Um triângulo amoroso, que arrancou suspiros na famosa saga
“Crepúsculo”, desenrolando-se em mais duas fases “Lua
Nova” e “Eclipse”, vem agora atraindo multidões do
mundo inteiro para as próximas revelações que darão rumo ao
futuro de Bella nas telas de cinema. Revelações estas, claro, para
quem ainda não leu a última parte dessa saga, “Amanhecer”.
Um vampiro, uma humana e um lobo. Três naturezas diferentes. Três
ordens de pensamentos diversos. Três mundos muito distantes, mas que
se aproximam e se encontram pelo amor. Um amor que altera a ordem das
coisas e para o qual não há regras. Três visões de mundo
completamente diferentes. Poderíamos dizer: Três filosofias. Edward
demole a figura clássica de um vampiro feio, exótico e insociável
e constrói a figura de um vampiro belo, bom e amável. Mesmo
carregando a imortalidade na pele fria, Edward aparenta ser bastante
reservado aos humanos, sem presas afiadas e sem ostentar maldade. Não
manisfesta qualquer atitude suspeita de que, afinal, é um vampiro,
pois Bella só soube que Edward era um vampiro depois de o conhecer.
O comportamento de aproximação e distanciamento que havia na
amizade entre os dois levou Bella a desconfiar de que se tratava de
alguém muito diferente. No entanto, já era tarde demais, os dois já
estavam envolvidos.
Nesse movimento curioso de aparecimento e desaparecimento de Edward,
alguém muito especial entra na vida de Bella, Jacob. De visão
aguçada, audição potente, olfato incomparável e demais sentidos
tão próprios a um lobo; comprometido com sua alcateia, fiel aos
tratos feitos no passado com os vampiros “cullen” de que nem
lobos e nem vampiros poderiam ameaçar os humanos, Jacob não tinha
medo de manifestar o seu amor por Bella, muito menos de desafiar os
“cullen” para conseguir este tão maravilhoso amor. Ao contrário
de Edward, Jacob era moreno, quente e cheio de vida, não de morte.
Jacob cheirava à vida, não à morte. Embora muito bonito, esbelto e
galã, Edward era pálido e temia a si mesmo por causa do sangue dos
humanos. Sua natureza gostava de sangue. Talvez, por isso, se entenda
o motivo dos desaparecimentos de Edward de quando em vez. Se a
contradição que existia entre o ser vampiro de Edward e a
humanidade de Bella era uma ameaça para a realização deste amor; a
natureza de lobo de Jacob e a de Bella não implicava em tanto.
Com quem, de fato, Bella vai ficar? Isso todos nós já sabemos.
Edward, de acordo com a última parte da saga “Amanhecer”, é o
dono de seu coração, porém Jacob tenta mudar esse destino. Jacob
se arrisca por isso. Não desiste de Bella, está sempre em sua
companhia, principalmente nos impasses entre ela e Edward. Jacob luta
por ela, tenta beijá-la, mas ela reluta, até que quase ao final de
“Eclipse” tudo ocorre por atração, desejo e naturalmente:
“Pode me beijar, Jacob?
- Está blefando.
- Beije-me, Jacob. Beije-me e depois volte.(...)
- Tenho de ir – sussurrou ele.
- Não. - Ele sorriu satisfeito com minha resposta.
- Não vou demorar – prometeu ele. - Mas primeiro uma coisa...
E então, com clareza, senti a fissura em meu coração se
estilhaçar como a menor parte que se separava do todo. Os lábios
de Jacob ainda estavam nos meus. Abri os olhos e ele me fitava,
admirado e exaltado.
Ele me beijou de novo, e não havia mais motivos para resistir.
Que sentido teria?
Dessa vez foi diferente. As mãos dele eram suaves em meu rosto e
seus lábios quentes eram gentis, inesperadamente hesitantes. Foi
breve e muito, muito doce”(pág. 377-378)
O amor de Bella por Edward e vice-versa é a fonte de inspiração
de toda a trama, mas Jacob entra em cena sempre que a dúvida toma
conta da cabeça dos dois. A dúvida de Edward aparece quando se dá
conta da sua natureza de vampiro. Condenado à imortalidade e ao
frio, ao sangue, ao mesmo tempo que a amava se sentia uma ameaça
para ela. Por outro lado, não querendo condená-la a perder a sua
alma, se ausentava de sua presença. Aí, abre-se um espaço para o
lobo, Jacob. Vampiros e lobos são inimigos por natureza, mas que se
uniam por um amor, Bella.
Vejam que estranho e ao mesmo tempo admirável: Os três tinham
todas as razões, todos os motivos para se odiarem e se evitarem o
tempo todo, mas uma linda e fantástica história de amor os
envolviam em ambientes peculiares com interesses comuns e únicos. As
três vidas estavam como que comprometidas em torno de um nome, de um
sentido, de uma força extraordinária, amor. Um amor que é mais
forte do que a morte e do que a imortalidade. Em toda a saga, diga-se
de passagem, a morte é apenas um detalhe. Não sem razão, a autora
da saga, Stephenie Meyer, escreve de próprio punho no prólogo de
“Amanhecer” que está agora nos cinemas: “Pode-se
correr de alguém de que se tenha medo; pode-se tentar lutar com
alguém que se odeie. Todas as minhas reações eram preparadas para
aqueles tipos de assassinos, os monstros, os inimigos. Mas quando se
ama aquele que vai matá-la, não restam alternativas. Como se pode
correr, como se pode lutar, quando essa atitude magoaria o amado? Se
a vida é tudo o que você tem para dar ao amado, como não dá-la?
Quando ele é alguém que você ama de verdade”(pág. 13).
O mais interessante é que, por esse amor, ambos são capazes de
não serem capazes, ambos são dotados de um poder que ultrapassa a
barreira do tempo e do espaço. Jacob também a ama tanto quanto
Edward. Bella ama misteriosamente os dois, só que ama mais a Edward.
Queiramos ou não, na minha opinião, os três são merecedores desse
amor, porém, nem um dos três consegue conter ou dominar esse amor,
uma vez que em toda a história o amor é soberano.
Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
Bacharel em Teologia, Licenciatura em Filosofia, Especialista em
Metafísica
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