desastre aéreo)
que a eleição brasileira era uma montanha russa. E fomos embalados por
narrativas vertiginosas, eu especialmente pelo o que é veiculado no
exterior. Sobre Marina Silva houve um longo e excessivo estado de
deslumbramento; com a recuperação de Dilma Rousseff, tomou lugar um
estado de perplexidade.
Como é que pode? Apesar da economia moribunda (li o palavrão em alguma publicação), do Petrolão (esta obscenidade) e do estilo político de Dilma (uma chanchada), a presidente parecia caminhar com uma certa tranquilidade para a reeleição (quem sabe no primeiro turno).
Mesmo no domingo cedo, quando devorei o que havia para devorar sobre Brasil na mídia global, estava sedimentada uma narrativa: os brasileiros querem mudança, mas não tanto assim. Temem perder o que cosquistaram em 12 anos de governo PT. Isto racionalizava o favoritismo de Dilma, inclusive no segundo turno, apesar de tudo.
A construção deste raciocínio estava tanto no espanhol El País como no americano The Wall Street Journal. No entanto, uma eleição com tantas surpresas surpreendeu a imprensa internacional. Aliás, surpreendeu bem além dos gringos. Querem fazer uma pesquisa Ibope ou Datafolha para confirmar isso?
Deixo às legiões de analistas (a destacar meus colegas de VEJA) a tarefa de explicar o que se passa na montanha russa eleitoral. Eu li várias análises, mas aqui vou me limitar à minha percepção de cidadão, de eleitor.
Não se trata de expressar preferência partidária (já disse que não faço isso formalmente), mas de constatar o impacto do debate eleitoral na Globo na quinta-feira. Aécio Neves transmitiu firmeza e bonomia ao mesmo tempo. De resto, era o circo dos nanicos, a avoada Marina e aquela senhora carregando um calhamaço.
Sei que um acúmulo de coisas levaram a um desfecho eleitoral surpreendente no primeiro turno (desde a maior motivação de Aécio, após uma fase de desalento, a erros dos adversários), mas naquela quinta-feira à noite, o candidato tucano selou um pacto mais sólido com os eleitores. Agora é o candidato da oposição, um candidato a mudar o estado de coisas.
E uma explicação para o título desta coluna. Na coluna anterior sobre Brasil, optei pelo título Sem Medo. em referência ao embate entre o dito cujo e a esperança (tal narrativa se inspirava no tom das campanhas de Dilme e de Marina). Not bad.
Mas, quando propagandeei a coluna no Twitter, tive uma sacada melhor (se for muito autogeneroso, eu diria premonição) e taquei Esperança, Medo e Aécio, como se o candidato tucano fosse um terceiro sentimento, uma terceira variável, a terceira via por onde o eleitorado finalmente avançaria depois de viajar por semanas na montanha russa.
Gostei tanto da foto daquela coluna, cuja legenda já era o título acima que decidi repeti-la, sem medo de que na corrida do segundo turno Dilma consiga agarrar Marina.
***
Com as eleições pátrias, a coluna está bem menos convencional. Nunca na história desta coluna se falou tanto do Brasil. Que outubro termine logo! Então, até a colher de chá será menos convencional, bem mais provinciana, mais bairrista. Este jornalista paulistano confere a colher de chá para os eleitores paulistas. Deu para entender, né?
E a pedido do Eduardo (dia 6, 14:06), uma também para os eleitores paranenses.
Pessoal, muitos pedidos cívicos de colher de chá. São 17h35, horário de Brasilia, happy hour, colher de chá para quem achou que merece por seu voto a favor de “tirar esta gente do poder”, ok?
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/eleicoes-brasil/a-esperanca-o-medo-e-aecio/
Não sei quantas vezes eu li nas últimas semanas (desde a morte de Eduardo Campos em Como é que pode? Apesar da economia moribunda (li o palavrão em alguma publicação), do Petrolão (esta obscenidade) e do estilo político de Dilma (uma chanchada), a presidente parecia caminhar com uma certa tranquilidade para a reeleição (quem sabe no primeiro turno).
Mesmo no domingo cedo, quando devorei o que havia para devorar sobre Brasil na mídia global, estava sedimentada uma narrativa: os brasileiros querem mudança, mas não tanto assim. Temem perder o que cosquistaram em 12 anos de governo PT. Isto racionalizava o favoritismo de Dilma, inclusive no segundo turno, apesar de tudo.
A construção deste raciocínio estava tanto no espanhol El País como no americano The Wall Street Journal. No entanto, uma eleição com tantas surpresas surpreendeu a imprensa internacional. Aliás, surpreendeu bem além dos gringos. Querem fazer uma pesquisa Ibope ou Datafolha para confirmar isso?
Deixo às legiões de analistas (a destacar meus colegas de VEJA) a tarefa de explicar o que se passa na montanha russa eleitoral. Eu li várias análises, mas aqui vou me limitar à minha percepção de cidadão, de eleitor.
Não se trata de expressar preferência partidária (já disse que não faço isso formalmente), mas de constatar o impacto do debate eleitoral na Globo na quinta-feira. Aécio Neves transmitiu firmeza e bonomia ao mesmo tempo. De resto, era o circo dos nanicos, a avoada Marina e aquela senhora carregando um calhamaço.
Sei que um acúmulo de coisas levaram a um desfecho eleitoral surpreendente no primeiro turno (desde a maior motivação de Aécio, após uma fase de desalento, a erros dos adversários), mas naquela quinta-feira à noite, o candidato tucano selou um pacto mais sólido com os eleitores. Agora é o candidato da oposição, um candidato a mudar o estado de coisas.
E uma explicação para o título desta coluna. Na coluna anterior sobre Brasil, optei pelo título Sem Medo. em referência ao embate entre o dito cujo e a esperança (tal narrativa se inspirava no tom das campanhas de Dilme e de Marina). Not bad.
Mas, quando propagandeei a coluna no Twitter, tive uma sacada melhor (se for muito autogeneroso, eu diria premonição) e taquei Esperança, Medo e Aécio, como se o candidato tucano fosse um terceiro sentimento, uma terceira variável, a terceira via por onde o eleitorado finalmente avançaria depois de viajar por semanas na montanha russa.
Gostei tanto da foto daquela coluna, cuja legenda já era o título acima que decidi repeti-la, sem medo de que na corrida do segundo turno Dilma consiga agarrar Marina.
***
Com as eleições pátrias, a coluna está bem menos convencional. Nunca na história desta coluna se falou tanto do Brasil. Que outubro termine logo! Então, até a colher de chá será menos convencional, bem mais provinciana, mais bairrista. Este jornalista paulistano confere a colher de chá para os eleitores paulistas. Deu para entender, né?
E a pedido do Eduardo (dia 6, 14:06), uma também para os eleitores paranenses.
Pessoal, muitos pedidos cívicos de colher de chá. São 17h35, horário de Brasilia, happy hour, colher de chá para quem achou que merece por seu voto a favor de “tirar esta gente do poder”, ok?
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/eleicoes-brasil/a-esperanca-o-medo-e-aecio/
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