O frio não dá tréguas na África do Sul, e por aqui, na terra das flores, já começa a fazer um friozinho daqueles de deixar o sujeito na frente da TV com uma pipoca no capricho para aproveitar a Copa que, diga-se de passagem, só ocorre de quatro em quatro anos.
Um dia que, memoravelmente, passa para história, devido ao falecimento do escritor português José Saramago. O mundo da copa, por alguns instantes, dá lugar ao noticiário iminente da morte deste honrado homem que amava o que fazia, escrever. Havia galgado uma carreira literária invejável até então, chegando a receber o prêmio Nobel de literatura pelo conjunto da obra. Dele, eu li “O evangelho segundo Jesus Cristo” e “Caim”. Obras muito polêmicas quanto ao tratamento comum que dá às Escrituras, mas incrivelmente criativas ao dar asas à liberdade imaginativa do leitor. Constituiu-se ao longo de sua vida, um escritor que não abria mão de seus princípios comunistas, vindo a morrer isolado com sua esposa nas ilhas canárias, rodeado de livros e numa bela casa.
Assim despediu-se José Saramago, em meio a uma Copa do mundo. E, no mesmo dia em que a Alemanha toma de 1 a 0 da Sérvia, vislumbra-se nos gramados da África do Sul a ação de mais uma zebra, a amarga derrota dos alemães. A zebra parece satisfeita em sua casa. Quando menos esperamos, ela aparece com toda sua graça. Isto quer dizer que o futebol ainda está longe do seu melhor. Rooney da Inglaterra não conseguiu prosperar sobre a forte marcação da Argélia. Sua equipe teve de engolir a seco o segundo empate nesta fase classificatória, o que deixa a Inglaterra em maus lençóis.
É muito complicado prever resultados nesta copa. Na primeira rodada, a forte Alemanha deu uma goleada na temida Austrália. Por outro lado, na segunda rodada, tomou de 1 a 0 da Sérvia. É meio instável o futebol alemão. Isso prova que o futebol é imponderável.
Mesmo no futebol, contra fatos não há argumentos. As equipes que competem estão sempre jogadas na possibilidade de mais uma vitória ou de mais uma derrota. O futebol é relativo, o que o torna bastante existencial e gostoso de se acompanhar. Está, a todo momento, lançado nas circunstâncias de tempo e espaço da existência mesma.
A seleção que se pretende campeã terá que vencer a força das coisas, a força das circunstâncias desta copa, se quiser receber, no final, a coroa perecível da glória.
Possivelmente, Eslovênia e EUA correm por fora para tentar uma classificação no grupo C. Este grupo está numa corrida acirrada pra ver quem fica com as duas vagas. A Eslovênia lidera o grupo porque ganhou da Argélia na primeira rodada e empatou hoje com os EUA.
Esperemos os novos resultados que decidirão as duas vagas deste grupo. A briga promete entre Inglaterra, EUA, Eslovênia e Argélia.
Professor Jackislandy Meira de Medeiros Silva
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