sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Freud e a Religião...


Segundo Freud, a Religião se equivale à própria estrutura psíquica do inconsciente, ao complexo de Édipo e complexo de culpa, pois tudo isso estaria ligado ao nosso sentimento religioso do “totem” e do “tabu”. O “totem” são todos os complexos de crenças e ideias que irão influenciar os estímulos da pessoa e de sua estrutura psíquica. O “tabu” é todo tipo de conceitos em torno do “totem” que a pessoa deve seguir sem quebrar seu segmento lógico e, talvez, histórico. O “tabu” guarda uma certa aproximação e afetividade para com determinado objeto, certo zelo, certo carinho que é capaz de motivar em nós um aspecto de comportamento externo atribuído ao rito. Para Freud, o recalque de um fato passado, talvez por ter matado o pai e desejado a mãe, transparece a dor comovedora bem lá no íntimo da estrutura psíquica que irá caracterizar a necessidade religiosa em seu pensamento.
A crítica a essa concepção de Freud vem a calhar no dizer de Mircea Eliade, a partir da obra “O Sagrado e Profano”, onde apresenta indiretamente uma posição contrária a de Freud, afirmando que o mesmo leva a pessoa a ser analisada apenas pelo lado sentimental e psíquico sem evidenciar os aspectos do mundo e da realidade existencial particular, pois não está relacionada somente à libido, mas a outros princípios básicos. Eliade procura libertar o homem do estado de aprisionamento da libido. O homem não só libido. O homem não é só desejo. O homem não é determinado só pelo prazer. Os nossos recalques não estão somente restritos a uma carência afetivo-psicológica. De fato, esta é uma realidade que não podemos desconsiderar, como diria Freud, tampouco podemos permitir que seja a única saída de respostas para todos os problemas, os males, as dores que envolvem a pessoa humana. Nesse ponto, é Deus quem, de fato, estabelece com a pessoa um diálogo de cura e de libertação de todos os problemas humanos. Digo “tudo” ou “todos” problemas que serão sarados porque é uma verdade posta pela Bíblia no Evangelho de João quando Jesus diz, de modo contundente: “Tudo que pedirdes ao Pai em meu nome eu realizarei”. É tudo mesmo! É confiando nessa promessa que o homem cristão se joga completamente nos braços de Cristo, crendo que será atendido para, enfim, resolver todos os seus complexos, todos os seus medos, todas as suas faltas e carências.
Deve ter sido por isso que Blaise Pascal tenha meditado a seguinte formulação em seus “PENSAMENTOS”: “Jesus Cristo é o objeto de tudo e o centro para onde tudo converge. Quem o conhece, conhece a razão de todas as coisas”(Col. Os pensadores, p. 178). A partir disso, é convicção de Pascal e também nossa, ter em Jesus a explicação e a solução de todas as misérias humanas.
Daí, é oportuno concluirmos essa discussão a partir dos “pensamentos” do filósofo Pascal, que além de tudo, era um autêntico cristão, ou pelo menos os seus pensamentos transparecem isso. Para ele, “a religião cristã ensina aos homens duas verdades a um só tempo: que há um Deus que os homens são capazes de alcançar e que há uma corrupção na natureza que os faz indignos. Importa igualmente aos homens conhecer ambos os pontos; e é igualmente perigoso aos homens conhecer Deus sem conhecer o redentor que pode curá-la. Um só desses conhecimentos causa ou o orgulho dos filósofos que conheceram Deus e não a própria miséria, ou o desespero dos ateus, que conhecem a própria miséria sem redentor”(Col. Os pensadores. p. 178).
Jackislandy Meira de M. Silva.
www.umasreflexoes.blogspot.com e
www.chegadootempo.blogspot.com.
www.twitter.com/filoflorania







Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom este artigo. Sauaddes de vc Jackislandy. ABraço Fabíola Medeiros.

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Freud e a Religião...


Segundo Freud, a Religião se equivale à própria estrutura psíquica do inconsciente, ao complexo de Édipo e complexo de culpa, pois tudo isso estaria ligado ao nosso sentimento religioso do “totem” e do “tabu”. O “totem” são todos os complexos de crenças e ideias que irão influenciar os estímulos da pessoa e de sua estrutura psíquica. O “tabu” é todo tipo de conceitos em torno do “totem” que a pessoa deve seguir sem quebrar seu segmento lógico e, talvez, histórico. O “tabu” guarda uma certa aproximação e afetividade para com determinado objeto, certo zelo, certo carinho que é capaz de motivar em nós um aspecto de comportamento externo atribuído ao rito. Para Freud, o recalque de um fato passado, talvez por ter matado o pai e desejado a mãe, transparece a dor comovedora bem lá no íntimo da estrutura psíquica que irá caracterizar a necessidade religiosa em seu pensamento.
A crítica a essa concepção de Freud vem a calhar no dizer de Mircea Eliade, a partir da obra “O Sagrado e Profano”, onde apresenta indiretamente uma posição contrária a de Freud, afirmando que o mesmo leva a pessoa a ser analisada apenas pelo lado sentimental e psíquico sem evidenciar os aspectos do mundo e da realidade existencial particular, pois não está relacionada somente à libido, mas a outros princípios básicos. Eliade procura libertar o homem do estado de aprisionamento da libido. O homem não só libido. O homem não é só desejo. O homem não é determinado só pelo prazer. Os nossos recalques não estão somente restritos a uma carência afetivo-psicológica. De fato, esta é uma realidade que não podemos desconsiderar, como diria Freud, tampouco podemos permitir que seja a única saída de respostas para todos os problemas, os males, as dores que envolvem a pessoa humana. Nesse ponto, é Deus quem, de fato, estabelece com a pessoa um diálogo de cura e de libertação de todos os problemas humanos. Digo “tudo” ou “todos” problemas que serão sarados porque é uma verdade posta pela Bíblia no Evangelho de João quando Jesus diz, de modo contundente: “Tudo que pedirdes ao Pai em meu nome eu realizarei”. É tudo mesmo! É confiando nessa promessa que o homem cristão se joga completamente nos braços de Cristo, crendo que será atendido para, enfim, resolver todos os seus complexos, todos os seus medos, todas as suas faltas e carências.
Deve ter sido por isso que Blaise Pascal tenha meditado a seguinte formulação em seus “PENSAMENTOS”: “Jesus Cristo é o objeto de tudo e o centro para onde tudo converge. Quem o conhece, conhece a razão de todas as coisas”(Col. Os pensadores, p. 178). A partir disso, é convicção de Pascal e também nossa, ter em Jesus a explicação e a solução de todas as misérias humanas.
Daí, é oportuno concluirmos essa discussão a partir dos “pensamentos” do filósofo Pascal, que além de tudo, era um autêntico cristão, ou pelo menos os seus pensamentos transparecem isso. Para ele, “a religião cristã ensina aos homens duas verdades a um só tempo: que há um Deus que os homens são capazes de alcançar e que há uma corrupção na natureza que os faz indignos. Importa igualmente aos homens conhecer ambos os pontos; e é igualmente perigoso aos homens conhecer Deus sem conhecer o redentor que pode curá-la. Um só desses conhecimentos causa ou o orgulho dos filósofos que conheceram Deus e não a própria miséria, ou o desespero dos ateus, que conhecem a própria miséria sem redentor”(Col. Os pensadores. p. 178).
Jackislandy Meira de M. Silva.
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Muito bom este artigo. Sauaddes de vc Jackislandy. ABraço Fabíola Medeiros.

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