Depois de vivermos a “copa” da FIFA com suas
exigências astronômicas, conseguimos terminar a arena Itaquerão a tempo para o
jogo de abertura. Conseguimos.
A “copa” das manifestações populares que refletem a
indignação de muitos, esgotados com o descaso no serviço público e com a
corrupção na política, não conteve a paixão nacional por futebol e rendeu-se à
força do evento, à importância do momento. Conseguimos.
Não esquecendo ainda a “copa” da direita e da
esquerda brasileiras que, escandalosamente, puxa o cordão dos oportunistas
visando às eleições deste ano; conseguimos apagá-los do maior espetáculo da
terra. Foram ofuscados pela cerimônia, pelo hino nacional e pelo futebol
vitorioso da seleção brasileira. Conseguimos.
Conseguimos superar um movimento ousado nas redes
sociais e em diferentes mídias que expressavam o desejo extremo de boa parte da
população que se dizia contra a copa: “não vai ter copa”.
Superamos até um gol contra de Marcelo, zagueiro da
seleção brasileira, no início do jogo ao enfrentarmos os croatas, mas
conseguimos abatê-los antes mesmo de tripudiarem sobre nossa força e fraqueza,
a torcida presente no estádio. Conseguimos.
Não bastasse a ansiedade natural antes do jogo da
estreia, conseguimos suportar pacientemente uma experiência desconfortável de
ficar atrás no placar por cerca de dezoito longos minutos quando veio o épico
gol de Neymar no cantinho do goleiro Pletikosa. Mesmo a bola tocando na trave,
conseguimos.
A virada foi radiante. Oscar, que fez uma partida
impecável, lança a bola para Fred dentro da área e sofre o pênalti meio
polêmico. Neymar bate, mas a bola resvala nas mãos de Pletikosa, que não impede
o gol da virada. Conseguimos.
Mas a maior pressão estava por vir. No segundo
tempo, um jogo confuso e muito veloz, embalado por uma atuação permissiva do
árbitro japonês Yuichi Nishimura, a Croácia sufocava o Brasil sem piedade até
aos 45 minutos, quando Oscar parte em contra-ataque com a bola e chuta de bico
para aliviar a todos. Conseguimos.
Conseguimos emplacar 3 a 1 em cima da Croácia, o que
não diz muito sobre o drama vivido em campo pela seleção brasileira.
Conseguimos vencer os “ics” croatas, Modric, Rakitic,
Perisic, Kovasic, Brozovic, Olic, Jelavic, Rebic... Ufa!
Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo.
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