domingo, 19 de agosto de 2007

A Liberdade Cristã.

Quando ainda estudávamos no ensino fundamental, antigo primário e ginásio, nossos professores de ciências costumavam afirmar que somos, enquanto seres humanos, compostos de um corpo e de uma alma, repletos de vontade, inteligência e liberdade. Sim, de fato, o somos de verdade, mas na Filosofia aprendi que essas duas instâncias da pessoa, do indivíduo, segundo o pensador Grego Aristóteles, do séc. IV a.C., são respectivamente matéria e forma, constitutivos básicos da natureza humana. Na dimensão material ou sensitiva estão presentes os cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão, representando assim os sentidos externos do homem para perceber a realidade por fora. Ao passo que na dimensão formal existe a função das faculdades internas, vontade e inteligência que interagem entre si produzindo assim a liberdade, responsáveis por sentir a realidade por dentro. Com isso, nossas vontades podem ser postas em ação pela liberdade à luz da razão, isto é, da inteligência.
Ora, na Teologia aprendi que tudo isso, fruto da especulação filosófica, é nada mais nada menos que Dom de Deus, é pura graça divina termos os sentidos externos e as faculdades internas em nossa vida à nossa disposição, de podermos usufruir de um corpo e de uma alma para uma existência sadia. É claro que não os possuímos por suficiência nossa, mas por gratuidade divina. Foi Deus quem nos deu de presente esses dons. Lá na Criação Ele nos fez livres e viu que tudo era muito perfeito(bom), até colocar-nos à prova dizendo com autoridade: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn 2. 16-17). Mas, teimosamente o homem comeu do fruto proibido!
Daí, abrimos mão de tão preciosos dons na medida em que fomos tentados por satanás no Jardim do Éden e desobedecemos à ordem de Deus comendo do fruto da árvore. A natureza humana, devido ao pecado da desobediência de nossos primeiros pais, encontra-se inclinada ao mal. As nossas vontades agora estão destinadas a serem seduzidas pelo pecado comprometendo a força da inteligência em nós e conseqüentemente a ação do livre arbítrio, pois a liberdade só acontece pela permanência do homem em Deus. Além de escolher a que caminho seguir é preciso também permanecer nele. Antes, o querer, o pensar e o agir concorriam único e exclusivamente para o Bem, Deus, que estava presente naturalmente em nossas vidas. Com a chaga aberta pelo pecado em nossa natureza, precisamos buscar a Deus constantemente senão estamos perdidos.
Tanto é que, no desdobrar da História da Salvação, Deus vai sempre ao encontro do homem para socorrê-lo, através da sua Palavra e da sua ação Poderosa, sem jamais o abandonar, até que envia o seu Filho Jesus Cristo em nosso meio para elevar definitivamente a nossa natureza decaída pelo pecado de Adão, mostrando-nos a possibilidade de um novo Adão em nossas vidas. Mas, se quisermos, é claro, conforme a nossa liberdade. Até porque Deus respeita a nossa liberdade para arcarmos com as conseqüências de nossos atos.
No entanto, para sermos novamente livres em Deus, o critério agora é Cristo, a misericórdia em pessoa, caracterizando-se como o único e verdadeiro Caminho de acesso ao Pai: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”(Jo 14. 6). Deveríamos agradecer sem cessar a Deus por nos conceder novamente uma abertura para a verdadeira liberdade. Só nos resta desejar ardentemente o Bem em nossas vidas que, de fato, a graça de Cristo pela sua morte nos ajudará a tomarmos posse de tão grandioso Bem, a comunhão com Deus.
Se pensamos que, ao nos dirigirmos demasiadamente para as bebidas, ao nos afogarmos nas drogas, ao nos entregarmos ao sexo desmedido, ao mergulharmos no consumismo ou na violência familiar e urbana, ao vivermos no pecado e no erro, estamos agindo livremente, é um grande engano. Pois esse é o caminho contrário ao de Cristo, uma vez que nos arrasta para a destruição e a morte, traindo a ordem de Deus instaurada em nosso interior, repleto de vontade e inteligência para servir e conhecer a Verdade divina, de modo que, ao escolher o pecado, o homem rompe com a sua integridade física, psicológica e espiritual, atrapalhando sua verdadeira amizade com Deus, como afirma João 8. 31, 32, 36: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”.


Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo.

Nenhum comentário:

Fotos no Facebook

domingo, 19 de agosto de 2007

A Liberdade Cristã.

Quando ainda estudávamos no ensino fundamental, antigo primário e ginásio, nossos professores de ciências costumavam afirmar que somos, enquanto seres humanos, compostos de um corpo e de uma alma, repletos de vontade, inteligência e liberdade. Sim, de fato, o somos de verdade, mas na Filosofia aprendi que essas duas instâncias da pessoa, do indivíduo, segundo o pensador Grego Aristóteles, do séc. IV a.C., são respectivamente matéria e forma, constitutivos básicos da natureza humana. Na dimensão material ou sensitiva estão presentes os cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão, representando assim os sentidos externos do homem para perceber a realidade por fora. Ao passo que na dimensão formal existe a função das faculdades internas, vontade e inteligência que interagem entre si produzindo assim a liberdade, responsáveis por sentir a realidade por dentro. Com isso, nossas vontades podem ser postas em ação pela liberdade à luz da razão, isto é, da inteligência.
Ora, na Teologia aprendi que tudo isso, fruto da especulação filosófica, é nada mais nada menos que Dom de Deus, é pura graça divina termos os sentidos externos e as faculdades internas em nossa vida à nossa disposição, de podermos usufruir de um corpo e de uma alma para uma existência sadia. É claro que não os possuímos por suficiência nossa, mas por gratuidade divina. Foi Deus quem nos deu de presente esses dons. Lá na Criação Ele nos fez livres e viu que tudo era muito perfeito(bom), até colocar-nos à prova dizendo com autoridade: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn 2. 16-17). Mas, teimosamente o homem comeu do fruto proibido!
Daí, abrimos mão de tão preciosos dons na medida em que fomos tentados por satanás no Jardim do Éden e desobedecemos à ordem de Deus comendo do fruto da árvore. A natureza humana, devido ao pecado da desobediência de nossos primeiros pais, encontra-se inclinada ao mal. As nossas vontades agora estão destinadas a serem seduzidas pelo pecado comprometendo a força da inteligência em nós e conseqüentemente a ação do livre arbítrio, pois a liberdade só acontece pela permanência do homem em Deus. Além de escolher a que caminho seguir é preciso também permanecer nele. Antes, o querer, o pensar e o agir concorriam único e exclusivamente para o Bem, Deus, que estava presente naturalmente em nossas vidas. Com a chaga aberta pelo pecado em nossa natureza, precisamos buscar a Deus constantemente senão estamos perdidos.
Tanto é que, no desdobrar da História da Salvação, Deus vai sempre ao encontro do homem para socorrê-lo, através da sua Palavra e da sua ação Poderosa, sem jamais o abandonar, até que envia o seu Filho Jesus Cristo em nosso meio para elevar definitivamente a nossa natureza decaída pelo pecado de Adão, mostrando-nos a possibilidade de um novo Adão em nossas vidas. Mas, se quisermos, é claro, conforme a nossa liberdade. Até porque Deus respeita a nossa liberdade para arcarmos com as conseqüências de nossos atos.
No entanto, para sermos novamente livres em Deus, o critério agora é Cristo, a misericórdia em pessoa, caracterizando-se como o único e verdadeiro Caminho de acesso ao Pai: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”(Jo 14. 6). Deveríamos agradecer sem cessar a Deus por nos conceder novamente uma abertura para a verdadeira liberdade. Só nos resta desejar ardentemente o Bem em nossas vidas que, de fato, a graça de Cristo pela sua morte nos ajudará a tomarmos posse de tão grandioso Bem, a comunhão com Deus.
Se pensamos que, ao nos dirigirmos demasiadamente para as bebidas, ao nos afogarmos nas drogas, ao nos entregarmos ao sexo desmedido, ao mergulharmos no consumismo ou na violência familiar e urbana, ao vivermos no pecado e no erro, estamos agindo livremente, é um grande engano. Pois esse é o caminho contrário ao de Cristo, uma vez que nos arrasta para a destruição e a morte, traindo a ordem de Deus instaurada em nosso interior, repleto de vontade e inteligência para servir e conhecer a Verdade divina, de modo que, ao escolher o pecado, o homem rompe com a sua integridade física, psicológica e espiritual, atrapalhando sua verdadeira amizade com Deus, como afirma João 8. 31, 32, 36: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”.


Jackislandy Meira de M. Silva, Professor e Filósofo.

Nenhum comentário:

Atividade no Facebook

Mais vistas: