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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Todos somos chamados a ser filósofos... Aceite o convite!


Como podemos pretender, enquanto cristãos, possuir uma verdade última sobre o homem e sua finalidade e, ao mesmo tempo, buscar a verdade, o sentido da vida humana, também como filósofo?
Não confundir em nossa discussão os níveis filosófico e teológico. Por ora, tentemos somente ser filósofos. O convite se dirige a todos os filósofos e não-filósofos, disse uma vez um poeta francês Pèguy. Até porque o filósofo é aquele que luta contra todos os a priori, isto é, contra todos os “pré-conceitos”, uma vez que a Filosofia implica numa purificação – ascese da inteligência.
Se eu quero falar da visão beatífica, eu posso perguntar se a fé me é necessária. Isso é o que Tomás de Aquino quer dizer: “Se eu quero falar do homem eu tenho que saber o que é o homem”. Além disso, posso buscar na fé algo mais, algo que poderá me ajudar no esclarecimento do homem sobre a fé. A fé nos traz certezas, mas essas certezas não são evidências, e se não são evidências eu creio nelas, eu adiro a elas na obscuridade. Estou cercado de obscuridade no momento em que busco respostas na fé. No mundo terreno, a certeza da fé é obscura.
Tudo o que a nossa inteligência descobrir por si mesma, ela deve descobrir por si própria. A gente pode se interrogar diante das Escrituras sobre antropologia do homem nas Sagradas Escrituras. Existem níveis diferentes no processo do conhecimento, assim como um vôo do avião que durante o percurso faz diversas manobras variando níveis de subida e descida. Percebemos que há diversos níveis, mas vamos ser, agora, filósofos. Não que queiramos descer de nível, porém subir em busca da verdade. Segundo Pèguy, há pessoas que descem ao rio e há pessoas que remontam à fonte, há duas espécies de pessoas.
Agostinho nos propunha que é preciso amar perdidamente a verdade, não para possuir a verdade, mas para servir a verdade. Ser possuído pela verdade. O filósofo é aquele que serve e que luta contra todos os seus a priori. Eis, com isso, o itinerário do filósofo. Ver as coisas, tudo, pela primeira vez, como se fosse uma criança. Eu vejo o que você não vê. “O pintor é aquele que procura tornar visível o invisível”(Pintor Klee)... É você ver uma maçã como se nunca tivesse visto. Não é ter o olhar segundo, e sim o olhar primeiro.
Para sintetizar, não sei se me faço entender, mas aquelas três perguntas de Kant postas em sua Filosofia; Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar?... Chegam até nós, hoje, motivando-nos a descobrir o sentido da vida, porque essas perguntas evidenciam a amplitude do estudo da Filosofia, pois esse estudo é mais do que qualquer ciência. Nenhuma ciência é capaz de questionar desta maneira e de respondê-las. Somente pela reflexão filosófica.

Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.
Confira os blogs:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com

2 comentários:

  1. Li seu blog e me identifiquei com os assuntos tratados. São semelhantes aos do meu blog http://daladier.blogspot.com - Reflexões Sobre Quase Tudo.
    Aceitei seu desafio, e vou filosofar cada vez mais.

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  2. Sou muito grato pela visita e por apreciar os assuntos e discussões aqui tratados. Confraternizo-me com suas opiniões. Sempre que puder seja bem vindo, Galadier. Paz do Senhor de seu irmão Jackislandy.

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Grato pela visita, aprecie sempre que puder. Obrigado e seja bem vindo.