quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

GENEROSIDADE


Cá estou eu novamente para grafar os últimos devaneios deste ano. “Um bom ano”. Lembram do filme que traz esse título!? Nele o autor leva o espectador a viajar do ritmo frenético dos negócios a uma pacata cidadezinha da França, cheia de vinhedos, com suas peculiaridades convencionais e muito provinciana. Da cidade à Província. Está aí uma bela passagem. Ou vice-versa. Uma das muitas passagens que podemos fazer: Da agitação à calmaria. O protagonista do filme consegue encontrar o seu destino onde menos esperava. Ao tomar conta dos negócios do vinhedo do tio numa pequena cidade, encontra-se pessoalmente e descobre o amor e a felicidade.
Para sair e fazer a passagem do “grande” ao “pequeno” sujeito, como diria Charles Chaplin, será preciso que a generosidade nos acompanhe em cada gesto. Dar um pouco do que é seu a outro revela uma parte sua antes desconhecida. Dar lugar à generosidade nesse fim de ano parece ser uma boa sugestão para quem, de fato, ainda pretende livrar-se de si mesmo e de suas vicissitudes egoístas e desonestas. A generosidade nos faz mergulhar maravilhosamente na mais pura vida, sem dinheiro e sem politicagem, e ir experimentar o quase nada dos outros. Passar do solitário ao solidário com as mãos e o coração cheios de amor e de atenção para dar.
Já se perguntou o que pode dar? Dar. Dar o quê? Dar algo além de presentes, dinheiro e uma boa mesa. O falso clichê de que “ninguém dá o que não tem” se confronta com a ideia de que algo se pode dar do que se é. Sim, pode-se dar o que se é. Não há nada que não possamos dar de nosso ser, uma vez que é próprio do ser dar, dar sempre mais. Quem nunca ouviu a frase: “Ninguém é tão necessitado que não tenha nada para dar e ninguém é tão suficiente que não tenha nada para receber”. Generoso ao dar, mas generoso também ao receber em todos os sentidos. Por exemplo: Há pessoas que são muito generosas para falar, mas pouco generosas para ouvir.
Não me refiro somente ao nada econômico, o mais desprezível de todos porque é o valor mais focado por todos, mas me refiro ao que quase ninguém liga mais, aos afetos, ao que é interno e que se encontra na linha do amor. Na estreita linha do amor estão os inexplicáveis atos de bondade e de generosidade tão próprios aos seres humanos, a tudo que é humano. É daí que vem, sim, a verdadeira generosidade.
Quantos não fecharam suas mãos, não só as mãos, mas fecharam o coração durante todo este ano! Portanto, é hora de abrir as mãos, o coração, a cabeça, os olhos, a vida para quem não pode abrí-los devido aos inúmeros impedimentos, a saber: fome, miséria, doença, desemprego, violência, corrupção, ganância e egoísmo. Romper a barreira de todos esses impedimentos é a graciosa sugestão da generosidade possível ao homem.
O mais engraçado da generosidade é que sem gratidão dificilmente poderá ser experimentada. A gratidão é a força da generosidade. Sem gratidão, a generosidade se transforma em vaidade. A honra da generosidade é um coração grato. Veja que, só com amor, a generosidade faz sentido. Para conservarmos a dignidade do ato de dar, é necessário reconhecermos nossa consciência, vontade e liberdade ao dar. Ser generoso é, antes de tudo, ser gracioso pelas muitas coisas que chegaram até nós sem esforço algum. Reconhecer que o calor do sol, a luminosidade da lua, a fonte dos rios, o movimento dos mares, a fertilidade da terra, o carinho dos animais, a bondade das pessoas, a beleza das florestas e o presente dos filhos não têm preço, é de graça que recebemos, na verdade, já são um esplendor de generosidade.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Especialista em Metafísica
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

GENEROSIDADE


Cá estou eu novamente para grafar os últimos devaneios deste ano. “Um bom ano”. Lembram do filme que traz esse título!? Nele o autor leva o espectador a viajar do ritmo frenético dos negócios a uma pacata cidadezinha da França, cheia de vinhedos, com suas peculiaridades convencionais e muito provinciana. Da cidade à Província. Está aí uma bela passagem. Ou vice-versa. Uma das muitas passagens que podemos fazer: Da agitação à calmaria. O protagonista do filme consegue encontrar o seu destino onde menos esperava. Ao tomar conta dos negócios do vinhedo do tio numa pequena cidade, encontra-se pessoalmente e descobre o amor e a felicidade.
Para sair e fazer a passagem do “grande” ao “pequeno” sujeito, como diria Charles Chaplin, será preciso que a generosidade nos acompanhe em cada gesto. Dar um pouco do que é seu a outro revela uma parte sua antes desconhecida. Dar lugar à generosidade nesse fim de ano parece ser uma boa sugestão para quem, de fato, ainda pretende livrar-se de si mesmo e de suas vicissitudes egoístas e desonestas. A generosidade nos faz mergulhar maravilhosamente na mais pura vida, sem dinheiro e sem politicagem, e ir experimentar o quase nada dos outros. Passar do solitário ao solidário com as mãos e o coração cheios de amor e de atenção para dar.
Já se perguntou o que pode dar? Dar. Dar o quê? Dar algo além de presentes, dinheiro e uma boa mesa. O falso clichê de que “ninguém dá o que não tem” se confronta com a ideia de que algo se pode dar do que se é. Sim, pode-se dar o que se é. Não há nada que não possamos dar de nosso ser, uma vez que é próprio do ser dar, dar sempre mais. Quem nunca ouviu a frase: “Ninguém é tão necessitado que não tenha nada para dar e ninguém é tão suficiente que não tenha nada para receber”. Generoso ao dar, mas generoso também ao receber em todos os sentidos. Por exemplo: Há pessoas que são muito generosas para falar, mas pouco generosas para ouvir.
Não me refiro somente ao nada econômico, o mais desprezível de todos porque é o valor mais focado por todos, mas me refiro ao que quase ninguém liga mais, aos afetos, ao que é interno e que se encontra na linha do amor. Na estreita linha do amor estão os inexplicáveis atos de bondade e de generosidade tão próprios aos seres humanos, a tudo que é humano. É daí que vem, sim, a verdadeira generosidade.
Quantos não fecharam suas mãos, não só as mãos, mas fecharam o coração durante todo este ano! Portanto, é hora de abrir as mãos, o coração, a cabeça, os olhos, a vida para quem não pode abrí-los devido aos inúmeros impedimentos, a saber: fome, miséria, doença, desemprego, violência, corrupção, ganância e egoísmo. Romper a barreira de todos esses impedimentos é a graciosa sugestão da generosidade possível ao homem.
O mais engraçado da generosidade é que sem gratidão dificilmente poderá ser experimentada. A gratidão é a força da generosidade. Sem gratidão, a generosidade se transforma em vaidade. A honra da generosidade é um coração grato. Veja que, só com amor, a generosidade faz sentido. Para conservarmos a dignidade do ato de dar, é necessário reconhecermos nossa consciência, vontade e liberdade ao dar. Ser generoso é, antes de tudo, ser gracioso pelas muitas coisas que chegaram até nós sem esforço algum. Reconhecer que o calor do sol, a luminosidade da lua, a fonte dos rios, o movimento dos mares, a fertilidade da terra, o carinho dos animais, a bondade das pessoas, a beleza das florestas e o presente dos filhos não têm preço, é de graça que recebemos, na verdade, já são um esplendor de generosidade.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Especialista em Metafísica
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