A feira, orçada em R$ 8,4 milhões, é um dos eventos literários mais caros do Brasil e já perdeu seu clima intimista
O poeta: haverá ainda, entre outras
atividades, uma exposição sobre Carlos Drummond de Andrade, o escritor
homenageado desta edição da Flip
São Paulo - A Festa Literária Internacional de Paraty de hoje faz
lembrar muito pouco o evento que levou 6 mil pessoas e autores do porte
de Eric Hobsbawm e Julian Barnes à cidade fluminense em 2003. O número
de visitantes saltou para 20 mil e o clima intimista se perdeu. Mas a
lista de escritores
cultuados e premiados que Liz Calder, a idealizadora, conseguiu trazer
nos primeiros anos e que os curadores vêm se esforçando para manter,
segue o padrão e é um dos maiores atrativos da festa.
Na edição que começa nesta quarta-feira à noite com uma fala de Luis
Fernando Verissimo sobre os 10 anos da festa, conferência dos críticos
Silviano Santiago e Antonio Cicero sobre Drummond e show do Lenine e
Ciranda de Tarituba, estarão Ian McEwan, Hanif Kureish e Enrique
Vila-Matas, que já participaram de outras edições, e ainda Adonis, James
Shapiro, Stephen Greenblatt, Jonathan Franzen, Dulce Maria Cardoso,
Rubens Figueiredo, Zuenir Ventura, Francisco Dantas e outros.
E isso custa. A Flip, orçada em R$ 8,4 milhões, é um dos eventos
literários mais caros do Brasil. Uma pequena parte desse valor, R$ 1,4
milhão, é destinada às ações da Flipinha e da Flipzona, que envolvem
crianças e adolescentes de Paraty e região.
É também um dos eventos mais charmosos do país, e serve de inspiração
para tantos outros, como a Fliporto, de Olinda. O boom das festas
literárias, aliás, será debatido pelo Itaú Cultural no Museu do Forte na
tarde desta quarta. E o Itaú Cultural não é a única instituição a
organizar eventos paralelos extraoficiais.
A Off-Flip já é tradição e organiza conversas com escritores,
exposições e shows. A Casa Sesc receberá os vencedores de seu prêmio
literário para conversas com o público. Na Casa do Instituto Moreira
Salles, serão gravados programas da Rádio Batuta com os escritores
convidados. Há muitas outras casas espalhadas pela cidade, sempre com
alguma programação cultural, tentando pegar carona na Flip, recebendo
bem seus autores, no caso das editoras, e entretendo o público que não
conseguiu ingresso para os debates - a tenda dos autores comporta 800
pessoas.
A Casa de Cultura hospeda a programação paralela oficial. Lá, João
Ubaldo Ribeiro e Walcyr Carrasco falam sobre Jorge Amado. Haverá ainda,
entre outras atividades, uma exposição sobre Carlos Drummond de Andrade,
o escritor homenageado desta edição. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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