terça-feira, 23 de novembro de 2010

Oração ao Deus Desconhecido de Nietzsche.

Quando anuncia a morte de Deus, Nietzsche fala do
Deus que tem que morrer mesmo, porque é o Deus das
nossas cabeças, o Deus inventado, o Deus da metafísica, o
Deus que não é vivo. Ele fez uma oração que traduzi, sem
chegar a transmitir todo o seu teor poético.

A Oração ao Deus Desconhecido.
Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu
olhar para a frente uma vez mais, elevo, só, minhas mãos a
Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado
altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me
pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas
palavras: “Ao Deus desconhecido”.
Sei, sou eu, embora até o presente tenha me associado
aos sacrílegos.
Sei, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o
abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-Lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a
minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te
conhecer, quero servir só a Ti. (Friedrich Nietzsche)

Leonardo Boff in Tempo de Transcendência

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PAZ PELA PAZ


A paz do mundo
Começa em mim
Se eu tenho amor,
Com certeza sou feliz
Se eu faço o bem ao meu irmão,
Tenho a grandeza dentro do meu coração
Chegou a hora da gente construir a paz
Ninguém suporta mais o desamor

Paz pela paz - pelas crianças
Paz pela paz - pelas florestas
Paz pela paz - pela coragem de mudar.
Paz pela paz - pela justiça
Paz pela paz - a liberdade
Paz pela paz - pela beleza de te amar.

(repetir a 1ª estrofe)

Paz pela paz - pro mundo novo
Paz pela paz - a esperança
Paz pela paz - pela coragem de mudar.
Paz pela paz - pela justiça
Paz pela paz - a liberdade
Paz pela paz - pela beleza de te amar.

Nando Cordel

Família, em discussão...


(Ilustração: Família Simpsons. Homer, alcoólatra e burro, vive querendo ser demitido do emprego; Marge, uma Amélia, dona de casa que vive para a família, tentando levar o marido para igreja e os filhos para a escola; Lisa, a filha modelo; Barth, o oposto de Lisa; Mag, nem fala nem anda, apenas com sua chupeta na boca.
A família, nos últimos tempos, tem sido a mais responsável por críticas quando o assunto é a inversão de valores na sociedade moderna, no entanto, uma voz alardeou o contrário numa entrevista super importante dada à Revista Veja, em outubro de 2008. Esta voz, que ecoa no deserto de uma família dita “falida”, pela ausência da figura ou da autoridade do pai, é a de Luc Ferry, ex-Ministro da Educação na França de 2002 a 2004, filósofo e escritor renomado pela obra “Aprender a Viver” que se tornou best-seller no mundo inteiro.
Atualmente, Luc Ferry, com uma nova obra, vem arrancando suspiros de seus leitores, “Família, Amo vocês”. Nela o autor afirma que “a família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna, aquela pela qual todos nós, ocidentais, aceitaríamos morrer, se preciso. Os únicos seres pelos quais arriscaríamos a vida no mundo de hoje são aqueles mais próximos de nós: a família, os amigos e, em um número bem menor, pessoas mais distantes que nos causam grande comoção”. Diz ainda o próprio Ferry: “No século XX, o ser humano virou sagrado”.
É por baixo, no mínimo, uma visão um tanto revolucionária. Tal visão vai de encontro a todos os clichês argumentativos sobre a família e sua contribuição para a sociedade, no que diz respeito à construção e revisão de valores, a importância e sentido da família, a instituição do casamento, a prioridade do trabalho, a preocupação com o dinheiro, a necessidade da Religião para famílias e jovens e até mesmo o uso de drogas lícitas e ilícitas que acabam afetando a vida de pais e filhos, esposos e esposas em suas dinâmicas e conflitos familiares.
Ao contrário do que afirma Luc Ferry, a crise na Educação brasileira, o alto índice de dependentes químicos no seio da família, o alcoolismo marcadamente presente na maioria dos casos de conflitos familiares, uma orientação sexual desordenada, infidelidade no matrimônio, uma busca desmedida pelo prazer, famílias inteiras divididas ou fragmentadas pela violência, com pais sem compromissos pelo amor e pela educação dos filhos, bem como o não monitoramento do comportamento dos filhos por meio do diálogo e do relacionamento amoroso são fatores que, inevitavelmente, refletem o descaso para com esta instituição que é o alicerce de uma sociedade que se espera feliz e imune à violência ou a qualquer tipo de exclusão social.
Tudo isso, na minha opinião, apresenta muito mais uma família dessacralizada do que sagrada. Agora, é óbvio que para ser dessacralizada, antes deve-se admitir sagrada.
Mas, não é tão simplista assim o enxergar de Ferry acerca da família, visto que, para ele, a família é a única coisa que resta de sagrado no mundo. Segundo ele, “Há vários argumentos que desmentem os clichês hoje propagados sobre o declínio do casamento e o fim da família nuclear. A família na Idade Média era muito mais dividida do que hoje. Havia muito mais pais e mães sozinhos cuidando de seus filhos. Por causa da elevada taxa de mortalidade, as pessoas se casavam mais vezes e tinham mais filhos com outros parceiros. Quem alardeia o declínio da instituição familiar esquece que o divórcio foi inventado junto com o casamento por amor. A partir do momento em que a união entre duas pessoas se ampara apenas na lógica do sentimento, basta que o amor se apague para que outro amor se imponha. A família burguesa é aparentemente estável, mas na maioria dos casos está carcomida por infelicidades. Ela é inseparável de outra instituição: a infidelidade. Muitas mulheres sacrificam a profissão e, em seguida, a vida afetiva por um marido que as engana”.
Portanto, de uma forma ou de outra, a família carrega consigo o apelo de uma geração mais consistente e menos infeliz que lhes assegure saúde, segurança, educação, lazer, qualidade de vida, enfim... Somente a instituição familiar poderá injetar novas energias a uma sociedade altamente promíscua, consumista e desumanizadora, até porque a família é a fonte natural de “energia renovável” nos seus afetos, no amor e no bem querer. Precisamos pulverizar tudo isso pelo mundo afora, a partir da família, do resgate à família em todos os seus aspectos.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN

Páginas na internet:

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Foto de Nietzsche em grafite.


Uma representação feita com lápis da famosa foto do filósofo.

Fonte: www.filosofia.com.br

Nietzsche militar... Em todo seu esplendor!

Manuscrito de Assim Falou Zaratustra, de Nietzsche.

Manuscrito filosófico de Nietzsche.

Nietzsche, o inquieto e original pensador que foi um dos pais da teoria dos valores.

Fonte: www.filosofia.com.br

Casa do filósofo alemão F. Nietzsche.


A casa do filósofo, onde viveu parte de suas profundas inquietações. Um lugar que faz parte da história de um dos maiores filósofos da humanidade. Aqui, certamente, Nietzsche deva ter criado muitas de suas ideias filosóficas. Ambiente que o inspirou, talvez, para muitas leituras e descobertas...

Hoje, mais uma charge do mínimo. Vejam. Que vergonha de salário heim....

O salário mínimo faz jus ao nome. É mínimo mesmo! Kkkkkkkkkkkkkkk....

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Deus e Einstein...

“Não sou ateu, e não creio que possa me chamar panteísta. Estamos na situação de uma criancinha que entra numa imensa biblioteca, repleta de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito aqueles livros, mas não sabe como. Não compreende as línguas em que f oram escritos. Tem uma pálida suspeita de que a disposição dos livros obedece a uma or¬dem misteriosa, mas não sabe qual ela é. Essa, ao que me parece, é a atitude até mesmo do mais inteligente dos seres humanos diante de Deus. Vemos o Universo, maravilhosamente disposto obedecendo a cenas leis, mas temos uma pálida compreensão delas. Nossa mente limitada capta a f orça misteriosa que move as constelações.”
EINSTEIN apud JAMMER, Max. Einstein e a religião. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. p. 39-40.

Fonte: www.blogfilosofiaevida.com

"Quem diz que a religião não se harmoniza com a ciência
é ignorante tanto de uma quanto da outra."

Albert Einstein


domingo, 14 de novembro de 2010

DISSIMULAÇÃO...


O que fazer para desconversar algo que pode nos afetar emocionalmente? O que respondemos quando ouvimos algumas perguntas cujas respostas poderão constranger as pessoas ou até mesmo envergonhá-las? Eis algumas questões delicadas para nossa reflexão. Não seria melhor dissimular algumas verdades para o bem da convivência social, para a saúde emocional e para a ética!?

A dissimulação nos círculos de conversas nem sempre é o mais desejável, visto que ficamos com a resposta engasgada, temendo às vezes incomodar a paz do outro com uma verdade mal colocada. Quando o assunto é irritante, a resposta vem de imediato com palavras as mais violentas possíveis. Palavras estas carregadas de raiva podem ferir sem piedade nossos oponentes, bem como expressões cheias de verdades que os constrange, que os envergonha, de modo que a prudência é o melhor caminho nessas horas. Manter a serenidade; escolher bem as palavras; pesar cuidadosamente cada termo pode ser a saída mais sábia que merecidamente não trarão piores consequências para os espíritos comoventes e sensíveis.

É óbvio que não há só espíritos dessa natureza, no entanto, para estes, requer de quando em quando não economizar as dissimulações. Vejo aqui a dissimulação não como uma fuga do assunto em vigor, tampouco uma simples saída de retirada, porém uma estratégia sábia e interessante para amenizar os ânimos exaltados acerca dos problemas delicados do dia a dia.

Preservar as amizades e a saudável convivência social por meio de dissimulações parece-me também, razoavelmente, uma atitude inteligente, na medida em que preservamos nossa integridade e simultaneamente a do outro, do ponto de vista ético, emocional e pessoal.

Gostaria de me fazer entender um pouco mais aqui, se possível, pensando o termo “dissimulação” como indiferença, apatia, imparcialidade e autodomínio em relação a tudo que possa nos afetar negativa e injustamente.

Há um texto do filósofo alemão Heidegger, um dos baluartes da fenomenologia, que escreve sobre a dissimulação a partir da ontologia da verdade. A dissimulação teria uma relação com o “deixar-ser desvelador”. Uma espécie de não-verdade original ou, como segue Heidegger ao dizer: O velamento do ente em sua totalidade”. De fato, como alude este filósofo, a dissimulação dá brechas ao “mistério” que é a dissimulação do que está velado. (Cf. HEIDEGGER. Sobre a Essência da Verdade. Col. Os Pensadores. São Paulo. Nova Cultural, 1991. p. 131).

Todavia, parece-me que aproveito a ideia de dissimulação em Heidegger para forçar um pouco a aproximação psicológica e ética que muitas vezes emana de nós, seja em discussões de ordem familiar, religiosa ou política que de algum modo mexem com nossas emoções provocando as mais diversas reações de raiva, ódio, alteração da voz, alteração do humor, etc...

Certamente, esta não é a ideia exata de Heidegger ao falar da dissimulação, mas não nos custa ouvir o que ele nos diz um pouco mais sobre o assunto. Pois, enquanto não-verdade que domina o homem e o ser-aí, o filósofo afirma a dissimulação: “Nada menos que a dissimulação do ente como tal, velado em sua totalidade, isto é, o mistério. Não se trata absolutamente de um mistério particular referente a isto ou àquilo, mas deste fato único que o mistério – a dissimulação do que está velado – como tal domina o ser-aí do homem”(Ibidem).

Portanto, não há mal algum para os que hão de dissimular sempre que necessário ao bom senso, haja vista que “até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio”(Pv. 17.28).


Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

Licenciado em Filosofia pela UERN e

Especialista em Metafísica pela UFRN


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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Professora é agredida dentro da sala de aula em Porto Alegre

Uma professora com medo de voltar para a sala de aula. Ela foi espancada com socos e até uma cadeira. Sofreu fraturas nos braços e ferimentos no rosto.

O aluno suspeito da agressão se apresentou à polícia e vai prestar depoimento nesta tarde. Ele tirava notas altas e não gostou de tirar uma nota C.

“Quando eu desacordei na segunda cadeirada ele veio com os punhos, veio me soquear, foi quando eu perdi os dentes”, conta Jane de Leon Antunes, coordenadora pedagógica.

Jane foi agredida por um aluno do curso técnico de enfermagem de uma escola particular. "Ele disse: eu gosto muito de ti, mas vou te punir e veio com a cadeira, quebrou a cadeira, quebrou a minha sala”, diz.

O agressor é Rafael de Souza Ferreira, de 23 anos. O delegado se surpreendeu com tamanho da violência.

“São muitos anos de polícia e com certeza uma violência nesse âmbito escolar é a primeira vez que eu vejo, de quase chegar a óbito”, afirma Fernando Soares, delegado.

Segundo os investigadores, o agressor é lutador de Jiu-Jitsu, e procurou a polícia para verificar se havia queixa contra ele. Rafael disse ser vítima de racismo.

O aluno não quis gravar entrevista. Por telefone, negou que tenha agredido a professora. Contou que lutou com um segurança da escola que queria impedir a saída dele da sala da coordenação. Na briga, Rafael diz que jogou no segurança a cadeira, que atingiu a professora.

Uma pesquisa feita por esta psicóloga no Paraná com 500 professores revelou que quase a metade (47%) queria mudar de profissão.

E 12% dos entrevistados apresentavam uma doença grave ligada à depressão. A síndrome do esgotamento profissional.

José Roberto, 35 anos, cinco como professor se aposentou por depressão. Não quer mais saber de voltar a ensinar. “Não é fácil, os alunos não respeitam nem os pais, vão respeitar o professor que é estranho?", diz.

Tânia Marques, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que os limites de convivência devem ser ensinados de forma tranquila e desde a infância, em casa. “Atualmente as pessoas estão com uma dificuldade bastante grande de dar limites. No momento em que vão dar um limite acabam fazendo de uma forma agressiva”.

A matrícula de Rafael já foi cancelada. Jane não sabe se vai voltar ao trabalho. “Eu tenho medo tenho medo, meu filho não quer que eu volte”, afirma.

O aluno acusado de agredir a professora pode responder por tentativa de homicídio. Se condenado, ele pode cumprir pena de quatro a cinco anos de prisão.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2010/11/

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O valor das amizades.

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contato se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas
pessoas?"
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
- "Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo..." (Fernando Pessoa)

sábado, 6 de novembro de 2010

O ENEM é um novo Vestibular? Tome sofrimento.


Como não bastassem os vestibulares a cada ano ou a cada seis meses em todo o Brasil para trazer medo, insegurança, ansiedade e muito sofrimento aos alunos, ainda surge o ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio para tirar o sossego dos jovens que batalham por uma vaga nas Universidades. Transformado equivocadamente a Vestibular, o que não deveria acontecer, o ENEM é uma prática, segundo o Ministério da Educação, de averiguar o andamento da qualidade do Ensino Médio em todo o território brasileiro.

Todavia, o ENEM dá a possibilidade de ingressar em Universidades públicas e privadas dependendo da nota, a qual possivelmente será cadastrada pelo candidato no PROUNI, espécie de Programa do Gov. Federal que dá acesso às Universidades. Daí, a nota do candidato passa por uma triagem ou peneira para saber se vai ou não ingressar numa tão sonhada Universidade.

A Educação brasileira, a meu ver, está transformando os alunos em máquinas de memorizar, em burocratas da aprendizagem. Aprender por uma nota, por um resultado, para passar de ano, para entrar na Universidade a troco de muito estudo e sofrimento. Nada mais além disso. Cadê a alegria de aprender? O gosto de estudar? O prazer de conhecer?

Lembro-me de um livro de Rubem Alves, cujo título é “A alegria de ensinar” em que o autor diz lá pras tantas algo assim: “Não critico a máquina educacional por ineficiência. Critico a máquina educacional por aquilo em que ela pretende produzir, por aquilo em que ela deseja transformar nossos jovens. É precisamente quando a máquina é mais eficiente que a deformação que ela produz aparece de forma mais acabada”. Não somos máquinas, somos humanos inteligentes com uma grande capacidade de esquecimento e como uma incrível sensibilidade de compreender nossos limites. Continua Rubem Alves: “Fico pensando no enorme desperdício de tempo, energias e vida. Como disse o Charlie Brown, os que tirarem boas notas entrarão na universidade. Nada mais. Dentro de pouco tempo quase tudo aquilo que lhes foi aparentemente ensinado terá sido esquecido. Não por burrice. Mas por inteligência. O corpo não suporta carregar o peso de um conhecimento morto que ele não consegue integrar com a vida”.

Impressionante visão revolucionária de Rubem Alves que mais acrescenta ao crescimento educacional brasileiro do que inúmeras notas acumuladas a cada edição de ENEM, na intenção de apenas satisfazer a uma política neoliberal de aprovação automática em virtude de índices educacionais para impressionar lá fora. Quanta ilusão. Precisamos acordar. Encontrar uma maneira mais leve de avaliar se os jovens estão ou não preparados para ingressar numa Universidade. Deveria ser uma progressão, saía-se do Ensino Médio, optava-se logo por um curso e buscava sua formação ou realização pessoal, sua felicidade.

Tenho a honra de terminar esta reflexão sobre o ENEM com as palavras de Rubem Alves, exatamente no dia em que se realiza mais um ENEM em todo o Brasil: “Hoje, quando escrevo, os jovens estão indo para os vestibulares. O moedor foi ligado. Dentro de alguns anos estarão formados. Serão profissionais. E o que é um profissional se não um corpo que sonhava e que foi transformado em ferramenta? As ferramentas são úteis. Necessárias. Mas – que pena – não sabem sonhar...”


Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Conselho Nacional de Educação identificou preconceito racial contra a personagem da Tia Nastácia, que é chamada de 'macaca de carvão'


Depois de muitas críticas, o Conselho Nacional de Educação decidiu rever a proposta de impedir a distribuição de um livro de Monteiro Lobato nas escolas públicas .

O alvo da polêmica é o livro ‘Caçadas de Pedrinho’, publicado pela primeira vez em 1933. É um clássico da literatura infantil, do escritor Monteiro Lobato. O livro faz parte da lista de obras que o Ministério da Educação distribuiu para escolas públicas de todo o país.

Um pesquisador da Universidade de Brasília pediu que o Conselho Nacional de Educação reavaliasse o livro por considerar que a obra tem conteúdo racista. O conselho concordou com o pesquisador e recomendou ao MEC que não sugerisse mais o livro.

O conselho identificou preconceito racial em relação à personagem da Tia Nastácia, a empregada negra do ‘Sítio do Pica Pau Amarelo’. Um trecho, por exemplo, diz que Tia Nastácia "Trepou, que nem uma macaca de carvão, pelo mastro acima". Em outro, a boneca Emília diz que Tia Nastácia tem "Carne preta".

“As expressões que o livro contém são expressões de um conteúdo fortemente preconceituoso e que precisam de tratamento explicativo na sala de aula pra que não se ofenda a auto-estima das crianças e dos leitores”, disse o ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que educadores de todo o país protestaram contra a censura ao livro. O ministro também não concorda com o veto: “Em se tratando de Monteiro Lobato, de um clássico brasileiro da literatura infantil, nós só temos que contextualizar, advertir e orientar sobretudo o professor sobre como lidar com esse tipo de matéria em sala de aula”, falou Haddad.

A Academia Brasileira de Letras criticou a atuação do conselho: “A Academia, na linha das suas convicções democráticas, rejeita qualquer tipo de censura. E entendeu a manifestação do conselho como uma forma de censura.

O professor Francisco Aparecido Cordão, representante do Conselho Nacional de Educação, disse que o conselho vai rever o parecer e recomendar a publicação nas próximas edições de uma nota explicando o contexto histórico em que a obra foi escrita.

Fonte: www.g1.globo.com

Precisamos rever nossas posições para não soarem um tanto quanto anacrônicas. A obra foi escrita para aquela época num contexto político e social bastante diferentes dos de hoje. As personagens de Monteiro Lobato representam o imaginário popular brasileiro, com tons de denúncia à sociedade política de então. Há mais detalhes de riqueza cultural na obra que não nos permite censurá-la, pois se o fizermos estaremos castrando nossas potencialidades literárias de imaginação e criatividade. Tomemos cuidado com toda e qualquer censura. Ela nos subestima enquanto leitores, até porque a simples visão de um ponto da obra não pode comprometer toda sua riqueza literária.

Grifo meu!

O que dizem os políticos antes e depois da posse...


1. POLÍTICOS ANTES DA POSSE

Nosso partido cumpre o que promete.

Só os tolos podem crer que

não lutaremos contra a corrupção.

Porque, se há algo certo para nós, é que

a honestidade e a transparência são fundamentais.

para alcançar nossos ideais

Mostraremos que é grande estupidez crer que

as máfias continuarão no governo, como sempre.

Asseguramos sem dúvida que

a justiça social será o alvo de nossa ação.

Apesar disso, há idiotas que imaginam que

se possa governar com as manchas da velha política.

Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que

se termine com os marajás e as negociatas.

Não permitiremos de nenhum modo que

nossas crianças morram de fome.

Cumpriremos nossos propósitos mesmo que

os recursos econômicos do país se esgotem.

Exerceremos o poder até que

Compreendam que

Somos a nova política.

2. DEPOIS DA POSSE:

Basta ler o texto

DE BAIXO PARA CIMA….FRASE A FRASE

(Autor desconhecido)

Famosos mais e menos votados nestas eleições

MAIS VOTADOS

Candidato - Cargo Partido – Estado - Nº de votos – Posição

Netinho Senador PC do B SP 7.772.927 (21,14%) 3º

Tiririca (eleito) Deputado federal PR SP 1.353.367 (6,35%) 1º

Waguinho Senador PT do B RJ 1.295.946 (8,81%) 5º

Wagner Montes (eleito) Deputado estadual PDT RJ 528.628 (6,38%) 1º

Moacyr Franco Senador PSL SP 411.642 (1,12%) 6º

Danrlei Goleiro (eleito) Deputado federal PTB RS 173.787 (3,14%) 4º

Marques (eleito) Deputado estadual PTB MG 153.225 (1,67%) 2º

Romário (eleito) Deputado federal PSB RJ 146.859 (1,84%) 6º

Stepan Nercessian (eleito) Deputado federal PPS RJ 84.006 (1,05%) 21º

Marcelinho Carioca Deputado federal PSB SP 62.395 (0,29%) 93º

Leandro do KLB Deputado estadual DEM SP 62.398 (0,29%) 96º

Popó Deputado Federal PRB BA 60.235 (0,90%) 41º

Kiko do KLB Deputado federal DEM SP 38.069 (0,18%) 121º

Jean Wyllis (eleito) Deputado federal PSOL RJ 13.018 (0,16%) 46º

Renner Senador PP GO 76.410 (1,56%) 112º

Miryan Rios (eleita) Deputado estadual PDT RJ 22.169 (0,27%) 64º

Bebeto Tetra (eleito) Deputado estadual PDT RJ 28.328 (0,34%) 62º

Agnaldo Timóteo Deputado federal PR SP 25.172 (0,12%) 156º

Reginaldo Rossi Deputado estadual PDT PE 14.934 (0,33%) 93º

Batoré Deputado federal PP SP 23.042 (0,11%) 161º

Vampeta Deputado federal PTB SP 15.300 (0,07%) 185º

Gaúcho da Fronteira Deputado estadual PTB RS 13.667 (0,22% 131º

Juca Chaves Deputado estadual PR SP 13.217 (0,06%) 200º

MENOS VOTADOS

Candidato - Cargo Partido – Estado - Nº de votos – Posição

Tati Quebra Barraco Deputado federal PDT RJ 1.052 (0,01%) 405º

Mulher Melão Deputada estadual PHS RJ 1.631 (0,02%) 438º

Simony Deputado estadual PP SP 6.993 (0,03%) 360 º

Túlio Maravilha Deputado federal PMDB GO 4.526 (0,15%) 145º

Maguila Deputado estadual PTN SP 2.951 (0,01%) 372º

Mulher Pêra* Deputado federal PTN SP 0 1168º

Andréia Schwartz Deputado estadual PRP ES 476 (0,03%) 234º

Harlei (goleiro do Goiás) Deputado federal PSDB GO 167 (0,01%) 438º

Dhomini* Deputado estadual PR GO 0 562º

* O(s) candidato(s) que aparece(m) com zero voto pode(m) não ter votação ou estar em uma das seguintes situações: indeferido com recurso ou indeferimento, renúncia ou falecimento após a preparação de urnas.

Fonte: Portal G1.Com

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Oração ao Deus Desconhecido de Nietzsche.

Quando anuncia a morte de Deus, Nietzsche fala do
Deus que tem que morrer mesmo, porque é o Deus das
nossas cabeças, o Deus inventado, o Deus da metafísica, o
Deus que não é vivo. Ele fez uma oração que traduzi, sem
chegar a transmitir todo o seu teor poético.

A Oração ao Deus Desconhecido.
Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu
olhar para a frente uma vez mais, elevo, só, minhas mãos a
Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado
altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me
pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas
palavras: “Ao Deus desconhecido”.
Sei, sou eu, embora até o presente tenha me associado
aos sacrílegos.
Sei, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o
abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-Lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a
minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te
conhecer, quero servir só a Ti. (Friedrich Nietzsche)

Leonardo Boff in Tempo de Transcendência

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PAZ PELA PAZ


A paz do mundo
Começa em mim
Se eu tenho amor,
Com certeza sou feliz
Se eu faço o bem ao meu irmão,
Tenho a grandeza dentro do meu coração
Chegou a hora da gente construir a paz
Ninguém suporta mais o desamor

Paz pela paz - pelas crianças
Paz pela paz - pelas florestas
Paz pela paz - pela coragem de mudar.
Paz pela paz - pela justiça
Paz pela paz - a liberdade
Paz pela paz - pela beleza de te amar.

(repetir a 1ª estrofe)

Paz pela paz - pro mundo novo
Paz pela paz - a esperança
Paz pela paz - pela coragem de mudar.
Paz pela paz - pela justiça
Paz pela paz - a liberdade
Paz pela paz - pela beleza de te amar.

Nando Cordel

Família, em discussão...


(Ilustração: Família Simpsons. Homer, alcoólatra e burro, vive querendo ser demitido do emprego; Marge, uma Amélia, dona de casa que vive para a família, tentando levar o marido para igreja e os filhos para a escola; Lisa, a filha modelo; Barth, o oposto de Lisa; Mag, nem fala nem anda, apenas com sua chupeta na boca.
A família, nos últimos tempos, tem sido a mais responsável por críticas quando o assunto é a inversão de valores na sociedade moderna, no entanto, uma voz alardeou o contrário numa entrevista super importante dada à Revista Veja, em outubro de 2008. Esta voz, que ecoa no deserto de uma família dita “falida”, pela ausência da figura ou da autoridade do pai, é a de Luc Ferry, ex-Ministro da Educação na França de 2002 a 2004, filósofo e escritor renomado pela obra “Aprender a Viver” que se tornou best-seller no mundo inteiro.
Atualmente, Luc Ferry, com uma nova obra, vem arrancando suspiros de seus leitores, “Família, Amo vocês”. Nela o autor afirma que “a família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna, aquela pela qual todos nós, ocidentais, aceitaríamos morrer, se preciso. Os únicos seres pelos quais arriscaríamos a vida no mundo de hoje são aqueles mais próximos de nós: a família, os amigos e, em um número bem menor, pessoas mais distantes que nos causam grande comoção”. Diz ainda o próprio Ferry: “No século XX, o ser humano virou sagrado”.
É por baixo, no mínimo, uma visão um tanto revolucionária. Tal visão vai de encontro a todos os clichês argumentativos sobre a família e sua contribuição para a sociedade, no que diz respeito à construção e revisão de valores, a importância e sentido da família, a instituição do casamento, a prioridade do trabalho, a preocupação com o dinheiro, a necessidade da Religião para famílias e jovens e até mesmo o uso de drogas lícitas e ilícitas que acabam afetando a vida de pais e filhos, esposos e esposas em suas dinâmicas e conflitos familiares.
Ao contrário do que afirma Luc Ferry, a crise na Educação brasileira, o alto índice de dependentes químicos no seio da família, o alcoolismo marcadamente presente na maioria dos casos de conflitos familiares, uma orientação sexual desordenada, infidelidade no matrimônio, uma busca desmedida pelo prazer, famílias inteiras divididas ou fragmentadas pela violência, com pais sem compromissos pelo amor e pela educação dos filhos, bem como o não monitoramento do comportamento dos filhos por meio do diálogo e do relacionamento amoroso são fatores que, inevitavelmente, refletem o descaso para com esta instituição que é o alicerce de uma sociedade que se espera feliz e imune à violência ou a qualquer tipo de exclusão social.
Tudo isso, na minha opinião, apresenta muito mais uma família dessacralizada do que sagrada. Agora, é óbvio que para ser dessacralizada, antes deve-se admitir sagrada.
Mas, não é tão simplista assim o enxergar de Ferry acerca da família, visto que, para ele, a família é a única coisa que resta de sagrado no mundo. Segundo ele, “Há vários argumentos que desmentem os clichês hoje propagados sobre o declínio do casamento e o fim da família nuclear. A família na Idade Média era muito mais dividida do que hoje. Havia muito mais pais e mães sozinhos cuidando de seus filhos. Por causa da elevada taxa de mortalidade, as pessoas se casavam mais vezes e tinham mais filhos com outros parceiros. Quem alardeia o declínio da instituição familiar esquece que o divórcio foi inventado junto com o casamento por amor. A partir do momento em que a união entre duas pessoas se ampara apenas na lógica do sentimento, basta que o amor se apague para que outro amor se imponha. A família burguesa é aparentemente estável, mas na maioria dos casos está carcomida por infelicidades. Ela é inseparável de outra instituição: a infidelidade. Muitas mulheres sacrificam a profissão e, em seguida, a vida afetiva por um marido que as engana”.
Portanto, de uma forma ou de outra, a família carrega consigo o apelo de uma geração mais consistente e menos infeliz que lhes assegure saúde, segurança, educação, lazer, qualidade de vida, enfim... Somente a instituição familiar poderá injetar novas energias a uma sociedade altamente promíscua, consumista e desumanizadora, até porque a família é a fonte natural de “energia renovável” nos seus afetos, no amor e no bem querer. Precisamos pulverizar tudo isso pelo mundo afora, a partir da família, do resgate à família em todos os seus aspectos.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia pela UERN e
Especialista em Metafísica pela UFRN

Páginas na internet:

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Foto de Nietzsche em grafite.


Uma representação feita com lápis da famosa foto do filósofo.

Fonte: www.filosofia.com.br

Nietzsche militar... Em todo seu esplendor!

Manuscrito de Assim Falou Zaratustra, de Nietzsche.

Manuscrito filosófico de Nietzsche.

Nietzsche, o inquieto e original pensador que foi um dos pais da teoria dos valores.

Fonte: www.filosofia.com.br

Casa do filósofo alemão F. Nietzsche.


A casa do filósofo, onde viveu parte de suas profundas inquietações. Um lugar que faz parte da história de um dos maiores filósofos da humanidade. Aqui, certamente, Nietzsche deva ter criado muitas de suas ideias filosóficas. Ambiente que o inspirou, talvez, para muitas leituras e descobertas...

Hoje, mais uma charge do mínimo. Vejam. Que vergonha de salário heim....

O salário mínimo faz jus ao nome. É mínimo mesmo! Kkkkkkkkkkkkkkk....

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Deus e Einstein...

“Não sou ateu, e não creio que possa me chamar panteísta. Estamos na situação de uma criancinha que entra numa imensa biblioteca, repleta de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito aqueles livros, mas não sabe como. Não compreende as línguas em que f oram escritos. Tem uma pálida suspeita de que a disposição dos livros obedece a uma or¬dem misteriosa, mas não sabe qual ela é. Essa, ao que me parece, é a atitude até mesmo do mais inteligente dos seres humanos diante de Deus. Vemos o Universo, maravilhosamente disposto obedecendo a cenas leis, mas temos uma pálida compreensão delas. Nossa mente limitada capta a f orça misteriosa que move as constelações.”
EINSTEIN apud JAMMER, Max. Einstein e a religião. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. p. 39-40.

Fonte: www.blogfilosofiaevida.com

"Quem diz que a religião não se harmoniza com a ciência
é ignorante tanto de uma quanto da outra."

Albert Einstein


domingo, 14 de novembro de 2010

DISSIMULAÇÃO...


O que fazer para desconversar algo que pode nos afetar emocionalmente? O que respondemos quando ouvimos algumas perguntas cujas respostas poderão constranger as pessoas ou até mesmo envergonhá-las? Eis algumas questões delicadas para nossa reflexão. Não seria melhor dissimular algumas verdades para o bem da convivência social, para a saúde emocional e para a ética!?

A dissimulação nos círculos de conversas nem sempre é o mais desejável, visto que ficamos com a resposta engasgada, temendo às vezes incomodar a paz do outro com uma verdade mal colocada. Quando o assunto é irritante, a resposta vem de imediato com palavras as mais violentas possíveis. Palavras estas carregadas de raiva podem ferir sem piedade nossos oponentes, bem como expressões cheias de verdades que os constrange, que os envergonha, de modo que a prudência é o melhor caminho nessas horas. Manter a serenidade; escolher bem as palavras; pesar cuidadosamente cada termo pode ser a saída mais sábia que merecidamente não trarão piores consequências para os espíritos comoventes e sensíveis.

É óbvio que não há só espíritos dessa natureza, no entanto, para estes, requer de quando em quando não economizar as dissimulações. Vejo aqui a dissimulação não como uma fuga do assunto em vigor, tampouco uma simples saída de retirada, porém uma estratégia sábia e interessante para amenizar os ânimos exaltados acerca dos problemas delicados do dia a dia.

Preservar as amizades e a saudável convivência social por meio de dissimulações parece-me também, razoavelmente, uma atitude inteligente, na medida em que preservamos nossa integridade e simultaneamente a do outro, do ponto de vista ético, emocional e pessoal.

Gostaria de me fazer entender um pouco mais aqui, se possível, pensando o termo “dissimulação” como indiferença, apatia, imparcialidade e autodomínio em relação a tudo que possa nos afetar negativa e injustamente.

Há um texto do filósofo alemão Heidegger, um dos baluartes da fenomenologia, que escreve sobre a dissimulação a partir da ontologia da verdade. A dissimulação teria uma relação com o “deixar-ser desvelador”. Uma espécie de não-verdade original ou, como segue Heidegger ao dizer: O velamento do ente em sua totalidade”. De fato, como alude este filósofo, a dissimulação dá brechas ao “mistério” que é a dissimulação do que está velado. (Cf. HEIDEGGER. Sobre a Essência da Verdade. Col. Os Pensadores. São Paulo. Nova Cultural, 1991. p. 131).

Todavia, parece-me que aproveito a ideia de dissimulação em Heidegger para forçar um pouco a aproximação psicológica e ética que muitas vezes emana de nós, seja em discussões de ordem familiar, religiosa ou política que de algum modo mexem com nossas emoções provocando as mais diversas reações de raiva, ódio, alteração da voz, alteração do humor, etc...

Certamente, esta não é a ideia exata de Heidegger ao falar da dissimulação, mas não nos custa ouvir o que ele nos diz um pouco mais sobre o assunto. Pois, enquanto não-verdade que domina o homem e o ser-aí, o filósofo afirma a dissimulação: “Nada menos que a dissimulação do ente como tal, velado em sua totalidade, isto é, o mistério. Não se trata absolutamente de um mistério particular referente a isto ou àquilo, mas deste fato único que o mistério – a dissimulação do que está velado – como tal domina o ser-aí do homem”(Ibidem).

Portanto, não há mal algum para os que hão de dissimular sempre que necessário ao bom senso, haja vista que “até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio”(Pv. 17.28).


Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

Licenciado em Filosofia pela UERN e

Especialista em Metafísica pela UFRN


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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Professora é agredida dentro da sala de aula em Porto Alegre

Uma professora com medo de voltar para a sala de aula. Ela foi espancada com socos e até uma cadeira. Sofreu fraturas nos braços e ferimentos no rosto.

O aluno suspeito da agressão se apresentou à polícia e vai prestar depoimento nesta tarde. Ele tirava notas altas e não gostou de tirar uma nota C.

“Quando eu desacordei na segunda cadeirada ele veio com os punhos, veio me soquear, foi quando eu perdi os dentes”, conta Jane de Leon Antunes, coordenadora pedagógica.

Jane foi agredida por um aluno do curso técnico de enfermagem de uma escola particular. "Ele disse: eu gosto muito de ti, mas vou te punir e veio com a cadeira, quebrou a cadeira, quebrou a minha sala”, diz.

O agressor é Rafael de Souza Ferreira, de 23 anos. O delegado se surpreendeu com tamanho da violência.

“São muitos anos de polícia e com certeza uma violência nesse âmbito escolar é a primeira vez que eu vejo, de quase chegar a óbito”, afirma Fernando Soares, delegado.

Segundo os investigadores, o agressor é lutador de Jiu-Jitsu, e procurou a polícia para verificar se havia queixa contra ele. Rafael disse ser vítima de racismo.

O aluno não quis gravar entrevista. Por telefone, negou que tenha agredido a professora. Contou que lutou com um segurança da escola que queria impedir a saída dele da sala da coordenação. Na briga, Rafael diz que jogou no segurança a cadeira, que atingiu a professora.

Uma pesquisa feita por esta psicóloga no Paraná com 500 professores revelou que quase a metade (47%) queria mudar de profissão.

E 12% dos entrevistados apresentavam uma doença grave ligada à depressão. A síndrome do esgotamento profissional.

José Roberto, 35 anos, cinco como professor se aposentou por depressão. Não quer mais saber de voltar a ensinar. “Não é fácil, os alunos não respeitam nem os pais, vão respeitar o professor que é estranho?", diz.

Tânia Marques, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que os limites de convivência devem ser ensinados de forma tranquila e desde a infância, em casa. “Atualmente as pessoas estão com uma dificuldade bastante grande de dar limites. No momento em que vão dar um limite acabam fazendo de uma forma agressiva”.

A matrícula de Rafael já foi cancelada. Jane não sabe se vai voltar ao trabalho. “Eu tenho medo tenho medo, meu filho não quer que eu volte”, afirma.

O aluno acusado de agredir a professora pode responder por tentativa de homicídio. Se condenado, ele pode cumprir pena de quatro a cinco anos de prisão.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2010/11/

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O valor das amizades.

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contato se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas
pessoas?"
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
- "Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo..." (Fernando Pessoa)

sábado, 6 de novembro de 2010

O ENEM é um novo Vestibular? Tome sofrimento.


Como não bastassem os vestibulares a cada ano ou a cada seis meses em todo o Brasil para trazer medo, insegurança, ansiedade e muito sofrimento aos alunos, ainda surge o ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio para tirar o sossego dos jovens que batalham por uma vaga nas Universidades. Transformado equivocadamente a Vestibular, o que não deveria acontecer, o ENEM é uma prática, segundo o Ministério da Educação, de averiguar o andamento da qualidade do Ensino Médio em todo o território brasileiro.

Todavia, o ENEM dá a possibilidade de ingressar em Universidades públicas e privadas dependendo da nota, a qual possivelmente será cadastrada pelo candidato no PROUNI, espécie de Programa do Gov. Federal que dá acesso às Universidades. Daí, a nota do candidato passa por uma triagem ou peneira para saber se vai ou não ingressar numa tão sonhada Universidade.

A Educação brasileira, a meu ver, está transformando os alunos em máquinas de memorizar, em burocratas da aprendizagem. Aprender por uma nota, por um resultado, para passar de ano, para entrar na Universidade a troco de muito estudo e sofrimento. Nada mais além disso. Cadê a alegria de aprender? O gosto de estudar? O prazer de conhecer?

Lembro-me de um livro de Rubem Alves, cujo título é “A alegria de ensinar” em que o autor diz lá pras tantas algo assim: “Não critico a máquina educacional por ineficiência. Critico a máquina educacional por aquilo em que ela pretende produzir, por aquilo em que ela deseja transformar nossos jovens. É precisamente quando a máquina é mais eficiente que a deformação que ela produz aparece de forma mais acabada”. Não somos máquinas, somos humanos inteligentes com uma grande capacidade de esquecimento e como uma incrível sensibilidade de compreender nossos limites. Continua Rubem Alves: “Fico pensando no enorme desperdício de tempo, energias e vida. Como disse o Charlie Brown, os que tirarem boas notas entrarão na universidade. Nada mais. Dentro de pouco tempo quase tudo aquilo que lhes foi aparentemente ensinado terá sido esquecido. Não por burrice. Mas por inteligência. O corpo não suporta carregar o peso de um conhecimento morto que ele não consegue integrar com a vida”.

Impressionante visão revolucionária de Rubem Alves que mais acrescenta ao crescimento educacional brasileiro do que inúmeras notas acumuladas a cada edição de ENEM, na intenção de apenas satisfazer a uma política neoliberal de aprovação automática em virtude de índices educacionais para impressionar lá fora. Quanta ilusão. Precisamos acordar. Encontrar uma maneira mais leve de avaliar se os jovens estão ou não preparados para ingressar numa Universidade. Deveria ser uma progressão, saía-se do Ensino Médio, optava-se logo por um curso e buscava sua formação ou realização pessoal, sua felicidade.

Tenho a honra de terminar esta reflexão sobre o ENEM com as palavras de Rubem Alves, exatamente no dia em que se realiza mais um ENEM em todo o Brasil: “Hoje, quando escrevo, os jovens estão indo para os vestibulares. O moedor foi ligado. Dentro de alguns anos estarão formados. Serão profissionais. E o que é um profissional se não um corpo que sonhava e que foi transformado em ferramenta? As ferramentas são úteis. Necessárias. Mas – que pena – não sabem sonhar...”


Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Conselho Nacional de Educação identificou preconceito racial contra a personagem da Tia Nastácia, que é chamada de 'macaca de carvão'


Depois de muitas críticas, o Conselho Nacional de Educação decidiu rever a proposta de impedir a distribuição de um livro de Monteiro Lobato nas escolas públicas .

O alvo da polêmica é o livro ‘Caçadas de Pedrinho’, publicado pela primeira vez em 1933. É um clássico da literatura infantil, do escritor Monteiro Lobato. O livro faz parte da lista de obras que o Ministério da Educação distribuiu para escolas públicas de todo o país.

Um pesquisador da Universidade de Brasília pediu que o Conselho Nacional de Educação reavaliasse o livro por considerar que a obra tem conteúdo racista. O conselho concordou com o pesquisador e recomendou ao MEC que não sugerisse mais o livro.

O conselho identificou preconceito racial em relação à personagem da Tia Nastácia, a empregada negra do ‘Sítio do Pica Pau Amarelo’. Um trecho, por exemplo, diz que Tia Nastácia "Trepou, que nem uma macaca de carvão, pelo mastro acima". Em outro, a boneca Emília diz que Tia Nastácia tem "Carne preta".

“As expressões que o livro contém são expressões de um conteúdo fortemente preconceituoso e que precisam de tratamento explicativo na sala de aula pra que não se ofenda a auto-estima das crianças e dos leitores”, disse o ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que educadores de todo o país protestaram contra a censura ao livro. O ministro também não concorda com o veto: “Em se tratando de Monteiro Lobato, de um clássico brasileiro da literatura infantil, nós só temos que contextualizar, advertir e orientar sobretudo o professor sobre como lidar com esse tipo de matéria em sala de aula”, falou Haddad.

A Academia Brasileira de Letras criticou a atuação do conselho: “A Academia, na linha das suas convicções democráticas, rejeita qualquer tipo de censura. E entendeu a manifestação do conselho como uma forma de censura.

O professor Francisco Aparecido Cordão, representante do Conselho Nacional de Educação, disse que o conselho vai rever o parecer e recomendar a publicação nas próximas edições de uma nota explicando o contexto histórico em que a obra foi escrita.

Fonte: www.g1.globo.com

Precisamos rever nossas posições para não soarem um tanto quanto anacrônicas. A obra foi escrita para aquela época num contexto político e social bastante diferentes dos de hoje. As personagens de Monteiro Lobato representam o imaginário popular brasileiro, com tons de denúncia à sociedade política de então. Há mais detalhes de riqueza cultural na obra que não nos permite censurá-la, pois se o fizermos estaremos castrando nossas potencialidades literárias de imaginação e criatividade. Tomemos cuidado com toda e qualquer censura. Ela nos subestima enquanto leitores, até porque a simples visão de um ponto da obra não pode comprometer toda sua riqueza literária.

Grifo meu!

O que dizem os políticos antes e depois da posse...


1. POLÍTICOS ANTES DA POSSE

Nosso partido cumpre o que promete.

Só os tolos podem crer que

não lutaremos contra a corrupção.

Porque, se há algo certo para nós, é que

a honestidade e a transparência são fundamentais.

para alcançar nossos ideais

Mostraremos que é grande estupidez crer que

as máfias continuarão no governo, como sempre.

Asseguramos sem dúvida que

a justiça social será o alvo de nossa ação.

Apesar disso, há idiotas que imaginam que

se possa governar com as manchas da velha política.

Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que

se termine com os marajás e as negociatas.

Não permitiremos de nenhum modo que

nossas crianças morram de fome.

Cumpriremos nossos propósitos mesmo que

os recursos econômicos do país se esgotem.

Exerceremos o poder até que

Compreendam que

Somos a nova política.

2. DEPOIS DA POSSE:

Basta ler o texto

DE BAIXO PARA CIMA….FRASE A FRASE

(Autor desconhecido)

Famosos mais e menos votados nestas eleições

MAIS VOTADOS

Candidato - Cargo Partido – Estado - Nº de votos – Posição

Netinho Senador PC do B SP 7.772.927 (21,14%) 3º

Tiririca (eleito) Deputado federal PR SP 1.353.367 (6,35%) 1º

Waguinho Senador PT do B RJ 1.295.946 (8,81%) 5º

Wagner Montes (eleito) Deputado estadual PDT RJ 528.628 (6,38%) 1º

Moacyr Franco Senador PSL SP 411.642 (1,12%) 6º

Danrlei Goleiro (eleito) Deputado federal PTB RS 173.787 (3,14%) 4º

Marques (eleito) Deputado estadual PTB MG 153.225 (1,67%) 2º

Romário (eleito) Deputado federal PSB RJ 146.859 (1,84%) 6º

Stepan Nercessian (eleito) Deputado federal PPS RJ 84.006 (1,05%) 21º

Marcelinho Carioca Deputado federal PSB SP 62.395 (0,29%) 93º

Leandro do KLB Deputado estadual DEM SP 62.398 (0,29%) 96º

Popó Deputado Federal PRB BA 60.235 (0,90%) 41º

Kiko do KLB Deputado federal DEM SP 38.069 (0,18%) 121º

Jean Wyllis (eleito) Deputado federal PSOL RJ 13.018 (0,16%) 46º

Renner Senador PP GO 76.410 (1,56%) 112º

Miryan Rios (eleita) Deputado estadual PDT RJ 22.169 (0,27%) 64º

Bebeto Tetra (eleito) Deputado estadual PDT RJ 28.328 (0,34%) 62º

Agnaldo Timóteo Deputado federal PR SP 25.172 (0,12%) 156º

Reginaldo Rossi Deputado estadual PDT PE 14.934 (0,33%) 93º

Batoré Deputado federal PP SP 23.042 (0,11%) 161º

Vampeta Deputado federal PTB SP 15.300 (0,07%) 185º

Gaúcho da Fronteira Deputado estadual PTB RS 13.667 (0,22% 131º

Juca Chaves Deputado estadual PR SP 13.217 (0,06%) 200º

MENOS VOTADOS

Candidato - Cargo Partido – Estado - Nº de votos – Posição

Tati Quebra Barraco Deputado federal PDT RJ 1.052 (0,01%) 405º

Mulher Melão Deputada estadual PHS RJ 1.631 (0,02%) 438º

Simony Deputado estadual PP SP 6.993 (0,03%) 360 º

Túlio Maravilha Deputado federal PMDB GO 4.526 (0,15%) 145º

Maguila Deputado estadual PTN SP 2.951 (0,01%) 372º

Mulher Pêra* Deputado federal PTN SP 0 1168º

Andréia Schwartz Deputado estadual PRP ES 476 (0,03%) 234º

Harlei (goleiro do Goiás) Deputado federal PSDB GO 167 (0,01%) 438º

Dhomini* Deputado estadual PR GO 0 562º

* O(s) candidato(s) que aparece(m) com zero voto pode(m) não ter votação ou estar em uma das seguintes situações: indeferido com recurso ou indeferimento, renúncia ou falecimento após a preparação de urnas.

Fonte: Portal G1.Com

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