sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Em cartaz: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS.

"A Menina Que Roubava Livros": uma adaptação fiel para agradar a todos os gostos

Antes de começar esse texto, eu já gostaria de deixar uma coisa bem clara: sou exigente com adaptações. Sempre que leio um livro, e, principalmente, quando gosto muito dele, vou para o cinema assistir à respectiva adaptação com mais temor que empolgação. E eu amei A Menina Que Roubava Livros, lançado em 2006 por Markus Zusak. Um tanto quanto exótico, o livro é narrado por ninguém menos que a própria Morte, e conta a história de Liesel Meminger, uma menina que cresceu na Alemanha nazista, e que encontrava na sua paixão pela literatura forças para conservar sua alegria e suas esperanças. O sucesso mundial do livro prova que a narrativa extremamente original, a história emocionante (confesso, chorei mais de uma vez enquanto lia) e os personagens, um mais bem construído que o outro, conquistaram mesmo o público. E foi por todo esse histórico que eu levei comigo um pouco de medo ao ir ao cinema assistir A Menina Que Roubava Livros, agora um filme.
menina1
Mas confesso: adorei. Brian Percival, o diretor, é mais conhecido por trabalhos na TV, como Downton Abbey. O roteirista, Michael Petroni, já trabalhou em um filme de As Crônicas de Nárnia. E os dois se uniram para criar uma adaptação fiel, onde todos os personagens e pontos importantes citados no livro estão presentes e conectados. As mudanças são bem poucas, sem chegar a incomodar os fãs da obra de Zusak; e, ao mesmo tempo, a história e o elenco competente cativam mesmo os “novatos”, recém apresentados a Liesel e seu universo. Ao longo de todo o filme, foi possível ouvir discretas fungadas, de gente chorando ao se emocionar com as passagens mais tocantes. E, claro, os momentos divertidos também rendiam suas risadas.
Liesel é interpretada pela ainda pouco conhecida Sophie Nélisse, que convence no papel – assim como Nico Liersch, que recria com perfeição o vizinho e melhor amigo de Liesel, Rudy. Se o elenco jovem cumpre sua missão sem deixar nada a desejar, o adulto merece nada menos que palmas: Geoffrey Rush encarna Hans Hubermann, o carinhoso pai adotivo de Liesel; e Emily Watson é sua durona esposa Rosa – grande parte das cenas que arrancam lágrimas do público podem ser creditadas aos dois. A fotografia, linda, lembra os ares surreais com que as cores do mundo são descritas no livro: uma Alemanha monocromática, dominada pelo ódio e pela neve (a única exceção é o vermelho da bandeira nazista); colorida apenas por raros momentos de alegria, como a conversa de Liesel e Rudy em um bosque florido e ensolarado. E a trilha sonora, composta por John Williams, dá o tom de “quase-conto-de-fadas” que a história, narrada pela Morte e sob a perspectiva da menina Liesel, exige.
menina3
Talvez apenas dois detalhes tenham me incomodado no filme: o primeiro é a alternância arbitrária entre os idiomas inglês e alemão, ou a frequente mistura dos dois, ou ainda o inglês falado com um sotaque alemão proposital, que chama a atenção, de um modo esquisito, desde o início do filme. O ideal, é claro, seria um filme totalmente falado em alemão, caso a história quisesse se mostrar mais realista; mas, como a mistura entre os dois idiomas foi opção do próprio Zusak, no livro mesmo, é compreensível que tenha sido mantido assim. Só causa estranheza. E o segundo é a narrativa direta da Morte, que aparece aqui e ali – desnecessária, na minha opinião. Se não é para aparecer ao longo de todo o filme, a Morte poderia ter ganhado voz apenas na introdução, ou então não ganhado voz alguma (e ganhou uma voz masculina, quando eu tinha imaginado uma vez feminina. Opinião pessoal. Fui a única?). Da forma como foi feita, a narrativa ficou um pouco desconexa; e poderia talvez ter se mantido apenas de forma indireta, como o ponto de vista através do qual o filme todo é mostrado.
De qualquer forma, a nota é bem positiva. A Menina Que Roubava Livros vale tanto para quem leu e quer ver a história contada em outro formato, quanto para quem ainda não leu e está precisando de um incentivo. Eu, se fosse você, iria assistir. Só não esqueça de levar um lencinho. 
por Marina Lopes
Itapema FM SC
Assista ao trailer do filme em http://youtu.be/J24AlOYHpVU

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Em cartaz: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS.

"A Menina Que Roubava Livros": uma adaptação fiel para agradar a todos os gostos

Antes de começar esse texto, eu já gostaria de deixar uma coisa bem clara: sou exigente com adaptações. Sempre que leio um livro, e, principalmente, quando gosto muito dele, vou para o cinema assistir à respectiva adaptação com mais temor que empolgação. E eu amei A Menina Que Roubava Livros, lançado em 2006 por Markus Zusak. Um tanto quanto exótico, o livro é narrado por ninguém menos que a própria Morte, e conta a história de Liesel Meminger, uma menina que cresceu na Alemanha nazista, e que encontrava na sua paixão pela literatura forças para conservar sua alegria e suas esperanças. O sucesso mundial do livro prova que a narrativa extremamente original, a história emocionante (confesso, chorei mais de uma vez enquanto lia) e os personagens, um mais bem construído que o outro, conquistaram mesmo o público. E foi por todo esse histórico que eu levei comigo um pouco de medo ao ir ao cinema assistir A Menina Que Roubava Livros, agora um filme.
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Mas confesso: adorei. Brian Percival, o diretor, é mais conhecido por trabalhos na TV, como Downton Abbey. O roteirista, Michael Petroni, já trabalhou em um filme de As Crônicas de Nárnia. E os dois se uniram para criar uma adaptação fiel, onde todos os personagens e pontos importantes citados no livro estão presentes e conectados. As mudanças são bem poucas, sem chegar a incomodar os fãs da obra de Zusak; e, ao mesmo tempo, a história e o elenco competente cativam mesmo os “novatos”, recém apresentados a Liesel e seu universo. Ao longo de todo o filme, foi possível ouvir discretas fungadas, de gente chorando ao se emocionar com as passagens mais tocantes. E, claro, os momentos divertidos também rendiam suas risadas.
Liesel é interpretada pela ainda pouco conhecida Sophie Nélisse, que convence no papel – assim como Nico Liersch, que recria com perfeição o vizinho e melhor amigo de Liesel, Rudy. Se o elenco jovem cumpre sua missão sem deixar nada a desejar, o adulto merece nada menos que palmas: Geoffrey Rush encarna Hans Hubermann, o carinhoso pai adotivo de Liesel; e Emily Watson é sua durona esposa Rosa – grande parte das cenas que arrancam lágrimas do público podem ser creditadas aos dois. A fotografia, linda, lembra os ares surreais com que as cores do mundo são descritas no livro: uma Alemanha monocromática, dominada pelo ódio e pela neve (a única exceção é o vermelho da bandeira nazista); colorida apenas por raros momentos de alegria, como a conversa de Liesel e Rudy em um bosque florido e ensolarado. E a trilha sonora, composta por John Williams, dá o tom de “quase-conto-de-fadas” que a história, narrada pela Morte e sob a perspectiva da menina Liesel, exige.
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Talvez apenas dois detalhes tenham me incomodado no filme: o primeiro é a alternância arbitrária entre os idiomas inglês e alemão, ou a frequente mistura dos dois, ou ainda o inglês falado com um sotaque alemão proposital, que chama a atenção, de um modo esquisito, desde o início do filme. O ideal, é claro, seria um filme totalmente falado em alemão, caso a história quisesse se mostrar mais realista; mas, como a mistura entre os dois idiomas foi opção do próprio Zusak, no livro mesmo, é compreensível que tenha sido mantido assim. Só causa estranheza. E o segundo é a narrativa direta da Morte, que aparece aqui e ali – desnecessária, na minha opinião. Se não é para aparecer ao longo de todo o filme, a Morte poderia ter ganhado voz apenas na introdução, ou então não ganhado voz alguma (e ganhou uma voz masculina, quando eu tinha imaginado uma vez feminina. Opinião pessoal. Fui a única?). Da forma como foi feita, a narrativa ficou um pouco desconexa; e poderia talvez ter se mantido apenas de forma indireta, como o ponto de vista através do qual o filme todo é mostrado.
De qualquer forma, a nota é bem positiva. A Menina Que Roubava Livros vale tanto para quem leu e quer ver a história contada em outro formato, quanto para quem ainda não leu e está precisando de um incentivo. Eu, se fosse você, iria assistir. Só não esqueça de levar um lencinho. 
por Marina Lopes
Itapema FM SC
Assista ao trailer do filme em http://youtu.be/J24AlOYHpVU

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