terça-feira, 19 de agosto de 2014

O VALOR DO SACRIFÍCIO



"A própria noção de sacrifício, porém, é inseparável da noção de sagrado - podendo este último no fundo se definir como aquilo que faz com que a pessoa aceite (...) 'sair de si mesma', arrancando-se do tão querido Ego, cuja evidentíssima onipresença na cultura individualista, aliás, ninguém mais pensa em negar" (FERRY, Luc. FAMÍLIAS, amo vocês. p. 113).

O mundo está com pressa, mas não se sabe por quê. Há razões muito fortes de que o avanço de um mundo mais globalizado, tecnológico e informatizado, sobretudo, a partir dos anos 90 do século passado, tem contribuído bastante para um comportamento imediato e superficial, cuja característica é a fuga do sacrifício. Buscamos facilidades, mesmo que elas nos pareçam inseguras e rasas.
A base do sentido da palavra sacrifício está na mesma base do sentido da palavra sagrado, o qual exige de nós renúncia e um movimento de "saída de si". Mas nos esquecemos disso. Fugimos do sacrifício como os vampiros fugiam da cruz. Na era das facilidades, parece que o mais difícil, conquistado com muito sacrifício e luta, deixou de ser mais gostoso e duradouro.
Terminar uma Faculdade ou uma pós não implica mais, para muitos, uma realização pessoal ou vocacional, visto que passou a ser uma conquista rápida, fácil e sem sacrifício, quase como tudo na vida em tempos de hiperconsumo e de supervalorização da economia.
Ao alargarmos essa opinião para todo o resto, ou seja, para as outras áreas da vida, veremos que, na mesma proporção com que conquistamos nossos objetivos também podemos perdê-los rapidamente. Assim pode ser com a família, amigos, emprego ou profissão, caso não caprichemos na construção da obra, tal como faz o escultor que leva praticamente boa parte da vida trabalhando, dedicando-se inteira e intensamente, até nos legar obras-primas maravilhosas.
Ninguém se torna um Professor da noite para o dia. Não se torna um piloto de F1 num passe de mágica. Um médico não cai do céu pura e simplesmente. Advogados, engenheiros e técnicos também não. É preciso talento, dedicação, humildade, aprendizagem e muito, muito trabalho.
O problema é que os apressadinhos de hoje estão mais oportunistas do que nunca. Mal começam a se preparar para uma profissão e já estão de olho na profissão do colega. Porém, lembrem-se de que conquistar alguma coisa na vida requer sacrifício para respeitar o tempo da preparação. É importante saber que tudo tem um processo - até para cozinhar - princípio, meio e fim. Não queiramos queimar o processo, mesmo que para isso seja preciso muito sacrifício.


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terça-feira, 19 de agosto de 2014

O VALOR DO SACRIFÍCIO



"A própria noção de sacrifício, porém, é inseparável da noção de sagrado - podendo este último no fundo se definir como aquilo que faz com que a pessoa aceite (...) 'sair de si mesma', arrancando-se do tão querido Ego, cuja evidentíssima onipresença na cultura individualista, aliás, ninguém mais pensa em negar" (FERRY, Luc. FAMÍLIAS, amo vocês. p. 113).

O mundo está com pressa, mas não se sabe por quê. Há razões muito fortes de que o avanço de um mundo mais globalizado, tecnológico e informatizado, sobretudo, a partir dos anos 90 do século passado, tem contribuído bastante para um comportamento imediato e superficial, cuja característica é a fuga do sacrifício. Buscamos facilidades, mesmo que elas nos pareçam inseguras e rasas.
A base do sentido da palavra sacrifício está na mesma base do sentido da palavra sagrado, o qual exige de nós renúncia e um movimento de "saída de si". Mas nos esquecemos disso. Fugimos do sacrifício como os vampiros fugiam da cruz. Na era das facilidades, parece que o mais difícil, conquistado com muito sacrifício e luta, deixou de ser mais gostoso e duradouro.
Terminar uma Faculdade ou uma pós não implica mais, para muitos, uma realização pessoal ou vocacional, visto que passou a ser uma conquista rápida, fácil e sem sacrifício, quase como tudo na vida em tempos de hiperconsumo e de supervalorização da economia.
Ao alargarmos essa opinião para todo o resto, ou seja, para as outras áreas da vida, veremos que, na mesma proporção com que conquistamos nossos objetivos também podemos perdê-los rapidamente. Assim pode ser com a família, amigos, emprego ou profissão, caso não caprichemos na construção da obra, tal como faz o escultor que leva praticamente boa parte da vida trabalhando, dedicando-se inteira e intensamente, até nos legar obras-primas maravilhosas.
Ninguém se torna um Professor da noite para o dia. Não se torna um piloto de F1 num passe de mágica. Um médico não cai do céu pura e simplesmente. Advogados, engenheiros e técnicos também não. É preciso talento, dedicação, humildade, aprendizagem e muito, muito trabalho.
O problema é que os apressadinhos de hoje estão mais oportunistas do que nunca. Mal começam a se preparar para uma profissão e já estão de olho na profissão do colega. Porém, lembrem-se de que conquistar alguma coisa na vida requer sacrifício para respeitar o tempo da preparação. É importante saber que tudo tem um processo - até para cozinhar - princípio, meio e fim. Não queiramos queimar o processo, mesmo que para isso seja preciso muito sacrifício.


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