quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cultura e erudição


Essa é uma diferença muito clara pra mim. O sujeito que decora tudo e tem mania de externar seu domínio sobre a língua, sobre a geografia e sobre a matemática geralmente não assimila nada pra vida. Ao contrário de quem tem cultura, pois este assimila as informações pra vida e transparece em suas atitudes mudanças extraordinárias sobre aquilo que de fato aprendeu e não decorou, como no caso do erudito.
A sociedade nos abre diferentes possibilidades de encontro com as pessoas. Num desses encontros, esbarramos de quando em vez em alguém erudito que sofre de antecipação. Mal espera uma pergunta e logo interfere na tentativa de respondê-la. São geralmente assim as pessoas que respiram erudição. Derramando-se em conhecimentos e em muitas informações não veem a hora de falar do que estão cheios. O ineditismo e a supervalorização das ideias são uma marca do que se demonstra por demais erudito. Está sempre na espreita de que descobriu a pólvora! É próprio do erudito ter prazer em externar conhecimento. Do contrário, é da natureza do sábio como também do que tem cultura não se deixar perceber. Isto é notório no homem de cultura, a discrição.
Tal qual rio assim é o movimento entre cultura e erudição. O dorso fluir de um rio que passa por cima de pedras e plâncton nos conduz perfeitamente a uma compreensão da vida sábia, uma vida cheia de cultura. Cultura aqui entenda-se por “colere”, morar, habitar, habitar dentro, cultivar. Se ele cultiva, ele pratica, ele cuida, trata daquilo, das coisas. Consequentemente, o homem é um ser digno, inteligente, porque vê dentro das coisas. Fritjof Capra na obra “Teia da Vida” parece trazer para nós algo do tipo que o fluxo do rio é o conhecimento que corre, mas deixa o plâncton preso e vivo, vivível no fundo do rio, representando a sabedoria. Dessa forma, cultura está para a sabedoria, assim como o conhecimento está para a erudição. A primeira costuma descer ao coração e à vivência humana, não passa ligeiramente(plâncton) como num rio. A segunda é do lugar da cabeça, pertence a ela e tem a mania de correr rapidamente como as águas do rio.
Portanto, cultura e erudição se desgarram facilmente uma da outra quando uma ou outra beijam a soberba. Mas, na maioria dos casos, é engraçado que a erudição está mais envolvida com o orgulho ou a soberba humanas. Ao passo que, a cultura ou o homem de cultura é visto pela sua humildade. Vejamos o que diz o livro de Provérbios: “Temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e diante da honra vai a humildade”(Pv 15.33).

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Especialista em Metafísica



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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cultura e erudição


Essa é uma diferença muito clara pra mim. O sujeito que decora tudo e tem mania de externar seu domínio sobre a língua, sobre a geografia e sobre a matemática geralmente não assimila nada pra vida. Ao contrário de quem tem cultura, pois este assimila as informações pra vida e transparece em suas atitudes mudanças extraordinárias sobre aquilo que de fato aprendeu e não decorou, como no caso do erudito.
A sociedade nos abre diferentes possibilidades de encontro com as pessoas. Num desses encontros, esbarramos de quando em vez em alguém erudito que sofre de antecipação. Mal espera uma pergunta e logo interfere na tentativa de respondê-la. São geralmente assim as pessoas que respiram erudição. Derramando-se em conhecimentos e em muitas informações não veem a hora de falar do que estão cheios. O ineditismo e a supervalorização das ideias são uma marca do que se demonstra por demais erudito. Está sempre na espreita de que descobriu a pólvora! É próprio do erudito ter prazer em externar conhecimento. Do contrário, é da natureza do sábio como também do que tem cultura não se deixar perceber. Isto é notório no homem de cultura, a discrição.
Tal qual rio assim é o movimento entre cultura e erudição. O dorso fluir de um rio que passa por cima de pedras e plâncton nos conduz perfeitamente a uma compreensão da vida sábia, uma vida cheia de cultura. Cultura aqui entenda-se por “colere”, morar, habitar, habitar dentro, cultivar. Se ele cultiva, ele pratica, ele cuida, trata daquilo, das coisas. Consequentemente, o homem é um ser digno, inteligente, porque vê dentro das coisas. Fritjof Capra na obra “Teia da Vida” parece trazer para nós algo do tipo que o fluxo do rio é o conhecimento que corre, mas deixa o plâncton preso e vivo, vivível no fundo do rio, representando a sabedoria. Dessa forma, cultura está para a sabedoria, assim como o conhecimento está para a erudição. A primeira costuma descer ao coração e à vivência humana, não passa ligeiramente(plâncton) como num rio. A segunda é do lugar da cabeça, pertence a ela e tem a mania de correr rapidamente como as águas do rio.
Portanto, cultura e erudição se desgarram facilmente uma da outra quando uma ou outra beijam a soberba. Mas, na maioria dos casos, é engraçado que a erudição está mais envolvida com o orgulho ou a soberba humanas. Ao passo que, a cultura ou o homem de cultura é visto pela sua humildade. Vejamos o que diz o livro de Provérbios: “Temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e diante da honra vai a humildade”(Pv 15.33).

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Especialista em Metafísica



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