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sábado, 6 de dezembro de 2014

Casa aberta





Mais do que em todos os dias e em grandes momentos do ano, as festividades natalinas e as ligadas ao Réveillon causam em nós uma sensação diferente. E o mais interessante é que não apenas representamos ou idealizamos estes eventos, mas os concretizamos, fazemos acontecer momentos de inteira generosidade, gratidão a Deus e às pessoas com as quais convivemos. Expressões de paz, amor, bondade, alegria e esperança nos conectam uns aos outros de uma forma tão objetiva que somos movidos para gestos de exuberância humana: Trocamos presentes; organizamos jantares beneficentes; sorteamos cestas natalinas; realizamos passeios ou viagens com quem amamos; abrimos a casa, etc. Sem contar as centenas de beijos e abraços muito comuns desta época do ano.
Essa sensação extremamente humana nos faz lembrar de como deve ser um lar. Não, às vezes, de como ele é, sujo, violento, insuportável, detestável, mas de como deveria ser, limpo, pacífico, agradável, seguro, acolhedor. A casa da gente precisa ser bem tratada, principalmente em tempos de festa, quando recebemos pessoas queridas que não víamos há anos. É preciso olhar mais para casa, onde as distâncias diminuem e tudo fica mais próximo. É exatamente o que acontece agora, no devido instante em que somos arrancados de nosso próprio mundo, de um mundo fechado, totalitário, racionalista, egoísta para nos relacionarmos com o que há para além de nós mesmos, alcançando assim uma abertura para a alteridade, uma abertura infinita.
Emmanuel Levinas, filósofo, leitor da Bíblia e de Dostoievski, entendia a casa como um ponto de referência, segundo a qual o eu vai em direção à exterioridade do mundo. “O papel privilegiado da casa não consiste em ser o fim da atividade humana, mas em ser a condição e, nesse sentido, o seu começo” (Totalidade e Infinito, p. 144). A casa que sou eu e a casa que é o mundo vivem agora uma conexão tão intensa a ponto de um querer humanizar o outro e vice-versa. “Simultaneamente fora e dentro, vai para fora a partir de uma intimidade. Por outro lado, a intimidade abre-se dentro de uma casa, que se situa nesse fora” (idem, p. 145).  
A ilustração da casa, sugerida por Levinas, para demonstrar a pertinência de nossas relações com os excluídos, com as minorias desfavorecidas, os pobres, a viúva, o órfão e o estrangeiro é cada vez mais significativa e atual. A recorrente imagem da “casa aberta”, neste período do ano, tal como deve ser em toda a vida, receptiva ao outro, é muito viva na música de Arnaldo Antunes, “a casa é sua”:
Não me falta cadeira/ Não me falta sofá /Só falta você/ sentada na sala/ Só falta você estar
Não me falta parede/ E nela uma porta pra você entrar/ Não me falta tapete/ Só falta o seu pé descalço pra pisar
Não me falta cama/ Só falta você deitar/ Não me falta o sol da manhã/ Só falta você acordar
Pras janelas se abrirem pra mim/ E o vento brincar no quintal/ Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal
A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora
A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio
Não me falta banheiro, quarto/ Abajur, sala de jantar/ Não me falta cozinha/ Só falta a campainha tocar
Não me falta cachorro/ Uivando só porque você não está/ Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar
Não me falta casa/ Só falta ela ser um lar/ Não me falta o tempo que passa/ Só não dá mais para tanto esperar
Para os pássaros voltarem a cantar/ E a nuvem desenhar um coração flechado/ Para o chão voltar a se deitar/ E a chuva batucar no telhado
Numa sociedade imensamente carente de referências, a casa cheia de gente, onde as famílias se encontram e se transformam a cada encontro, é a realização de qualquer Natal e passagem de ano para alguém, na medida em que simboliza recomeço, renovo, revitalização. Também é uma oportunidade de resgate das referências familiares, a partir das quais ressignificamos nosso mundo, nossa casa, nosso lugar no mundo e passamos a ser mais humanos com respeito, amor, tolerância, bondade, justiça e paz.
Enquanto escrevia esse texto, duas figuras clássicas da literatura não me saíam da cabeça, a do filho pródigo usada por Jesus Cristo e a de Ulisses usada por Homero. As duas falam desse regresso ao lar e, curiosamente, a casa estava aberta, no sentido de mostrar uma nova maneira de reaprender a ver o mundo.

Jackislandy Meira de M. Silva, professor, filósofo e teólogo.




domingo, 24 de junho de 2012

Severino de Lica, um avô inesquecível. Que legado!


Meu querido avô, com quem convivi e aprendi muito de suas virtudes. Seu exemplo é um verdadeiro legado para a família, bem como para a toda a cidade de Jardim de Piranhas. 

Neste dia 28 de dezembro de 2011, se estivesse vivo, Severino Gomes da Silva, conhecido por Severino de Lica, completaria 100 anos.

Chefe de numerosa e respeitada família, Severino contribuiu decisivamente para o progresso de Jardim de Piranhas. Aqui desempenhou várias funções: foi sacristão, professor, vendedor de sorvete, padeiro, comerciante, juiz de paz. Nunca me esqueci dos saborosos pães doces que vendia em sua padaria, instalada no prédio vizinho ao comércio do saudoso Josias Araújo.

Severino de Lica foi um verdadeiro pai, cidadão, homem honrado e de muitas virtudes, merecedor, pois, de todas as homenagens.

COMÉRCIO DE SEVERINO DE LICA - 1948

JOVENS ORIENTADOS POR SEVERINO DE LICA - 1939

SEVERINO E SUA BANCA DE SORVETE

ATO DE NOMEAÇÃO DE SEVERINO COMO JUIZ DE PAZ


Fonte: http://alcimar-araujo.blogspot.com.br

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Família, em discussão...


(Ilustração: Família Simpsons. Homer, alcoólatra e burro, vive querendo ser demitido do emprego; Marge, uma Amélia, dona de casa que vive para a família, tentando levar o marido para igreja e os filhos para a escola; Lisa, a filha modelo; Barth, o oposto de Lisa; Mag, nem fala nem anda, apenas com sua chupeta na boca.
A família, nos últimos tempos, tem sido a mais responsável por críticas quando o assunto é a inversão de valores na sociedade moderna, no entanto, uma voz alardeou o contrário numa entrevista super importante dada à Revista Veja, em outubro de 2008. Esta voz, que ecoa no deserto de uma família dita “falida”, pela ausência da figura ou da autoridade do pai, é a de Luc Ferry, ex-Ministro da Educação na França de 2002 a 2004, filósofo e escritor renomado pela obra “Aprender a Viver” que se tornou best-seller no mundo inteiro.
Atualmente, Luc Ferry, com uma nova obra, vem arrancando suspiros de seus leitores, “Família, Amo vocês”. Nela o autor afirma que “a família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna, aquela pela qual todos nós, ocidentais, aceitaríamos morrer, se preciso. Os únicos seres pelos quais arriscaríamos a vida no mundo de hoje são aqueles mais próximos de nós: a família, os amigos e, em um número bem menor, pessoas mais distantes que nos causam grande comoção”. Diz ainda o próprio Ferry: “No século XX, o ser humano virou sagrado”.
É por baixo, no mínimo, uma visão um tanto revolucionária. Tal visão vai de encontro a todos os clichês argumentativos sobre a família e sua contribuição para a sociedade, no que diz respeito à construção e revisão de valores, a importância e sentido da família, a instituição do casamento, a prioridade do trabalho, a preocupação com o dinheiro, a necessidade da Religião para famílias e jovens e até mesmo o uso de drogas lícitas e ilícitas que acabam afetando a vida de pais e filhos, esposos e esposas em suas dinâmicas e conflitos familiares.
Ao contrário do que afirma Luc Ferry, a crise na Educação brasileira, o alto índice de dependentes químicos no seio da família, o alcoolismo marcadamente presente na maioria dos casos de conflitos familiares, uma orientação sexual desordenada, infidelidade no matrimônio, uma busca desmedida pelo prazer, famílias inteiras divididas ou fragmentadas pela violência, com pais sem compromissos pelo amor e pela educação dos filhos, bem como o não monitoramento do comportamento dos filhos por meio do diálogo e do relacionamento amoroso são fatores que, inevitavelmente, refletem o descaso para com esta instituição que é o alicerce de uma sociedade que se espera feliz e imune à violência ou a qualquer tipo de exclusão social.
Tudo isso, na minha opinião, apresenta muito mais uma família dessacralizada do que sagrada. Agora, é óbvio que para ser dessacralizada, antes deve-se admitir sagrada.
Mas, não é tão simplista assim o enxergar de Ferry acerca da família, visto que, para ele, a família é a única coisa que resta de sagrado no mundo. Segundo ele, “Há vários argumentos que desmentem os clichês hoje propagados sobre o declínio do casamento e o fim da família nuclear. A família na Idade Média era muito mais dividida do que hoje. Havia muito mais pais e mães sozinhos cuidando de seus filhos. Por causa da elevada taxa de mortalidade, as pessoas se casavam mais vezes e tinham mais filhos com outros parceiros. Quem alardeia o declínio da instituição familiar esquece que o divórcio foi inventado junto com o casamento por amor. A partir do momento em que a união entre duas pessoas se ampara apenas na lógica do sentimento, basta que o amor se apague para que outro amor se imponha. A família burguesa é aparentemente estável, mas na maioria dos casos está carcomida por infelicidades. Ela é inseparável de outra instituição: a infidelidade. Muitas mulheres sacrificam a profissão e, em seguida, a vida afetiva por um marido que as engana”.
Portanto, de uma forma ou de outra, a família carrega consigo o apelo de uma geração mais consistente e menos infeliz que lhes assegure saúde, segurança, educação, lazer, qualidade de vida, enfim... Somente a instituição familiar poderá injetar novas energias a uma sociedade altamente promíscua, consumista e desumanizadora, até porque a família é a fonte natural de “energia renovável” nos seus afetos, no amor e no bem querer. Precisamos pulverizar tudo isso pelo mundo afora, a partir da família, do resgate à família em todos os seus aspectos.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN

Páginas na internet:

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mensagem em homenagem aos pais 2010...

Às vésperas de comemorarmos data tão significativa, temos a alegria de dispensar calorosamente nossas palavras, nossos abraços, nossos apertos de mãos, nossos cumprimentos, nossos afetos em direção àqueles que são referências na célula familiar, os pais.
Apesar das famílias modernas estarem perdendo a figura do pai como autoridade e como cabeça do lar, mesmo assim, ainda se percebe, aqui e ali, a necessidade do fortalecimento da convivência familiar sob a educação e a orientação dos pais. Família e sociedade andam de mãos conjugadas quando o assunto é a presença real de um pai exemplar. Precisamos urgentemente de um pai não só em nossas famílias, mas também nas escolas, nas associações, nos sindicatos, nas prefeituras, nas creches, nas instituições religiosas e sociais, enfim... Pais que venham recuperar a autoestima, a ética, o desejo de viver e um horizonte cheio de serenidade muito além da VIOLÊNCIA e da MALDADE com as quais muitas vezes convivemos.
Um pai bondoso na família é como uma bússola nas mãos, não se perde o norte, não se perde nos caminhos da vida; Um pai responsável é como se estivéssemos debaixo de uma frondosa árvore, cuja sombra refrigera a alma; Um pai amável é como ter no coração um sossego infinito; Um pai espiritual é como encontrar na oração uma voz conselheira e sábia do pai eterno, pai de todos os pais, nosso Pai maior, DEUS.
Que todas as famílias de Florânia, neste dia, sintam-se apoiadas pelos ombros dos pais que assumem com gratidão tamanho ofício. Um afetuoso dia dos pais para todos!
Jackislandy Meira de M. Silva

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mano, você merece. Parabéns!


Bem, quero aqui fazer uma homenagem mais do que sincera, merecida e verdadeira ao meu precioso irmão Julianny Ângelo da Silva. Uma pessoa maravilhosa que mostrou, há poucos dias, o valor do estudo e da dedicação em sua vida. Após ser admitido na ESA, Escola de Sargentos do Exército, recebeu sua primeira promoção, tornando-se, de fato e de direito, Sargento do Exército Brasileiro. É uma honra recheada de muita dignidade. Acredito que é só um começo, pois sua bravura, dedicação aos estudos e perseverança demonstram que ele pode ir muito mais longe. Valeu, mano. Bendito seja Deus pela sua carreira. E celebre cada vitória. Você é especial, de seu irmão Jackislandy. Um abraço.



Jackislandy Meira, Prof. e filósofo.

domingo, 13 de maio de 2007

Mil vezes MÃE...

MAMÃE... Assim que nascemos experimentamos já o sabor dessa palavra tão meiga e tão valorosa, mamãe. É como se o filho recém-nascido quisesse chamar pela mãe de modo urgente e a chamasse não só uma, mas duas vezes, mãe, mãe, quer dizer, mamãe. Ocorrendo nos momentos de choro, de dor ou de necessidade acaba se tornando frequente a tão doce, não menos necessária, expressão, mamãe. Oriunda do latim, “mater, matris”, mãe é a que alimenta o filho; ama. Por escolha divina, são mulheres, mas poderiam ser homens, e Deus teria muito bem invertido os papéis. É a que produz, a que causa, a fonte, a origem. No sentido de maternidade, o fato de ser mãe põe a mulher num lugar de honra e veneração, pois é dona de uma singular, não menos fraternal, afeição maternal. “Matrem esse aliquo” – “ter um filho de alguém, de outrem” – é o maravilhoso dom da fertilidade associado pelos antigos à palavra terra – “terra mater” – que tudo produz ou “mater magna” – grande deusa; Cíbele. O magnífico é notarmos que “mater” tem a mesma idéia que “pater” também do latim, envolvendo respeito e dignidade, por isso a ligação feita acima à idéia de uma deusa, veneração. Isso quer dizer que na realidade, na vida, os dois papéis poderiam também se equivaler ou, ao menos, se corresponder. O fato é que nem sempre essa correspondência acontece, acarretando para a mamãe um acúmulo infinito de responsabilidades, tendo assim que se desdobrar para fazer as vezes do pai, portanto, duas vezes mãe, mamãe. No dia de hoje, em homenagem às mães, por que não chamamos, ao invés de duas, por mil vezes mãe? MAMAMAMAMAMAMAMAMAMA.........MAMÃE! 

Jackislandy Meira, Filósofo e Teólogo.

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sábado, 6 de dezembro de 2014

Casa aberta





Mais do que em todos os dias e em grandes momentos do ano, as festividades natalinas e as ligadas ao Réveillon causam em nós uma sensação diferente. E o mais interessante é que não apenas representamos ou idealizamos estes eventos, mas os concretizamos, fazemos acontecer momentos de inteira generosidade, gratidão a Deus e às pessoas com as quais convivemos. Expressões de paz, amor, bondade, alegria e esperança nos conectam uns aos outros de uma forma tão objetiva que somos movidos para gestos de exuberância humana: Trocamos presentes; organizamos jantares beneficentes; sorteamos cestas natalinas; realizamos passeios ou viagens com quem amamos; abrimos a casa, etc. Sem contar as centenas de beijos e abraços muito comuns desta época do ano.
Essa sensação extremamente humana nos faz lembrar de como deve ser um lar. Não, às vezes, de como ele é, sujo, violento, insuportável, detestável, mas de como deveria ser, limpo, pacífico, agradável, seguro, acolhedor. A casa da gente precisa ser bem tratada, principalmente em tempos de festa, quando recebemos pessoas queridas que não víamos há anos. É preciso olhar mais para casa, onde as distâncias diminuem e tudo fica mais próximo. É exatamente o que acontece agora, no devido instante em que somos arrancados de nosso próprio mundo, de um mundo fechado, totalitário, racionalista, egoísta para nos relacionarmos com o que há para além de nós mesmos, alcançando assim uma abertura para a alteridade, uma abertura infinita.
Emmanuel Levinas, filósofo, leitor da Bíblia e de Dostoievski, entendia a casa como um ponto de referência, segundo a qual o eu vai em direção à exterioridade do mundo. “O papel privilegiado da casa não consiste em ser o fim da atividade humana, mas em ser a condição e, nesse sentido, o seu começo” (Totalidade e Infinito, p. 144). A casa que sou eu e a casa que é o mundo vivem agora uma conexão tão intensa a ponto de um querer humanizar o outro e vice-versa. “Simultaneamente fora e dentro, vai para fora a partir de uma intimidade. Por outro lado, a intimidade abre-se dentro de uma casa, que se situa nesse fora” (idem, p. 145).  
A ilustração da casa, sugerida por Levinas, para demonstrar a pertinência de nossas relações com os excluídos, com as minorias desfavorecidas, os pobres, a viúva, o órfão e o estrangeiro é cada vez mais significativa e atual. A recorrente imagem da “casa aberta”, neste período do ano, tal como deve ser em toda a vida, receptiva ao outro, é muito viva na música de Arnaldo Antunes, “a casa é sua”:
Não me falta cadeira/ Não me falta sofá /Só falta você/ sentada na sala/ Só falta você estar
Não me falta parede/ E nela uma porta pra você entrar/ Não me falta tapete/ Só falta o seu pé descalço pra pisar
Não me falta cama/ Só falta você deitar/ Não me falta o sol da manhã/ Só falta você acordar
Pras janelas se abrirem pra mim/ E o vento brincar no quintal/ Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal
A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora
A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio
Não me falta banheiro, quarto/ Abajur, sala de jantar/ Não me falta cozinha/ Só falta a campainha tocar
Não me falta cachorro/ Uivando só porque você não está/ Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar
Não me falta casa/ Só falta ela ser um lar/ Não me falta o tempo que passa/ Só não dá mais para tanto esperar
Para os pássaros voltarem a cantar/ E a nuvem desenhar um coração flechado/ Para o chão voltar a se deitar/ E a chuva batucar no telhado
Numa sociedade imensamente carente de referências, a casa cheia de gente, onde as famílias se encontram e se transformam a cada encontro, é a realização de qualquer Natal e passagem de ano para alguém, na medida em que simboliza recomeço, renovo, revitalização. Também é uma oportunidade de resgate das referências familiares, a partir das quais ressignificamos nosso mundo, nossa casa, nosso lugar no mundo e passamos a ser mais humanos com respeito, amor, tolerância, bondade, justiça e paz.
Enquanto escrevia esse texto, duas figuras clássicas da literatura não me saíam da cabeça, a do filho pródigo usada por Jesus Cristo e a de Ulisses usada por Homero. As duas falam desse regresso ao lar e, curiosamente, a casa estava aberta, no sentido de mostrar uma nova maneira de reaprender a ver o mundo.

Jackislandy Meira de M. Silva, professor, filósofo e teólogo.




domingo, 24 de junho de 2012

Severino de Lica, um avô inesquecível. Que legado!


Meu querido avô, com quem convivi e aprendi muito de suas virtudes. Seu exemplo é um verdadeiro legado para a família, bem como para a toda a cidade de Jardim de Piranhas. 

Neste dia 28 de dezembro de 2011, se estivesse vivo, Severino Gomes da Silva, conhecido por Severino de Lica, completaria 100 anos.

Chefe de numerosa e respeitada família, Severino contribuiu decisivamente para o progresso de Jardim de Piranhas. Aqui desempenhou várias funções: foi sacristão, professor, vendedor de sorvete, padeiro, comerciante, juiz de paz. Nunca me esqueci dos saborosos pães doces que vendia em sua padaria, instalada no prédio vizinho ao comércio do saudoso Josias Araújo.

Severino de Lica foi um verdadeiro pai, cidadão, homem honrado e de muitas virtudes, merecedor, pois, de todas as homenagens.

COMÉRCIO DE SEVERINO DE LICA - 1948

JOVENS ORIENTADOS POR SEVERINO DE LICA - 1939

SEVERINO E SUA BANCA DE SORVETE

ATO DE NOMEAÇÃO DE SEVERINO COMO JUIZ DE PAZ


Fonte: http://alcimar-araujo.blogspot.com.br

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Família, em discussão...


(Ilustração: Família Simpsons. Homer, alcoólatra e burro, vive querendo ser demitido do emprego; Marge, uma Amélia, dona de casa que vive para a família, tentando levar o marido para igreja e os filhos para a escola; Lisa, a filha modelo; Barth, o oposto de Lisa; Mag, nem fala nem anda, apenas com sua chupeta na boca.
A família, nos últimos tempos, tem sido a mais responsável por críticas quando o assunto é a inversão de valores na sociedade moderna, no entanto, uma voz alardeou o contrário numa entrevista super importante dada à Revista Veja, em outubro de 2008. Esta voz, que ecoa no deserto de uma família dita “falida”, pela ausência da figura ou da autoridade do pai, é a de Luc Ferry, ex-Ministro da Educação na França de 2002 a 2004, filósofo e escritor renomado pela obra “Aprender a Viver” que se tornou best-seller no mundo inteiro.
Atualmente, Luc Ferry, com uma nova obra, vem arrancando suspiros de seus leitores, “Família, Amo vocês”. Nela o autor afirma que “a família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna, aquela pela qual todos nós, ocidentais, aceitaríamos morrer, se preciso. Os únicos seres pelos quais arriscaríamos a vida no mundo de hoje são aqueles mais próximos de nós: a família, os amigos e, em um número bem menor, pessoas mais distantes que nos causam grande comoção”. Diz ainda o próprio Ferry: “No século XX, o ser humano virou sagrado”.
É por baixo, no mínimo, uma visão um tanto revolucionária. Tal visão vai de encontro a todos os clichês argumentativos sobre a família e sua contribuição para a sociedade, no que diz respeito à construção e revisão de valores, a importância e sentido da família, a instituição do casamento, a prioridade do trabalho, a preocupação com o dinheiro, a necessidade da Religião para famílias e jovens e até mesmo o uso de drogas lícitas e ilícitas que acabam afetando a vida de pais e filhos, esposos e esposas em suas dinâmicas e conflitos familiares.
Ao contrário do que afirma Luc Ferry, a crise na Educação brasileira, o alto índice de dependentes químicos no seio da família, o alcoolismo marcadamente presente na maioria dos casos de conflitos familiares, uma orientação sexual desordenada, infidelidade no matrimônio, uma busca desmedida pelo prazer, famílias inteiras divididas ou fragmentadas pela violência, com pais sem compromissos pelo amor e pela educação dos filhos, bem como o não monitoramento do comportamento dos filhos por meio do diálogo e do relacionamento amoroso são fatores que, inevitavelmente, refletem o descaso para com esta instituição que é o alicerce de uma sociedade que se espera feliz e imune à violência ou a qualquer tipo de exclusão social.
Tudo isso, na minha opinião, apresenta muito mais uma família dessacralizada do que sagrada. Agora, é óbvio que para ser dessacralizada, antes deve-se admitir sagrada.
Mas, não é tão simplista assim o enxergar de Ferry acerca da família, visto que, para ele, a família é a única coisa que resta de sagrado no mundo. Segundo ele, “Há vários argumentos que desmentem os clichês hoje propagados sobre o declínio do casamento e o fim da família nuclear. A família na Idade Média era muito mais dividida do que hoje. Havia muito mais pais e mães sozinhos cuidando de seus filhos. Por causa da elevada taxa de mortalidade, as pessoas se casavam mais vezes e tinham mais filhos com outros parceiros. Quem alardeia o declínio da instituição familiar esquece que o divórcio foi inventado junto com o casamento por amor. A partir do momento em que a união entre duas pessoas se ampara apenas na lógica do sentimento, basta que o amor se apague para que outro amor se imponha. A família burguesa é aparentemente estável, mas na maioria dos casos está carcomida por infelicidades. Ela é inseparável de outra instituição: a infidelidade. Muitas mulheres sacrificam a profissão e, em seguida, a vida afetiva por um marido que as engana”.
Portanto, de uma forma ou de outra, a família carrega consigo o apelo de uma geração mais consistente e menos infeliz que lhes assegure saúde, segurança, educação, lazer, qualidade de vida, enfim... Somente a instituição familiar poderá injetar novas energias a uma sociedade altamente promíscua, consumista e desumanizadora, até porque a família é a fonte natural de “energia renovável” nos seus afetos, no amor e no bem querer. Precisamos pulverizar tudo isso pelo mundo afora, a partir da família, do resgate à família em todos os seus aspectos.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mensagem em homenagem aos pais 2010...

Às vésperas de comemorarmos data tão significativa, temos a alegria de dispensar calorosamente nossas palavras, nossos abraços, nossos apertos de mãos, nossos cumprimentos, nossos afetos em direção àqueles que são referências na célula familiar, os pais.
Apesar das famílias modernas estarem perdendo a figura do pai como autoridade e como cabeça do lar, mesmo assim, ainda se percebe, aqui e ali, a necessidade do fortalecimento da convivência familiar sob a educação e a orientação dos pais. Família e sociedade andam de mãos conjugadas quando o assunto é a presença real de um pai exemplar. Precisamos urgentemente de um pai não só em nossas famílias, mas também nas escolas, nas associações, nos sindicatos, nas prefeituras, nas creches, nas instituições religiosas e sociais, enfim... Pais que venham recuperar a autoestima, a ética, o desejo de viver e um horizonte cheio de serenidade muito além da VIOLÊNCIA e da MALDADE com as quais muitas vezes convivemos.
Um pai bondoso na família é como uma bússola nas mãos, não se perde o norte, não se perde nos caminhos da vida; Um pai responsável é como se estivéssemos debaixo de uma frondosa árvore, cuja sombra refrigera a alma; Um pai amável é como ter no coração um sossego infinito; Um pai espiritual é como encontrar na oração uma voz conselheira e sábia do pai eterno, pai de todos os pais, nosso Pai maior, DEUS.
Que todas as famílias de Florânia, neste dia, sintam-se apoiadas pelos ombros dos pais que assumem com gratidão tamanho ofício. Um afetuoso dia dos pais para todos!
Jackislandy Meira de M. Silva

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mano, você merece. Parabéns!


Bem, quero aqui fazer uma homenagem mais do que sincera, merecida e verdadeira ao meu precioso irmão Julianny Ângelo da Silva. Uma pessoa maravilhosa que mostrou, há poucos dias, o valor do estudo e da dedicação em sua vida. Após ser admitido na ESA, Escola de Sargentos do Exército, recebeu sua primeira promoção, tornando-se, de fato e de direito, Sargento do Exército Brasileiro. É uma honra recheada de muita dignidade. Acredito que é só um começo, pois sua bravura, dedicação aos estudos e perseverança demonstram que ele pode ir muito mais longe. Valeu, mano. Bendito seja Deus pela sua carreira. E celebre cada vitória. Você é especial, de seu irmão Jackislandy. Um abraço.



Jackislandy Meira, Prof. e filósofo.

domingo, 13 de maio de 2007

Mil vezes MÃE...

MAMÃE... Assim que nascemos experimentamos já o sabor dessa palavra tão meiga e tão valorosa, mamãe. É como se o filho recém-nascido quisesse chamar pela mãe de modo urgente e a chamasse não só uma, mas duas vezes, mãe, mãe, quer dizer, mamãe. Ocorrendo nos momentos de choro, de dor ou de necessidade acaba se tornando frequente a tão doce, não menos necessária, expressão, mamãe. Oriunda do latim, “mater, matris”, mãe é a que alimenta o filho; ama. Por escolha divina, são mulheres, mas poderiam ser homens, e Deus teria muito bem invertido os papéis. É a que produz, a que causa, a fonte, a origem. No sentido de maternidade, o fato de ser mãe põe a mulher num lugar de honra e veneração, pois é dona de uma singular, não menos fraternal, afeição maternal. “Matrem esse aliquo” – “ter um filho de alguém, de outrem” – é o maravilhoso dom da fertilidade associado pelos antigos à palavra terra – “terra mater” – que tudo produz ou “mater magna” – grande deusa; Cíbele. O magnífico é notarmos que “mater” tem a mesma idéia que “pater” também do latim, envolvendo respeito e dignidade, por isso a ligação feita acima à idéia de uma deusa, veneração. Isso quer dizer que na realidade, na vida, os dois papéis poderiam também se equivaler ou, ao menos, se corresponder. O fato é que nem sempre essa correspondência acontece, acarretando para a mamãe um acúmulo infinito de responsabilidades, tendo assim que se desdobrar para fazer as vezes do pai, portanto, duas vezes mãe, mamãe. No dia de hoje, em homenagem às mães, por que não chamamos, ao invés de duas, por mil vezes mãe? MAMAMAMAMAMAMAMAMAMA.........MAMÃE! 

Jackislandy Meira, Filósofo e Teólogo.

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