoas que conhecemos, mas não são cópias ou retratos de pessoas. São personagens mesmo, ficcionais. Completamente ficcionais. Em determinados momentos eles aparecem com nomes, e às vezes como membros de grupos – grupos que até possuem respaldo em grupos reais, mas que, também nesse caso, são ficcionais. E em geral, esses personagens aparecem como pares contrapostos.
Os pares podem ser assim dispostos: fraco-forte, doente-sadio, judeu-romano, plebeu-nobre, feminino-viril, escravo-senhor etc. Às vezes, para construir a face de um desses tipos, Nietzsche se desdobra na tarefa de montar uma tipologia dentro dessa tipologia inicial. Assim, para dizer o que é “o fraco” ou “o doente”, ele cita a mulher, a mulher doente, o escravo, o homem moderno, o cristão, a feminista, o socialista, o anarquista, o “homem do ressentimento”, o asceta, Sócrates, a vaca e por aí vai. Para falar do “forte” ou “sadio”, ele cita o cavaleiro nobre, o Renascentista, o filósofo pré-socrático, o lobo, o leão e por aí vai.
Muito cuidado aí: o ideal para Nietzsche não é a psicologia do “forte”. Muito menos Nietzsche se via como “forte”. Aliás, ele se via como, ao menos em parte, um homem de seu tempo, um decadente.
Esses personagens todos aparecem no seu romance para cumprir uma história ou, melhor, uma filosofia da história em que sempre “o fraco” vence “o forte”. Ou fraco moraliza tudo. O forte não. Mas o que prevalece na história são os modos morais de ver o mundo. A cada moralização, mais “os fortes” são corrompidos, adquirem má consciência por agirem como fortes, pois aceitam o que lhes traz a culpa, ou seja, a máxima dos “fracos”: o homem é livre – ele pode optar em ser bom ou ser mau.
Eis como a narrativa dos “fracos” se põe e é vencedora: caso o homem apareça como ruim, tecnicamente ruim, isso é uma mentira, pois sendo o homem o que ele é, homem, ele nunca pode ser ruim, ele tem de ser julgado moralmente, então, o melhor é dizer que ele é mau, não ruim. Eles insistem: uma cadeira pode ser ruim, mas um homem só deve ser bom ou mau, se dizemos que é ruim, não estamos falando dele, e sim de algumas de suas habilidades técnicas, como quem fala de uma cadeira. Agora, sendo homem e sendo mau, podia ter evitado isso, podia ter decidido ser bom. Ou seja, o homem é livre e pode agir como sujeito. Pode ter consciência de seu pensamento e responsabilidade pelos seus atos.
Se o “forte” acredita nisso, nessa narrativa do “fraco”, ele pode ficar culpado. Caso isso ocorra, ele se torna um “fraco”. Ele cai na armadilha do “fraco” e, então, “os fortes” vão desaparecendo, se transformando em “fracos”. É assim que o romance se desenvolve.
Mas, se tudo isso é assim desenvolvido, o que é que impulsiona a história? Avontade de potência. Para uns intérpretes, trata-se de um princípio metafísico – e então Nietzsche seria nada além de um “último metafísico” que, com ironia, combateu a metafísica. Para outros, entre os quais eu mesmo, ela seria vista, de modo mais útil, como uma força cosmológica, quase algo como um princípio daqueles que os pré-socráticos encontravam na Physis. Mas isso não deveria ser lido de modo realista e, sim, também como uma “narrativa a mais”, uma forma metafórica de falar, algo como que um arranjo da linguagem para dar consistência à sua narrativa, para ele ficar relativamente palatável como filosofia.
Para quê contar essa história, como Nietzsche fez? Em parte, para destronar a metafísica, principalmente a metafísica moderna. Esta, como sabemos, começa com Descartes, tendo como base o sujeito, o Cogito, como pedra fundamental da certeza, no plano epistemológico. Essa certeza é a certeza da existência, o que garante, também, um ponto ontológico. Ora, mas e se essa certeza não é certeza nenhuma? E se a figura do sujeito, que implica na liberdade (que, enfim, não existiria – pois ninguém comanda todo o jogo de forças da vontade de potência), não for senão uma mentira dos “fracos” para corromper os “fortes”, de modo a escapar da dor infringida por estes aos primeiros? Se assim for, então, não há sujeito algum e o Cogito, como pólo seguro, nada é senão um engodo. Ora, se assim é, pode-se então lançar no chão todo o pensamento metafísico moderno. Esse é o objetivo do romance nietzschiano. Sua obra toda é, em parte, exclusivamente isso. Ou digamos: isso é sua obra na parte em que ele limpa o terreno da filosofia.
O Assim falava Zarathustra é outra coisa, já se trata de uma parte positiva da filosofia de Nietzsche que, aos meus ouvidos, às vezes soa menos interessante. Talvez eu tenha menos interesse por utopias coletivas (Marx e Mill) e individuais (Nietzsche) por conta de que elas sempre atraem adeptos, e suportar gente assim é um tédio – ninguém agüenta um comunista e ninguém agüentaria um rapaz que fica perguntando como é o “além do homem”, o Übermench. Acho que prefiro utopias mais vagas, o que, em princípio, tende a evitar a criação dos militantes chatos e do “maluco de palestra”.
Em termos gerais, é isso. Com esse aviso aí acima em mente, esse recado, leiam Nietzsche. Caso sintam falta de um apoio para conhecer os grandes temas da filosofia e, assim, pegarem Nietzsche nesse contexto, leiam antes os dois volumes de A aventura da filosofia, da Manole, de minha autoria. Tá dado o recado.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr, filósofo, escritor e professor da UFRRJ
É possível criar uma ontologia particular sem citar a Tradição com base na música, no teatro e na poesia, bem como na literatura.
Segundo Nietzsche, a tarefa do saber é: “ver a ciência sob a ótica do artista, mas a arte sob a ótica da vida”. É a dialética entre a Tradição(História) e a Ruptura(indivíduo). Foucault é filho dessa cultura que não precisa pressupor a História para desenvolver a estrutura lógica de seu pensar.
É sabido por todos que, após as duas grandes guerras mundiais, a razão como modelo único entra em crise porque não atendeu as necessidades básicas que levam o homem ao progresso. “A razão é a imperfeição da inteligência”, segundo Tomás de Aquino, pois, fora quem melhor compreendeu a modernidade da modernidade.
A modernidade fracassou por duas maneiras: a pretensão de um estado nação assumir o controle do mundo com a queda do muro de Berlim; depois, com a Física quântica, derrogando a razão positivista que acreditava esquadrinhar todas as coisas, inclusive o átomo.
O Racionalismo frustra a modernidade como também a desigualdade social mundial, isto é, com o desenvolvimento econômico sustentado das nações.
O grande pecado da modernidade foi espiritualizar o material e materializar o espiritual, tornando o consumismo a sua marca fundamental.
Massificação e sociedade de consumo são as razões do capitalismo.
A ciência não foi capaz de dar estabilidade e segurança social frente às imprevisibilidades do futuro. Não é suficiente para integrar o homem à cultura que lhe é própria. Newton e Descartes são as duas pernas com as quais andamos. Newton com a gravidade universal e Descartes com o Método.
Sendo assim, ciência e razão nos conduziram a sofrimentos e a desorientações pela garantia de um progresso tecnológico. Não foi capaz de sanar a sede de saúde, paz mundial, importância antropológica, política, social e histórica. Frustrou as perspectivas de progresso no século XX.
Edgar Morin nos ensina que o dever principal da educação é armar cada um para o combate vital à lucidez.
Do séc. passado recebemos a lição de que “não sabemos tudo de nada”. Lutamos contra nossas pretensões bélicas, econômicas e racionalistas, mas nos esquecemos de promover o bem-estar social, ecológico, político sustentado pelo mundo a fora.
Daí, passamos por uma devastadora crise de paradigma. Os modelos educacionais ou até do próprio conhecimento não dão conta das exigências complexas por que passa a humanidade.
“O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. É o problema universal de todo cidadão do novo milênio: como ter acesso às informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de articulá-las e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global ( a relação todo/partes), o Multidimensional, o complexo? Para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo, é necessária a reforma do pensamento”(Edgar Morin, in Sete Saberes necessários à Educação do Futuro, pág. 35).
Para Morin, a Reforma é paradigmática e, não, programática. Uma educação que fomente a nossa aptidão para organizar o conhecimento.
Aqui é o ponto: Estamos inseridos numa sociedade altamente tecnológica informatizada, onde a Educação precisa mais do que nunca incluir esses valores para tentar responder as expectativas dos alunos e de uma nova compreensão de mundo. Todavia, como unir velocidade de informações e conteúdos via Internet/meios tecnológicos com a capacidade do aluno introjetar/refletir essas mesmas informações? Ou será que a educação está formando sujeitos de desejos ao invés de sujeitos reflexivos?
Uma alternativa ou uma das alternativas para indicar saídas é favorecer a atividade da arte e da filosofia na Educação, ou seja, implementar ações educativas complementares: jogos; filmes; jornal; teatro; música. Tudo isso unido ao poder da reflexão para possibilitar a descoberta de talentos críticos que contribuam na construção de valores e de preservação do meio ambiente.
A conseqüência de tudo isso foi o nosso afastamento de uma vida contemplativa(razão) para nos familiarizar, agora como nunca, com uma vida ativa, interativa audiovisual e lúdica. O desencanto da razão levou-nos ao encanto da música e dos jogos, isto é, do entretenimento midiático. Eis, no entanto, o desafio: educar toda essa massa humana advinda da cultura do entretenimento para as escolas. Se quisermos impactar crianças, adolescentes e jovens com a Educação basta oferecermos a música e o esporte nesse processo, e depois, formar indivíduos reflexivos, cuja meta é a multiplicação dessas práticas de saberes.
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
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Na Time, uma questão
discutida desde Epicuro
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Nietzsche foi um bom filósofo à medida que não escreveu nada “realista”. Seus livros contam uma grande história ficcional ou, melhor dizendo, eles formam capítulos de um enorme romance. Os personagens desse romance, como em toda narrativa ficcional, são criados a partir de traços de pessoas que conhecemos, mas não são cópias ou retratos de pessoas. São personagens mesmo, ficcionais. Completamente ficcionais. Em determinados momentos eles aparecem com nomes, e às vezes como membros de grupos – grupos que até possuem respaldo em grupos reais, mas que, também nesse caso, são ficcionais. E em geral, esses personagens aparecem como pares contrapostos.
Os pares podem ser assim dispostos: fraco-forte, doente-sadio, judeu-romano, plebeu-nobre, feminino-viril, escravo-senhor etc. Às vezes, para construir a face de um desses tipos, Nietzsche se desdobra na tarefa de montar uma tipologia dentro dessa tipologia inicial. Assim, para dizer o que é “o fraco” ou “o doente”, ele cita a mulher, a mulher doente, o escravo, o homem moderno, o cristão, a feminista, o socialista, o anarquista, o “homem do ressentimento”, o asceta, Sócrates, a vaca e por aí vai. Para falar do “forte” ou “sadio”, ele cita o cavaleiro nobre, o Renascentista, o filósofo pré-socrático, o lobo, o leão e por aí vai.
Muito cuidado aí: o ideal para Nietzsche não é a psicologia do “forte”. Muito menos Nietzsche se via como “forte”. Aliás, ele se via como, ao menos em parte, um homem de seu tempo, um decadente.
Esses personagens todos aparecem no seu romance para cumprir uma história ou, melhor, uma filosofia da história em que sempre “o fraco” vence “o forte”. Ou fraco moraliza tudo. O forte não. Mas o que prevalece na história são os modos morais de ver o mundo. A cada moralização, mais “os fortes” são corrompidos, adquirem má consciência por agirem como fortes, pois aceitam o que lhes traz a culpa, ou seja, a máxima dos “fracos”: o homem é livre – ele pode optar em ser bom ou ser mau.
Eis como a narrativa dos “fracos” se põe e é vencedora: caso o homem apareça como ruim, tecnicamente ruim, isso é uma mentira, pois sendo o homem o que ele é, homem, ele nunca pode ser ruim, ele tem de ser julgado moralmente, então, o melhor é dizer que ele é mau, não ruim. Eles insistem: uma cadeira pode ser ruim, mas um homem só deve ser bom ou mau, se dizemos que é ruim, não estamos falando dele, e sim de algumas de suas habilidades técnicas, como quem fala de uma cadeira. Agora, sendo homem e sendo mau, podia ter evitado isso, podia ter decidido ser bom. Ou seja, o homem é livre e pode agir como sujeito. Pode ter consciência de seu pensamento e responsabilidade pelos seus atos.
Se o “forte” acredita nisso, nessa narrativa do “fraco”, ele pode ficar culpado. Caso isso ocorra, ele se torna um “fraco”. Ele cai na armadilha do “fraco” e, então, “os fortes” vão desaparecendo, se transformando em “fracos”. É assim que o romance se desenvolve.
Mas, se tudo isso é assim desenvolvido, o que é que impulsiona a história? Avontade de potência. Para uns intérpretes, trata-se de um princípio metafísico – e então Nietzsche seria nada além de um “último metafísico” que, com ironia, combateu a metafísica. Para outros, entre os quais eu mesmo, ela seria vista, de modo mais útil, como uma força cosmológica, quase algo como um princípio daqueles que os pré-socráticos encontravam na Physis. Mas isso não deveria ser lido de modo realista e, sim, também como uma “narrativa a mais”, uma forma metafórica de falar, algo como que um arranjo da linguagem para dar consistência à sua narrativa, para ele ficar relativamente palatável como filosofia.
Para quê contar essa história, como Nietzsche fez? Em parte, para destronar a metafísica, principalmente a metafísica moderna. Esta, como sabemos, começa com Descartes, tendo como base o sujeito, o Cogito, como pedra fundamental da certeza, no plano epistemológico. Essa certeza é a certeza da existência, o que garante, também, um ponto ontológico. Ora, mas e se essa certeza não é certeza nenhuma? E se a figura do sujeito, que implica na liberdade (que, enfim, não existiria – pois ninguém comanda todo o jogo de forças da vontade de potência), não for senão uma mentira dos “fracos” para corromper os “fortes”, de modo a escapar da dor infringida por estes aos primeiros? Se assim for, então, não há sujeito algum e o Cogito, como pólo seguro, nada é senão um engodo. Ora, se assim é, pode-se então lançar no chão todo o pensamento metafísico moderno. Esse é o objetivo do romance nietzschiano. Sua obra toda é, em parte, exclusivamente isso. Ou digamos: isso é sua obra na parte em que ele limpa o terreno da filosofia.
O Assim falava Zarathustra é outra coisa, já se trata de uma parte positiva da filosofia de Nietzsche que, aos meus ouvidos, às vezes soa menos interessante. Talvez eu tenha menos interesse por utopias coletivas (Marx e Mill) e individuais (Nietzsche) por conta de que elas sempre atraem adeptos, e suportar gente assim é um tédio – ninguém agüenta um comunista e ninguém agüentaria um rapaz que fica perguntando como é o “além do homem”, o Übermench. Acho que prefiro utopias mais vagas, o que, em princípio, tende a evitar a criação dos militantes chatos e do “maluco de palestra”.
Em termos gerais, é isso. Com esse aviso aí acima em mente, esse recado, leiam Nietzsche. Caso sintam falta de um apoio para conhecer os grandes temas da filosofia e, assim, pegarem Nietzsche nesse contexto, leiam antes os dois volumes de A aventura da filosofia, da Manole, de minha autoria. Tá dado o recado.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr, filósofo, escritor e professor da UFRRJ
É possível criar uma ontologia particular sem citar a Tradição com base na música, no teatro e na poesia, bem como na literatura.
Segundo Nietzsche, a tarefa do saber é: “ver a ciência sob a ótica do artista, mas a arte sob a ótica da vida”. É a dialética entre a Tradição(História) e a Ruptura(indivíduo). Foucault é filho dessa cultura que não precisa pressupor a História para desenvolver a estrutura lógica de seu pensar.
É sabido por todos que, após as duas grandes guerras mundiais, a razão como modelo único entra em crise porque não atendeu as necessidades básicas que levam o homem ao progresso. “A razão é a imperfeição da inteligência”, segundo Tomás de Aquino, pois, fora quem melhor compreendeu a modernidade da modernidade.
A modernidade fracassou por duas maneiras: a pretensão de um estado nação assumir o controle do mundo com a queda do muro de Berlim; depois, com a Física quântica, derrogando a razão positivista que acreditava esquadrinhar todas as coisas, inclusive o átomo.
O Racionalismo frustra a modernidade como também a desigualdade social mundial, isto é, com o desenvolvimento econômico sustentado das nações.
O grande pecado da modernidade foi espiritualizar o material e materializar o espiritual, tornando o consumismo a sua marca fundamental.
Massificação e sociedade de consumo são as razões do capitalismo.
A ciência não foi capaz de dar estabilidade e segurança social frente às imprevisibilidades do futuro. Não é suficiente para integrar o homem à cultura que lhe é própria. Newton e Descartes são as duas pernas com as quais andamos. Newton com a gravidade universal e Descartes com o Método.
Sendo assim, ciência e razão nos conduziram a sofrimentos e a desorientações pela garantia de um progresso tecnológico. Não foi capaz de sanar a sede de saúde, paz mundial, importância antropológica, política, social e histórica. Frustrou as perspectivas de progresso no século XX.
Edgar Morin nos ensina que o dever principal da educação é armar cada um para o combate vital à lucidez.
Do séc. passado recebemos a lição de que “não sabemos tudo de nada”. Lutamos contra nossas pretensões bélicas, econômicas e racionalistas, mas nos esquecemos de promover o bem-estar social, ecológico, político sustentado pelo mundo a fora.
Daí, passamos por uma devastadora crise de paradigma. Os modelos educacionais ou até do próprio conhecimento não dão conta das exigências complexas por que passa a humanidade.
“O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. É o problema universal de todo cidadão do novo milênio: como ter acesso às informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de articulá-las e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global ( a relação todo/partes), o Multidimensional, o complexo? Para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo, é necessária a reforma do pensamento”(Edgar Morin, in Sete Saberes necessários à Educação do Futuro, pág. 35).
Para Morin, a Reforma é paradigmática e, não, programática. Uma educação que fomente a nossa aptidão para organizar o conhecimento.
Aqui é o ponto: Estamos inseridos numa sociedade altamente tecnológica informatizada, onde a Educação precisa mais do que nunca incluir esses valores para tentar responder as expectativas dos alunos e de uma nova compreensão de mundo. Todavia, como unir velocidade de informações e conteúdos via Internet/meios tecnológicos com a capacidade do aluno introjetar/refletir essas mesmas informações? Ou será que a educação está formando sujeitos de desejos ao invés de sujeitos reflexivos?
Uma alternativa ou uma das alternativas para indicar saídas é favorecer a atividade da arte e da filosofia na Educação, ou seja, implementar ações educativas complementares: jogos; filmes; jornal; teatro; música. Tudo isso unido ao poder da reflexão para possibilitar a descoberta de talentos críticos que contribuam na construção de valores e de preservação do meio ambiente.
A conseqüência de tudo isso foi o nosso afastamento de uma vida contemplativa(razão) para nos familiarizar, agora como nunca, com uma vida ativa, interativa audiovisual e lúdica. O desencanto da razão levou-nos ao encanto da música e dos jogos, isto é, do entretenimento midiático. Eis, no entanto, o desafio: educar toda essa massa humana advinda da cultura do entretenimento para as escolas. Se quisermos impactar crianças, adolescentes e jovens com a Educação basta oferecermos a música e o esporte nesse processo, e depois, formar indivíduos reflexivos, cuja meta é a multiplicação dessas práticas de saberes.
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
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