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domingo, 29 de junho de 2014

“Chuva” de emoções



Brasil e Chile protagonizaram neste sábado 28/06 o primeiro jogo das oitavas de final rumo ao sonhado título. Mais do que um futebol bem jogado com trabalho de bola pelo meio-campo, vimos um punhado de passes errados com bolas lançadas diretamente da zaga ao ataque. Bem, esse foi o futebol da seleção brasileira.
A seleção chilena parecia muito mais consciente em campo; além de parar, catimbar, bem o ritmo do jogo, assistimos a um passeio de atenção, raça e desejo de vencer da equipe chilena.
Para nós, brasileiros, o jogo podia ter sido simples e fácil, pois, logo no início do jogo, num escanteio cobrado por Neymar, a bola bate involuntariamente no pé do defensor chileno e entra com a participação de David Luiz. Não vi gol de David, mas a FIFA viu e computou o gol na conta do zagueiro David Luiz.
Ainda antes de terminar o primeiro tempo, perdemos totalmente o controle do jogo e daí até ao seu final, que não foram só 90min, mas 120min fora os dramáticos pênaltis. O vacilo da seleção brasileira se deu, como falei, ainda no primeiro tempo por causa de um lateral malfeito e numa roubada de bola pelos atacantes do Chile que aproveitaram a oportunidade com Alexis Sanchéz para empatar o jogo.
Obviamente, o ponto alto desse jogo foi o gol contra a favor da nossa seleção, mas não poderíamos deixar passar as duas falhas do juiz; não deu um pênalti em cima do Hulk no primeiro tempo e anulou equivocadamente um gol maravilhoso do Hulk no qual mata a bola no ombro e faz um golaço; o bandeirinha da partida entendeu que a bola pegou no braço.
A partida inteirinha foi muito dramática, não deixando nada a desejar aos antigos espetáculos da tragédia grega. Com requintes de oração e súplica aos céus feitos por nossos jogadores a cada intervalo de jogo, inclusive na alternância dos pênaltis, fomos cobertos por uma experiência inesquecível no futebol, uma vitória nos pênaltis, em pleno Mineirão.
Definitivamente, o personagem do jogo foi Júlio César. Esbanjando confiança, defendeu como ninguém três bolas importantíssimas; uma no segundo tempo cara-a-cara e outras duas nos pênaltis contribuindo para a dramática vitória brasileira.
Os nossos jogadores transpareceram, nos 120min mais os pênaltis, estar molhados, suados até, de bênçãos, de emoções. Vimos uma “chuva” de emoções, mas, fica a dica, será necessário jogar muito mais e errar cada vez menos.

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Mais grato a Ti

Ó meu Senhor, dá-me mais gratidão,
Por tudo que Tu fizeste por mim
Por Tua graça no meu coração,
Que me encheu de ventura sem fim!

Mais grato a Ti, mais grato a Ti.
Mais consagrado, ó faz-me, Senhor!
Mais humilhado e cheio de amor,
Faz-me mais grato a Ti, mais grato a Ti!

De graça deste ao meu coração
A santidade, a paz e a fé;
Gozo celeste e consolação,
E liberdade de estar aos Teus pés.

Ó meu Senhor, Tu fizeste por mim,
O que ninguém poderia fazer;
Na cruz pregado verteste, assim,
Sangue, no qual sempre posso vencer!

terça-feira, 24 de junho de 2014

#ExtraOrdinários no Sportv

Um programa cultural cheio de irreverência e provocação vem enriquecendo o modo como vemos os jogos da Copa do Mundo aqui no Brasil. Vale a pena conferir as conversas picantes, irônicas e com muito senso de humor que acrescentam e muito à televisão brasileira mesmo sendo em canal por assinatura. Um timaço formado por Eduardo Bueno (Peninha), Paulo Miklos, Xico Sá, Maitê Proença e os Cassetas:
Sucessos instantâneos, como o “Extra ordinários”, do SporTV, explodem na TV onde menos se espera. Sua graça é justamente escapar àquilo que é “talhado para dar certo”. Um exemplo é “Perdidos na noite”, programa apresentado por Fausto Silva nos idos de meados da década de 80. Entrou em rede na Bandeirantes em 1986, tornando-se na hora, para usar uma expressão de época, cult. Todo mundo que era bacana assistia, mesmo os que falavam mal de TV. Era algo divertido e fora dos padrões do capricho. Faustão associava sua incontinência verbal a palavrões e a microfonia disputava o espaço com as atrações musicais num palco tosco e mal ajambrado. O Brasil estava saindo da ditadura e aquele improviso sem fronteiras combinava com o espírito do tempo, com a sede de liberdade e o prazer da iconoclastia.
O canal Viva, ao fornecer uma segunda existência para aquilo que foi visto em outro contexto, também promove sucessos inesperados. O mais gritante deles é o “Globo de ouro”. Fora dos anos 1980, aquelas ombreiras gigantescas (Zizi Possi apareceu anteontem com uma blusa inacreditável) são engraçadas, assim como as aparições recorrentes de Kátia, a cantora cega. Sem falar nos promissores talentos de que nunca mais ouvimos falar. É o caso de uma tal Gabriela, anunciada por Isabela Garcia e César Filho como “uma estrela que vai brilhar muito pela vida afora”. O Twitter explode na hora da exibição.
“Extra ordinários”, com sua bagunça organizada, ocupa hoje esse lugar. Um programa sem pretensão, cheio de calorosa espontaneidade, com uma boa dose de discussão verdadeira, sem tanto marketing (ufa), tinha mesmo tudo para emplacar. Já é a grande alternativa da noite na TV.



Fonte: http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv/critica/noticia/2014/06/extra-ordinarios-e-o-programa-queridinho-da-televisao.html


Talvez - Pablo Neruda

Talvez

Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos…
E por amor
Serei… Serás… Seremos…

Pablo Neruda )

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A CLASSIFICAÇÃO



Seleções tradicionais são eliminadas precocemente da Copa das copas, como é o caso da atual campeã do mundo Espanha e da Inglaterra dos Beatles e do filósofo John Locke. Portugal, Itália e Uruguai se complicam e estão por um triz. Costa Rica, Bélgica e Colômbia antecipam suas classificações surpreendentemente.
Na verdade, surpresas não faltam nesta Copa da terra “brasilis”, até mesmo Ronaldo fenômeno foi alcançado na artilharia das copas por Klose, jogador da Alemanha, que por sinal faz uma campanha excelente neste torneio.
Toda essa atmosfera deixa o ambiente do jogo Brasil x Camarões ainda mais tenso. Incomodado pelo resultado pífio de 0 a 0 contra o México, a seleção brasileira começa o jogo sufocando Camarões querendo abrir logo o placar, mas o que vimos no início foi uma seleção apressada e um pouco descontrolada em campo nos primeiros minutos do jogo.
Exposta em campo e sufocando o adversário, a seleção consegue um contra-ataque pela esquerda com Luiz Gustavo que lança rapidamente Neymar que dá uma tapa de chapa na brazuca e põe pra dentro do gol Camaronês.
A partir daí, mesmo sofrendo um gol no apagão da zaga brasileira, a seleção não abdicou de atacar e buscar os gols necessários para sua classificação.
Caindo sempre pela esquerda, Neymar arranca da esquerda para a intermediária e faz um golaço, puxando uma sequência de gols que viria a premiar a bela atuação da seleção brasileira no segundo tempo.
Ao terminar o primeiro tempo, Neymar já sai como o artilheiro desta copa, mas ele e seus companheiros também saem com a impressão curiosa de que a seleção dos Camarões não era a mesma dos dois últimos jogos que fizera contra México e contra a Croácia, acumulando assim duas derrotas. Era uma seleção aguerrida em campo, veloz e disposta a mostrar que sabia jogar. Jogara pra valer, certamente querendo atrapalhar a festa da classificação da nossa seleção.
Com a saída do volante Paulinho no segundo tempo, os planos da seleção camaronesa não lograram êxitos. Fernandinho, camisa 5 da seleção, entra no time e aproxima mais os jogadores do meio com o ataque, compactando mais a seleção brasileira na forma de jogar. Ora, o Brasil ganha o meio-campo e ganha o jogo.
No segundo tempo, mais dois gols; um de Fred com tabelinha rápida entre Fernandinho e David Luiz; e outro de Fernandinho numa troca-de-passes com Fred e Oscar.
A classificação em primeiro lugar do grupo A só veio mesmo a se confirmar com o gol de Fernandinho no finzinho do jogo, resultando um placar de 4 a 1 para a seleção brasileira. Acumulando 5 gols de saldo contra 3 do México no final desta fase de grupos, assumimos assim uma posição que nos implicará jogar o mata-mata com o segundo lugar do grupo B, o Chile.
Enquanto isso, a Copa começa a ficar séria dentro de campo, onde se é cada vez menos possível admitir erros.
Nas oitavas de final, o Chile do poeta Pablo Neruda nos encontre assim: “Não sei quem vive ou morre, quem repousa ou desperta, mas é o teu coração que distribui no meu peito os dons da aurora” (In Cem Sonetos de Amor, Pablo Neruda).   
  
Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo.

terça-feira, 17 de junho de 2014

O jogo do quase



Numa semana em que nossos zagueiros Tiago Silva e David Luiz usaram e abusaram as redes sociais para pedir à torcida que fosse ao castelão, estádio do jogo da partida Brasil x México esta tarde, e cantasse o hino abraçada, imaginávamos, pelo pedido, que a seleção viria com tudo para cima do México, apresentando um futebol seguro, criativo e objetivo. Não vimos isso.
Sobrou, de novo, emoção no hino; faltou bom futebol à seleção.
Vimos uma seleção do quase, chegando ao quase com um jogo do quase.
Não era bem isso que esperávamos contra o México, pois vínhamos de uma vitória brilhante na Copa das Confederações ano passado, onde não ficamos no quase, porém ganhamos de 2 a 0.
Vimos um jogo franco de ambos os lados. As duas seleções não temiam atacar, mas não abriam mão de se defenderem muito bem.
A seleção brasileira quase faz o gol em duas oportunidades, em duas cabeçadas impressionantes; uma no primeiro tempo com Neymar; e outra com Tiago Silva a queima roupa no segundo tempo.
Tivemos outras chances de vencer o quase, mas elas pararam nas mãos do goleiro Ochoa da seleção mexicana.
Por falar em Ochoa, este sim foi um verdadeiro protagonista no empate de 0 a 0 entre Brasil e México, suas defesas davam confiança à equipe e empolgavam a pequena torcida mexicana no estádio.
O futebol mexicano fluía tão bem em campo que sua torcida conseguia concorrer com a nossa, apesar da imensa diferença numérica.
Num jogo em que o gol ficou no quase, não é de estranhar que o destaque tenha sido a defesa das duas equipes, fora os chutes de longa distância dos ousados e habilidosos mexicanos.
É fato que saímos deste jogo com uma sensação de derrota, mas as expectativas são otimistas em relação ao que vem pela frente, Camarões, quase não vem à Copa, quase renuncia a participar desta competição.
Quanto aos pedidos feitos pela zaga brasileira esta semana na intenção de motivar o grupo, não caem bem quando a seleção joga mal. Agora é a nossa vez de pedir, quem sabe, um futebol melhor e mais criativo; deixe-nos torcer espontaneamente.
Talvez assim não fiquemos temerosos a um quase nesta competição.
Engraçado, Hulk quase jogou, a seleção também. À parte o hino, a torcida quase torceu.


Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo.







quinta-feira, 12 de junho de 2014

Ufa! conseguimos



Depois de vivermos a “copa” da FIFA com suas exigências astronômicas, conseguimos terminar a arena Itaquerão a tempo para o jogo de abertura. Conseguimos.
A “copa” das manifestações populares que refletem a indignação de muitos, esgotados com o descaso no serviço público e com a corrupção na política, não conteve a paixão nacional por futebol e rendeu-se à força do evento, à importância do momento. Conseguimos.
Não esquecendo ainda a “copa” da direita e da esquerda brasileiras que, escandalosamente, puxa o cordão dos oportunistas visando às eleições deste ano; conseguimos apagá-los do maior espetáculo da terra. Foram ofuscados pela cerimônia, pelo hino nacional e pelo futebol vitorioso da seleção brasileira. Conseguimos.
Conseguimos superar um movimento ousado nas redes sociais e em diferentes mídias que expressavam o desejo extremo de boa parte da população que se dizia contra a copa: “não vai ter copa”.
Superamos até um gol contra de Marcelo, zagueiro da seleção brasileira, no início do jogo ao enfrentarmos os croatas, mas conseguimos abatê-los antes mesmo de tripudiarem sobre nossa força e fraqueza, a torcida presente no estádio. Conseguimos.
Não bastasse a ansiedade natural antes do jogo da estreia, conseguimos suportar pacientemente uma experiência desconfortável de ficar atrás no placar por cerca de dezoito longos minutos quando veio o épico gol de Neymar no cantinho do goleiro Pletikosa. Mesmo a bola tocando na trave, conseguimos.
A virada foi radiante. Oscar, que fez uma partida impecável, lança a bola para Fred dentro da área e sofre o pênalti meio polêmico. Neymar bate, mas a bola resvala nas mãos de Pletikosa, que não impede o gol da virada. Conseguimos.
Mas a maior pressão estava por vir. No segundo tempo, um jogo confuso e muito veloz, embalado por uma atuação permissiva do árbitro japonês Yuichi Nishimura, a Croácia sufocava o Brasil sem piedade até aos 45 minutos, quando Oscar parte em contra-ataque com a bola e chuta de bico para aliviar a todos. Conseguimos.
Conseguimos emplacar 3 a 1 em cima da Croácia, o que não diz muito sobre o drama vivido em campo pela seleção brasileira.
Conseguimos vencer os “ics” croatas, Modric, Rakitic, Perisic, Kovasic, Brozovic, Olic, Jelavic, Rebic... Ufa!

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo.