terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Em Florânia, o presente de Natal é PERSEGUIÇÃO...

O boato que circula na cidade de Florânia sobre uma possível demissão de funcionários tem procedência, mas não os nomeados pelo ex-prefeito Flávio José (PT), e sim os servidores com vínculos na Prefeitura e Governo do Estado.
Através do ofício 287/2009, o prefeito de Florânia, Sinval Salomão (PTB), solicitou ao Secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos – SEARH, que fosse aberto Procedimento Administrativo a fim de apurar a acumulação de cargo indevida de dois servidores.
Ao ofício, além dos dois funcionários, o prefeito-advogado anexou uma lista contendo todos os outros servidores do município, na qual o Governo do Estado realizou um cruzamento e detectou 26 casos de acúmulos de cargos, que estão sendo examinados pela Comissão Permanente de Acumulação de Cargos – COPAC/SEARH.
A Comissão Permanente de Acumulação de Cargos – COPAC, já instaurou a abertura de Processo Administrativo dos seguintes servidores: José Raimundo de Medeiros, Vanuza Carmem Pereira de Araújo, Rejane Maria Félix, Maria Lindalva de Azevedo, Maria Gildete Félix, Maria da Guia Cruz Delgado, Maria da Conceição de Araújo Pereira, Josefa Jussaly de Medeiros, Maria do Socorro Araújo Silva Santos, Divonete Pereira Cruz, Sérgio Medeiros dos Santos, Sandra Maria Pereira Silva, Alysson Wagner de Oliveira, Maria de Fátima Toscano Ernesto, Maria das graças de Araújo, Junior Galdino de Azevedo, Judileide Silva de Morais, Josimar Tavares de Medeiros, José Ronaldo Jerônimo da Costa, Jackislandy Meira de Medeiros Silva, Gilzete Maria de Medeiros, Francisco das Chagas Guedes de Azevedo, Francisco da Silva, Eva Lorena Azevedo Dantas, Sebastião Erivande de Morais, além do ex-prefeito Flávio José de Oliveira Silva.
Comenta-se na cidade, que este foi o presente de Natal e Ano Novo que o prefeito-advogado está dando aos funcionários!

Fonte: www.robsonpiresxerife.com

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

EVITEM COMER PANETONE NESTE NATAL...



Por causa do escândalo da propina dos políticos do DEM mês passado, sugiro que evitemos comer PANETONE neste natal como forma de protesto a políticos que abusam do dinheiro público para fazer caixa dois em campanhas eleitorais. A revista “carta capital” deste mês traz as imagens dos pacotes de dinheiro sendo entregues em troca de favores políticos: “As imagens falam por si. Arruda tentou justificar os 50 mil reais cash, mas a tese do panetone foi desmascarada em dois dias. Também está difícil explicar o périplo de deputados e empresários ao gabinete de Barbosa, onde manuseavam maços de dinheiro. Dois beneficiários, parlamentares distritais, chegaram a agradecer a Deus. Foi a oração da propina”.

Fatos como esses devem nos ajudar a votar com mais consciências nas próximas eleições. Fiquemos alertas!

O DEM acabou no panetone...


Jackislandy Meira de Medeiros Silva, Prof. e Filósofo.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O blog do filósofo desbancou muitos blogs de cunho jornalístico e está entre os mais acessados da região. Veja o ranking abaixo:


Os dados abaixo foram baseados nos últimos três meses (Setembro, Outubro e Novembro) e quanto menor o valor do tráfego apurado, mais acessado o blog é. Abaixo segue o ranking dos blogs mais acessados na pesquisa de Dezembro:

1°) Robson Pires
Cidade: Caicó; Link: www.robsonpiresxerife.com; Alexa Traffic Rank – 448,765
2°) F.Gomes Cidade: Caicó; Link: www.fgomes.com.br; Alexa Traffic Rank – 1,457,440
3°) Cardoso Silva Cidade: Caicó; Link: www.cardososilva.com.br; Alexa Traffic Rank – 1,746,513
4°) Sidney Silva
Cidade: Caicó; Link: www.sidneysilva.com.br; Alexa Traffic Rank – 2,644,678
5°) Marcos Dantas
Cidade: Caicó; Link: www.marcosdantas.com; Alexa Traffic Rank – 2,876,611
6°) Suébster Neri
Cidade: Caicó; Link: www.sneri.blog.br; Alexa Traffic Rank – 2,970,463
7°) Paulinho Filho
Cidade: Jardim do Seridó; Link: www.paulinhobarrapesada.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,089,440
8°) Vlaudey Liberato Cidade: Currais Novos; Link: www.politicadoserido.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,249,455
9°) Juquinha – Jornal JCN
Cidade: Carnaúba dos Dantas; Link: www.carnaubafotos.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,257,950
10°) Romeu Dantas
Cidade: Acari; Link: www.romeudantas.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,431,539
11°) Marcos Costa
Cidade: Ouro Branco; Link: www.marcoscostaob.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,466,301
12°) Wallace
Cidade: Santa Cruz; Link: www.wsantacruz.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 4,436,799
13°) Paulo Júnior
Cidade: Caicó; Link: www.correiodoserido.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 5,327,758
14°) Josimário Nunes – Jornal A FONTE
Cidade: Jardim do Seridó; Link: www.afontenanet.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 7,684,343
15°) Washington Luiz
Cidade: Santana do Matos; Link: www.washingtonluizjunior.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 8,741,126
16°) André Gustavo
Cidade: Currais Novos; Link: www.tanabocadopovo1000.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 9,122,783
17°) Anna Jailma
Cidade: São João do Sabugi; Link: www.aflordaterra.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 9,508,789
18°) Ismael Medeiros Cidade: Acari; Link: www.ismaelmedeiros.com; Alexa Traffic Rank – 10,350,182
19°) Dutra Assunção
Cidade: Santana do Matos; Link: www.redacaocajarana.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 10,935,972
20°) Chagas Silva Cidade: Currais Novos; Link: www.chagasilva.com; Alexa Traffic Rank – 11,775,638
21°) Terra da Xelita
Cidade: Currais novos; Link: www.terradaxelita.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 14,128,527
22°) Eliel Bezerra
Cidade: Jardim do Seridó; Link: www.elielbezerra.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 14,152,061
23°) Gustavo Nóbrega Cidade: Caicó; Link: www.gustavonobregarn.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 15,566,184
24°) O Seridoense Cidade: Caicó; Link: www.oseridoense.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 15,815,522
25°) Djaildo
Cidade: Cerro Corá; Link: www.djaildocomunicandocerrocorarn.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 16,072,068
26°) Elizabeth Silva Cidade: Cruzeta; Link: www.cruzetaemdestaque.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 17,517,883
27°) Santana do Matos em Foco
Cidade: Santana do Matos; Link: www.santanadomatosemfoco.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 19,891,627
28°) Jackislandy Meira
Cidade: Florânia; Link: www.umasreflexoes.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 21,137,848
29°) Júnior de Leca Cidade: Acari; Link: www.juniordeleca.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 21,946,522
30°) Carlos Felipe Cidade: São José do Seridó; Link: www.carlosofera.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 22,587,561
31°) Evilásio
Cidade: Cerro Corá; Link: www.blogdoevilasio.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 25,003,148
32°) Quixabeira News Cidade: São Vicente; Link: www.quixabeiranews.blogspot.com; Link – 25,233,240
33°) Edson Dantas Cidade: Florânia; Link: www.edsondantas.com; Alexa Traffic Rank – 25,819,943
34°) Wllana Dantas Cidade: Caicó; Link: www.wllanadantas.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 25,907,611
35°) Odon Jr. Cidade: Currais Novos; Link: www.ptdecurraisnovos.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 25,926,535
Obs¹: Os blogs que possuem final zip.net não estão incluídos na pesquisa, por não serem aceitos pelo site alexa.com. Com isso, obviamente, muitos blogs bons ficaram de fora dessa lista.

Obs²: A análise é feita em cima do tráfego de visitantes e a popularidade que os blogs têm. Os dados são baseados nos últimos três meses e quanto menor o valor do tráfego apurado, mais acessado o blog é.
- O Blog comenta: Obrigado a vocês, queridos leitores! Obrigado a meu Deus acima de tudo. - Mais uma observação : para o leitor entender melhor. A contagem dos números é feita em ordem decrescente ou regressiva. Até chegar ao número 1. Ok?

Fonte: http://www.alexa.com

Um grande abraço a todos que nos visitaram para chegarmos a esse ótimo resultado por tratar-se não de um blog estritamente jornalístico, mas de problemas filosóficos e afins que venham a interessar nosso empreendimento. Obrigado, o sucesso é nosso!

Brevemente, novas surpresas virão... É só curtir e acessar-nos cada vez mais.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Metáforas, metáforas, metáforas..


Peter Kreeft, na obra Sócrates e Jesus, apresenta de modo bastante criativo e sugestivo as três tradições, os profetas hebreus, os filósofos gregos e os criadores de mitos do mundo inteiro apontando para Deus.

Segundo ele, posto na boca de Sócrates, um de seus personagens presentes no livro, as tradições seriam como que três rios: “Sim, de três direções diferentes, que seriam as três partes da alma. O rio da filosofia nasceria nas montanhas da alma, o intelecto. O rio dos profetas, dos moralistas, nasceria da parte central da alma, do coração ou do desejo. É como as correntes de água que descem. E o rio dos mitos nasceria nos pântanos e nas planícies enfumaçados da alma, onde habita toda forma de vida, boa e má”(KREEFT, Peter. Sócrates e Jesus: o debate. São Paulo: Editora Vida, 2006. p. 98).

Um desses três rios podem nos levar para o mesmo destino, o mar divino?

“Não sei ao certo. Talvez o rio da filosofia seja muito gelado, rochoso ou raso para se velejar com sucesso. Talvez o rio do mito seja muito turvo, pantanoso, para que os velejadores desprendam-se dos obstáculos e alcancem o mar. Talvez apenas o rio dos profetas seja puro, claro, profundo, direto e seguro para a viagem”(ibidem).

Os mitos, as profecias do Antigo Testamento e os filósofos gregos têm certa semelhança. Claro, não são iguais, mas têm algo em comum.

“Eles pareciam ter o objetivo divino em comum, mas também tinham diferenças importantes. Quanto à pureza de estilo, por exemplo, os profetas parecem ser os mais claros, seguidos pelos filósofos e, por último, os criadores de mitos. Em matéria de adequação, por outro lado, novamente os profetas parecem nos falar o máximo de Deus. E talvez aqui os filósofos fiquem por último. Sempre pensei que os filósofos sabiam mais de Deus que os criadores de mitos, mas agora não estou mais tão certo. Talvez nossas máximas fossem claras, mas ralas como sopa, enquanto os mitos eram obscuros, mas espessos como guisado ou sangue”(ibidem).

Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo.

Não deixem de conferir suas páginas na internet:

www.umasreflexoes.blogspot.com

www.chegadootempo.blogspot.com

www.twitter.com/filoflorania

www.floraniajacksil.ning.com

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Três garfadas para ter certeza de que É PRECISO REENCANTAR O MUNDO...


É muito sugestivo iniciar essa discussão com a tão ouvida música de Chico Buarque: “Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã. Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã.”(Chico Buarque, cotidiano, 1971). É preciso fazer as coisas como se as tivéssemos fazendo pela primeira vez. Não é necessário fazê-las do mesmo jeito ou da mesma maneira, mas fazê-las a seu modo. Aí me lembro de Heidegger quando afirmou em Ser e Tempo o não dizer o mesmo sobre a mesma coisa não implica em trair o ser, mas assumir o mesmo ser de outra perspectiva.
Ao ler um “pequeno manual de Filosofia para sobreviver a um papo cabeça” de SVEN ORTELI e MICHEL ELTCHANINOFF, deparei-me com problemas e conceitos de Filosofia que fluíam naturalmente numa conversa informal de ambiente de jantar. O comensal estava repleto de ironias, verdades e inverdades iam e vinham em volta da mesa cujo desfecho era sempre inusitado com gargalhadas e alguns goles de vinho em meio a garfadas e mais garfadas de comidas.
Logo na primeira garfada, alguém toma a palavra: “o mundo foi encantado. As primeiras civilizações acreditavam na magia. Recorriam às potestades irracionais. O mundo era regido por forças atuantes, deuses, relâmpagos misteriosos e trevas. Os sacerdotes, feiticeiros, xamãs e outros videntes faziam o papel de telégrafos entre deuses e humanos. Mundo mágico, poético, mitológico, e super-romântico!”(ORTELI, Sven. ELTCHANINOFF, Michel. Um Pequeno Manual de Filosofia para Sobreviver a um Papo Cabeça. Rio de Janeiro: Agir, 2008. pp. 112-113). O papo realmente vai ficando apimentado pela magia, até que...
Vem a segunda garfada... “O mundo foi desencantado. Esse processo, denominado Entzauberung pelo sociólogo Max Weber, e revisitado pelo filósofo francês Marcel Gauchet, começou há muito tempo. Assim que os fiéis rechaçaram a magia, qualificada de superstição, o desencantamento adveio. No início, os profetas judeus abalaram o poder dos sacerdotes ao estabelecer uma relação pessoal com o Todo-Poderoso. A magia não era mais uma técnica de salvação. Em seguida, o movimento ganhou impulso inexorável com o protestantismo, no século XVI, que pôs por terra todos os sacramentos tradicionais, manifestações sacralizadas do divino. Assim, passou a prevalecer, sobretudo no calvinismo, a relação individual e solitária com Deus. Ninguém precisava mais de padre para absolver, para promover a redenção e a esperança de misericórdia. Essa atitude espiritual estendeu-se a todo o universo humano. Max Weber mostrou que ela alimentou o espírito do capitalismo e fez progredir o racionalismo no mundo moderno... A partir do século XVIII, o cristianismo serviu apenas como peneira. Religião menos sagrada, mais doce e mais humana, ela teria desembocado numa moral sem Deus, nova religião dos direitos humanos identificada com a construção do ideal democrático. Tudo está ligado: secularização e espírito democrático, economia capitalista e racionalização do real. O homem, a sós consigo mesmo, precisava apenas se virar, construir, sem padres, príncipes ou magos, seu próprio futuro. Tarefa pesada”(Ibidem)
Quando tudo parecia complicado demais, e o homem envergando-se cada vez mais sobre si mesmo ao ponto de nos indicar um desprendimento de Deus para um apego a si...
Tome uma terceira garfada, desta vez de torta de creme: PRECISAMOS REENCANTAR O MUNDO.
“Polvilhar nele um pouco de magia. O indivíduo contemporâneo chegou ao fim de sua autonomia. Por acreditar apenas em suas próprias forças, destruiu seu planeta e não suporta mais seus semelhantes. Sente saudade das religiões, que o ajudam a pensar e a viver. Quer se volte para o budismo, a jardinagem, a leitura de Paulo Coelho ou o Código Da Vinci, ele exprime uma necessidade de reencantamento. Trata-se de reencantar o mundo sem voltar à superstição ou ao mero fanatismo”(Ibidem).




Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo.
www.umasreflexoes.blogspot.com e
www.chegadootempo.blogspot.com.





quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Política é política, filosofia é filosofia.


É difícil encontrar um pragmatista que não queira ver Platão pelas costas. E não é para menos. O platonismo está identificado com a idéia da separação entre o homem culto e o filósofo, e dá ao segundo o direito e o poder de governo sobre o primeiro. Por isso mesmo, o platonismo está aliado à idéia de vanguarda. O filósofo tem legitimidade para a condução da cidade. O rei-filósofo é o cume de uma vanguarda. Os pragmatistas tendem a não gostar do platonismo exatamente por causa disso. Comunidades comandadas por vanguardas políticas tendem a se uniformizar. A uniformidade reduz a riqueza da experiência que está, justamente, na pluralidade de idéias e perspectivas e na diversidade da prática. E o pragmatista é aquele filósofo que acredita que o que faz diferença faz diferença na prática. Ele teme como ninguém situações que podem nos levar a não ver mais diferença em nada, pois a prática se tornou, como um todo, o mundo da mera repetição. O platonismo, para o pragmatista, é exatamente a filosofia das sociedades que detém pouco apreço pela liberdade individual enquanto uma liberdade de produzir o diferente. Em termos gerais, esses óculos pelo qual o pragmatista mira o platonismo está correto. Todavia, esses óculos podem embaçar nossa visão quando Platão é absorvido nesse quadro. Platão não foi um platonista fanático. Há uma longa polêmica sobre se Platão se manteve adepto da Teoria das Formas e da ligação disto com a idéia de uma sociedade comandada pelo rei-filósofo, aquele que, enfim, podia vislumbrar a Forma das Formas – o Bem. Mas, o que não se pode perder de vista, é que essa questão é antes uma preocupação da filosofia política que da política. E quando os pragmatistas falam de filosofia política, eles, talvez diferentemente de outros tipos de filósofos, já estão bem próximos da política. Muitas vezes o pragmatista quer antes olhar as mentalidades, os ideários e as ideologias que propriamente o refinamento filosófico delas. A atenção para com a prática os leva a isso. Assim, não raro, antes se interessam pelo platonismo que por Platão. E neste campo mais pedestre da filosofia, em que esta transita próximo da história, da sociologia e da antropologia, ou seja, o campo da filosofia social que Dewey e os frankfurtianos desenvolveram, o problema da vanguarda continua sendo preocupante. A legitimação e a atuação da vanguarda são semelhantes na política, na religião e na educação. Na política, o partido revolucionário enxerga a Verdade e, no limite, um dos membros do partido, ao galgar a chefia, representa a culminância dessa capacidade de visão. Na religião, as igrejas fazem o mesmo, e os pastores e padres hierarquicamente fixados substituem a burocracia do partido. Na educação alguém na estrutura escolar cria algo parecido, e os professores, também hierarquicamente postos, atuam platonisticamente. Se nós aceitamos que um grupo, por diversas razões, tem acesso ao Bem, ao Belo e ao Verdadeiro, e que outros, incapazes, terão de seguir de modo obediente e pouco questionador esse grupo mais apto que, no limite, é chefiado por um tipo de rei-filósofo, então estamos longe do pragmatismo. E, para os pragmatistas, estamos no interior do platonismo. Em termos grosseiros, é esta a relação entre pragmatistas e o platonismo no campo da filosofia política. Por isso mesmo, quando nos anos 70, 80 e 90 do século XX se desenvolveu o “pós-modernismo”, alguns pragmatistas foram tomados como pós-modernos. É que a ordem do pós-modernismo era a de colocar abaixo o platonismo. E assim Richard Rorty foi chamado de filósofo pós-moderno. O problema surgido naquela época foi que a maioria dos pós-modernos eram críticos do platonismo e, no entanto, aos olhos de Rorty – e eu o acompanho nisso – estavam inseridos no platonismo de um modo peculiar. Eles criticavam o platonismo pelo seu realismo metafísico e, então, por causa de que no platonismo isto conduz à sociedade não pluralista e diversificada, eles também passaram a criticar a sociedade democrática moderna, pois a caracterizaram como uma sociedade uniformizada ou, para usar um termo caro aos frankfurtianos, a “sociedade da total administração” ou “sociedade administrada”. Por que isso era um problema? Por duas coisas: primeira, essa ligação que a maioria dos filósofos acredita, de que uma posição metafísica conduz à uma posição política, é própria do platonismo, e não de toda a filosofia; segunda, não é tão evidente que a sociedade moderna e democrática possa ser equiparada a uma sociedade falsamente pluralista e diversificada, falsamente livre. Rorty enfrentou essas questões. Ele fez seu discurso na defesa da sociedade democrática moderna, e assim se aliou a Habermas. E ele continuou fazendo sua defesa de uma posição não platonista, e assim elogiou Derrida. Mas ele se manteve eqüidistante de ambos na medida em que ele foi muito mais anti-platonista que Habermas e Derrida e, talvez, mais que qualquer outro filósofo de nossa época. Rorty nunca admitiu a essência do platonismo, que é a idéia de que uma posição metafísica arrasta com laço de necessidade uma posição política. O platonismo ligou a metafísica realista à política não democrática, e instituiu como uma característica da visão filosófica essa articulação, por meio de um elo de necessidade, entre metafísica e política. Rorty negou o caráter necessário desse elo. Para argumentar por isso, Rorty utilizou o próprio pragmatismo. Ele qualificou o pragmatismo como uma teoria filosófica ad hoc e, de certo modo, indicou que esse seria o melhor caminho para a filosofia. Por exemplo, se gostamos da democracia e queremos convencer outros que ela também é um bom modo de vida para eles, podemos evocar razões pragmáticas para tal. Talvez estas sejam as melhores razões para convencê-los. Mas essas razões pragmáticas, exatamente por serem pragmáticas, não são necessárias. Posso dizer a um amigo que não gosta da democracia que ele vive bem com a família na democracia, e que fora dela ele teria uma vida pior. Assim, não estou dizendo para ele que a democracia é o regime mais legítimo perante as leis do universo ou perante as leis de Deus ou que é o regime mais natural ao homem etc. Não há nisso nenhuma grande meta-narrativa filosófica ou religiosa para justificar a posição democrática, há apenas o argumento de que cada um de nós tem mais chances de se sair melhor na democracia que em outro regime. Ou seja, coloco um argumento pragmático como adendo, não como uma dito “escrito nas estrelas” para legitimar a democracia (eis então o caráter ad hoc do pragmatismo em relação ao que ele vem empurrar, no caso, a democracia). Tal argumento é quase como o que John Rawls evoca ao solicitar do legislador que use o “véu da ignorância”. No jargão de Rorty, para os fins aqui postos, falaríamos assim: é melhor a democracia, mesmo que não saibamos qual posição eu, que estou no momento como legislador, irei ocupar na sociedade após tirar o “véu da ignorância” e, então, deixar de ser o legislador para descobrir em que classe social estarei posto nesta sociedade que criei. E isso por uma razão simples: na democracia, ainda que eu tenha o azar de cair na classe dos pobres, terei a chance de mobilidade social ou, ao menos, de alguma liberdade para tal. Portanto, como legislador, e ignorante a respeito da minha posição na sociedade que estou criando, é melhor que eu a crie como uma democracia. Caso eu tenha o azar de cair no campo dos pobres, ainda assim perderei menos que se eu legislar em favor de uma sociedade de castas, por exemplo. Agora, quando tentamos convencer alguém em aceitar minimamente uma posição política nossa, evocar razões metafísicas e tentar torná-las necessárias para que, em nome da coerência, alguém com determinada posição filosófica tenha que ter determinada posição política, não é uma boa forma de agir. Em tempos pós-modernos, onde todos nós desconfiamos que as meta-narrativas, ou seja, as grandes filosofias (o Humanismo, o Marxismo, o Cristianismo etc.), não passam de “mais uma narrativa”, sem que possam afirmar que são mais verdadeiras ou reivindicar o monopólio da verdade, o argumento que busca em uma dessas metanarrativas uma força para legitimar uma posição política não acrescenta muito. Em alguns casos, chega até a pesar contra. Assim, em filosofia política, Rorty foi o filósofo que poderia ter afirmado: “política é política, filosofia é filosofia”. De certa maneira foi isso que ele disse mesmo, aliás, quando do brilhante artigo sobre Heidegger. “Em “o Fedor de Heidegger”, Rorty inventou uma história de vida para Heidegger, um pouco diferente daquela que Heidegger realmente levou, e mostrou que, tendo uma história de vida segundo esta ficção, ele não teria aderido ao nazismo, no máximo teria sido um conservador e, no entanto, em nada a filosofia dele teria de ser mudada. O objetivo do artigo era exatamente este: mostrar que não há elo de necessidade entre a posição política de um filósofo (ou de qualquer pessoa) e sua posição a respeito de questões metafísicas e epistemológicas, ou seja, questões que nós dizemos que são “propriamente filosóficas”. Ou seja, relação há, mas não relação necessária. Essa postura de Rorty foi a grande contribuição do pragmatismo atual para a filosofia política. O trabalho de Rawls em filosofia política poderia ser um dos exemplos dessa atitude, em que a metafísica não se faz presente para que se possa construir um sistema de legitimidade política.


Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo http://ghiraldelli.org

O PREFEITO (Ton Oliveira)

Mamãe, agora eu quero ser prefeito
Garanto que vou me candidatar
Do jeito que já sei mentir bastante
Acho que de hoje em diante minha vida vai mudar

Pra quem me apoiar eu dou abraço
Se fala mal de mim eu dou dinheiro e ele muda
E vai ficar tudo do mesmo jeito
Se eu ganhar para prefeito
É o mesmo "Deus nos acuda"

(E vai ficar tudo do mesmo jeito)
(Se eu ganhar para prefeito)
(É o mesmo "Deus nos acuda")

É a cidade esburacada (ai ai ai)
E o povo vivendo mal (ui ui ui)
Mas quando a coisa ficar preta
Eu invento uma micareta
E faço aquele carnaval

Trago um conjunto da Bahia (ai ai ai)
Pago mais do que ele merece (ui ui ui)
Se pagar 100 digo é 500
Desviando os 400 meu saldo banqueiro cresce

Ai o povo esquece tudo (ai ai ai)
E no embalo desse som (ui ui ui)
A cidade fica feliz
E ainda tem gente que diz:
"eita, que prefeito bom!"

(A cidade fica feliz)
(E ainda tem gente que diz:)
("eita, que prefeito bom!")


( Música de Ton Oliveira)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Esses moços...

Esses moços.

Pobres moços.

Há se soubessem o que eu sei.

Não amavam.

Não passavam.

Aquilo que eu já passei.

Por meus olhos.

Por meus sonhos.

Por meu sangue.

Tudo, enfim, é que eu peço a

Esses moços que acreditem em mim.

Se eles julgam que há um lindo

Futuro.

Só o amor nesta vida conduz

Saibam que deixam o céu por

Ser escuro

E vão ao inferno à procura de luz.

Eu também tive nos meus belos dias

Essa mania que muito me custou

Pois só as mágoas que eu trago

Hoje em dia.

E essas rugas o amor me deixou.

Esses moços...

Pobres moços...

Há se soubessem o que eu sei.

Lupicínio Rodrigues

Fotos no Facebook

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Em Florânia, o presente de Natal é PERSEGUIÇÃO...

O boato que circula na cidade de Florânia sobre uma possível demissão de funcionários tem procedência, mas não os nomeados pelo ex-prefeito Flávio José (PT), e sim os servidores com vínculos na Prefeitura e Governo do Estado.
Através do ofício 287/2009, o prefeito de Florânia, Sinval Salomão (PTB), solicitou ao Secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos – SEARH, que fosse aberto Procedimento Administrativo a fim de apurar a acumulação de cargo indevida de dois servidores.
Ao ofício, além dos dois funcionários, o prefeito-advogado anexou uma lista contendo todos os outros servidores do município, na qual o Governo do Estado realizou um cruzamento e detectou 26 casos de acúmulos de cargos, que estão sendo examinados pela Comissão Permanente de Acumulação de Cargos – COPAC/SEARH.
A Comissão Permanente de Acumulação de Cargos – COPAC, já instaurou a abertura de Processo Administrativo dos seguintes servidores: José Raimundo de Medeiros, Vanuza Carmem Pereira de Araújo, Rejane Maria Félix, Maria Lindalva de Azevedo, Maria Gildete Félix, Maria da Guia Cruz Delgado, Maria da Conceição de Araújo Pereira, Josefa Jussaly de Medeiros, Maria do Socorro Araújo Silva Santos, Divonete Pereira Cruz, Sérgio Medeiros dos Santos, Sandra Maria Pereira Silva, Alysson Wagner de Oliveira, Maria de Fátima Toscano Ernesto, Maria das graças de Araújo, Junior Galdino de Azevedo, Judileide Silva de Morais, Josimar Tavares de Medeiros, José Ronaldo Jerônimo da Costa, Jackislandy Meira de Medeiros Silva, Gilzete Maria de Medeiros, Francisco das Chagas Guedes de Azevedo, Francisco da Silva, Eva Lorena Azevedo Dantas, Sebastião Erivande de Morais, além do ex-prefeito Flávio José de Oliveira Silva.
Comenta-se na cidade, que este foi o presente de Natal e Ano Novo que o prefeito-advogado está dando aos funcionários!

Fonte: www.robsonpiresxerife.com

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

EVITEM COMER PANETONE NESTE NATAL...



Por causa do escândalo da propina dos políticos do DEM mês passado, sugiro que evitemos comer PANETONE neste natal como forma de protesto a políticos que abusam do dinheiro público para fazer caixa dois em campanhas eleitorais. A revista “carta capital” deste mês traz as imagens dos pacotes de dinheiro sendo entregues em troca de favores políticos: “As imagens falam por si. Arruda tentou justificar os 50 mil reais cash, mas a tese do panetone foi desmascarada em dois dias. Também está difícil explicar o périplo de deputados e empresários ao gabinete de Barbosa, onde manuseavam maços de dinheiro. Dois beneficiários, parlamentares distritais, chegaram a agradecer a Deus. Foi a oração da propina”.

Fatos como esses devem nos ajudar a votar com mais consciências nas próximas eleições. Fiquemos alertas!

O DEM acabou no panetone...


Jackislandy Meira de Medeiros Silva, Prof. e Filósofo.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O blog do filósofo desbancou muitos blogs de cunho jornalístico e está entre os mais acessados da região. Veja o ranking abaixo:


Os dados abaixo foram baseados nos últimos três meses (Setembro, Outubro e Novembro) e quanto menor o valor do tráfego apurado, mais acessado o blog é. Abaixo segue o ranking dos blogs mais acessados na pesquisa de Dezembro:

1°) Robson Pires
Cidade: Caicó; Link: www.robsonpiresxerife.com; Alexa Traffic Rank – 448,765
2°) F.Gomes Cidade: Caicó; Link: www.fgomes.com.br; Alexa Traffic Rank – 1,457,440
3°) Cardoso Silva Cidade: Caicó; Link: www.cardososilva.com.br; Alexa Traffic Rank – 1,746,513
4°) Sidney Silva
Cidade: Caicó; Link: www.sidneysilva.com.br; Alexa Traffic Rank – 2,644,678
5°) Marcos Dantas
Cidade: Caicó; Link: www.marcosdantas.com; Alexa Traffic Rank – 2,876,611
6°) Suébster Neri
Cidade: Caicó; Link: www.sneri.blog.br; Alexa Traffic Rank – 2,970,463
7°) Paulinho Filho
Cidade: Jardim do Seridó; Link: www.paulinhobarrapesada.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,089,440
8°) Vlaudey Liberato Cidade: Currais Novos; Link: www.politicadoserido.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,249,455
9°) Juquinha – Jornal JCN
Cidade: Carnaúba dos Dantas; Link: www.carnaubafotos.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,257,950
10°) Romeu Dantas
Cidade: Acari; Link: www.romeudantas.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 3,431,539
11°) Marcos Costa
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12°) Wallace
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13°) Paulo Júnior
Cidade: Caicó; Link: www.correiodoserido.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 5,327,758
14°) Josimário Nunes – Jornal A FONTE
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15°) Washington Luiz
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16°) André Gustavo
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17°) Anna Jailma
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18°) Ismael Medeiros Cidade: Acari; Link: www.ismaelmedeiros.com; Alexa Traffic Rank – 10,350,182
19°) Dutra Assunção
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20°) Chagas Silva Cidade: Currais Novos; Link: www.chagasilva.com; Alexa Traffic Rank – 11,775,638
21°) Terra da Xelita
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22°) Eliel Bezerra
Cidade: Jardim do Seridó; Link: www.elielbezerra.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 14,152,061
23°) Gustavo Nóbrega Cidade: Caicó; Link: www.gustavonobregarn.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 15,566,184
24°) O Seridoense Cidade: Caicó; Link: www.oseridoense.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 15,815,522
25°) Djaildo
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26°) Elizabeth Silva Cidade: Cruzeta; Link: www.cruzetaemdestaque.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 17,517,883
27°) Santana do Matos em Foco
Cidade: Santana do Matos; Link: www.santanadomatosemfoco.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 19,891,627
28°) Jackislandy Meira
Cidade: Florânia; Link: www.umasreflexoes.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 21,137,848
29°) Júnior de Leca Cidade: Acari; Link: www.juniordeleca.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 21,946,522
30°) Carlos Felipe Cidade: São José do Seridó; Link: www.carlosofera.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 22,587,561
31°) Evilásio
Cidade: Cerro Corá; Link: www.blogdoevilasio.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 25,003,148
32°) Quixabeira News Cidade: São Vicente; Link: www.quixabeiranews.blogspot.com; Link – 25,233,240
33°) Edson Dantas Cidade: Florânia; Link: www.edsondantas.com; Alexa Traffic Rank – 25,819,943
34°) Wllana Dantas Cidade: Caicó; Link: www.wllanadantas.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 25,907,611
35°) Odon Jr. Cidade: Currais Novos; Link: www.ptdecurraisnovos.blogspot.com; Alexa Traffic Rank – 25,926,535
Obs¹: Os blogs que possuem final zip.net não estão incluídos na pesquisa, por não serem aceitos pelo site alexa.com. Com isso, obviamente, muitos blogs bons ficaram de fora dessa lista.

Obs²: A análise é feita em cima do tráfego de visitantes e a popularidade que os blogs têm. Os dados são baseados nos últimos três meses e quanto menor o valor do tráfego apurado, mais acessado o blog é.
- O Blog comenta: Obrigado a vocês, queridos leitores! Obrigado a meu Deus acima de tudo. - Mais uma observação : para o leitor entender melhor. A contagem dos números é feita em ordem decrescente ou regressiva. Até chegar ao número 1. Ok?

Fonte: http://www.alexa.com

Um grande abraço a todos que nos visitaram para chegarmos a esse ótimo resultado por tratar-se não de um blog estritamente jornalístico, mas de problemas filosóficos e afins que venham a interessar nosso empreendimento. Obrigado, o sucesso é nosso!

Brevemente, novas surpresas virão... É só curtir e acessar-nos cada vez mais.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Metáforas, metáforas, metáforas..


Peter Kreeft, na obra Sócrates e Jesus, apresenta de modo bastante criativo e sugestivo as três tradições, os profetas hebreus, os filósofos gregos e os criadores de mitos do mundo inteiro apontando para Deus.

Segundo ele, posto na boca de Sócrates, um de seus personagens presentes no livro, as tradições seriam como que três rios: “Sim, de três direções diferentes, que seriam as três partes da alma. O rio da filosofia nasceria nas montanhas da alma, o intelecto. O rio dos profetas, dos moralistas, nasceria da parte central da alma, do coração ou do desejo. É como as correntes de água que descem. E o rio dos mitos nasceria nos pântanos e nas planícies enfumaçados da alma, onde habita toda forma de vida, boa e má”(KREEFT, Peter. Sócrates e Jesus: o debate. São Paulo: Editora Vida, 2006. p. 98).

Um desses três rios podem nos levar para o mesmo destino, o mar divino?

“Não sei ao certo. Talvez o rio da filosofia seja muito gelado, rochoso ou raso para se velejar com sucesso. Talvez o rio do mito seja muito turvo, pantanoso, para que os velejadores desprendam-se dos obstáculos e alcancem o mar. Talvez apenas o rio dos profetas seja puro, claro, profundo, direto e seguro para a viagem”(ibidem).

Os mitos, as profecias do Antigo Testamento e os filósofos gregos têm certa semelhança. Claro, não são iguais, mas têm algo em comum.

“Eles pareciam ter o objetivo divino em comum, mas também tinham diferenças importantes. Quanto à pureza de estilo, por exemplo, os profetas parecem ser os mais claros, seguidos pelos filósofos e, por último, os criadores de mitos. Em matéria de adequação, por outro lado, novamente os profetas parecem nos falar o máximo de Deus. E talvez aqui os filósofos fiquem por último. Sempre pensei que os filósofos sabiam mais de Deus que os criadores de mitos, mas agora não estou mais tão certo. Talvez nossas máximas fossem claras, mas ralas como sopa, enquanto os mitos eram obscuros, mas espessos como guisado ou sangue”(ibidem).

Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo.

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Três garfadas para ter certeza de que É PRECISO REENCANTAR O MUNDO...


É muito sugestivo iniciar essa discussão com a tão ouvida música de Chico Buarque: “Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã. Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã.”(Chico Buarque, cotidiano, 1971). É preciso fazer as coisas como se as tivéssemos fazendo pela primeira vez. Não é necessário fazê-las do mesmo jeito ou da mesma maneira, mas fazê-las a seu modo. Aí me lembro de Heidegger quando afirmou em Ser e Tempo o não dizer o mesmo sobre a mesma coisa não implica em trair o ser, mas assumir o mesmo ser de outra perspectiva.
Ao ler um “pequeno manual de Filosofia para sobreviver a um papo cabeça” de SVEN ORTELI e MICHEL ELTCHANINOFF, deparei-me com problemas e conceitos de Filosofia que fluíam naturalmente numa conversa informal de ambiente de jantar. O comensal estava repleto de ironias, verdades e inverdades iam e vinham em volta da mesa cujo desfecho era sempre inusitado com gargalhadas e alguns goles de vinho em meio a garfadas e mais garfadas de comidas.
Logo na primeira garfada, alguém toma a palavra: “o mundo foi encantado. As primeiras civilizações acreditavam na magia. Recorriam às potestades irracionais. O mundo era regido por forças atuantes, deuses, relâmpagos misteriosos e trevas. Os sacerdotes, feiticeiros, xamãs e outros videntes faziam o papel de telégrafos entre deuses e humanos. Mundo mágico, poético, mitológico, e super-romântico!”(ORTELI, Sven. ELTCHANINOFF, Michel. Um Pequeno Manual de Filosofia para Sobreviver a um Papo Cabeça. Rio de Janeiro: Agir, 2008. pp. 112-113). O papo realmente vai ficando apimentado pela magia, até que...
Vem a segunda garfada... “O mundo foi desencantado. Esse processo, denominado Entzauberung pelo sociólogo Max Weber, e revisitado pelo filósofo francês Marcel Gauchet, começou há muito tempo. Assim que os fiéis rechaçaram a magia, qualificada de superstição, o desencantamento adveio. No início, os profetas judeus abalaram o poder dos sacerdotes ao estabelecer uma relação pessoal com o Todo-Poderoso. A magia não era mais uma técnica de salvação. Em seguida, o movimento ganhou impulso inexorável com o protestantismo, no século XVI, que pôs por terra todos os sacramentos tradicionais, manifestações sacralizadas do divino. Assim, passou a prevalecer, sobretudo no calvinismo, a relação individual e solitária com Deus. Ninguém precisava mais de padre para absolver, para promover a redenção e a esperança de misericórdia. Essa atitude espiritual estendeu-se a todo o universo humano. Max Weber mostrou que ela alimentou o espírito do capitalismo e fez progredir o racionalismo no mundo moderno... A partir do século XVIII, o cristianismo serviu apenas como peneira. Religião menos sagrada, mais doce e mais humana, ela teria desembocado numa moral sem Deus, nova religião dos direitos humanos identificada com a construção do ideal democrático. Tudo está ligado: secularização e espírito democrático, economia capitalista e racionalização do real. O homem, a sós consigo mesmo, precisava apenas se virar, construir, sem padres, príncipes ou magos, seu próprio futuro. Tarefa pesada”(Ibidem)
Quando tudo parecia complicado demais, e o homem envergando-se cada vez mais sobre si mesmo ao ponto de nos indicar um desprendimento de Deus para um apego a si...
Tome uma terceira garfada, desta vez de torta de creme: PRECISAMOS REENCANTAR O MUNDO.
“Polvilhar nele um pouco de magia. O indivíduo contemporâneo chegou ao fim de sua autonomia. Por acreditar apenas em suas próprias forças, destruiu seu planeta e não suporta mais seus semelhantes. Sente saudade das religiões, que o ajudam a pensar e a viver. Quer se volte para o budismo, a jardinagem, a leitura de Paulo Coelho ou o Código Da Vinci, ele exprime uma necessidade de reencantamento. Trata-se de reencantar o mundo sem voltar à superstição ou ao mero fanatismo”(Ibidem).




Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo.
www.umasreflexoes.blogspot.com e
www.chegadootempo.blogspot.com.





quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Política é política, filosofia é filosofia.


É difícil encontrar um pragmatista que não queira ver Platão pelas costas. E não é para menos. O platonismo está identificado com a idéia da separação entre o homem culto e o filósofo, e dá ao segundo o direito e o poder de governo sobre o primeiro. Por isso mesmo, o platonismo está aliado à idéia de vanguarda. O filósofo tem legitimidade para a condução da cidade. O rei-filósofo é o cume de uma vanguarda. Os pragmatistas tendem a não gostar do platonismo exatamente por causa disso. Comunidades comandadas por vanguardas políticas tendem a se uniformizar. A uniformidade reduz a riqueza da experiência que está, justamente, na pluralidade de idéias e perspectivas e na diversidade da prática. E o pragmatista é aquele filósofo que acredita que o que faz diferença faz diferença na prática. Ele teme como ninguém situações que podem nos levar a não ver mais diferença em nada, pois a prática se tornou, como um todo, o mundo da mera repetição. O platonismo, para o pragmatista, é exatamente a filosofia das sociedades que detém pouco apreço pela liberdade individual enquanto uma liberdade de produzir o diferente. Em termos gerais, esses óculos pelo qual o pragmatista mira o platonismo está correto. Todavia, esses óculos podem embaçar nossa visão quando Platão é absorvido nesse quadro. Platão não foi um platonista fanático. Há uma longa polêmica sobre se Platão se manteve adepto da Teoria das Formas e da ligação disto com a idéia de uma sociedade comandada pelo rei-filósofo, aquele que, enfim, podia vislumbrar a Forma das Formas – o Bem. Mas, o que não se pode perder de vista, é que essa questão é antes uma preocupação da filosofia política que da política. E quando os pragmatistas falam de filosofia política, eles, talvez diferentemente de outros tipos de filósofos, já estão bem próximos da política. Muitas vezes o pragmatista quer antes olhar as mentalidades, os ideários e as ideologias que propriamente o refinamento filosófico delas. A atenção para com a prática os leva a isso. Assim, não raro, antes se interessam pelo platonismo que por Platão. E neste campo mais pedestre da filosofia, em que esta transita próximo da história, da sociologia e da antropologia, ou seja, o campo da filosofia social que Dewey e os frankfurtianos desenvolveram, o problema da vanguarda continua sendo preocupante. A legitimação e a atuação da vanguarda são semelhantes na política, na religião e na educação. Na política, o partido revolucionário enxerga a Verdade e, no limite, um dos membros do partido, ao galgar a chefia, representa a culminância dessa capacidade de visão. Na religião, as igrejas fazem o mesmo, e os pastores e padres hierarquicamente fixados substituem a burocracia do partido. Na educação alguém na estrutura escolar cria algo parecido, e os professores, também hierarquicamente postos, atuam platonisticamente. Se nós aceitamos que um grupo, por diversas razões, tem acesso ao Bem, ao Belo e ao Verdadeiro, e que outros, incapazes, terão de seguir de modo obediente e pouco questionador esse grupo mais apto que, no limite, é chefiado por um tipo de rei-filósofo, então estamos longe do pragmatismo. E, para os pragmatistas, estamos no interior do platonismo. Em termos grosseiros, é esta a relação entre pragmatistas e o platonismo no campo da filosofia política. Por isso mesmo, quando nos anos 70, 80 e 90 do século XX se desenvolveu o “pós-modernismo”, alguns pragmatistas foram tomados como pós-modernos. É que a ordem do pós-modernismo era a de colocar abaixo o platonismo. E assim Richard Rorty foi chamado de filósofo pós-moderno. O problema surgido naquela época foi que a maioria dos pós-modernos eram críticos do platonismo e, no entanto, aos olhos de Rorty – e eu o acompanho nisso – estavam inseridos no platonismo de um modo peculiar. Eles criticavam o platonismo pelo seu realismo metafísico e, então, por causa de que no platonismo isto conduz à sociedade não pluralista e diversificada, eles também passaram a criticar a sociedade democrática moderna, pois a caracterizaram como uma sociedade uniformizada ou, para usar um termo caro aos frankfurtianos, a “sociedade da total administração” ou “sociedade administrada”. Por que isso era um problema? Por duas coisas: primeira, essa ligação que a maioria dos filósofos acredita, de que uma posição metafísica conduz à uma posição política, é própria do platonismo, e não de toda a filosofia; segunda, não é tão evidente que a sociedade moderna e democrática possa ser equiparada a uma sociedade falsamente pluralista e diversificada, falsamente livre. Rorty enfrentou essas questões. Ele fez seu discurso na defesa da sociedade democrática moderna, e assim se aliou a Habermas. E ele continuou fazendo sua defesa de uma posição não platonista, e assim elogiou Derrida. Mas ele se manteve eqüidistante de ambos na medida em que ele foi muito mais anti-platonista que Habermas e Derrida e, talvez, mais que qualquer outro filósofo de nossa época. Rorty nunca admitiu a essência do platonismo, que é a idéia de que uma posição metafísica arrasta com laço de necessidade uma posição política. O platonismo ligou a metafísica realista à política não democrática, e instituiu como uma característica da visão filosófica essa articulação, por meio de um elo de necessidade, entre metafísica e política. Rorty negou o caráter necessário desse elo. Para argumentar por isso, Rorty utilizou o próprio pragmatismo. Ele qualificou o pragmatismo como uma teoria filosófica ad hoc e, de certo modo, indicou que esse seria o melhor caminho para a filosofia. Por exemplo, se gostamos da democracia e queremos convencer outros que ela também é um bom modo de vida para eles, podemos evocar razões pragmáticas para tal. Talvez estas sejam as melhores razões para convencê-los. Mas essas razões pragmáticas, exatamente por serem pragmáticas, não são necessárias. Posso dizer a um amigo que não gosta da democracia que ele vive bem com a família na democracia, e que fora dela ele teria uma vida pior. Assim, não estou dizendo para ele que a democracia é o regime mais legítimo perante as leis do universo ou perante as leis de Deus ou que é o regime mais natural ao homem etc. Não há nisso nenhuma grande meta-narrativa filosófica ou religiosa para justificar a posição democrática, há apenas o argumento de que cada um de nós tem mais chances de se sair melhor na democracia que em outro regime. Ou seja, coloco um argumento pragmático como adendo, não como uma dito “escrito nas estrelas” para legitimar a democracia (eis então o caráter ad hoc do pragmatismo em relação ao que ele vem empurrar, no caso, a democracia). Tal argumento é quase como o que John Rawls evoca ao solicitar do legislador que use o “véu da ignorância”. No jargão de Rorty, para os fins aqui postos, falaríamos assim: é melhor a democracia, mesmo que não saibamos qual posição eu, que estou no momento como legislador, irei ocupar na sociedade após tirar o “véu da ignorância” e, então, deixar de ser o legislador para descobrir em que classe social estarei posto nesta sociedade que criei. E isso por uma razão simples: na democracia, ainda que eu tenha o azar de cair na classe dos pobres, terei a chance de mobilidade social ou, ao menos, de alguma liberdade para tal. Portanto, como legislador, e ignorante a respeito da minha posição na sociedade que estou criando, é melhor que eu a crie como uma democracia. Caso eu tenha o azar de cair no campo dos pobres, ainda assim perderei menos que se eu legislar em favor de uma sociedade de castas, por exemplo. Agora, quando tentamos convencer alguém em aceitar minimamente uma posição política nossa, evocar razões metafísicas e tentar torná-las necessárias para que, em nome da coerência, alguém com determinada posição filosófica tenha que ter determinada posição política, não é uma boa forma de agir. Em tempos pós-modernos, onde todos nós desconfiamos que as meta-narrativas, ou seja, as grandes filosofias (o Humanismo, o Marxismo, o Cristianismo etc.), não passam de “mais uma narrativa”, sem que possam afirmar que são mais verdadeiras ou reivindicar o monopólio da verdade, o argumento que busca em uma dessas metanarrativas uma força para legitimar uma posição política não acrescenta muito. Em alguns casos, chega até a pesar contra. Assim, em filosofia política, Rorty foi o filósofo que poderia ter afirmado: “política é política, filosofia é filosofia”. De certa maneira foi isso que ele disse mesmo, aliás, quando do brilhante artigo sobre Heidegger. “Em “o Fedor de Heidegger”, Rorty inventou uma história de vida para Heidegger, um pouco diferente daquela que Heidegger realmente levou, e mostrou que, tendo uma história de vida segundo esta ficção, ele não teria aderido ao nazismo, no máximo teria sido um conservador e, no entanto, em nada a filosofia dele teria de ser mudada. O objetivo do artigo era exatamente este: mostrar que não há elo de necessidade entre a posição política de um filósofo (ou de qualquer pessoa) e sua posição a respeito de questões metafísicas e epistemológicas, ou seja, questões que nós dizemos que são “propriamente filosóficas”. Ou seja, relação há, mas não relação necessária. Essa postura de Rorty foi a grande contribuição do pragmatismo atual para a filosofia política. O trabalho de Rawls em filosofia política poderia ser um dos exemplos dessa atitude, em que a metafísica não se faz presente para que se possa construir um sistema de legitimidade política.


Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo http://ghiraldelli.org

O PREFEITO (Ton Oliveira)

Mamãe, agora eu quero ser prefeito
Garanto que vou me candidatar
Do jeito que já sei mentir bastante
Acho que de hoje em diante minha vida vai mudar

Pra quem me apoiar eu dou abraço
Se fala mal de mim eu dou dinheiro e ele muda
E vai ficar tudo do mesmo jeito
Se eu ganhar para prefeito
É o mesmo "Deus nos acuda"

(E vai ficar tudo do mesmo jeito)
(Se eu ganhar para prefeito)
(É o mesmo "Deus nos acuda")

É a cidade esburacada (ai ai ai)
E o povo vivendo mal (ui ui ui)
Mas quando a coisa ficar preta
Eu invento uma micareta
E faço aquele carnaval

Trago um conjunto da Bahia (ai ai ai)
Pago mais do que ele merece (ui ui ui)
Se pagar 100 digo é 500
Desviando os 400 meu saldo banqueiro cresce

Ai o povo esquece tudo (ai ai ai)
E no embalo desse som (ui ui ui)
A cidade fica feliz
E ainda tem gente que diz:
"eita, que prefeito bom!"

(A cidade fica feliz)
(E ainda tem gente que diz:)
("eita, que prefeito bom!")


( Música de Ton Oliveira)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Esses moços...

Esses moços.

Pobres moços.

Há se soubessem o que eu sei.

Não amavam.

Não passavam.

Aquilo que eu já passei.

Por meus olhos.

Por meus sonhos.

Por meu sangue.

Tudo, enfim, é que eu peço a

Esses moços que acreditem em mim.

Se eles julgam que há um lindo

Futuro.

Só o amor nesta vida conduz

Saibam que deixam o céu por

Ser escuro

E vão ao inferno à procura de luz.

Eu também tive nos meus belos dias

Essa mania que muito me custou

Pois só as mágoas que eu trago

Hoje em dia.

E essas rugas o amor me deixou.

Esses moços...

Pobres moços...

Há se soubessem o que eu sei.

Lupicínio Rodrigues

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