O ex-representante da ONU (Organização das
Nações Unidas) para mudanças climáticas, Yvo de Boer, disse hoje que o
texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20), que ainda está sendo negociado, não mostra o
“desejo de realmente provocar mudanças radicais”. Professor da
Universidade de Maastrich, na Holanda, o especialista disse que o texto
traz apenas reafirmações de crenças que vêm sendo repetidas há 20 anos.
“Quando li o texto na manhã de hoje, vi que infelizmente ainda falta o desejo de realmente provocar uma mudança fundamental e radical, que precisamos ver. Se quisermos lidar com esses assuntos não resolvidos de sustentabilidade, temos que ir além de afirmações. Não vamos resolver esses problemas globais apenas com reafirmações de crenças. Precisamos de uma mudança fundamental de direção”, disse.
De acordo com De Boer, nos próximos anos, com o aumento populacional, o mundo terá que lidar com o crescimento da demanda por energia, pelos alimentos e pela água. O desafio será maior por causa das mudanças climáticas, que poderão reduzir as terras disponíveis para a agricultura e as reservas de água.
Polêmicas
A última versão preliminar do documento final da Rio+20, a que a Agência Brasil teve acesso, mostra que os temas controvertidos, como definições de recursos e metas pontuais, foram excluídos. O texto é amplo e generalista, mas ressalta aspectos sociais, como as parcerias para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida nos assentamentos, transportes e educação, além do combate à discriminação por gênero.
O rascunho foi negociado até a noite de ontem, sendo que só as delegações dos 193 países, organizações não governamentais e alguns movimentos da sociedade civil tiveram acesso ao texto. Nele, há 50 páginas, indicando que pelo menos 30 das propostas iniciais foram retiradas. No começo da conferência, o documento apresentado tinha 80 páginas e, anteriormente, chegou a ter 200 páginas.
No texto, não há menção sobre a criação do fundo anual de US$ 30 bilhões, a partir de 2013, e que alcançaria US$ 100 bilhões em 2018. A proposta defendida pelo Brasil e por países de economias em desenvolvimento foi rejeitada pelas nações mais ricas.
Em substituição à proposta de criação do fundo, há o compromisso de ser criado um fórum para apreciar o assunto a partir de nomeações da Assembleia Geral das Nações Unidas. O documento preliminar está dividido em seis capítulos e 287 itens. Os capítulos mais relevantes são os que tratam de financiamentos e meios de implementação (relacionados às metas e compromissos que devem ser cumpridos).
O texto destaca também a necessidade de os países fortalecerem as parcerias para a transferência de tecnologia limpa. Mas não há detalhamento, pois a questão divide os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Nas situações de impasse, o rascunho apela para os mais ricos contribuírem para o desenvolvimento sustentável, ação que vale também para as questões relativas à capacitação e ao comércio.
“Quando li o texto na manhã de hoje, vi que infelizmente ainda falta o desejo de realmente provocar uma mudança fundamental e radical, que precisamos ver. Se quisermos lidar com esses assuntos não resolvidos de sustentabilidade, temos que ir além de afirmações. Não vamos resolver esses problemas globais apenas com reafirmações de crenças. Precisamos de uma mudança fundamental de direção”, disse.
De acordo com De Boer, nos próximos anos, com o aumento populacional, o mundo terá que lidar com o crescimento da demanda por energia, pelos alimentos e pela água. O desafio será maior por causa das mudanças climáticas, que poderão reduzir as terras disponíveis para a agricultura e as reservas de água.
Polêmicas
A última versão preliminar do documento final da Rio+20, a que a Agência Brasil teve acesso, mostra que os temas controvertidos, como definições de recursos e metas pontuais, foram excluídos. O texto é amplo e generalista, mas ressalta aspectos sociais, como as parcerias para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida nos assentamentos, transportes e educação, além do combate à discriminação por gênero.
O rascunho foi negociado até a noite de ontem, sendo que só as delegações dos 193 países, organizações não governamentais e alguns movimentos da sociedade civil tiveram acesso ao texto. Nele, há 50 páginas, indicando que pelo menos 30 das propostas iniciais foram retiradas. No começo da conferência, o documento apresentado tinha 80 páginas e, anteriormente, chegou a ter 200 páginas.
No texto, não há menção sobre a criação do fundo anual de US$ 30 bilhões, a partir de 2013, e que alcançaria US$ 100 bilhões em 2018. A proposta defendida pelo Brasil e por países de economias em desenvolvimento foi rejeitada pelas nações mais ricas.
Em substituição à proposta de criação do fundo, há o compromisso de ser criado um fórum para apreciar o assunto a partir de nomeações da Assembleia Geral das Nações Unidas. O documento preliminar está dividido em seis capítulos e 287 itens. Os capítulos mais relevantes são os que tratam de financiamentos e meios de implementação (relacionados às metas e compromissos que devem ser cumpridos).
O texto destaca também a necessidade de os países fortalecerem as parcerias para a transferência de tecnologia limpa. Mas não há detalhamento, pois a questão divide os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Nas situações de impasse, o rascunho apela para os mais ricos contribuírem para o desenvolvimento sustentável, ação que vale também para as questões relativas à capacitação e ao comércio.
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