Jornal evangélico de repercussão nacional, "Mensageiro da Paz", publica na íntegra a entrevista do "ex-Padre", Jackislandy, um floraniense que dá testemunho cristão na Assembléia de Deus desta cidade. A entrevista pode ser lida aqui no Portal INFORSIDE e em todos os jornais do mensageiro da paz espalhados pelo país.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
De onde derivam os sentidos?
Platão explica a gênese do mundo sensível por meio de um mito chamado o mito da “Chora”. Originalmente existiam as idéias e também a matéria originária que em grego se chama “Chora”. Num certo ponto entra em ação um demiurgo. Uma entidade intermediária entre as idéias e a matéria. O demiurgo é uma espécie de deus artífice que plasma as coisas tendo como modelo as idéias. O artífice, o demiurgo produz a realidade física olhando para o modelo eterno que é constituído pelas idéias. No diálogo Timeu, Platão descreve este mito da “Chora” e afirma que a finalidade última da produção do mundo é o bem. O demiurgo plasma o mundo pelo amor ao bem. As coisas derivam desta ação do demiurgo que tem como objeto a realização do bem. O mundo, portanto, é a obra da inteligência do demiurgo que produz no nível sensível uma cópia do modelo eterno constituído pelas idéias.
Para Platão, conhecer se identifica com a anamnese, isto é, com a recordação, com a lembrança, com a memória. A alma pode conhecer o mundo supra-sensível porque antes de encarnar-se num corpo o tinha contemplado. Nesta vida, por ocasião do encontro com as coisas, a alma lembra as essências eternas que tinham contemplado antes. A alma extrai de si mesma, quer dizer, lembra aquilo que já tinha visto, isto é, a primeira forma de explicar o conhecimento que se trata de uma explicação mítica ligada as doutrinas órfico-pitagóricas, segundo as quais a alma é imortal, preexiste ao corpo, se encarna num corpo por causa de uma culpa. A novidade deste argumento consiste porém no fato de que a influência órfico-pitagórica se junta com o elemento da maiêutica socrática porque, conforme afirmação, a alma está grávida da verdade. Em um segundo momento, sempre no diálogo Menon, Platão usa um argumento dialético, utilizando uma experiência maiêutica. Ele interroga um escravo ignorante em geometria e através de perguntas adequadas lhe permite que, ele mesmo, resolva o problema de geometria.
O escravo, ignorante de geometria, afirma Platão, encontra a solução dentro de si mesmo, na sua própria alma. A verdade, segundo Platão, já está na alma. O conhecimento consiste em extrair de si mesmo a verdade antes de contemplada.
No Fédon, Platão aprofunda o argumento confirmando a anamnese por meio da reflexão sobre os conhecimentos matemáticos que o homem aprende não a partir da experiência sensível, mas pelo cálculo que ele se realiza no plano do mundo puramente inteligível, isto é, do mundo interior.
Os graus do conhecimento:
| Sensível -----> Doxa(opinião)CONHECIMENTO -|
| Supra-sensível -----> Episteme(ciência verdadeira)
| Supra-sensível -----> Episteme(ciência verdadeira)
A doxa se divide em duas partes Eikassia (Imaginação) e Pistis (crença).
§ Diánoia: conhecimento intermediário ou matemático-geométrico;
§ Nóesis: intelecção das idéias e captação da idéia suprema que é a do bem.
A dialética platônica consiste na intuição intelectual na qual o homem passa de idéia em idéia até chegar a idéia suprema do bem.
Em Platão, a dialética é de tipo positivo porque comporta uma progressiva ascensão dos níveis mais baixos que são constituídos pelo mundo material e sensível aos níveis mais altos que são constituídos pelo mundo das idéias, da idéia do bem.
Para Platão, a arte é imitação do mundo sensível, do mundo material, mas a arte é imitação da idéia. Então, a arte é a sombra das sombras. A idéia das idéias.
Prof. e filósofo, Jackislandy Meira de Medeiros Silva
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
A Farmácia de Epicuro.
Segunda-feira passada, dia 01 de dezembro de 2008, na Escola Estadual Teônia Amaral em Florânia, RN, pudemos vislumbrar de perto as práticas, saberes e valores que tanto estimulam alunos, professores, equipe pedagógica, direção escolar ou Comunidade Escolar no que diz respeito às preocupações internas da instituição quando o assunto é aprendizagem. Houve a 3ª Ação Cidadania da EETA, cujo tema fora: “Teônia Amaral mostra seus saberes e práticas”.
Nesse dia tão badalado, não menos rico de conteúdos que nas aulas, sentimo-nos presenteados também pela 4ª feira do empreendedor do “Despertar” em nosso Município, ocorrida nas mesmas circunstâncias da “Ação”. Um presente duplamente carregado de sentido e de admiração por aqueles que iam e vinham das apresentações da sala do Centenário de morte de Machado de Assis, da sala de História com seus personagens e fatos, da sala de Geografia com a preocupação do espaço, do clima e da política, da sala de Curiosidades filosóficas no tocante à Farmácia de Epicuro, à Morte dos filósofos, aos bustos dos filósofos e ao jogo da memória com os personagens históricos da Filosofia, bem como os laboratórios de Biologia e Química de nossa Escola que acabaram dando um show de experimentos. Ainda tivemos a sala de Turismo mostrando as belezas religiosas e paisagísticas de Florânia... Muito mais, mas muito mais mesmo nós tivemos com que nos encher de orgulho quando vimos todas as salas repletas de trabalhos construtivos, realizados com carinho pelos alunos de nossa Escola. Valeu a pena! Ótimo trabalho!
Mas, gostaria aqui, nesse espaço, de intensificar as iniciativas do trabalho realizado pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio do Cajueiro em que sobrou ousadia e muita criatividade. Desenvolveram uma “Farmácia de Epicuro” invejável e inteligente do ponto de vista filosófico.
Nela, o “Tetrafármacon”(chamada “ética de Epicuro”): “1º) Não se deve temer a morte; 2º) É fácil alcançar o bem; 3º) não se deve temer a divindade; 4º) É fácil suportar o mal” (in “O Jardim das Aflições”, pg. 58). Segundo Olavo de Carvalho, não se trata de uma ética, mas de uma psicologia prática, uma espécie de “auto-ajuda” para a conquista da felicidade – assim entendida por Epicuro. Para mim, é uma sabedoria ou a própria filosofia de Epicuro uma vez que afirma a vida pautada na alegria, na amizade, na paz e na felicidade.
O saber médico era um dos principais saberes da época de Epicuro, SÉC. IV - III a.C. Onde a FELICIDADE era fruto da harmonia entre MEDICINA E FILOSOFIA que davam normas para a vida correta, para a BOA VIDA.
Daí, a Filosofia de Epicuro ser chamada de PHARMAKON ou TETRAPHARMAKON. Vejam a bula com os quatro remédios de Epicuro para a cura das paixões e dos tormentos da alma: 1ª. As divindades não observam os homens com qualquer interesse. Tudo é “átomo e vazio”, e os átomos, que são partículas minúsculas, se movimentam como em uma constante queda, e se há um desvio de um que pode ocorrer um choque, há então mudanças no plano visível. Isso não quer dizer que não possa existir deuses, e de fato eles existem. Todavia, ficam no seu mundo, e os homens tem também o seu próprio. Sendo divinos, não se interessam em olhar para o que é menos que eles, a vida dos mortais. Por isso mesmo, os homens não devem temê-los. Criar, lutar para obter riquezas e honrá-los seria uma forma de grande tormento entre homens. Um tormento tolo e inútil. Eis então a primeira regra para a Felicidade: não temer os deuses; não se preocupar com eles(isso não quer dizer, não se ocupar deles – Epicuro não manda não crer neles); 2ª. Sendo o mundo só “átomos e vazio”, temos de entender que sensações são físicas e que sentimentos são também produtos de mudanças de movimentações atômicas e, portanto, corporais. Assim, quando a morte chega, as sensações cessam e tudo que é significante para nós – prazer e dor – desaparece. Eis que a morte é ludibriada, pois quando ela vem, no mesmo momento não encontra mais o homem que ali está. Eis aí a segunda regra: não temer a morte, ela é tão incapaz de nos fazer mal quanto os deuses; 3ª. e 4ª. Ambas estão no próprio senso comum do pensamento hedonista: aquilo que é autenticamente bom é explicitamente simples, e pode ser buscado sem medo. Por exemplo: para alguém que tem sede, um simples copo de água é um bem valioso; uma vez degustado de modo correto, inteligente, é tudo o que se precisa(no momento) e, então, fonte de imenso prazer. Em relação ao mal, que poderia ofuscar prazeres, devemos saber que ele é o sofrimento, a dor, mas ele jamais dura para sempre; além disso, há uma série de exercícios mentais que podemos fazer para não prestarmos a atenção na dor, esperando-a passar, pois uma hora ela irá, com certeza, acabar. Eis aí a nossa receita para a busca do prazer e a fuga da dor, base da felicidade para Epicuro. “É vã toda e qualquer filosofia que não cure algum mal do espírito humano”.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs: www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
Nesse dia tão badalado, não menos rico de conteúdos que nas aulas, sentimo-nos presenteados também pela 4ª feira do empreendedor do “Despertar” em nosso Município, ocorrida nas mesmas circunstâncias da “Ação”. Um presente duplamente carregado de sentido e de admiração por aqueles que iam e vinham das apresentações da sala do Centenário de morte de Machado de Assis, da sala de História com seus personagens e fatos, da sala de Geografia com a preocupação do espaço, do clima e da política, da sala de Curiosidades filosóficas no tocante à Farmácia de Epicuro, à Morte dos filósofos, aos bustos dos filósofos e ao jogo da memória com os personagens históricos da Filosofia, bem como os laboratórios de Biologia e Química de nossa Escola que acabaram dando um show de experimentos. Ainda tivemos a sala de Turismo mostrando as belezas religiosas e paisagísticas de Florânia... Muito mais, mas muito mais mesmo nós tivemos com que nos encher de orgulho quando vimos todas as salas repletas de trabalhos construtivos, realizados com carinho pelos alunos de nossa Escola. Valeu a pena! Ótimo trabalho!
Mas, gostaria aqui, nesse espaço, de intensificar as iniciativas do trabalho realizado pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio do Cajueiro em que sobrou ousadia e muita criatividade. Desenvolveram uma “Farmácia de Epicuro” invejável e inteligente do ponto de vista filosófico.
Nela, o “Tetrafármacon”(chamada “ética de Epicuro”): “1º) Não se deve temer a morte; 2º) É fácil alcançar o bem; 3º) não se deve temer a divindade; 4º) É fácil suportar o mal” (in “O Jardim das Aflições”, pg. 58). Segundo Olavo de Carvalho, não se trata de uma ética, mas de uma psicologia prática, uma espécie de “auto-ajuda” para a conquista da felicidade – assim entendida por Epicuro. Para mim, é uma sabedoria ou a própria filosofia de Epicuro uma vez que afirma a vida pautada na alegria, na amizade, na paz e na felicidade.
O saber médico era um dos principais saberes da época de Epicuro, SÉC. IV - III a.C. Onde a FELICIDADE era fruto da harmonia entre MEDICINA E FILOSOFIA que davam normas para a vida correta, para a BOA VIDA.
Daí, a Filosofia de Epicuro ser chamada de PHARMAKON ou TETRAPHARMAKON. Vejam a bula com os quatro remédios de Epicuro para a cura das paixões e dos tormentos da alma: 1ª. As divindades não observam os homens com qualquer interesse. Tudo é “átomo e vazio”, e os átomos, que são partículas minúsculas, se movimentam como em uma constante queda, e se há um desvio de um que pode ocorrer um choque, há então mudanças no plano visível. Isso não quer dizer que não possa existir deuses, e de fato eles existem. Todavia, ficam no seu mundo, e os homens tem também o seu próprio. Sendo divinos, não se interessam em olhar para o que é menos que eles, a vida dos mortais. Por isso mesmo, os homens não devem temê-los. Criar, lutar para obter riquezas e honrá-los seria uma forma de grande tormento entre homens. Um tormento tolo e inútil. Eis então a primeira regra para a Felicidade: não temer os deuses; não se preocupar com eles(isso não quer dizer, não se ocupar deles – Epicuro não manda não crer neles); 2ª. Sendo o mundo só “átomos e vazio”, temos de entender que sensações são físicas e que sentimentos são também produtos de mudanças de movimentações atômicas e, portanto, corporais. Assim, quando a morte chega, as sensações cessam e tudo que é significante para nós – prazer e dor – desaparece. Eis que a morte é ludibriada, pois quando ela vem, no mesmo momento não encontra mais o homem que ali está. Eis aí a segunda regra: não temer a morte, ela é tão incapaz de nos fazer mal quanto os deuses; 3ª. e 4ª. Ambas estão no próprio senso comum do pensamento hedonista: aquilo que é autenticamente bom é explicitamente simples, e pode ser buscado sem medo. Por exemplo: para alguém que tem sede, um simples copo de água é um bem valioso; uma vez degustado de modo correto, inteligente, é tudo o que se precisa(no momento) e, então, fonte de imenso prazer. Em relação ao mal, que poderia ofuscar prazeres, devemos saber que ele é o sofrimento, a dor, mas ele jamais dura para sempre; além disso, há uma série de exercícios mentais que podemos fazer para não prestarmos a atenção na dor, esperando-a passar, pois uma hora ela irá, com certeza, acabar. Eis aí a nossa receita para a busca do prazer e a fuga da dor, base da felicidade para Epicuro. “É vã toda e qualquer filosofia que não cure algum mal do espírito humano”.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Jornal Evangélico entrevista o ex-Padre Jackislandy
Jornal evangélico de repercussão nacional, "Mensageiro da Paz", publica na íntegra a entrevista do "ex-Padre", Jackislandy, um floraniense que dá testemunho cristão na Assembléia de Deus desta cidade. A entrevista pode ser lida aqui no Portal INFORSIDE e em todos os jornais do mensageiro da paz espalhados pelo país.
De onde derivam os sentidos?
Platão explica a gênese do mundo sensível por meio de um mito chamado o mito da “Chora”. Originalmente existiam as idéias e também a matéria originária que em grego se chama “Chora”. Num certo ponto entra em ação um demiurgo. Uma entidade intermediária entre as idéias e a matéria. O demiurgo é uma espécie de deus artífice que plasma as coisas tendo como modelo as idéias. O artífice, o demiurgo produz a realidade física olhando para o modelo eterno que é constituído pelas idéias. No diálogo Timeu, Platão descreve este mito da “Chora” e afirma que a finalidade última da produção do mundo é o bem. O demiurgo plasma o mundo pelo amor ao bem. As coisas derivam desta ação do demiurgo que tem como objeto a realização do bem. O mundo, portanto, é a obra da inteligência do demiurgo que produz no nível sensível uma cópia do modelo eterno constituído pelas idéias.
Para Platão, conhecer se identifica com a anamnese, isto é, com a recordação, com a lembrança, com a memória. A alma pode conhecer o mundo supra-sensível porque antes de encarnar-se num corpo o tinha contemplado. Nesta vida, por ocasião do encontro com as coisas, a alma lembra as essências eternas que tinham contemplado antes. A alma extrai de si mesma, quer dizer, lembra aquilo que já tinha visto, isto é, a primeira forma de explicar o conhecimento que se trata de uma explicação mítica ligada as doutrinas órfico-pitagóricas, segundo as quais a alma é imortal, preexiste ao corpo, se encarna num corpo por causa de uma culpa. A novidade deste argumento consiste porém no fato de que a influência órfico-pitagórica se junta com o elemento da maiêutica socrática porque, conforme afirmação, a alma está grávida da verdade. Em um segundo momento, sempre no diálogo Menon, Platão usa um argumento dialético, utilizando uma experiência maiêutica. Ele interroga um escravo ignorante em geometria e através de perguntas adequadas lhe permite que, ele mesmo, resolva o problema de geometria.
O escravo, ignorante de geometria, afirma Platão, encontra a solução dentro de si mesmo, na sua própria alma. A verdade, segundo Platão, já está na alma. O conhecimento consiste em extrair de si mesmo a verdade antes de contemplada.
No Fédon, Platão aprofunda o argumento confirmando a anamnese por meio da reflexão sobre os conhecimentos matemáticos que o homem aprende não a partir da experiência sensível, mas pelo cálculo que ele se realiza no plano do mundo puramente inteligível, isto é, do mundo interior.
Os graus do conhecimento:
| Sensível -----> Doxa(opinião)CONHECIMENTO -|
| Supra-sensível -----> Episteme(ciência verdadeira)
| Supra-sensível -----> Episteme(ciência verdadeira)
A doxa se divide em duas partes Eikassia (Imaginação) e Pistis (crença).
§ Diánoia: conhecimento intermediário ou matemático-geométrico;
§ Nóesis: intelecção das idéias e captação da idéia suprema que é a do bem.
A dialética platônica consiste na intuição intelectual na qual o homem passa de idéia em idéia até chegar a idéia suprema do bem.
Em Platão, a dialética é de tipo positivo porque comporta uma progressiva ascensão dos níveis mais baixos que são constituídos pelo mundo material e sensível aos níveis mais altos que são constituídos pelo mundo das idéias, da idéia do bem.
Para Platão, a arte é imitação do mundo sensível, do mundo material, mas a arte é imitação da idéia. Então, a arte é a sombra das sombras. A idéia das idéias.
Prof. e filósofo, Jackislandy Meira de Medeiros Silva
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
A Farmácia de Epicuro.
Segunda-feira passada, dia 01 de dezembro de 2008, na Escola Estadual Teônia Amaral em Florânia, RN, pudemos vislumbrar de perto as práticas, saberes e valores que tanto estimulam alunos, professores, equipe pedagógica, direção escolar ou Comunidade Escolar no que diz respeito às preocupações internas da instituição quando o assunto é aprendizagem. Houve a 3ª Ação Cidadania da EETA, cujo tema fora: “Teônia Amaral mostra seus saberes e práticas”.
Nesse dia tão badalado, não menos rico de conteúdos que nas aulas, sentimo-nos presenteados também pela 4ª feira do empreendedor do “Despertar” em nosso Município, ocorrida nas mesmas circunstâncias da “Ação”. Um presente duplamente carregado de sentido e de admiração por aqueles que iam e vinham das apresentações da sala do Centenário de morte de Machado de Assis, da sala de História com seus personagens e fatos, da sala de Geografia com a preocupação do espaço, do clima e da política, da sala de Curiosidades filosóficas no tocante à Farmácia de Epicuro, à Morte dos filósofos, aos bustos dos filósofos e ao jogo da memória com os personagens históricos da Filosofia, bem como os laboratórios de Biologia e Química de nossa Escola que acabaram dando um show de experimentos. Ainda tivemos a sala de Turismo mostrando as belezas religiosas e paisagísticas de Florânia... Muito mais, mas muito mais mesmo nós tivemos com que nos encher de orgulho quando vimos todas as salas repletas de trabalhos construtivos, realizados com carinho pelos alunos de nossa Escola. Valeu a pena! Ótimo trabalho!
Mas, gostaria aqui, nesse espaço, de intensificar as iniciativas do trabalho realizado pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio do Cajueiro em que sobrou ousadia e muita criatividade. Desenvolveram uma “Farmácia de Epicuro” invejável e inteligente do ponto de vista filosófico.
Nela, o “Tetrafármacon”(chamada “ética de Epicuro”): “1º) Não se deve temer a morte; 2º) É fácil alcançar o bem; 3º) não se deve temer a divindade; 4º) É fácil suportar o mal” (in “O Jardim das Aflições”, pg. 58). Segundo Olavo de Carvalho, não se trata de uma ética, mas de uma psicologia prática, uma espécie de “auto-ajuda” para a conquista da felicidade – assim entendida por Epicuro. Para mim, é uma sabedoria ou a própria filosofia de Epicuro uma vez que afirma a vida pautada na alegria, na amizade, na paz e na felicidade.
O saber médico era um dos principais saberes da época de Epicuro, SÉC. IV - III a.C. Onde a FELICIDADE era fruto da harmonia entre MEDICINA E FILOSOFIA que davam normas para a vida correta, para a BOA VIDA.
Daí, a Filosofia de Epicuro ser chamada de PHARMAKON ou TETRAPHARMAKON. Vejam a bula com os quatro remédios de Epicuro para a cura das paixões e dos tormentos da alma: 1ª. As divindades não observam os homens com qualquer interesse. Tudo é “átomo e vazio”, e os átomos, que são partículas minúsculas, se movimentam como em uma constante queda, e se há um desvio de um que pode ocorrer um choque, há então mudanças no plano visível. Isso não quer dizer que não possa existir deuses, e de fato eles existem. Todavia, ficam no seu mundo, e os homens tem também o seu próprio. Sendo divinos, não se interessam em olhar para o que é menos que eles, a vida dos mortais. Por isso mesmo, os homens não devem temê-los. Criar, lutar para obter riquezas e honrá-los seria uma forma de grande tormento entre homens. Um tormento tolo e inútil. Eis então a primeira regra para a Felicidade: não temer os deuses; não se preocupar com eles(isso não quer dizer, não se ocupar deles – Epicuro não manda não crer neles); 2ª. Sendo o mundo só “átomos e vazio”, temos de entender que sensações são físicas e que sentimentos são também produtos de mudanças de movimentações atômicas e, portanto, corporais. Assim, quando a morte chega, as sensações cessam e tudo que é significante para nós – prazer e dor – desaparece. Eis que a morte é ludibriada, pois quando ela vem, no mesmo momento não encontra mais o homem que ali está. Eis aí a segunda regra: não temer a morte, ela é tão incapaz de nos fazer mal quanto os deuses; 3ª. e 4ª. Ambas estão no próprio senso comum do pensamento hedonista: aquilo que é autenticamente bom é explicitamente simples, e pode ser buscado sem medo. Por exemplo: para alguém que tem sede, um simples copo de água é um bem valioso; uma vez degustado de modo correto, inteligente, é tudo o que se precisa(no momento) e, então, fonte de imenso prazer. Em relação ao mal, que poderia ofuscar prazeres, devemos saber que ele é o sofrimento, a dor, mas ele jamais dura para sempre; além disso, há uma série de exercícios mentais que podemos fazer para não prestarmos a atenção na dor, esperando-a passar, pois uma hora ela irá, com certeza, acabar. Eis aí a nossa receita para a busca do prazer e a fuga da dor, base da felicidade para Epicuro. “É vã toda e qualquer filosofia que não cure algum mal do espírito humano”.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
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Nesse dia tão badalado, não menos rico de conteúdos que nas aulas, sentimo-nos presenteados também pela 4ª feira do empreendedor do “Despertar” em nosso Município, ocorrida nas mesmas circunstâncias da “Ação”. Um presente duplamente carregado de sentido e de admiração por aqueles que iam e vinham das apresentações da sala do Centenário de morte de Machado de Assis, da sala de História com seus personagens e fatos, da sala de Geografia com a preocupação do espaço, do clima e da política, da sala de Curiosidades filosóficas no tocante à Farmácia de Epicuro, à Morte dos filósofos, aos bustos dos filósofos e ao jogo da memória com os personagens históricos da Filosofia, bem como os laboratórios de Biologia e Química de nossa Escola que acabaram dando um show de experimentos. Ainda tivemos a sala de Turismo mostrando as belezas religiosas e paisagísticas de Florânia... Muito mais, mas muito mais mesmo nós tivemos com que nos encher de orgulho quando vimos todas as salas repletas de trabalhos construtivos, realizados com carinho pelos alunos de nossa Escola. Valeu a pena! Ótimo trabalho!
Mas, gostaria aqui, nesse espaço, de intensificar as iniciativas do trabalho realizado pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio do Cajueiro em que sobrou ousadia e muita criatividade. Desenvolveram uma “Farmácia de Epicuro” invejável e inteligente do ponto de vista filosófico.
Nela, o “Tetrafármacon”(chamada “ética de Epicuro”): “1º) Não se deve temer a morte; 2º) É fácil alcançar o bem; 3º) não se deve temer a divindade; 4º) É fácil suportar o mal” (in “O Jardim das Aflições”, pg. 58). Segundo Olavo de Carvalho, não se trata de uma ética, mas de uma psicologia prática, uma espécie de “auto-ajuda” para a conquista da felicidade – assim entendida por Epicuro. Para mim, é uma sabedoria ou a própria filosofia de Epicuro uma vez que afirma a vida pautada na alegria, na amizade, na paz e na felicidade.
O saber médico era um dos principais saberes da época de Epicuro, SÉC. IV - III a.C. Onde a FELICIDADE era fruto da harmonia entre MEDICINA E FILOSOFIA que davam normas para a vida correta, para a BOA VIDA.
Daí, a Filosofia de Epicuro ser chamada de PHARMAKON ou TETRAPHARMAKON. Vejam a bula com os quatro remédios de Epicuro para a cura das paixões e dos tormentos da alma: 1ª. As divindades não observam os homens com qualquer interesse. Tudo é “átomo e vazio”, e os átomos, que são partículas minúsculas, se movimentam como em uma constante queda, e se há um desvio de um que pode ocorrer um choque, há então mudanças no plano visível. Isso não quer dizer que não possa existir deuses, e de fato eles existem. Todavia, ficam no seu mundo, e os homens tem também o seu próprio. Sendo divinos, não se interessam em olhar para o que é menos que eles, a vida dos mortais. Por isso mesmo, os homens não devem temê-los. Criar, lutar para obter riquezas e honrá-los seria uma forma de grande tormento entre homens. Um tormento tolo e inútil. Eis então a primeira regra para a Felicidade: não temer os deuses; não se preocupar com eles(isso não quer dizer, não se ocupar deles – Epicuro não manda não crer neles); 2ª. Sendo o mundo só “átomos e vazio”, temos de entender que sensações são físicas e que sentimentos são também produtos de mudanças de movimentações atômicas e, portanto, corporais. Assim, quando a morte chega, as sensações cessam e tudo que é significante para nós – prazer e dor – desaparece. Eis que a morte é ludibriada, pois quando ela vem, no mesmo momento não encontra mais o homem que ali está. Eis aí a segunda regra: não temer a morte, ela é tão incapaz de nos fazer mal quanto os deuses; 3ª. e 4ª. Ambas estão no próprio senso comum do pensamento hedonista: aquilo que é autenticamente bom é explicitamente simples, e pode ser buscado sem medo. Por exemplo: para alguém que tem sede, um simples copo de água é um bem valioso; uma vez degustado de modo correto, inteligente, é tudo o que se precisa(no momento) e, então, fonte de imenso prazer. Em relação ao mal, que poderia ofuscar prazeres, devemos saber que ele é o sofrimento, a dor, mas ele jamais dura para sempre; além disso, há uma série de exercícios mentais que podemos fazer para não prestarmos a atenção na dor, esperando-a passar, pois uma hora ela irá, com certeza, acabar. Eis aí a nossa receita para a busca do prazer e a fuga da dor, base da felicidade para Epicuro. “É vã toda e qualquer filosofia que não cure algum mal do espírito humano”.
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