Um chocolate!
Este é o termo que se usa em futebol para afirmar que o jogo foi um show do vencedor sobre o perdedor por um largo placar. Não deu outra. Argentina acaba de perder na Cidade do cabo, África do Sul, por 4 a 0 da poderosíssima Alemanha. Diria até que a Alemanha lembra muito a seleção brasileira jogando bola. Infelizmente, ontem não obtivemos tamanho sucesso, pois a decisão dessa copa tinha tudo para ser Alemanha e Brasil.
Adeus, “los hermanos”!
A Alemanha foi muito melhor do que a Argentina o jogo inteirinho. Foram 90 minutos de brilho, de espetáculo, de show em campo protagonizada pela equipe que reflete a certeira coletividade de uma tricampeã, quase tetra. Que jogo! A Argentina nem pestanejou e logo saiu o primeiro gol, aos três minutos da partida. A Alemanha tinha todo o domínio em campo. Perdeu muitos gols no primeiro tempo com um time jovem e habilidoso. Parecia se desenhar o fiasco de ontem, quando o Brasil fez um esplêndido primeiro tempo, perdendo inúmeras oportunidades. Mas não foi o que aconteceu hoje. Embora com um placar arriscado de 1 a 0 apenas no primeiro tempo, a Alemanha jogou todo o segundo tempo como se estivesse perdendo em campo. Foi lutadora, guerreira na marcação, desarmando as principais jogadas da Argentina. A Alemanha fez dois, três, quatro gols, destruindo a Argentina no futebol rápido, envolvente e, sobretudo, jovial. Só de Klose foram dois gols na partida, um gol apenas para alcançar o maior artilheiro em copas, Ronaldo fenômeno.
O conjunto de ataque da Alemanha é irretocável, é simplesmente brilhante e certeiro. Puxado do meio campo pelo camisa 7 Schweinsteiger, o craque do time da Alemanha, acompanhado por Klose, camisa 11; Ozil, camisa 8; Pooldoski, camisa 10; e Müller, camisa 13, autor do primeiro gol da partida, esse timaço parece ser imbatível e completamente ousado, ofensivo, com cara já de campeão do mundo. Ele não só joga em campo. Ele faz mais do que isso. Ensina a jogar, quando não se satisfaz com um placar miserável de um ou 2 a 0, mas parte para o ataque tranquilizando o jogo sem desperdiçar uma vitória construída. E, finalmente, ergue-se nas quartas-de-final, uma gigante do futebol, a Alemanha que venceu de 4 a 0 a Argentina do marrento e pretensioso Maradona. A Alemanha foi absoluta em campo e deu o famoso “chocolate” na Argentina.
Não faço bem terminar o diário de hoje sem mencionar o dramático jogo do fim de tarde de ontem entre Uruguai e Gana que saiu 1 a 1 no tempo normal, arrastando-se para a prorrogação e para os pênaltis. Venceu a seleção do Uruguai. Felicidade para os Uruguaios que, desde 1950, não vai para uma semifinal. Compondo assim, com a Holanda, o primeiro jogo das semifinais.
Temos mais um jogo ainda hoje, noite na África, tardinha no Brasil, que define mais um semifinalista nesta copa inusitada. É entre Paraguai e Espanha. Dizem que a Espanha é favorita. Veremos.
As seleções de treinadores soberbos estão todas caindo. Caiu Itália, França, Brasil e agora Argentina. Para o Brasil ganhar o jogo de ontem faltou mais cabeça do que técnica. Diria até que ganhamos tecnicamente o jogo e perdemos feio emocionalmente. Certo jornalista europeu comentou que os sul-americanos, infelizmente, são muito temperamentais e não estão preparados para a derrota. Pode até ser, mas os europeus, como a Holanda, negam-se a jogar, às vezes, e são frios emocionalmente. Jogam mais com a cabeça, com o cérebro e menos com o coração. De qualquer modo, temos que aprender um pouco com eles. Aprender a jogar calmos e com prazer, sem tanta pressão.
No entanto, para os soberbos em futebol, fica a seguinte lição: No futebol, temos o direito de sermos os melhores, excelentes até, mas nunca SOBERBOS.
Professor Jackislandy Meira de Medeiros Silva
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