O XIX Congresso da SBEC
será realizado na cidade de Brasília, entre os dias 8 e 12 de Julho de
2013, e será sediado no Conjunto Cultural da República. Esta será a
primeira vez que a Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos realizará
seu encontro bienal na Capital do País e na região Centro-Oeste do
Brasil.
Também pela primeira vez em sua história a SBEC firmou no evento uma parceria científica com a sociedade-irmã Associação Portuguesa de Estudos Clássicos (APEC), acrescentando assim ao seu XIX Congresso Nacional a nomenclatura de I Simpósio Luso-brasileiro de Estudos Clássicos.
A parceria com a APEC reforça a colaboração entre pesquisadores
lusófonos e a integração dos estudos clássicos produzidos em língua
portuguesa, cuja tradição e herança secular despenham no cenário
cultural internacional um papel certamente inferior àquele que lhe cabe
de direito.
Por sugestão da atual Diretoria e
eleição do Conselho Consultivo e Deliberativo da entidade, o XIX
Congresso da SBEC terá por tema central O FUTURO DO PASSADO.
O tema do Futuro do Passado remete ao menos para a duas questões centrais, entre as muitas que o tema poderá sugerir aos pesquisadores:
(a) De que maneira o
futuro é objeto das mais diversas manifestações culturais do mundo
antigo? Como o futuro é esperado, temido, pensado, representado, traçado
na iconografia, no teatro, na literatura, na filosofia, na história, na
música?
(b) O que o passado
tem a oferecer ao presente, que é, em todas as instâncias, o responsável
por construir o futuro? Isto é, que relação o presente estabelece com o
passado, de modo que as ações pretéritas sejam o ponto de partida do
hoje para pensar o amanhã?
Se a escolha do tema foi motivada pela
ocasião de realizar o congresso na Capital, projeto modernista que já,
depois de 50 anos, se tornou clássico, há nela explícita também a
intenção de convidar a comunidade lusófona de classicistas a pensar seu
próprio futuro. Diante dos desafios de uma pesquisa globalizada e do
constante enfoque e valorização da velocidade e tecnologia na produção
do conhecimento, o congresso deseja provocar uma reflexão: qual o futuro
dos estudos clássicos? A partir dessa questão a ideia central desse
Congresso é um convite para pensarmos não só a importância do presente
na definição do/s passado/s que os classicistas discutem em seus
trabalhos, como também nos sensibilizarmos da urgência de uma revisão
epistemológica para a abertura de novos caminhos ao nos aproximarmos da
Antiguidade e seu legado.
Ao pensar os estudos clássicos na
perspectiva do futuro o evento quer dar mais um passo em direção da
retirada do ‘clássico’ de seu pedestal, de seu inabalável lugar de
neutralidade, aproximando-se dele em suas inúmeras facetas e
possibilidades de atuação. Os estudos clássicos assim desenhados,
multiformes e transformadores, podem aperceber-se da complexidade dos
povos que fizeram parte da formação da cultura dos antigos e, também, as
diferentes formas de recepção e apropriação de seu legado em outros
momentos históricos. Essa perspectiva permite pensar o lugar do
‘clássico’ na educação e cultura contemporâneas, sua recepção no cinema e
na literatura – de maneira especial naquelas de língua portuguesa –
abrindo diálogo com diferentes públicos: educadores interessados em
pensar maneiras alternativas de se ensinar a Antiguidade na escola,
estudiosos da cultura material e textos clássicos, historiadores da
arte, arqueólogos, formadores de opinião e pessoas interessadas em
discutir patrimônio, identidade, alteridade e memória. Em resumo, todos
aqueles que buscam uma abordagem crítica acerca do papel dos clássicos
nos dias de hoje.
O evento, que será sediado no cenário modernista do Museu Nacional e da Biblioteca Nacional de
Brasília, será marcado por palestras, mesas-redondas, mini-cursos,
sessões de apresentação de pesquisas em andamento, apresentação e
discussão das novidades editoriais, apresentação de peças teatrais e
outras atividades científicas e culturais.
Esperamos vê-los em breve em Brasília.
Créditos da imagem: Phalera, Museu Nacional do Rio de Janeiro.
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