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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Qual o caminho de Lévinas até a Filosofia?

Leia uma das entrevistas que o filósofo concedeu sobre isso.

"Penso que primeiramente foram minhas leituras russas. Mais precisamente Puschikin, Lermontov, Doastoiévski, sobre tudo Dostoiévski. O romance russo, o romance de Dostoiévski e de Tolstói, me parecia bem preocupado com coisas fundamentais. Livros percorridos pela inquietude, pelo essencial, a inquietude religiosa, mas legível como busca por um sentido da vida. O sentido da vida é uma expressão frequentemente pronunciada no liceu a propósito dos heróis de Turguéniev. Bastante essencial isso. Romance em que o amor revela suas dimensões de transcendência, já em seus pudores, antes das evidências do erótico, e nos quais uma expressão como "fazer amor" seria profanação escandalosa antes de ser indecência. O amor-sentimento dos livros foi, certamente, o motivo das minhas primeiras tentações filosóficas. Nos liceus da Lituânia, segundo a tradição russa, nada de filosofia, nada de aula de filosofia, mas se quiser, abundância de inquietação metafisica. E, além do mais, no meu caso, também contribuiu a solicitação de textos judaicos que desde as minhas primeiras leituras de filosofo, se apresenta em meus pensamentos sem que eu os releia, e que parecia me conduzir ao que chamo de filosofia. Não estou certo de que isso seja uma preparação a Platão e Aristóteles, mas , em todo o caso, eis o que corresponde a meus gostos pela filosofia geral." 

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