Uma professora com medo de voltar para a sala de aula. Ela foi espancada com socos e até uma cadeira. Sofreu fraturas nos braços e ferimentos no rosto.
O aluno suspeito da agressão se apresentou à polícia e vai prestar depoimento nesta tarde. Ele tirava notas altas e não gostou de tirar uma nota C.
“Quando eu desacordei na segunda cadeirada ele veio com os punhos, veio me soquear, foi quando eu perdi os dentes”, conta Jane de Leon Antunes, coordenadora pedagógica.
Jane foi agredida por um aluno do curso técnico de enfermagem de uma escola particular. "Ele disse: eu gosto muito de ti, mas vou te punir e veio com a cadeira, quebrou a cadeira, quebrou a minha sala”, diz.
O agressor é Rafael de Souza Ferreira, de 23 anos. O delegado se surpreendeu com tamanho da violência.
“São muitos anos de polícia e com certeza uma violência nesse âmbito escolar é a primeira vez que eu vejo, de quase chegar a óbito”, afirma Fernando Soares, delegado.
Segundo os investigadores, o agressor é lutador de Jiu-Jitsu, e procurou a polícia para verificar se havia queixa contra ele. Rafael disse ser vítima de racismo.
O aluno não quis gravar entrevista. Por telefone, negou que tenha agredido a professora. Contou que lutou com um segurança da escola que queria impedir a saída dele da sala da coordenação. Na briga, Rafael diz que jogou no segurança a cadeira, que atingiu a professora.
Uma pesquisa feita por esta psicóloga no Paraná com 500 professores revelou que quase a metade (47%) queria mudar de profissão.
E 12% dos entrevistados apresentavam uma doença grave ligada à depressão. A síndrome do esgotamento profissional.
José Roberto, 35 anos, cinco como professor se aposentou por depressão. Não quer mais saber de voltar a ensinar. “Não é fácil, os alunos não respeitam nem os pais, vão respeitar o professor que é estranho?", diz.
Tânia Marques, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que os limites de convivência devem ser ensinados de forma tranquila e desde a infância, em casa. “Atualmente as pessoas estão com uma dificuldade bastante grande de dar limites. No momento em que vão dar um limite acabam fazendo de uma forma agressiva”.
A matrícula de Rafael já foi cancelada. Jane não sabe se vai voltar ao trabalho. “Eu tenho medo tenho medo, meu filho não quer que eu volte”, afirma.
O aluno acusado de agredir a professora pode responder por tentativa de homicídio. Se condenado, ele pode cumprir pena de quatro a cinco anos de prisão.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2010/11/
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