sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Cativar...


Então você está confusa com seus sentimentos. Ele apareceu tão de repente na sua vida, com aquele brilho manso no olhar, com aquela meiguice na voz, sem pedir coisa alguma, meio como um Pequeno Príncipe caído de um asteróide. A princípio você nada percebeu de diferente O susto veio quando você se lembrou das palavras da raposa, explicando ao Pequeno Príncipe o que era ficar cativo:

É assim. A princípio você senta lá e eu aqui. Depois a
gente vai ficando cada vez mais perto.
Os passos de todos os homens me fazem entrar dentro da minha toca.
Mas os seus passos me fazem sair.
E, depois, é a alegria.
Começo a ficar alegre e a me preparar na segunda-feira,
sabendo que você só virá na sexta.

Rubem Alves

"Um céu numa flor silvestre"

A palavra de grande inquisidor


“De tudo o que Dostoievski escreveu em Os Irmãos Karamazov o que mais me impressionou foi o incidente do “Grande Inquisidor”. É assim: Jesus havia voltado à terra e andava incógnito entre as pessoas Todos o reconheciam e sentiam o seu poder, mas ninguém se atrevia a pronunciar o seu nome. Não era necessário. De longe o Grande Inquisidor o observa no meio da multidão e ordena que ele seja preso e trazido à sua presença.. Então, diante do prisioneiro silencioso, ele profere a sua acusação.
“Não há nada mais sedutor aos olhos dos homens do que a liberdade de consciência, mas também não há nada mais terrível. Em lugar de pacificar a consciência humana, de uma vez por todas, mediante sólidos princípios, Tu lhe ofereceste o que há de mais estranho, de mais enigmático, de mais indeterminado, tudo o que ultrapassava as forças humanas: a liberdade. Agiste, pois, como se não amasses os homens... Em vez de Te apoderares da liberdade humana, Tu a multiplicaste, e assim fazendo, envenenaste com tormentos a vida do homem, para toda a eternidade...”
O Grande Inquisidor estava certo.Ele conhecia o coração dos homens. Os homens dizem amar a liberdade, mas, de posse dela, são tomados por um grande medo e fogem para abrigos seguros. A liberdade dá medo. Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo dos abismos. Por isso abandonam o vôo e se trancam em gaiolas.”

“Somos assim:sonhamos o vôo mas tememos a altura . Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde onde as certezas moram.
É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos vôos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam...”

“Deus dá a nostalgia pelo vôo.
As religiões constroem gaiolas”

“Os hereges são aqueles que odeiam as gaiolas e abrem as suas portas para que o Pássaro Encantado voe livre. Esse pecado, abrir as portas das gaiolas para que o Pássaro voe livre, não tem perdão. O seu destino é a fogueira. Palavra do Grande Inquisidor”

Rubem Alves
Correio Popular
22/05/05

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Curiosidades do Carnaval

Muitas pessoas que, de súbito, sabem da invenção do Carnaval pela igreja católica, acabam se espantando, num salto de admiração ou de surpresa por não se darem conta disso.
Fora no ano 604 d.C. quando tudo começou, pois o Papa Gregório I determinou que todos os anos os fiéis se dedicassem a assuntos espirituais por cerca de 40 dias, uma vez que era o tempo da Quarta-feira de cinzas até o Domingo de páscoa dedicado à austeridade e ao jejum, inclusive. Intitulava-se assim o tempo da Quaresma, período que serviria para fazer memória aos 40 dias que Jesus passou no deserto em inteira consagração.
Nesse tempo da Quaresma, a igreja não permitia aos fiéis comer carne, como ainda hoje acontece. Daí, alguns “carnais” ou “carnívoros” tomaram por pretexto tal decisão, imposta pela igreja, para entrar em ação e contrariar seus preceitos com outra proposta: Como iam ficar tanto tempo em abstinência, por que não permitir que o povo cometesse algumas extravagâncias antes? Os padres concordaram, e essa libertinagem fora oficialmente aprovada e incentivada por alguns papas carnavalescos, como Paulo II e Paulo VI, nos séculos XV e XVI, respectivamente.
Um fato curioso é que o carnaval só é comemorado em países católicos.
Esses quatro dias ou mais de “vale tudo” ou “tudo é permitido” que antecedem a Quaresma, em que as pessoas ficam 40 dias sem comer carne, passaram a ser chamados de adeus à “carne vale”, ou “carnevale”, resultando na palavra carnaval. Isto é, se a igreja católica romana não tivesse criado o tempo da quaresma, não haveria hoje o carnaval.
É bem verdade também que as folias carnavalescas estão associadas às festas pagãs romanas, que eram calcadas em muita licenciosidade sexual, bebedeira, glutonaria, orgias coletivas e muita música. Eram conhecidas como bacanais( em honra a Baco, o deus do vinho e da orgia), lupercais( em honra ao deus obsceno Pã, também chamado de Luperco), e saturnais( em honra ao deus saturno que, segundo a mitologia grega, devorou seus próprios filhos).
A consequência de tudo isso é a perda da integridade física, moral e espiritual das pessoas que entregam suas vidas em apenas poucos dias de festas. Além do que os noticiários e jornais de todo o país, na quarta-feira de cinzas, trazem impressas as marcas e o retrato do ser que está por trás dessa algazarra pagã, comandando-a: o diabo. Sendo assim, aos que não participam dessa festa, insistimos que continuem de fora; e aos que participam ou pretendem participar, indicamos o que diz Jeremias em 51.45. Leiam e sejam verdadeiramente livres!

Com base na Revista fiel, do Pr. Silas Malafaia.
Jackislandy Meira de Medeiros Silva, Professor e Filósofo.
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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Deleuze e a questão da Educação.


Para Gilles Deleuze, filósofo e pensador francês do século passado para quem a Filosofia precisa trazer no seu bojo uma habilidade do sujeito para com o mundo das coisas “já feitas”, imputando nelas conceitos como conseqüência de um movimento, de um fluxo, de uma torrente de vida que procura distinguir o real do virtual, é muito importante que o debate educacional seja eminentemente crítico.
Não uma crítica pela crítica, mas a crítica pelo esclarecimento, onde o educador jogue luzes sobre um mundo a ser conhecido, a ser tomado pela reflexão.
O que dá sentido à Filosofia, no entender de Deleuze, é uma teoria das multiplicidades, impregnada pelo devir de Heráclito de um modo processual de movimentos, assumidamente intenso e extenso que dificilmente poderíamos trocar em miúdos aqui, devido à escassez de tempo e de espaço.
Todavia, aventurando-se a tocar na cerviz de seu pensamento, é notório conceber dois tipos de multiplicidades(extensivas e intensivas) que substitui o velho dualismo entre o uno e o múltiplo por outro, na medida em que essas multiplicidades não pertencem a dois mundos separados, incomunicáveis, opostos, mas pertencem a um só e mesmo mundo. Por Deleuze, mostra-se para nós, uma Filosofia intensamente pragmática, na qual experimentar é sua constante palavra de ordem. “Não basta dizer VIVA O MÚLTIPLO. É preciso fazer o múltiplo”(Gilles Deleuze, Mil Platôs, pág. 14).
Algo interessante no problema educacional é habilmente percebido por Deleuze que reconhece algo de mistério no aprender. O aprender é conseqüência de um encontro intempestivo e sem finalidade com o heterogêneo de uma multiplicidade intensiva. “Nunca se sabe como uma pessoa aprende; mas, de qualquer forma que aprende, é sempre por intermédio de signos, perdendo tempo, e não pela assimilação de conteúdos objetivos”(Gilles Deleuze, Proust e os signos, pág. 21. 2003).
Deleuze estabelecia com as ondas do mar uma relação de muita estranheza, tanto é que adorava dar o exemplo do aprender a nadar como constituindo justamente esse encontro com o heterogêneo: “O movimento do nadador não se assemelha ao movimento da onda; e, precisamente, os movimentos do professor de natação, movimentos que reproduzimos na areia, nada são em relação aos movimentos da onda, movimentos que só aprendemos a prever quando os aprendemos praticamente como signos. Eis porque é tão difícil dizer como é que alguém aprende: há uma familiaridade prática, inata ou adquirida, como os signos, que faz de toda a educação algo de amoroso, mas também de mortal. Os nossos únicos mestres são aqueles que nos dizem ‘faça comigo’ e que, em vez de nos proporem gestos para reproduzir, sabem emitir signos a serem desenvolvidos no heterogêneo”(idem, Diferença e repetição, p. 54, 1988).
Portanto, a violência travada no encontro com o diferente não impede que se entre em ressonância com ele. Até porque, para Deleuze, apaixonar-se é aprender, mas talvez, ousássemos inverter a definição e afirmar que aprender é apaixonar-se.
“Apaixonar-se é individualizar alguém pelos signos que(esse alguém) traz consigo ou emite”(idem, Proust e os signos, p. 7, 2003).

Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
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domingo, 15 de fevereiro de 2009

O pão da vida...



O próprio Deus o compõe
Da fina flor de seu firmamento.
É o pão tão prazeroso
Que não serve em sua mesa
O mundo que você acompanha.
Ofereço-o a quem quiser me acompanhar:
Aproximem-se. Vocês querem viver?
Tomem-no, comam-no e vivam!



Trecho de Racine, citado por Marcel Proust para relacionar à profissão de Padeiro, caso não fosse escritor, cujo título é Pão dos Anjos. O ato de escrever é comparado por Proust como o do padeiro que produz o pão dos anjos, o pão puro e prazeroso.

A fé...

“A fé (diz Deus) não me causa maravilha. Eu resplandeço a tal ponto em minha criação – no sol, na lua e nas estrelas, nos astros do firmamento e nos peixes do mar – que, para não crer, seria preciso que aquela pobre gente (está falando de nós) fosse cega. Para crer, basta deixar-se levar, basta olhar. Para não crer seria preciso violentar-se, torturar-se, atormentar-se, contrariar-se. Enrijecer-se. Virar-se pelo avesso”.



Charles Péguy, poeta francês, ao dizer que crer é relativamente fácil e esperar, possivelmente, é difícil.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Devaneios de Platão

Instigado a propagar os ensinamentos do mestre, logo depois de assistir ao julgamento de Sócrates, sentiu-se movido a isso. Escreveu inúmeros diálogos em honra de seu mestre, fazendo dele o protagonista principal de muitos de seus diálogos.
Platão é bem conhecido popularmente pela famosíssima história do amor platônico, na verdade este é apenas um dos temas da Filosofia de Platão. No entanto, o núcleo de seu pensamento é a distinção entre o que é a realidade e o que é a ilusão. Aqui, sim, encontra-se o caráter central de sua Filosofia e talvez o início de toda a História do pensamento filosófico ocidental. Pra sabermos o que nos leva, muitas vezes, a tomar o ilusório pelo real.
A discussão do Platão começa pelo fato de ele ter sido discípulo indireto do Heráclito que dizia que todas as coisas fluem, todas as coisas mudam. Aquela velha história de você não poder se banhar nas águas de um mesmo rio duas vezes, porque o rio não é mais o mesmo e nem você também é mais a mesma pessoa, quando entrar pela segunda vez no rio.
Isso incomodou por demais Platão. Ora, se todas as coisas mudam, como ter um ponto fixo pra dizer: “Esta é a realidade”. Então aí está o ponto, a idéia de Platão foi tomar uma divisão, fazer uma curiosa distinção entre as coisas, o que é aquilo do mundo sensível, aquilo que nós captamos dos sentidos e que efetivamente mudam, e o que é que captamos pelo intelecto e que não deve mudar. Por exemplo, uma fórmula geométrica não muda. Nós, não vamos acreditar que uma fórmula geométrica, como um triângulo, possa mudar, porque toda a humanidade na terra tende a desaparecer, mas o triângulo tende a permanecer como triângulo. Isto é o mundo das idéias, a idéia de triângulo, que não é a minha e nem a sua idéia, mas é realmente a idéia de triângulo, agora ela está como idéia no plano real, no imutável, isto sim é a realidade. Porém, aquilo que captamos pelos sentidos, tocamos uma pedra ou quando tocamos alguma coisa, quando olhamos ou cheiramos, isso está no fluxo dos sentidos, no fluxo do movimento, logo, isso não é o real, isso é o ilusório, por incrível que pareça essa dicotomia inverte o senso comum, no qual afirma o real como sendo o contrário, aquilo que nós pegamos, percebemos pelos sentidos.
Daí a gente entender que o mundo das idéias é para ele imutável, quando a gente lê Platão e começa a perceber que ele toma o real pelo imutável, que essas idéias imutáveis, ao menos essas idéias de cunho formal, são para ele assim como a própria realidade.
Poucos devem saber que ainda existe aquela velha polêmica de quem é Sócrates e de quem é Platão, afinal de contas, Sócrates não escreveu nada, então o que sabemos dele, sabemos principalmente por Platão, não só, mas principalmente por Platão, assim tem todo um estudo feito pelas escolas, pelos especialistas para distinguir quando é que Platão está escrevendo como Platão, e quando Platão está escrevendo como Platão, porém falando do Sócrates histórico. Hoje, nós temos mais ou menos uma idéia, através de estudos hermenêuticos, para sabermos até onde começa um e termina o outro e vice-versa. O Sócrates é, fundamentalmente, um filósofo do diálogo sem preocupações metafísicas, sem preocupações epistemológicas. Ele faz perguntas apenas de caráter ético, mas não está muito interessado em ética somente. Ele está interessado nas verdades das perguntas, isto é, nos conceitos. Sócrates nem sempre é a própria ética, mas seu método é de caráter ético, que é o método da refutação, em grego chama-se de o “elenkos” e não a “maiêutica”, porque a “maiêutica” já é platônica. Já é Platão imputando a Sócrates um método, alguma coisa que seria dele. Por quê? Porque Platão tem preocupações metafísicas, epistemológicas, ou seja, preocupações de embasar as questões. Coisa que o Sócrates não tinha.

Texto adaptado por mim de uma entrevista feita pelo filósofo Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo da cidade de S. Paulo.

Vereadores entram com ação contra prefeito que demitiu funcionários concursados e não cumpriu leis aprovadas.

Em Florânia, a briga entre os poderes Executivo e Legislativo continua. Amparado pela maioria dos vereadores, o presidente da Câmara Geovani Pereira Cruz (PSB) deu entrada no Ministério Público de Florânia e na Procuradoria Geral do Estado contra as últimas atitudes do prefeito Sinval Salomão (PTB).
O prefeito que também é advogado está sendo acusado de descumprir leis de forma "tempestiva e grosseira", que asseguram a Gestão Democrática na Educação. Revoltados com os atos decretados por Sinval Salomão (foto), funcionários prejudicados e diretores de escolas eleitos democraticamente procuraram os vereadores para tomar as providências cabíveis.
"O jovem e inexperiente prefeito, imagina ainda estar em seu escritório de advocacia, onde ele tem como objetivo defender o seu cliente independente de estar ou não errado, ele ainda não acordou que agora, é prefeito, e como toda a autoridade tem que se reger pelas leis, principalmente quanto autoridade que deve dar exemplo, a democracia e o Estado de Lei deve estar acima dos interesses políticos, deve ser o guia dos gestores", criticou Geovani Pereira.
A ação foi aprovada pela Câmara Municipal em sessão extraordinária no mês passado. O advogado Aldo Medeiros, assinou a peça jurídica e junto com os vereadores esperam que a justiça tome providências para a volta dos funcionários concursados que perderam seus empregos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Não podemos aceitar um tirano!

Certo dia, encontrei-me com um popular no centro da terra das Flores, que assim se referiu ao atual Prefeito: “É um TIRANO!!!” Afirmou um senhor, já com seus quarenta e poucos anos. Tirano!? Por quê? O que fez ele para já ser chamado de tirano? Que tem acontecido nos últimos trinta dias de sua administração?
Se averiguarmos bem, coisa boa não fez.
Assim que assumiu o governo desta cidade, ao invés de começar gerando emprego e renda para o Município, como havia prometido em campanha, exonerou os diretores e vice-diretores das escolas municipais, eleitos pelo povo – e, diga-se de passagem, já nomeou outros de sua confiança para assumirem suas funções ao arrepio da Lei, como cargos comissionados, um absurdo – ; afastou funcionários, nomeados há mais de um ano, sem justificativa alguma; anda se pronunciando nos meios de comunicação em tom de agressão às famílias; fere constantemente a fama e a honra de pessoas idôneas(honestas); desqualifica o Concurso Público na imprensa, mas convoca pessoas da sua “estirpe” política pelo mesmo concurso que desaprova ou condena; contradiz a Lei na sua instância Municipal, Estadual e Federal; esnoba, esta é a palavra, literalmente esnoba, brinca de “criança” com o Poder Legislativo, sendo indiferente à maioria dos vereadores na Câmara; irrevogável nos erros que acaba cometendo, demonstrando o perfil carrasco de um títere, de um déspota; intolerante para com os negócios da coisa pública, mostrando-se um péssimo negociante; apresenta-se covardemente para enfrentar os problemas que ele mesmo criou ao afastar de seus cargos pessoas que passam por sérias dificuldades financeiras sem, ao menos, ter o suficiente para sobreviver, para se alimentar. Prefiro não citar nomes, uma vez que é do conhecimento de todos estes fatos.
Além disso, o atual gestor, se é que posso chamá-lo assim, está abalando material e psicologicamente a saúde de muitos cidadãos, conterrâneos seus, porque se sentem ameaçados por perder um emprego, conquistado com muita luta, pois foram noites mal dormidas por causa da preocupação de enfrentar um concurso público, queimando pestanas para estudar noites à fio.
Todavia, vem um tirano pega o concurso e enterra como se nada, nada tivesse acontecido. Só que, dizem à boca pequena na cidade, a carreira política que mal havia começado, pode-se dar por encerrada. Não ganha mais, nem para vereador. É o que dizem. Ele está pondo o dedo onde não deve, tirando o sonho das pessoas, sonegando a realização de suas vidas, maltratando, humilhando, perseguindo e constrangendo pessoas pobres ou ricas, como diz, dignas ou indignas, negras ou brancas, desempregadas ou não, mas que prestaram por Lei concurso público e foram aprovadas. Aí está o mérito! Têm capacidades de assumir o emprego, mas são constrangidas quando expulsas de seus cargos, tendo que buscar a justiça pela defesa de seus direitos. É o que muitos estão fazendo, no momento, recorrendo a Deus e à Justiça, mesmo sem condições para isso. Gente que nunca havia entrado antes na Justiça, agora são submetidas a fazer isso custe o que custar. É uma infâmia. É um terror. É um alto abuso de poder da atual gestão de Florânia, banhada de lama por um governo intensamente tirano.
Infelizmente, o governo da “criança” está cheio de tiranias por toda parte. Tenhamos cuidado para não nos infectarmos. O Prefeito do momento, com sua gente, está imbuído de vingança e ódio, de muito horror, tanto é que o que mais se ouve em Florânia é “NÃO”, “NÃO POSSO”, “NÃO TENHO COMO LHE AJUDAR”, “SOMOS POBRES”, “OS RICOS SÃO ELES”... Como se o conceito de riqueza e de pobreza tivessem mudado ou aparecido agora, como se o concurso não fosse feito para legitimar quem tem capacidade e competência. É anti-ético ao que estamos assistindo em Florânia! Ah, desculpem-me, o gestor do momento não conhece a nomenclatura ÉTICA. Da mesma forma que não valoriza o estudo como bem se observa no que fala e no que faz. Fala que os professores ganham demais sem trabalhar. Faz vista grossa, passando por cima de três leis (lei do Nepotismo, lei do Concurso Público e a lei para eleição de Diretores das Escolas Municipais) da Casa Legislativa, através de Portarias, pensando que portarias derrubam leis.
“Meu Prefeito”, não se deixe levar pelo calor da vingança política, mas cuide em administrar com verdade e lisura.
Depois de tudo isso, veja o que vem a ser um tirano:
“Denominamos tirano o soberano que não conhece como leis senão seu próprio capricho, que se apodera dos bens de seus súditos e que em seguida os arregimenta para ir tomar os bens dos vizinhos... Distingue-se entre a tirania de um só e a de vários. Essa tirania de vários seria aquela de um corpo que invadisse os direitos dos outros corpos e que exercesse o despotismo a favor das leis por ele corrompidas... Sob qual tirania preferirias viver? Sob nenhuma; mas se fosse necessário escolher, eu detestaria menos a tirania de um só do que a de vários. Um déspota sempre tem alguns bons momentos; uma assembléia de déspotas não os tem nunca. Se um tirano me faz uma injustiça, poderei desarmá-lo por intermédio de sua amante, por meio de seu confessor ou seu pajem; mas um grupo de vários tiranos é inacessível a todas as seduções. Quando não é injusta é no mínimo impiedosa e jamais concede favores. Se tenho apenas um déspota, desobrigo-me de meus deveres para com ele ao prosternar, ou ao tocar o chão com minha fronte, segundo o costume do país; mas se houver uma companhia de cem déspotas, fico exposto a repetir essa cerimônia cem vezes por dia, o que é extremamente aborrecedor, quando não se tem as roupas folgadas. Se eu tiver uma propriedade nas vizinhanças de um de nossos senhores, serei esmagado; se reclamar contra um parente dos parentes de nossos senhores, estarei arruinado. Que fazer? Tenho medo de que neste mundo sejamos reduzidos a ser bigorna ou martelo. Feliz de quem escapar a essa alternativa!”(VOLTAIRE, Dicionário Filosófico, pág. 469).

Funcionários públicos concursados e aprovados, mas afastados de seus cargos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Aborto: foi dada a largada. Salve-se quem puder!

A senha já deu o presidente Obama. Assessorou-se no alto escalão de pessoas ligadas à causa abortista, revogou as disposições assinadas por Bush que impediam o uso de verba pública para fomentar o aborto no exterior e deixou claro, nos primeiros dias de seu governo, que esta seria uma de suas principais bandeiras. Veio antes até das propostas para a crise econômica.
Nada mais faltava.Poucos dias depois, exatamente nesta semana, qual foi a matéria de capa da revista Veja? Se você mencionou o aborto, acertou. Ela escancarou as suas páginas, “como nunca antes neste país”, e abriu o verbo (a verba fica por conta do governo) com depoimentos de médicos favoráveis e de mulheres que em algum tempo de sua vida abortaram, inclusive a modelo Luíza Brunet. Mesmo com o peso da culpa.Veja só não foi imparcial. Sua intenção foi aproveitar a onda obâmica e criar no Brasil um clima favorável à descriminalização do aborto. Para não deixar a impressão de que não ouviu o outro lado, publicou o depoimento de um médico que sob nenhuma hipótese praticaria o aborto. Bela imparcialidade!O resto quem leu já sabe. A matéria foi construída com a intenção de mostrar que o aborto é uma questão de saúde pública e que, mais cedo ou mais tarde, terá de ser descriminalizado. Citou velhas e imprecisas estatísticas, não discutiu aspectos éticos e sequer científicos, apenas vaticinou por suas linhas bastante tortuosas e direcionadas: o Brasil precisa do aborto.Pronto. Foi dada a largada.Daqui para frente a luta se tornará mais renhida, outros mostrarão a sua cara sem qualquer pudor e tudo farão para que o Congresso aprove a medida. É tanto que os médicos não tiveram nenhum constrangimento em afirmar que, sob o manto da chamada “redução de danos”, instruem as mulheres que procuram os seus consultórios à procura do aborto acerca dos procedimentos que podem ser adotados. Não coraram de nenhuma vergonha. O que de maneira eufemística afirmaram, sem deixar explícito, foi que ajudam essas mulheres a cometer crimes. Até onde eu sei, a legislação que proíbe o aborto continua em vigor. Não há atenuante de redução de danos. Eles estão, por isso, sujeitos às penas da lei. Mas ficarão onde estão sem que ninguém lhes incomode. Nem a Polícia Federal do presidente Lula, acostumada a ações espetaculares.
O que mais me espanta é o argumento.
A questão religiosa não foi posta na mesa porque, à exceção do Bispo Macedo e de alguns poucos mais, os religiosos são contra o aborto. Aqui saúdo os católicos que militam com garra nesta trincheira, enquanto muitos de nós, evangélicos, preferimos a omissão em nome de uma teologia, que, ao invés de usar a esperança do Reino para lutar, acomoda-se ao pessimismo de que tudo vai mesmo de mal a pior. Não há nada a fazer para melhorar o que está aí. Mas não se abre mão dos carros novos, casas bonitas, roupas bem costuradas, bons salários. Para isso há bastante espaço. Até na teologia.
Mas não fica apenas neste ponto.
A Veja, embalada pelo obamacentrismo, descartou até a discussão científica. Claro! Eles, os cientistas, não se entendem sobre quando começa a vida! Ao invés do raciocínio simples e lógico de que o jogo começa quando o juiz apita o início – a hora da concepção – abrigam-se atrás de mil teorias para tentar esconder uma verdade: a vida humana começa na fecundação.Para o que então apela a revista?Apela sem pestanejar para o rastro obâmico, que apresenta como razão para o aborto a liberdade de escolha. Não podemos privar as mulheres desse direito. Cabe a elas decidirem sobre o seu corpo. Não quero entrar neste mérito, porque aqui valeria outra discussão. Fica para depois. O que desejo discutir, agora, é a falácia da argumentação da liberdade de escolha, não importa tenha sido essa a tese da Suprema Corte dos Estados Unidos para legalizar o aborto.Será que é isso mesmo?Claro que não! A lei que criminaliza o aborto em nenhum momento interfere na liberdade de escolha. Nem outras normas jurídicas que punem os mais variados crimes. Elas lidam, isto sim, é com as consequências dessa liberdade. Ninguém é preso sob a presunção de que vá cometer um assassinato. Há poucos dias, na cidade onde moro, uma senhora registrou na delegacia a ameaça de morte que sofrera de seu marido. Ele não foi detido, porque seria uma prisão arbitrária. O máximo que a polícia poderia oferecer era dar proteção à mulher. Três dias depois foi assassinada... Pelo marido. Que então foi preso em flagrante.
Entendeu o raciocínio?A liberdade de escolha vem desde tempos imemoriais e foi dada ao homem pelo próprio Deus. As páginas sagradas defendem esse princípio, que se constitui no cerne da vida humana. Quando somos privados dela, tornamo-nos aprisionados de um sistema ou de alguém. Agora, isso não anula outro princípio. Devemos sofrer as consequências ou receber os benefícios das nossas escolhas. Isto também é bíblico. Aonde quero chegar? Todos somos livres, como princípio, para fazer o que quisermos. As mulheres já têm liberdade para abortar. Isto não precisa ser discutido. Não depende de lei alguma, como a LLC que Obama pretende decretar nos EUA. É falácia dos abortistas. É discurso para confundir. É argumento que ganha força porque o "ungido" americano o acolheu. A liberdade sempre existiu. É intrínseca ao homem. O que se penaliza, e deve continuar sendo penalizado, é a prática em si. Todas as escolhas são da livre vontade humana. Quem escolhe praticar o aborto faz livre uso dessa vontade, tanto quanto quem tira a vida de outra pessoa. Mas deve pagar pelo seu ato.Aborto é assassinato. E assassinato é crime.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ensaio sobre a Pessoa Humana III

O que ocorre, no estudo do homem, é que interessa à Filosofia, acima de tudo, o conhecimento deste homem como ser em si, substância racional, de que tudo o mais é apenas maneira de ser. É nesse sentido que se fala de “racional”, de “pessoa”, da “personalidade”, ou do constitutivo formal da pessoa.
Para saber o que a pessoa é, necessário é passar por três níveis: o nível da individuação, indivíduo é tudo aquilo que é indiviso em si. Ele é definido, é limitado, é corpóreo, por conseguinte ele é irrepetível. É, a realidade de cada um, cada um é um indivíduo, cada um tem o seu mundo separadamente. Eu sou matéria, corpo, mas irrepetível. Reconhecer o que sou! A minha realidade ontológica é pessoal e corpórea; outro nível é o da individuação, o homem é um ser possuído de órgãos, linhas imanentes, é um indivíduo vitalizado, que tem vida e, por conseguinte instintivo. O homem é um ser organizado por ter vida vegetativa e sensitiva; já no nível da cultura, o homem tem uma ação imanente, cultural, ele tem linhas que se relacionam, que se compartilham. Cultura vem do latim “colo, colis, colui, cultum, colere” que significa morar, habitar, habitar dentro, cultivar. Se ele cultiva, ele pratica, ele cuida, trata daquilo, das coisas. O culto é uma maneira imanente de agir. O homem se liga as outras coisas, cultuando-as na busca da verdade. Se o homem tem tudo isso, ele tem liberdade. O homem é um único ser de possibilidades artísticas(criativa, imaginação, memória). O homem tem imaterialidade conseqüentemente, espiritualidade, imortalidade porque já possui a verdade, a liberdade, a criatividade, o conhecimento, a memória... O homem que começa a existir nunca acaba, mesmo que morra, porque só morre a materialidade, permanece portanto, o conceito de toda sua existência, o que ele representou intensivamente, como diria Deuleuze, com a torrente da vida, é a multiplicidade intensiva que importa além das coisas já feitas, além da materialidade bruta que encontramos. Conseqüentemente, o homem é um ser digno, inteligente porque vê dentro das coisas, entende, e isso lhe traz à superioridade e à racionalidade.
Quando percebemos de fato que somos pessoas dignas de existir é porque a racionalidade consciente, potente, nobre e corajosa nos circunda, ou melhor, nos penetra. Por isso, é muito pertinente que consideremos a pessoa aqui em dois âmbitos, o metafísico e o psicológico, de certa maneira há uma relação entre estes dois estudos. Primeiro, de semelhança, porque ampliam o conceito de pessoa intrinsecamente e de modo reflexivo. Depois, de diferença, porque o eu metafísico, o eu ôntico é o eu dos filósofos, é o eu em si, com todos os seus elementos, conhecíveis todos de direito, senão de fato, já o eu psicológico é o eu ôntico como aparece atualmente na consciência e na subconsciência.
Apesar de nos comportarmos, de trabalharmos e lutarmos pela sobrevivência, nunca seremos perfeitos tal como o nosso espírito ou tal como a nossa ascese exige de nós, porque aqui na realidade, no mundo, algo nos circunda e nos limita que é a matéria e seus prazeres, por vezes sem limites. Mas, diante de toda essa problemática, o homem pessoal e individual ainda consegue superar seus limites, suas barreiras, tornando-se mais valorizado e mais distinto do que é comum para se aproximar do que é mais intrínseco e espiritual, o acreditar humano.
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Cativar...


Então você está confusa com seus sentimentos. Ele apareceu tão de repente na sua vida, com aquele brilho manso no olhar, com aquela meiguice na voz, sem pedir coisa alguma, meio como um Pequeno Príncipe caído de um asteróide. A princípio você nada percebeu de diferente O susto veio quando você se lembrou das palavras da raposa, explicando ao Pequeno Príncipe o que era ficar cativo:

É assim. A princípio você senta lá e eu aqui. Depois a
gente vai ficando cada vez mais perto.
Os passos de todos os homens me fazem entrar dentro da minha toca.
Mas os seus passos me fazem sair.
E, depois, é a alegria.
Começo a ficar alegre e a me preparar na segunda-feira,
sabendo que você só virá na sexta.

Rubem Alves

"Um céu numa flor silvestre"

A palavra de grande inquisidor


“De tudo o que Dostoievski escreveu em Os Irmãos Karamazov o que mais me impressionou foi o incidente do “Grande Inquisidor”. É assim: Jesus havia voltado à terra e andava incógnito entre as pessoas Todos o reconheciam e sentiam o seu poder, mas ninguém se atrevia a pronunciar o seu nome. Não era necessário. De longe o Grande Inquisidor o observa no meio da multidão e ordena que ele seja preso e trazido à sua presença.. Então, diante do prisioneiro silencioso, ele profere a sua acusação.
“Não há nada mais sedutor aos olhos dos homens do que a liberdade de consciência, mas também não há nada mais terrível. Em lugar de pacificar a consciência humana, de uma vez por todas, mediante sólidos princípios, Tu lhe ofereceste o que há de mais estranho, de mais enigmático, de mais indeterminado, tudo o que ultrapassava as forças humanas: a liberdade. Agiste, pois, como se não amasses os homens... Em vez de Te apoderares da liberdade humana, Tu a multiplicaste, e assim fazendo, envenenaste com tormentos a vida do homem, para toda a eternidade...”
O Grande Inquisidor estava certo.Ele conhecia o coração dos homens. Os homens dizem amar a liberdade, mas, de posse dela, são tomados por um grande medo e fogem para abrigos seguros. A liberdade dá medo. Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo dos abismos. Por isso abandonam o vôo e se trancam em gaiolas.”

“Somos assim:sonhamos o vôo mas tememos a altura . Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde onde as certezas moram.
É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos vôos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam...”

“Deus dá a nostalgia pelo vôo.
As religiões constroem gaiolas”

“Os hereges são aqueles que odeiam as gaiolas e abrem as suas portas para que o Pássaro Encantado voe livre. Esse pecado, abrir as portas das gaiolas para que o Pássaro voe livre, não tem perdão. O seu destino é a fogueira. Palavra do Grande Inquisidor”

Rubem Alves
Correio Popular
22/05/05

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Curiosidades do Carnaval

Muitas pessoas que, de súbito, sabem da invenção do Carnaval pela igreja católica, acabam se espantando, num salto de admiração ou de surpresa por não se darem conta disso.
Fora no ano 604 d.C. quando tudo começou, pois o Papa Gregório I determinou que todos os anos os fiéis se dedicassem a assuntos espirituais por cerca de 40 dias, uma vez que era o tempo da Quarta-feira de cinzas até o Domingo de páscoa dedicado à austeridade e ao jejum, inclusive. Intitulava-se assim o tempo da Quaresma, período que serviria para fazer memória aos 40 dias que Jesus passou no deserto em inteira consagração.
Nesse tempo da Quaresma, a igreja não permitia aos fiéis comer carne, como ainda hoje acontece. Daí, alguns “carnais” ou “carnívoros” tomaram por pretexto tal decisão, imposta pela igreja, para entrar em ação e contrariar seus preceitos com outra proposta: Como iam ficar tanto tempo em abstinência, por que não permitir que o povo cometesse algumas extravagâncias antes? Os padres concordaram, e essa libertinagem fora oficialmente aprovada e incentivada por alguns papas carnavalescos, como Paulo II e Paulo VI, nos séculos XV e XVI, respectivamente.
Um fato curioso é que o carnaval só é comemorado em países católicos.
Esses quatro dias ou mais de “vale tudo” ou “tudo é permitido” que antecedem a Quaresma, em que as pessoas ficam 40 dias sem comer carne, passaram a ser chamados de adeus à “carne vale”, ou “carnevale”, resultando na palavra carnaval. Isto é, se a igreja católica romana não tivesse criado o tempo da quaresma, não haveria hoje o carnaval.
É bem verdade também que as folias carnavalescas estão associadas às festas pagãs romanas, que eram calcadas em muita licenciosidade sexual, bebedeira, glutonaria, orgias coletivas e muita música. Eram conhecidas como bacanais( em honra a Baco, o deus do vinho e da orgia), lupercais( em honra ao deus obsceno Pã, também chamado de Luperco), e saturnais( em honra ao deus saturno que, segundo a mitologia grega, devorou seus próprios filhos).
A consequência de tudo isso é a perda da integridade física, moral e espiritual das pessoas que entregam suas vidas em apenas poucos dias de festas. Além do que os noticiários e jornais de todo o país, na quarta-feira de cinzas, trazem impressas as marcas e o retrato do ser que está por trás dessa algazarra pagã, comandando-a: o diabo. Sendo assim, aos que não participam dessa festa, insistimos que continuem de fora; e aos que participam ou pretendem participar, indicamos o que diz Jeremias em 51.45. Leiam e sejam verdadeiramente livres!

Com base na Revista fiel, do Pr. Silas Malafaia.
Jackislandy Meira de Medeiros Silva, Professor e Filósofo.
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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Deleuze e a questão da Educação.


Para Gilles Deleuze, filósofo e pensador francês do século passado para quem a Filosofia precisa trazer no seu bojo uma habilidade do sujeito para com o mundo das coisas “já feitas”, imputando nelas conceitos como conseqüência de um movimento, de um fluxo, de uma torrente de vida que procura distinguir o real do virtual, é muito importante que o debate educacional seja eminentemente crítico.
Não uma crítica pela crítica, mas a crítica pelo esclarecimento, onde o educador jogue luzes sobre um mundo a ser conhecido, a ser tomado pela reflexão.
O que dá sentido à Filosofia, no entender de Deleuze, é uma teoria das multiplicidades, impregnada pelo devir de Heráclito de um modo processual de movimentos, assumidamente intenso e extenso que dificilmente poderíamos trocar em miúdos aqui, devido à escassez de tempo e de espaço.
Todavia, aventurando-se a tocar na cerviz de seu pensamento, é notório conceber dois tipos de multiplicidades(extensivas e intensivas) que substitui o velho dualismo entre o uno e o múltiplo por outro, na medida em que essas multiplicidades não pertencem a dois mundos separados, incomunicáveis, opostos, mas pertencem a um só e mesmo mundo. Por Deleuze, mostra-se para nós, uma Filosofia intensamente pragmática, na qual experimentar é sua constante palavra de ordem. “Não basta dizer VIVA O MÚLTIPLO. É preciso fazer o múltiplo”(Gilles Deleuze, Mil Platôs, pág. 14).
Algo interessante no problema educacional é habilmente percebido por Deleuze que reconhece algo de mistério no aprender. O aprender é conseqüência de um encontro intempestivo e sem finalidade com o heterogêneo de uma multiplicidade intensiva. “Nunca se sabe como uma pessoa aprende; mas, de qualquer forma que aprende, é sempre por intermédio de signos, perdendo tempo, e não pela assimilação de conteúdos objetivos”(Gilles Deleuze, Proust e os signos, pág. 21. 2003).
Deleuze estabelecia com as ondas do mar uma relação de muita estranheza, tanto é que adorava dar o exemplo do aprender a nadar como constituindo justamente esse encontro com o heterogêneo: “O movimento do nadador não se assemelha ao movimento da onda; e, precisamente, os movimentos do professor de natação, movimentos que reproduzimos na areia, nada são em relação aos movimentos da onda, movimentos que só aprendemos a prever quando os aprendemos praticamente como signos. Eis porque é tão difícil dizer como é que alguém aprende: há uma familiaridade prática, inata ou adquirida, como os signos, que faz de toda a educação algo de amoroso, mas também de mortal. Os nossos únicos mestres são aqueles que nos dizem ‘faça comigo’ e que, em vez de nos proporem gestos para reproduzir, sabem emitir signos a serem desenvolvidos no heterogêneo”(idem, Diferença e repetição, p. 54, 1988).
Portanto, a violência travada no encontro com o diferente não impede que se entre em ressonância com ele. Até porque, para Deleuze, apaixonar-se é aprender, mas talvez, ousássemos inverter a definição e afirmar que aprender é apaixonar-se.
“Apaixonar-se é individualizar alguém pelos signos que(esse alguém) traz consigo ou emite”(idem, Proust e os signos, p. 7, 2003).

Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
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domingo, 15 de fevereiro de 2009

O pão da vida...



O próprio Deus o compõe
Da fina flor de seu firmamento.
É o pão tão prazeroso
Que não serve em sua mesa
O mundo que você acompanha.
Ofereço-o a quem quiser me acompanhar:
Aproximem-se. Vocês querem viver?
Tomem-no, comam-no e vivam!



Trecho de Racine, citado por Marcel Proust para relacionar à profissão de Padeiro, caso não fosse escritor, cujo título é Pão dos Anjos. O ato de escrever é comparado por Proust como o do padeiro que produz o pão dos anjos, o pão puro e prazeroso.

A fé...

“A fé (diz Deus) não me causa maravilha. Eu resplandeço a tal ponto em minha criação – no sol, na lua e nas estrelas, nos astros do firmamento e nos peixes do mar – que, para não crer, seria preciso que aquela pobre gente (está falando de nós) fosse cega. Para crer, basta deixar-se levar, basta olhar. Para não crer seria preciso violentar-se, torturar-se, atormentar-se, contrariar-se. Enrijecer-se. Virar-se pelo avesso”.



Charles Péguy, poeta francês, ao dizer que crer é relativamente fácil e esperar, possivelmente, é difícil.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Devaneios de Platão

Instigado a propagar os ensinamentos do mestre, logo depois de assistir ao julgamento de Sócrates, sentiu-se movido a isso. Escreveu inúmeros diálogos em honra de seu mestre, fazendo dele o protagonista principal de muitos de seus diálogos.
Platão é bem conhecido popularmente pela famosíssima história do amor platônico, na verdade este é apenas um dos temas da Filosofia de Platão. No entanto, o núcleo de seu pensamento é a distinção entre o que é a realidade e o que é a ilusão. Aqui, sim, encontra-se o caráter central de sua Filosofia e talvez o início de toda a História do pensamento filosófico ocidental. Pra sabermos o que nos leva, muitas vezes, a tomar o ilusório pelo real.
A discussão do Platão começa pelo fato de ele ter sido discípulo indireto do Heráclito que dizia que todas as coisas fluem, todas as coisas mudam. Aquela velha história de você não poder se banhar nas águas de um mesmo rio duas vezes, porque o rio não é mais o mesmo e nem você também é mais a mesma pessoa, quando entrar pela segunda vez no rio.
Isso incomodou por demais Platão. Ora, se todas as coisas mudam, como ter um ponto fixo pra dizer: “Esta é a realidade”. Então aí está o ponto, a idéia de Platão foi tomar uma divisão, fazer uma curiosa distinção entre as coisas, o que é aquilo do mundo sensível, aquilo que nós captamos dos sentidos e que efetivamente mudam, e o que é que captamos pelo intelecto e que não deve mudar. Por exemplo, uma fórmula geométrica não muda. Nós, não vamos acreditar que uma fórmula geométrica, como um triângulo, possa mudar, porque toda a humanidade na terra tende a desaparecer, mas o triângulo tende a permanecer como triângulo. Isto é o mundo das idéias, a idéia de triângulo, que não é a minha e nem a sua idéia, mas é realmente a idéia de triângulo, agora ela está como idéia no plano real, no imutável, isto sim é a realidade. Porém, aquilo que captamos pelos sentidos, tocamos uma pedra ou quando tocamos alguma coisa, quando olhamos ou cheiramos, isso está no fluxo dos sentidos, no fluxo do movimento, logo, isso não é o real, isso é o ilusório, por incrível que pareça essa dicotomia inverte o senso comum, no qual afirma o real como sendo o contrário, aquilo que nós pegamos, percebemos pelos sentidos.
Daí a gente entender que o mundo das idéias é para ele imutável, quando a gente lê Platão e começa a perceber que ele toma o real pelo imutável, que essas idéias imutáveis, ao menos essas idéias de cunho formal, são para ele assim como a própria realidade.
Poucos devem saber que ainda existe aquela velha polêmica de quem é Sócrates e de quem é Platão, afinal de contas, Sócrates não escreveu nada, então o que sabemos dele, sabemos principalmente por Platão, não só, mas principalmente por Platão, assim tem todo um estudo feito pelas escolas, pelos especialistas para distinguir quando é que Platão está escrevendo como Platão, e quando Platão está escrevendo como Platão, porém falando do Sócrates histórico. Hoje, nós temos mais ou menos uma idéia, através de estudos hermenêuticos, para sabermos até onde começa um e termina o outro e vice-versa. O Sócrates é, fundamentalmente, um filósofo do diálogo sem preocupações metafísicas, sem preocupações epistemológicas. Ele faz perguntas apenas de caráter ético, mas não está muito interessado em ética somente. Ele está interessado nas verdades das perguntas, isto é, nos conceitos. Sócrates nem sempre é a própria ética, mas seu método é de caráter ético, que é o método da refutação, em grego chama-se de o “elenkos” e não a “maiêutica”, porque a “maiêutica” já é platônica. Já é Platão imputando a Sócrates um método, alguma coisa que seria dele. Por quê? Porque Platão tem preocupações metafísicas, epistemológicas, ou seja, preocupações de embasar as questões. Coisa que o Sócrates não tinha.

Texto adaptado por mim de uma entrevista feita pelo filósofo Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo da cidade de S. Paulo.

Vereadores entram com ação contra prefeito que demitiu funcionários concursados e não cumpriu leis aprovadas.

Em Florânia, a briga entre os poderes Executivo e Legislativo continua. Amparado pela maioria dos vereadores, o presidente da Câmara Geovani Pereira Cruz (PSB) deu entrada no Ministério Público de Florânia e na Procuradoria Geral do Estado contra as últimas atitudes do prefeito Sinval Salomão (PTB).
O prefeito que também é advogado está sendo acusado de descumprir leis de forma "tempestiva e grosseira", que asseguram a Gestão Democrática na Educação. Revoltados com os atos decretados por Sinval Salomão (foto), funcionários prejudicados e diretores de escolas eleitos democraticamente procuraram os vereadores para tomar as providências cabíveis.
"O jovem e inexperiente prefeito, imagina ainda estar em seu escritório de advocacia, onde ele tem como objetivo defender o seu cliente independente de estar ou não errado, ele ainda não acordou que agora, é prefeito, e como toda a autoridade tem que se reger pelas leis, principalmente quanto autoridade que deve dar exemplo, a democracia e o Estado de Lei deve estar acima dos interesses políticos, deve ser o guia dos gestores", criticou Geovani Pereira.
A ação foi aprovada pela Câmara Municipal em sessão extraordinária no mês passado. O advogado Aldo Medeiros, assinou a peça jurídica e junto com os vereadores esperam que a justiça tome providências para a volta dos funcionários concursados que perderam seus empregos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Não podemos aceitar um tirano!

Certo dia, encontrei-me com um popular no centro da terra das Flores, que assim se referiu ao atual Prefeito: “É um TIRANO!!!” Afirmou um senhor, já com seus quarenta e poucos anos. Tirano!? Por quê? O que fez ele para já ser chamado de tirano? Que tem acontecido nos últimos trinta dias de sua administração?
Se averiguarmos bem, coisa boa não fez.
Assim que assumiu o governo desta cidade, ao invés de começar gerando emprego e renda para o Município, como havia prometido em campanha, exonerou os diretores e vice-diretores das escolas municipais, eleitos pelo povo – e, diga-se de passagem, já nomeou outros de sua confiança para assumirem suas funções ao arrepio da Lei, como cargos comissionados, um absurdo – ; afastou funcionários, nomeados há mais de um ano, sem justificativa alguma; anda se pronunciando nos meios de comunicação em tom de agressão às famílias; fere constantemente a fama e a honra de pessoas idôneas(honestas); desqualifica o Concurso Público na imprensa, mas convoca pessoas da sua “estirpe” política pelo mesmo concurso que desaprova ou condena; contradiz a Lei na sua instância Municipal, Estadual e Federal; esnoba, esta é a palavra, literalmente esnoba, brinca de “criança” com o Poder Legislativo, sendo indiferente à maioria dos vereadores na Câmara; irrevogável nos erros que acaba cometendo, demonstrando o perfil carrasco de um títere, de um déspota; intolerante para com os negócios da coisa pública, mostrando-se um péssimo negociante; apresenta-se covardemente para enfrentar os problemas que ele mesmo criou ao afastar de seus cargos pessoas que passam por sérias dificuldades financeiras sem, ao menos, ter o suficiente para sobreviver, para se alimentar. Prefiro não citar nomes, uma vez que é do conhecimento de todos estes fatos.
Além disso, o atual gestor, se é que posso chamá-lo assim, está abalando material e psicologicamente a saúde de muitos cidadãos, conterrâneos seus, porque se sentem ameaçados por perder um emprego, conquistado com muita luta, pois foram noites mal dormidas por causa da preocupação de enfrentar um concurso público, queimando pestanas para estudar noites à fio.
Todavia, vem um tirano pega o concurso e enterra como se nada, nada tivesse acontecido. Só que, dizem à boca pequena na cidade, a carreira política que mal havia começado, pode-se dar por encerrada. Não ganha mais, nem para vereador. É o que dizem. Ele está pondo o dedo onde não deve, tirando o sonho das pessoas, sonegando a realização de suas vidas, maltratando, humilhando, perseguindo e constrangendo pessoas pobres ou ricas, como diz, dignas ou indignas, negras ou brancas, desempregadas ou não, mas que prestaram por Lei concurso público e foram aprovadas. Aí está o mérito! Têm capacidades de assumir o emprego, mas são constrangidas quando expulsas de seus cargos, tendo que buscar a justiça pela defesa de seus direitos. É o que muitos estão fazendo, no momento, recorrendo a Deus e à Justiça, mesmo sem condições para isso. Gente que nunca havia entrado antes na Justiça, agora são submetidas a fazer isso custe o que custar. É uma infâmia. É um terror. É um alto abuso de poder da atual gestão de Florânia, banhada de lama por um governo intensamente tirano.
Infelizmente, o governo da “criança” está cheio de tiranias por toda parte. Tenhamos cuidado para não nos infectarmos. O Prefeito do momento, com sua gente, está imbuído de vingança e ódio, de muito horror, tanto é que o que mais se ouve em Florânia é “NÃO”, “NÃO POSSO”, “NÃO TENHO COMO LHE AJUDAR”, “SOMOS POBRES”, “OS RICOS SÃO ELES”... Como se o conceito de riqueza e de pobreza tivessem mudado ou aparecido agora, como se o concurso não fosse feito para legitimar quem tem capacidade e competência. É anti-ético ao que estamos assistindo em Florânia! Ah, desculpem-me, o gestor do momento não conhece a nomenclatura ÉTICA. Da mesma forma que não valoriza o estudo como bem se observa no que fala e no que faz. Fala que os professores ganham demais sem trabalhar. Faz vista grossa, passando por cima de três leis (lei do Nepotismo, lei do Concurso Público e a lei para eleição de Diretores das Escolas Municipais) da Casa Legislativa, através de Portarias, pensando que portarias derrubam leis.
“Meu Prefeito”, não se deixe levar pelo calor da vingança política, mas cuide em administrar com verdade e lisura.
Depois de tudo isso, veja o que vem a ser um tirano:
“Denominamos tirano o soberano que não conhece como leis senão seu próprio capricho, que se apodera dos bens de seus súditos e que em seguida os arregimenta para ir tomar os bens dos vizinhos... Distingue-se entre a tirania de um só e a de vários. Essa tirania de vários seria aquela de um corpo que invadisse os direitos dos outros corpos e que exercesse o despotismo a favor das leis por ele corrompidas... Sob qual tirania preferirias viver? Sob nenhuma; mas se fosse necessário escolher, eu detestaria menos a tirania de um só do que a de vários. Um déspota sempre tem alguns bons momentos; uma assembléia de déspotas não os tem nunca. Se um tirano me faz uma injustiça, poderei desarmá-lo por intermédio de sua amante, por meio de seu confessor ou seu pajem; mas um grupo de vários tiranos é inacessível a todas as seduções. Quando não é injusta é no mínimo impiedosa e jamais concede favores. Se tenho apenas um déspota, desobrigo-me de meus deveres para com ele ao prosternar, ou ao tocar o chão com minha fronte, segundo o costume do país; mas se houver uma companhia de cem déspotas, fico exposto a repetir essa cerimônia cem vezes por dia, o que é extremamente aborrecedor, quando não se tem as roupas folgadas. Se eu tiver uma propriedade nas vizinhanças de um de nossos senhores, serei esmagado; se reclamar contra um parente dos parentes de nossos senhores, estarei arruinado. Que fazer? Tenho medo de que neste mundo sejamos reduzidos a ser bigorna ou martelo. Feliz de quem escapar a essa alternativa!”(VOLTAIRE, Dicionário Filosófico, pág. 469).

Funcionários públicos concursados e aprovados, mas afastados de seus cargos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Aborto: foi dada a largada. Salve-se quem puder!

A senha já deu o presidente Obama. Assessorou-se no alto escalão de pessoas ligadas à causa abortista, revogou as disposições assinadas por Bush que impediam o uso de verba pública para fomentar o aborto no exterior e deixou claro, nos primeiros dias de seu governo, que esta seria uma de suas principais bandeiras. Veio antes até das propostas para a crise econômica.
Nada mais faltava.Poucos dias depois, exatamente nesta semana, qual foi a matéria de capa da revista Veja? Se você mencionou o aborto, acertou. Ela escancarou as suas páginas, “como nunca antes neste país”, e abriu o verbo (a verba fica por conta do governo) com depoimentos de médicos favoráveis e de mulheres que em algum tempo de sua vida abortaram, inclusive a modelo Luíza Brunet. Mesmo com o peso da culpa.Veja só não foi imparcial. Sua intenção foi aproveitar a onda obâmica e criar no Brasil um clima favorável à descriminalização do aborto. Para não deixar a impressão de que não ouviu o outro lado, publicou o depoimento de um médico que sob nenhuma hipótese praticaria o aborto. Bela imparcialidade!O resto quem leu já sabe. A matéria foi construída com a intenção de mostrar que o aborto é uma questão de saúde pública e que, mais cedo ou mais tarde, terá de ser descriminalizado. Citou velhas e imprecisas estatísticas, não discutiu aspectos éticos e sequer científicos, apenas vaticinou por suas linhas bastante tortuosas e direcionadas: o Brasil precisa do aborto.Pronto. Foi dada a largada.Daqui para frente a luta se tornará mais renhida, outros mostrarão a sua cara sem qualquer pudor e tudo farão para que o Congresso aprove a medida. É tanto que os médicos não tiveram nenhum constrangimento em afirmar que, sob o manto da chamada “redução de danos”, instruem as mulheres que procuram os seus consultórios à procura do aborto acerca dos procedimentos que podem ser adotados. Não coraram de nenhuma vergonha. O que de maneira eufemística afirmaram, sem deixar explícito, foi que ajudam essas mulheres a cometer crimes. Até onde eu sei, a legislação que proíbe o aborto continua em vigor. Não há atenuante de redução de danos. Eles estão, por isso, sujeitos às penas da lei. Mas ficarão onde estão sem que ninguém lhes incomode. Nem a Polícia Federal do presidente Lula, acostumada a ações espetaculares.
O que mais me espanta é o argumento.
A questão religiosa não foi posta na mesa porque, à exceção do Bispo Macedo e de alguns poucos mais, os religiosos são contra o aborto. Aqui saúdo os católicos que militam com garra nesta trincheira, enquanto muitos de nós, evangélicos, preferimos a omissão em nome de uma teologia, que, ao invés de usar a esperança do Reino para lutar, acomoda-se ao pessimismo de que tudo vai mesmo de mal a pior. Não há nada a fazer para melhorar o que está aí. Mas não se abre mão dos carros novos, casas bonitas, roupas bem costuradas, bons salários. Para isso há bastante espaço. Até na teologia.
Mas não fica apenas neste ponto.
A Veja, embalada pelo obamacentrismo, descartou até a discussão científica. Claro! Eles, os cientistas, não se entendem sobre quando começa a vida! Ao invés do raciocínio simples e lógico de que o jogo começa quando o juiz apita o início – a hora da concepção – abrigam-se atrás de mil teorias para tentar esconder uma verdade: a vida humana começa na fecundação.Para o que então apela a revista?Apela sem pestanejar para o rastro obâmico, que apresenta como razão para o aborto a liberdade de escolha. Não podemos privar as mulheres desse direito. Cabe a elas decidirem sobre o seu corpo. Não quero entrar neste mérito, porque aqui valeria outra discussão. Fica para depois. O que desejo discutir, agora, é a falácia da argumentação da liberdade de escolha, não importa tenha sido essa a tese da Suprema Corte dos Estados Unidos para legalizar o aborto.Será que é isso mesmo?Claro que não! A lei que criminaliza o aborto em nenhum momento interfere na liberdade de escolha. Nem outras normas jurídicas que punem os mais variados crimes. Elas lidam, isto sim, é com as consequências dessa liberdade. Ninguém é preso sob a presunção de que vá cometer um assassinato. Há poucos dias, na cidade onde moro, uma senhora registrou na delegacia a ameaça de morte que sofrera de seu marido. Ele não foi detido, porque seria uma prisão arbitrária. O máximo que a polícia poderia oferecer era dar proteção à mulher. Três dias depois foi assassinada... Pelo marido. Que então foi preso em flagrante.
Entendeu o raciocínio?A liberdade de escolha vem desde tempos imemoriais e foi dada ao homem pelo próprio Deus. As páginas sagradas defendem esse princípio, que se constitui no cerne da vida humana. Quando somos privados dela, tornamo-nos aprisionados de um sistema ou de alguém. Agora, isso não anula outro princípio. Devemos sofrer as consequências ou receber os benefícios das nossas escolhas. Isto também é bíblico. Aonde quero chegar? Todos somos livres, como princípio, para fazer o que quisermos. As mulheres já têm liberdade para abortar. Isto não precisa ser discutido. Não depende de lei alguma, como a LLC que Obama pretende decretar nos EUA. É falácia dos abortistas. É discurso para confundir. É argumento que ganha força porque o "ungido" americano o acolheu. A liberdade sempre existiu. É intrínseca ao homem. O que se penaliza, e deve continuar sendo penalizado, é a prática em si. Todas as escolhas são da livre vontade humana. Quem escolhe praticar o aborto faz livre uso dessa vontade, tanto quanto quem tira a vida de outra pessoa. Mas deve pagar pelo seu ato.Aborto é assassinato. E assassinato é crime.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ensaio sobre a Pessoa Humana III

O que ocorre, no estudo do homem, é que interessa à Filosofia, acima de tudo, o conhecimento deste homem como ser em si, substância racional, de que tudo o mais é apenas maneira de ser. É nesse sentido que se fala de “racional”, de “pessoa”, da “personalidade”, ou do constitutivo formal da pessoa.
Para saber o que a pessoa é, necessário é passar por três níveis: o nível da individuação, indivíduo é tudo aquilo que é indiviso em si. Ele é definido, é limitado, é corpóreo, por conseguinte ele é irrepetível. É, a realidade de cada um, cada um é um indivíduo, cada um tem o seu mundo separadamente. Eu sou matéria, corpo, mas irrepetível. Reconhecer o que sou! A minha realidade ontológica é pessoal e corpórea; outro nível é o da individuação, o homem é um ser possuído de órgãos, linhas imanentes, é um indivíduo vitalizado, que tem vida e, por conseguinte instintivo. O homem é um ser organizado por ter vida vegetativa e sensitiva; já no nível da cultura, o homem tem uma ação imanente, cultural, ele tem linhas que se relacionam, que se compartilham. Cultura vem do latim “colo, colis, colui, cultum, colere” que significa morar, habitar, habitar dentro, cultivar. Se ele cultiva, ele pratica, ele cuida, trata daquilo, das coisas. O culto é uma maneira imanente de agir. O homem se liga as outras coisas, cultuando-as na busca da verdade. Se o homem tem tudo isso, ele tem liberdade. O homem é um único ser de possibilidades artísticas(criativa, imaginação, memória). O homem tem imaterialidade conseqüentemente, espiritualidade, imortalidade porque já possui a verdade, a liberdade, a criatividade, o conhecimento, a memória... O homem que começa a existir nunca acaba, mesmo que morra, porque só morre a materialidade, permanece portanto, o conceito de toda sua existência, o que ele representou intensivamente, como diria Deuleuze, com a torrente da vida, é a multiplicidade intensiva que importa além das coisas já feitas, além da materialidade bruta que encontramos. Conseqüentemente, o homem é um ser digno, inteligente porque vê dentro das coisas, entende, e isso lhe traz à superioridade e à racionalidade.
Quando percebemos de fato que somos pessoas dignas de existir é porque a racionalidade consciente, potente, nobre e corajosa nos circunda, ou melhor, nos penetra. Por isso, é muito pertinente que consideremos a pessoa aqui em dois âmbitos, o metafísico e o psicológico, de certa maneira há uma relação entre estes dois estudos. Primeiro, de semelhança, porque ampliam o conceito de pessoa intrinsecamente e de modo reflexivo. Depois, de diferença, porque o eu metafísico, o eu ôntico é o eu dos filósofos, é o eu em si, com todos os seus elementos, conhecíveis todos de direito, senão de fato, já o eu psicológico é o eu ôntico como aparece atualmente na consciência e na subconsciência.
Apesar de nos comportarmos, de trabalharmos e lutarmos pela sobrevivência, nunca seremos perfeitos tal como o nosso espírito ou tal como a nossa ascese exige de nós, porque aqui na realidade, no mundo, algo nos circunda e nos limita que é a matéria e seus prazeres, por vezes sem limites. Mas, diante de toda essa problemática, o homem pessoal e individual ainda consegue superar seus limites, suas barreiras, tornando-se mais valorizado e mais distinto do que é comum para se aproximar do que é mais intrínseco e espiritual, o acreditar humano.
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