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quarta-feira, 31 de agosto de 2011
O primor de Tarsila do Amaral. Parabéns pelo 125º Aniversário.
Uma representante fiel de nossa cultura. Tarsila soube muito bem aliar identidade regional cultural com progresso e sofisticação artística que culminou com o grande Movimento de Arte Moderna de 1922.
Mania de perfeição
Sofremos de uma certa síndrome da perfeição. Tal síndrome é responsável por nos levar a criar mil e uma justificativas para os nossos defeitos. Vez ou outra somos pegos de surpresa com inúmeras justificativas por que não se fez isso, não se fez aquilo, enfim... Racionalizamos demais a vida! Não temos vergonha de afirmar: “Sou perfeccionista, gosto das coisas certas”. Mentira! Ninguém é perfeccionista! Porém, quem se importa neste mundo com suas pretensões perfeccionistas? Não seria a vida tão mais interessante do que nossa teimosia por perfeição? A vida tem as suas próprias dobras e “dobradiças” de contradição. Poucas vezes reconhecemos isso e criamos nossas manias de perfeição.
Influenciados pela maneira de ver o mundo de um ângulo judaico-cristão, tendemos a exigir muito mais das pessoas do que elas podem dar. É uma tolice, porque nos esquecemos de que elas são limitadas. As pessoas nunca serão o que queremos que elas sejam. Elas são o que são e pronto. Cada um tem necessidades, valores e circunstâncias muito próprias que nos impedem de julgá-las, até porque essa não é a nossa função. Não sejamos reféns das nossas pretensões de perfeição, mas da vida com toda a sua beleza! Se a vida é doença, que seja bela mesmo assim. Se a vida é um fracasso que seja boa assim mesmo. Se a vida é dor, aprendamos mais com ela. Se a vida é pobreza, mesmo assim agradeçamos para espantar a ingratidão de muitos que sobejam da mesa dos ricos.
Queremos ser melhores custe o que custar. Da síndrome da perfeição migramos para a síndrome da evolução. Queremos sempre melhorar, melhorar, melhorar e melhorar ansiosamente. Se pensarmos bem, na linha da vontade infinita que há em nós ocorre, decerto, uma tola ambição de lutar incansavelmente para, depois, nos depararmos com um dado inevitável que não nos escapa, a imperfeição.
A sede de perfeição parece nos anestesiar do peso da realidade. Talvez por isso a busquemos demasiadamente. Mas, é um fato: Somos imperfeitos. Erramos e cometemos equívocos. Somos programados para não errar, mas erramos. Estamos vivos e cheios de vontade. Nesse norte de reflexão, permitam-me usar aqui as palavras de Dostoiévski, o qual traz a filigrana da vida de modo impressionante em sua obra “Notas do subsolo”: “Pois é, senhores... Justamente neste ponto é que eu me enrasquei! Perdoem-me por ter filosofado dessa maneira, mas foram quarenta anos de subsolo! Permitam-me fantasiar um pouco. Vejam os senhores: a razão é uma coisa boa, sem dúvida, mas a razão é apenas razão e satisfaz apenas a capacidade racional do homem; já a vontade, esta é a manifestação da vida como um todo, ou melhor, de toda a vida humana, aí incluindo-se a razão e todas as formas de coçar. E, mesmo que a nossa vida pareça às vezes bem ruinzinha(...), ela é vida, apesar de tudo, e não apenas a extração de uma raiz quadrada. Eu, por exemplo, naturalmente quero viver para satisfazer apenas minha capacidade racional, ou seja, talvez a vigésima parte de toda a minha capacidade de viver. Que sabe a razão?”(DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Notas do subsolo. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009. p. 38-39)
Tamanha obsessão pela perfeição pode nos levar a caminhos de sujeição ao ritmo frenético de sociedade que temos hoje. Uma sociedade exigente e competitiva, descontrolada e racionalista está criando, também, pessoas descontroladas e racionalistas sem olhar os acontecimentos simples e importantes da vida. Estamos sendo, com isso, programados para atingir metas, objetivos... Esquecemos, ou não estamos nem aí para o que realmente importa,(se bem que sabemos o que de fato importa) e quando menos esperamos, estamos sendo levados pela ventania alucinada de uma vida sem sentido.
Parece até que somos um tema de projeto programado para se realizar. Estamos sendo tratados, diga-se de passagem, como peças de controle de uma sociedade que responde a estímulos de consumo, de mercado, de posse, de riqueza, de ambição, de avareza, de corrupção... Toda essa avalanche invade a vida de qualquer um, quebrando valores dantes vistos como irretocáveis e insubstituíveis. Todavia, por não sermos suficientes é que se abre aqui uma porta para admitirmos um olhar mais sensível, flexível, tolerante e amável para os que não conseguem ser menos imperfeitos.
Portanto, seria imprescindível passarmos pela Escola da vida e aprendermos algumas lições, a saber: bondade, tolerância, responsabilidade, respeito, justiça, honestidade, liberdade...De modo que essa não seria mais uma alternativa de controle ideológico de fora para dentro, nem de cima para baixo, até porque ninguém muda ninguém, ninguém constrói ninguém. As pessoas se mudam e se constroem a si próprias, livres e distintamente. Por isso, não pensem que estou certo, pois não quero estar certo, apenas quero que vejam a possibilidade que há em mim de expressar livremente o que penso.
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Especialista em Metafísica.
Visitem as páginas na net:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
Influenciados pela maneira de ver o mundo de um ângulo judaico-cristão, tendemos a exigir muito mais das pessoas do que elas podem dar. É uma tolice, porque nos esquecemos de que elas são limitadas. As pessoas nunca serão o que queremos que elas sejam. Elas são o que são e pronto. Cada um tem necessidades, valores e circunstâncias muito próprias que nos impedem de julgá-las, até porque essa não é a nossa função. Não sejamos reféns das nossas pretensões de perfeição, mas da vida com toda a sua beleza! Se a vida é doença, que seja bela mesmo assim. Se a vida é um fracasso que seja boa assim mesmo. Se a vida é dor, aprendamos mais com ela. Se a vida é pobreza, mesmo assim agradeçamos para espantar a ingratidão de muitos que sobejam da mesa dos ricos.
Queremos ser melhores custe o que custar. Da síndrome da perfeição migramos para a síndrome da evolução. Queremos sempre melhorar, melhorar, melhorar e melhorar ansiosamente. Se pensarmos bem, na linha da vontade infinita que há em nós ocorre, decerto, uma tola ambição de lutar incansavelmente para, depois, nos depararmos com um dado inevitável que não nos escapa, a imperfeição.
A sede de perfeição parece nos anestesiar do peso da realidade. Talvez por isso a busquemos demasiadamente. Mas, é um fato: Somos imperfeitos. Erramos e cometemos equívocos. Somos programados para não errar, mas erramos. Estamos vivos e cheios de vontade. Nesse norte de reflexão, permitam-me usar aqui as palavras de Dostoiévski, o qual traz a filigrana da vida de modo impressionante em sua obra “Notas do subsolo”: “Pois é, senhores... Justamente neste ponto é que eu me enrasquei! Perdoem-me por ter filosofado dessa maneira, mas foram quarenta anos de subsolo! Permitam-me fantasiar um pouco. Vejam os senhores: a razão é uma coisa boa, sem dúvida, mas a razão é apenas razão e satisfaz apenas a capacidade racional do homem; já a vontade, esta é a manifestação da vida como um todo, ou melhor, de toda a vida humana, aí incluindo-se a razão e todas as formas de coçar. E, mesmo que a nossa vida pareça às vezes bem ruinzinha(...), ela é vida, apesar de tudo, e não apenas a extração de uma raiz quadrada. Eu, por exemplo, naturalmente quero viver para satisfazer apenas minha capacidade racional, ou seja, talvez a vigésima parte de toda a minha capacidade de viver. Que sabe a razão?”(DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Notas do subsolo. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009. p. 38-39)
Tamanha obsessão pela perfeição pode nos levar a caminhos de sujeição ao ritmo frenético de sociedade que temos hoje. Uma sociedade exigente e competitiva, descontrolada e racionalista está criando, também, pessoas descontroladas e racionalistas sem olhar os acontecimentos simples e importantes da vida. Estamos sendo, com isso, programados para atingir metas, objetivos... Esquecemos, ou não estamos nem aí para o que realmente importa,(se bem que sabemos o que de fato importa) e quando menos esperamos, estamos sendo levados pela ventania alucinada de uma vida sem sentido.
Parece até que somos um tema de projeto programado para se realizar. Estamos sendo tratados, diga-se de passagem, como peças de controle de uma sociedade que responde a estímulos de consumo, de mercado, de posse, de riqueza, de ambição, de avareza, de corrupção... Toda essa avalanche invade a vida de qualquer um, quebrando valores dantes vistos como irretocáveis e insubstituíveis. Todavia, por não sermos suficientes é que se abre aqui uma porta para admitirmos um olhar mais sensível, flexível, tolerante e amável para os que não conseguem ser menos imperfeitos.
Portanto, seria imprescindível passarmos pela Escola da vida e aprendermos algumas lições, a saber: bondade, tolerância, responsabilidade, respeito, justiça, honestidade, liberdade...De modo que essa não seria mais uma alternativa de controle ideológico de fora para dentro, nem de cima para baixo, até porque ninguém muda ninguém, ninguém constrói ninguém. As pessoas se mudam e se constroem a si próprias, livres e distintamente. Por isso, não pensem que estou certo, pois não quero estar certo, apenas quero que vejam a possibilidade que há em mim de expressar livremente o que penso.
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Especialista em Metafísica.
Visitem as páginas na net:
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com
www.twitter.com/filoflorania
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Cadastro Thanatos
por Luiz Felipe Pondé para Folha
Certa vez, como nos conta Gustav Janouch, em seu livro "Conversações com Kafka", ele reclamou que não estava entendendo nada que Kafka falava (os dois tinham o hábito de conversar caminhando por Praga).
Kafka teria respondido algo assim: "Hoje estou tão pessimista que deve ser a misericórdia de Deus que está protegendo você. Pois, se me entendesse, sendo você ainda muito jovem, o que estou dizendo lhe destruiria".
Será que Deus vai protegê-lo hoje, caro leitor?
Você é daquele tipo de pessoa que pensa no que come todos os dias? Conta calorias? Parabéns se você for, porque ganhará desconto no seguro saúde.
Muita gente acha que Aldous Huxley, em seu livro "Admirável Mundo Novo", se enganou, porque o mundo não marchou em direção a regimes totalitários.
Eu acho que ele acertou em tudo, inclusive na possibilidade de governos totalitários. Veja o caso da China. Se as pessoas tiverem comida e iPads elas estarão dispostas a abrir mão de tudo, mesmo dessa bobagem chamada democracia. Pisarão em qualquer cabeça por um iPad, como antes pisavam por qualquer outra bobagem.
É isso que as "cheerleaders" dos saques em Londres (essa farra das redes sociais) não entendem. Além do problema do governo centralizador, o equívoco em achar que Huxley errou está em não perceber que a chave do controle das vidas não está em formas centralizadoras de governo, mas em não percebermos que somos nós mesmos que pedimos controle sobre nossas vidas em troca de formas variadas de felicidade e segurança.
O que Huxley entendeu, e nós, não, é que a ganância pela felicidade (a saúde total é apenas uma de suas formas mais bregas) nos levaria ao admirável mundo novo.
Meu Deus, por que temos de ser uma espécie assim tão infeliz? Por um lado, a vida é dura o bastante para querermos (com razão) ser felizes, mas, por outro lado, a busca pela felicidade nos faz de gado alegre. Escolha maldita: ser infeliz, morrer jovem ou virar gado e ter uma dieta balanceada. E para tal, estaremos dispostos a ter fiscais de nossos hábitos cotidianos de saúde em nossas cozinhas.
Nessas horas, sinto o pessimismo tomar conta de mim como um líquido negro e viscoso a entrar pela minha boca e pelo meu nariz, fazendo-me engasgar. Vejo o mundo como um parque zoológico de pessoas sorridentes e saudáveis, todas felizes em ter um "retorno" financeiro em troca de abrir suas casas e suas vidas para profissionais de "qualidade de vida" avaliarem suas refeições diárias.
Você ouve o interfone tocar? É ela, a avaliadora de sua qualidade de vida. Sorria e acima de tudo tenha em mãos as provas de que colabora com a sua própria saúde. Não seja um inimigo de sua própria felicidade fisiológica. Seja pró-ativo.
Imagino alguém bonito, simpático, espiritualizado, provavelmente um budista light, checando os nutrientes na alimentação da sua família. Talvez você possa agendar a visita via internet -afinal hoje em dia ninguém tem tempo pra nada, não é?
Imagine o número de empregos para as novas xamãs do mundo, as nutricionistas...
Se, desde cedo, você tomar as decisões alimentícias corretas para seus filhos, provavelmente a apólice de seguro saúde deles sairá bem mais em conta. Meus olhos se enchem de lágrimas ao perceber como o mundo melhora a cada passo.
A lógica de fundo é que ninguém racional quer morrer cedo, logo, só uma pessoa irracional, contraproducente, antissocial e, por fim, passível de alguma forma de punição, seria capaz de não ver isso tudo como um passo justo para "agregar valor" a nossa vida.
Aliás, uma pessoa assim, intratável, talvez, devesse num futuro próximo ser multada, porque ela não só onera os custos de seguro saúde da família como os da empresa de seguro saúde e, por fim, os do próprio Estado. Quem sabe devêssemos "evoluir" para a proibição de contas bancárias, crédito ao consumidor ou mesmo passaporte?
Quem sabe o Ministério da Saúde poderia criar um cadastro de pessoas inadimplentes em cuidados com a própria qualidade de vida. O nome poderia ser CTH (Cadastro Thanatos).
Certa vez, como nos conta Gustav Janouch, em seu livro "Conversações com Kafka", ele reclamou que não estava entendendo nada que Kafka falava (os dois tinham o hábito de conversar caminhando por Praga).
Kafka teria respondido algo assim: "Hoje estou tão pessimista que deve ser a misericórdia de Deus que está protegendo você. Pois, se me entendesse, sendo você ainda muito jovem, o que estou dizendo lhe destruiria".
Será que Deus vai protegê-lo hoje, caro leitor?
Você é daquele tipo de pessoa que pensa no que come todos os dias? Conta calorias? Parabéns se você for, porque ganhará desconto no seguro saúde.
Muita gente acha que Aldous Huxley, em seu livro "Admirável Mundo Novo", se enganou, porque o mundo não marchou em direção a regimes totalitários.
Eu acho que ele acertou em tudo, inclusive na possibilidade de governos totalitários. Veja o caso da China. Se as pessoas tiverem comida e iPads elas estarão dispostas a abrir mão de tudo, mesmo dessa bobagem chamada democracia. Pisarão em qualquer cabeça por um iPad, como antes pisavam por qualquer outra bobagem.
É isso que as "cheerleaders" dos saques em Londres (essa farra das redes sociais) não entendem. Além do problema do governo centralizador, o equívoco em achar que Huxley errou está em não perceber que a chave do controle das vidas não está em formas centralizadoras de governo, mas em não percebermos que somos nós mesmos que pedimos controle sobre nossas vidas em troca de formas variadas de felicidade e segurança.
O que Huxley entendeu, e nós, não, é que a ganância pela felicidade (a saúde total é apenas uma de suas formas mais bregas) nos levaria ao admirável mundo novo.
Meu Deus, por que temos de ser uma espécie assim tão infeliz? Por um lado, a vida é dura o bastante para querermos (com razão) ser felizes, mas, por outro lado, a busca pela felicidade nos faz de gado alegre. Escolha maldita: ser infeliz, morrer jovem ou virar gado e ter uma dieta balanceada. E para tal, estaremos dispostos a ter fiscais de nossos hábitos cotidianos de saúde em nossas cozinhas.
Nessas horas, sinto o pessimismo tomar conta de mim como um líquido negro e viscoso a entrar pela minha boca e pelo meu nariz, fazendo-me engasgar. Vejo o mundo como um parque zoológico de pessoas sorridentes e saudáveis, todas felizes em ter um "retorno" financeiro em troca de abrir suas casas e suas vidas para profissionais de "qualidade de vida" avaliarem suas refeições diárias.
Você ouve o interfone tocar? É ela, a avaliadora de sua qualidade de vida. Sorria e acima de tudo tenha em mãos as provas de que colabora com a sua própria saúde. Não seja um inimigo de sua própria felicidade fisiológica. Seja pró-ativo.
Imagino alguém bonito, simpático, espiritualizado, provavelmente um budista light, checando os nutrientes na alimentação da sua família. Talvez você possa agendar a visita via internet -afinal hoje em dia ninguém tem tempo pra nada, não é?
Imagine o número de empregos para as novas xamãs do mundo, as nutricionistas...
Se, desde cedo, você tomar as decisões alimentícias corretas para seus filhos, provavelmente a apólice de seguro saúde deles sairá bem mais em conta. Meus olhos se enchem de lágrimas ao perceber como o mundo melhora a cada passo.
A lógica de fundo é que ninguém racional quer morrer cedo, logo, só uma pessoa irracional, contraproducente, antissocial e, por fim, passível de alguma forma de punição, seria capaz de não ver isso tudo como um passo justo para "agregar valor" a nossa vida.
Aliás, uma pessoa assim, intratável, talvez, devesse num futuro próximo ser multada, porque ela não só onera os custos de seguro saúde da família como os da empresa de seguro saúde e, por fim, os do próprio Estado. Quem sabe devêssemos "evoluir" para a proibição de contas bancárias, crédito ao consumidor ou mesmo passaporte?
Quem sabe o Ministério da Saúde poderia criar um cadastro de pessoas inadimplentes em cuidados com a própria qualidade de vida. O nome poderia ser CTH (Cadastro Thanatos).
sábado, 27 de agosto de 2011
EDUCAÇÃO INDÍGENA E CULTURA AFRO-DESCENDENTE
A turma dos alunos de Graduação, Licenciatura Plena em Pedagogia, 2009.2, como critério básico para obtenção de nota final da Disciplina “Educação Indígena e Cultura Afro-brasileira”, não se poupou em demandar esforços pela realização de uma Feira Cultural aberta à visita da Comunidade em geral, bem como dos diversos alunos do Curso de Pedagogia da Universidade Vale do Acaraú, núcleo de Florânia/RN, com a qual, os alunos envolvidos nessa empreitada pudessem adquirir uma experiência concreta de como se realizava um evento dessa natureza, além do que se permitissem aprender muito mais com os trabalhos de localizar objetos e inúmeros materiais relacionados ao tema em questão.
O bom de toda essa experiência é que os alunos sentiram na pele a responsabilidade de montar uma Feira Cultural para depois tirar proveito disso numa aprendizagem de qualidade, tendo que apresentar para os visitantes a história de cada artefato e minuciosidades preciosas presentes nos estandes. Cada estande estava repleto de peculiaridades que iam de uma simples peça de instrumento musical dos negros a uma complexa maquete que mostrava passo a passo o cotidiano dos índios. Nesse aspecto, a Feira Cultural de Educação Indígena e Cultura Afro nos rendeu uma ampla visão de detalhes históricos e científicos que nos ajudam a entender mais a nossa “brasileiridade”.
Por que somos brasileiros? Porque reunimos em nossa identidade brasileira uma miscigenação de etnias, cores, modos e culturas muito particulares e, diga-se de passagem, especiais. Talvez, o maior objetivo dessa Feira Cultural tenha sido o fato de entender um pouco quem, de fato, somos. Se respondemos por “brasileiros”, temos que entender esta ampla diversidade cultural na qual estamos metidos. Descendemos, sim, de uma cultura eminentemente africana e indígena.
Todavia, o acontecimento de uma Feira Cultural que resgata essa identidade tem como empreendimento todo especial o fazer pedagógico dos alunos da UVA 2009.2, como também de todos que colaboraram indiretamente, na tentativa de promover uma aprendizagem criativa, prática e substancialmente cidadã, orientada para a construção dinâmica de conhecimentos atrelados ao desejo, à dedicação e ao trabalho de todos os alunos.
O bom de toda essa experiência é que os alunos sentiram na pele a responsabilidade de montar uma Feira Cultural para depois tirar proveito disso numa aprendizagem de qualidade, tendo que apresentar para os visitantes a história de cada artefato e minuciosidades preciosas presentes nos estandes. Cada estande estava repleto de peculiaridades que iam de uma simples peça de instrumento musical dos negros a uma complexa maquete que mostrava passo a passo o cotidiano dos índios. Nesse aspecto, a Feira Cultural de Educação Indígena e Cultura Afro nos rendeu uma ampla visão de detalhes históricos e científicos que nos ajudam a entender mais a nossa “brasileiridade”.
Por que somos brasileiros? Porque reunimos em nossa identidade brasileira uma miscigenação de etnias, cores, modos e culturas muito particulares e, diga-se de passagem, especiais. Talvez, o maior objetivo dessa Feira Cultural tenha sido o fato de entender um pouco quem, de fato, somos. Se respondemos por “brasileiros”, temos que entender esta ampla diversidade cultural na qual estamos metidos. Descendemos, sim, de uma cultura eminentemente africana e indígena.
Todavia, o acontecimento de uma Feira Cultural que resgata essa identidade tem como empreendimento todo especial o fazer pedagógico dos alunos da UVA 2009.2, como também de todos que colaboraram indiretamente, na tentativa de promover uma aprendizagem criativa, prática e substancialmente cidadã, orientada para a construção dinâmica de conhecimentos atrelados ao desejo, à dedicação e ao trabalho de todos os alunos.
Esperamos confiantemente que a empreitada avaliativa desta FEIRA CULTURAL renda bons frutos aos alunos que grassam seus estudos nesta Universidade.
Inteiramente grato,
Prof. da Disciplina e Orientador: Esp. Jackislandy Meira de Medeiros Silva.
Vejam mais fotos do evento em outros links: www.umasreflexoes.blogspot.com
Uma cobertura de fotos irretocável pela Inforside
Essas e outras fotos da Feira Cultural da Turma da UVA 2009.2 você pode conferir em www.inforside.com.br
Imprensa de Florânia repercute a FEIRA CULTURAL DA UVA - TURMA 2009.2
Contando as histórias, a cultura e os costumes do povo brasileiro. Foi desta forma que os alunos da UVA, turma 2009.2 apresentaram a Feira Cultural realizada na manhã deste sábado (27), na Escola Municipal Domingas Francelina das Neves. O trabalho é da Disciplina Educação Indígena e Cultura Afro-descendente, que tem a frente o Professor Jackislandy Meira. .
Na oportunidade o Professor Jackislandy falou a nossa redação sobre a importância deste trabalho: “Esse trabalho nos levou a entender mais o fato deles serem chamados de Brasil. Nós somos brasileiros até que ponto? Então de onde vem essa brasileiridade? É preciso entender essa brasileiridade, entrar em contato direto com a cultura branca, negra e indígena. E eu acho que valeu a pena esse trabalho, porque os alunos trouxeram peças, artefatos e miudezas para esta feira, tentando mostrar para nós que temos uma história, uma cultura, uma culinária, um cotidiano que vem do cotidiano indígena e que precisamos entender melhor tudo isso. Por isso que valeu a pena.” Concluiu o Professor Jackislandy.
Fonte: www.claudianosilva.com
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Os sem-iPad
por Luiz Felipe Pondé para Folha
Você sabia que agora existe em Londres o movimento dos sem-iPad? Coitadinhos deles. Quebram tudo porque a malvada sociedade do consumo os obriga a desejar iPads... No passado todo mundo era "obrigado" a desejar cavalos, tecidos de seda, especiarias, facas, tambores, ouro, mulheres...
Como ficam as pessoas que desejam, não têm, mas nem por isso saqueiam lojas, mas sim trabalham duro? Seriam estes uns idiotas por saberem que nem tudo que queremos podemos ter e que a vida sempre foi dura?
Esta questão é moral. Dizer que não é moral é não saber o que é moral, ou apenas oportunismo... moral. Resistir ao desejo é um problema de caráter. Um dos pecados do pensamento público hoje é não reconhecer o conceito de caráter.
Logo existirão os "sem-Ferrari", os "sem-Blackberry", os "sem-Prada" também? Que tal um "bolsa Blackberry"? Devemos criar um imposto para os "sem-Blackberry"?
Na Inglaterra, dizem, existem famílias que nunca trabalharam vivendo graças ao governo há gerações. É, tem gente que ainda não aprendeu que não existe almoço de graça.
Mas esse fenômeno de querer desculpar todo mundo da responsabilidade moral do que faz não é invenção de quem hoje justifica a violência em Londres clamando por justiça social na distribuição de iPads.
É conhecida a passagem na qual o "homem do subsolo" no livro "Memórias do Subsolo", de Dostoiévski, abre suas confissões dizendo que é um homem amargo. Em seguida, alude à teoria comum de que ele assim o seria por sofrer do fígado. Logo, a culpa por ele ser amargo seria do fígado.
Ele recusa tal desculpa para sua personalidade insuportável e prefere assumir que é mesmo um homem mau. Eis um homem de caráter, coisa rara hoje em dia.
Agora, todo mundo gosta de "algum fígado" (a sociedade de consumo, o patriarcalismo, a Apple) que justifique suas misérias morais.
A moda pegou nos jantares inteligentes e hoje temos vários tipos de "teorias do fígado" para justificar nossas misérias morais.
Uma delas é a teoria de que somos construídos socialmente.
Dito de outra forma: O "sujeito é um constructo social". Logo, quebro loja em Londres porque fui "construído" para enlouquecer se não tenho um iPad. Tadinho...
Tem gente por aí que tem verdadeiro orgasmo com essa bobagem.
Não resta dúvida de que há algo verdadeiro na ideia de que somos influenciados pelo meio em que vivemos.
Por exemplo, se você nasce numa favela, isso não vai passar "desapercebido" nos seus modos à mesa, no seu comportamento cotidiano e nas suas expectativas e possibilidades na vida.
Mas aí dizer que "o sujeito é um constructo social" é pura picaretagem intelectual. Ninguém consegue ou conseguirá provar isso nunca, mas quem precisa de "provas" quando o que está em jogo são as ciências humanas, que de "ciência" não têm nada.
Esse blábláblá não só exime o sujeito da responsabilidade moral, como abre a porta para todo tipo de "experimento" psicossocial, político ou justificativa moral, que, na realidade, serve pra qualquer um inventar todo tipo de conversa fiada em ciências humanas "práticas".
Por que tanta gente adora essa teoria? Suponho que, antes de tudo, o alivie de ser você e coloque a "culpa" de você ser você no pai, na mãe, na escola, na vizinha, na sociedade, no consumo, na igreja, no patriarcalismo, no machismo, na cama de casal, no iPad, no diabo a quatro. Menos em você.
Temos aí uma prova de que grande parte das ciências humanas não reconhece o conceito de caráter.
Moral é exatamente você resistir a impulsos que outras pessoas, sem caráter, não resistem. Já leu Aristóteles? Kant?
A "culpa" do que hoje acontece em Londres não é do consumo. Homens sempre quebram coisas de vez em quando e querem coisas sem esforço. As causas podem variar. Hoje em dia, seguramente, uma delas é que muita gente está acostumada a um Estado de bem estar social que os trata como bebês.
A preguiça, sim, é um traço universal do ser humano.
Você sabia que agora existe em Londres o movimento dos sem-iPad? Coitadinhos deles. Quebram tudo porque a malvada sociedade do consumo os obriga a desejar iPads... No passado todo mundo era "obrigado" a desejar cavalos, tecidos de seda, especiarias, facas, tambores, ouro, mulheres...
Como ficam as pessoas que desejam, não têm, mas nem por isso saqueiam lojas, mas sim trabalham duro? Seriam estes uns idiotas por saberem que nem tudo que queremos podemos ter e que a vida sempre foi dura?
Esta questão é moral. Dizer que não é moral é não saber o que é moral, ou apenas oportunismo... moral. Resistir ao desejo é um problema de caráter. Um dos pecados do pensamento público hoje é não reconhecer o conceito de caráter.
Logo existirão os "sem-Ferrari", os "sem-Blackberry", os "sem-Prada" também? Que tal um "bolsa Blackberry"? Devemos criar um imposto para os "sem-Blackberry"?
Na Inglaterra, dizem, existem famílias que nunca trabalharam vivendo graças ao governo há gerações. É, tem gente que ainda não aprendeu que não existe almoço de graça.
Mas esse fenômeno de querer desculpar todo mundo da responsabilidade moral do que faz não é invenção de quem hoje justifica a violência em Londres clamando por justiça social na distribuição de iPads.
É conhecida a passagem na qual o "homem do subsolo" no livro "Memórias do Subsolo", de Dostoiévski, abre suas confissões dizendo que é um homem amargo. Em seguida, alude à teoria comum de que ele assim o seria por sofrer do fígado. Logo, a culpa por ele ser amargo seria do fígado.
Ele recusa tal desculpa para sua personalidade insuportável e prefere assumir que é mesmo um homem mau. Eis um homem de caráter, coisa rara hoje em dia.
Agora, todo mundo gosta de "algum fígado" (a sociedade de consumo, o patriarcalismo, a Apple) que justifique suas misérias morais.
O profeta russo percebeu que as ciências preparavam uma série de teorias que tirariam a responsabilidade do homem pelos seus atos.
A moda pegou nos jantares inteligentes e hoje temos vários tipos de "teorias do fígado" para justificar nossas misérias morais.
Uma delas é a teoria de que somos construídos socialmente.
Dito de outra forma: O "sujeito é um constructo social". Logo, quebro loja em Londres porque fui "construído" para enlouquecer se não tenho um iPad. Tadinho...
Tem gente por aí que tem verdadeiro orgasmo com essa bobagem.
Não resta dúvida de que há algo verdadeiro na ideia de que somos influenciados pelo meio em que vivemos.
Por exemplo, se você nasce numa favela, isso não vai passar "desapercebido" nos seus modos à mesa, no seu comportamento cotidiano e nas suas expectativas e possibilidades na vida.
Mas aí dizer que "o sujeito é um constructo social" é pura picaretagem intelectual. Ninguém consegue ou conseguirá provar isso nunca, mas quem precisa de "provas" quando o que está em jogo são as ciências humanas, que de "ciência" não têm nada.
Esse blábláblá não só exime o sujeito da responsabilidade moral, como abre a porta para todo tipo de "experimento" psicossocial, político ou justificativa moral, que, na realidade, serve pra qualquer um inventar todo tipo de conversa fiada em ciências humanas "práticas".
Por que tanta gente adora essa teoria? Suponho que, antes de tudo, o alivie de ser você e coloque a "culpa" de você ser você no pai, na mãe, na escola, na vizinha, na sociedade, no consumo, na igreja, no patriarcalismo, no machismo, na cama de casal, no iPad, no diabo a quatro. Menos em você.
Temos aí uma prova de que grande parte das ciências humanas não reconhece o conceito de caráter.
Moral é exatamente você resistir a impulsos que outras pessoas, sem caráter, não resistem. Já leu Aristóteles? Kant?
A "culpa" do que hoje acontece em Londres não é do consumo. Homens sempre quebram coisas de vez em quando e querem coisas sem esforço. As causas podem variar. Hoje em dia, seguramente, uma delas é que muita gente está acostumada a um Estado de bem estar social que os trata como bebês.
A preguiça, sim, é um traço universal do ser humano.
Um outro Mahatma Gandhi - FOME CONTRA A CORRUPÇÃO!
O ativista indiano Anna Hazare rejeitou nesta quarta-feira (24) qualquer concessão ao governo na sua cruzada por leis mais rígidas contra a corrupção, e prometeu manter sua greve de fome, agora no nono dia, mesmo que isso lhe custe a vida.
Hazare, de 74 anos, já apresenta problemas de saúde, e continua reunindo milhares de simpatizantes em um enlameado terreno de Nova Délhi. O primeiro-ministro Manmohan Singh pediu, sem sucesso, que o ativista aceite pelo menos uma alimentação intravenosa, e convocou uma reunião entre vários partidos para discutir uma solução para o impasse.
"Só perdi seis quilos e um pouco do meu rim está afetado, mas isso não é nada preocupante", disse Hazare -- cuja figura, de óculos e todo de branco, evoca a do líder nacionalista Mahatma Gandhi -- a seguidores no terreno conhecido como Ramlila Maidan, ao lado da velha cidade murada de Délhi. "Até que o governo aceite todas as condições, não recuarei. Mesmo que eu tenha de morrer."
O governo tem oferecido concessões para endurecer o projeto de lei anticorrupção, mas até agora sem conseguir encerrar o impasse. Em carta aberta a Hazare, Singh disse: "Nos últimos dias, tenho observado com crescente preocupação o estado da sua saúde. Na pior das hipóteses, nossos caminhos e metodologias podem diferir, embora eu acredite que mesmo essas diferenças têm sido exageradas."
As autoridades podem alimentar Hazare à força, mas isso geraria o risco de inflamar ainda mais a multidão que apoia o ativista.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/08/indiano-em-greve-de-fome-contra-corrupcao-se-diz-disposto-morrer.html
Hazare, de 74 anos, já apresenta problemas de saúde, e continua reunindo milhares de simpatizantes em um enlameado terreno de Nova Délhi. O primeiro-ministro Manmohan Singh pediu, sem sucesso, que o ativista aceite pelo menos uma alimentação intravenosa, e convocou uma reunião entre vários partidos para discutir uma solução para o impasse.
O ativista anticorrupção indiano Anna Hazare descansa nesta quarta-feira (24), no nono dia de sua greve de fome, em Nova Délhi. (Foto: AP)
A campanha de Hazare mobiliza especialmente a emergente classe média local, cansada da rotina de subornos no país, que tem a terceira maior economia da Ásia. Dezenas de milhares de pessoas já saíram às ruas em apoio ao ativista, nos mais intensos protestos sociais na Índia desde a década de 1970."Só perdi seis quilos e um pouco do meu rim está afetado, mas isso não é nada preocupante", disse Hazare -- cuja figura, de óculos e todo de branco, evoca a do líder nacionalista Mahatma Gandhi -- a seguidores no terreno conhecido como Ramlila Maidan, ao lado da velha cidade murada de Délhi. "Até que o governo aceite todas as condições, não recuarei. Mesmo que eu tenha de morrer."
O governo tem oferecido concessões para endurecer o projeto de lei anticorrupção, mas até agora sem conseguir encerrar o impasse. Em carta aberta a Hazare, Singh disse: "Nos últimos dias, tenho observado com crescente preocupação o estado da sua saúde. Na pior das hipóteses, nossos caminhos e metodologias podem diferir, embora eu acredite que mesmo essas diferenças têm sido exageradas."
As autoridades podem alimentar Hazare à força, mas isso geraria o risco de inflamar ainda mais a multidão que apoia o ativista.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/08/indiano-em-greve-de-fome-contra-corrupcao-se-diz-disposto-morrer.html
terça-feira, 23 de agosto de 2011
UVA 2009.2: Educação Indígena e Cultura Afro-descendente
A turma de Pedagogia da UVA 2009.2 tem a honra de convidar toda a sociedade em geral, para prestigiar uma feira cultural com o tema Educação Indígena e Cultura Afro-descendente.
O evento acontecerá neste sábado dia 27 de agosto de 2011 das 08h30min às 15h00min, na Escola Municipal Domingas Francelina das Neves.
Agradecemos pela presença!
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Fome de saber
Do mundo quero conhecer o universo.
Não me atenho a um único momento
Tenho fome de conhecimento
Anseio pelo futuro,
Mas vivo um dia de cada vez no presente,
Pois estudo o passado.
Anéis de Saturno,
Gelo em Marte,
Monolito para hominídeos,
Relatividade tempo-espaço
Impérios, Sociedades, Civilizações
Cultura, música, cinema, teatro…
Livros… Ah, os livros…
Companheiros de todas as horas,
Desde a compreensão das primeiras letras.
Os números nunca foram lá muito meus amigos,
Mas eu sei que os três ângulos internos
De um triângulo somam 180º
E o quadrado dos catetos é conclusão em quadrada hipotenusa.
Agradeço, em ato genuflexo, a meus ancestrais pela forma
Como ando sobre as patas traseiras.
Tenho a mais importante ferramenta, o polegar opositor.
Falo uma das mais, senão, a mais melodiosa das línguas que a humanidade já inventou.
É a minha pátria a língua portuguesa; porém, Brasileira.
Quero aprender mais
Conhecer
Apreender
Saber
Enfim, pensar e ser.
Só sei que nada sei…
Fonte: http://recantodaspalavras.com.br/2008/09/14/fome-de-saber/
Não me atenho a um único momento
Tenho fome de conhecimento
Anseio pelo futuro,
Mas vivo um dia de cada vez no presente,
Pois estudo o passado.
Anéis de Saturno,
Gelo em Marte,
Monolito para hominídeos,
Relatividade tempo-espaço
Impérios, Sociedades, Civilizações
Cultura, música, cinema, teatro…
Livros… Ah, os livros…
Companheiros de todas as horas,
Desde a compreensão das primeiras letras.
Os números nunca foram lá muito meus amigos,
Mas eu sei que os três ângulos internos
De um triângulo somam 180º
E o quadrado dos catetos é conclusão em quadrada hipotenusa.
Agradeço, em ato genuflexo, a meus ancestrais pela forma
Como ando sobre as patas traseiras.
Tenho a mais importante ferramenta, o polegar opositor.
Falo uma das mais, senão, a mais melodiosa das línguas que a humanidade já inventou.
É a minha pátria a língua portuguesa; porém, Brasileira.
Quero aprender mais
Conhecer
Apreender
Saber
Enfim, pensar e ser.
Só sei que nada sei…
Fonte: http://recantodaspalavras.com.br/2008/09/14/fome-de-saber/
Governados por cegos e irresponsáveis
por Leonardo Boff
Em razão de viagem estou publicando antecipadamente a matéria que viria a lume só na quinta-feira: LB
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Afunilando as muitas análises feitas acerca do complexo de crises que nos assolam, chegamos a algo que nos parece central e que cabe refletir seriamente. As sociedades, a globalização, o processo produtivo, o sistema econômico-financeiro, os sonhos predominantes e o objeto explícito do desejo das grandes maiorias é: consumir e consumir sem limites.
Criou-se uma cultura do consumismo propalada por toda a midia. Há que consumir o último tipo de celular, de tênis, de computador. 66% do PIB norteamericano não vem da produção mas do consumo generalizado. As autoridades inglesas se surpreenderam ao constatar que entre os milhares que faziam turbulências nas várias cidades não estavam apenas os habituais estrangeiros em conflito entre si e pessoas dos guetos, mas universitários, ingleses desempregados, professores e até recrutas. Era gente enfurecida porque não tinha acesso ao tão propalado consumo. Não questionavam o paradigma do consumo mas as formas de exclusão dele.
No Reino Unido, depois de M.Thatcher e nos USA depois de R. Reagan, como em geral no mundo, grassa grande desigualdade social. Naquele pais, as receitas dos mais ricos cresceram nos últimos anos 273 vezes mais do que as dos pobres, nos informa a Carta Maior de 12/08/2011. Então não é de se admirar a decepção dos frustrados face a um “software social” que lhes nega o acesso ao consumo e face aos cortes do orçamento social, na ordem de 70% que os penaliza pesadamente. 70% do centros de lazer para jovens foram simplesmente fechados.
O alarmante é que nem primeiro ministro David Cameron nem os membros da Câmara dos Comuns se deram ao trabalho de perguntar pelo porquê dos saques nas várias cidades. Responderam com o pior meio: mais violência institucional. O conservador Cameron disse com todas as letras:”vamos prender os suspeitos e publicar seus rostos nos meios de comunicação sem nos importarmos com as fictícias preocupações com os direitos humanos”. Eis uma solução do impiedoso capitalismo neo-liberal: se a ordem que é desigual e injusta, o exige, se anula a democracia e se passa por cima dos direitos humanos. Logo no pais onde nasceram as primeiras declarações dos direitos dos cidadãos.
Se bem reparmos, estamos enredados num círculo vicioso que poderá nos destruir: precisamos produzir para permitir o tal consumo. Sem consumo as empresas vão à falência. Para produzir, elas precisam dos recursos da natureza. Estes estão cada vez mas escassos e já delapidamos a Terra em 30% a mais do que ela pode repor. Se pararmos de extrair, produzir, vender e consumir não há crescimento econômico. Sem crescimento anual os paises entram em recessão, gerando altas taxas de desemprego. Com o desemprego, irrompem o caos social explosivo, depredações e todo tipo de conflitos. Como sair desta armadilha que nos preparamos a nós mesmos?
O contrário do consumo não é o não consumo, mas um novo “software social” na feliz expressão do cientista político Luiz Gonzaga de Souza Lima. Quer dizer, urge um novo acordo entre consumo solidário e frugal, acessivel a todos, também aos demais seres vivos e os limites intransponíveis da natureza.
Como fazer? Várias são as sugestões: um “modo sustentável de vida”da Carta da Terra, o “bem viver” das culturas andinas, fundada no equilíbrio homem/Terra, economia solidária, bio-sócio-economia, “capitalismo natural”(expressão infeliz) que tenta integrar os ciclos biológicos na vida econômica e social e outras.
Mas não é sobre isso que falam quando os chefes dos Estados opulentos se reunem. Lá se trata de salvar o sistema que veem dando água por todos os lados. Sabem que a natureza não está mais podendo pagar o alto preço que o modelo consumista cobra. Já está a ponto de pôr em risco a sobrevivência da vida e o futuro das próximas gerações. Somos governados por cegos e irresponsáveis, incapazes de dar-se conta das consequências do sistema econômico-político-cultural que defendem.
É impertivo um novo rumo global, caso quisermos garantir nossa vida e a dos demais seres vivos A civilização técnico-científica que nos permitiu niveis exacerbados de consumo pode pôr fim a si mesma, destruir a vida e degradar a Terra.
Seguramente não é para isso que chegamos até a este ponto no processo de evolução. Urge coragem para mudanças radicais, se ainda alimentamos um pouco de amor a nós mesmos.
domingo, 21 de agosto de 2011
RESPONSABILIDADE
(Imagem: E. Lévinas em diferentes ângulos, filósofo lituano, um mestre)
Você já se deu conta da responsabilidade em sua vida? Melhor dizendo: Você se acha responsável? Repare bem. Há algum rastro de responsabilidade em sua existência? Não seja tão rápido assim ao responder. Pense bem ou espere até ler esse texto. Você vai ver que não é tão responsável quanto pensava ser.
A responsabilidade é uma expressão muito usual, demasiadamente corrente e recorrente em nossas vidas, talvez por essa razão estejamos dando pouca importância ao que ela realmente é ou dizem dela ser o que é. Da antiguidade ao existencialismo, o homem vem se debruçando sobre esta problemática ética, e por mais que queira, não conseguiu de todo se afastar de uma exigência tão cara à voz e ao coração do outro. Pois, contrariamente ao que achamos, a responsabilidade não nasce de mim, mas do outro. “A responsabilidade não nasce de uma boa vontade, de um sujeito autônomo que quer livremente se comprometer com o outro ser. Ela nasce como resposta a um chamado”(KUIAVA, Evaldo Antônio. A responsabilidade como princípio ético em H. Jonas e E. Lévinas: Uma aproximação. Porto Alegre, RS. Veritas, v. 51, nº 2, junho, 2006, p. 55-60). Não vem de mim, mas do outro. Não é uma exigência da liberdade, mas uma exigência do outro. É por isso que muitas vezes, sem explicação alguma, contrariando toda lógica, liberamos o bem a quem não nos quer bem, agimos em direção ao outro contra nossa própria vontade. A responsabilidade, segundo E. Lévinas, filósofo lituano de nacionalidade francesa, é anterior à minha consciência, aos meus interesses e às minhas mesquinhas intenções.
Quem não contrariou a si próprio por causa de um chamado, de um clamor, de uma voz, de uma necessidade sem voz, não experimentou o sabor da responsabilidade. Quem não renunciou a si mesmo, às suas intenções e à sua consciência, para atender a um chamado, ainda não é digno de responsabilidade. Os que cumprem horários rigorosamente pensando que, só por isso, estão agindo de modo responsável, precisam se abrir a algo muito maior descoberto por Lévinas. Aqueles que se esmeram em cumprir suas responsabilidades cheias de boas intenções, ainda não imaginam que há uma responsabilidade que ultrapassa os limites da liberdade de decidir ou não por uma outra pessoa. E aqui se encontra a guinada da Filosofia de Lévinas que põe a Responsabilidade acima da sua e da minha liberdade, porque só somos livres, se formos de fato responsáveis. Não é aquela responsabilidade das empresas, nem tampouco a do cotidiano como varrer uma casa, fazer compras, ir à escola, não faltar ao trabalho, ir à igreja a que se refere Lévinas, mas uma responsabilidade impregnada de desprendimento pelo outro em que o sujeito não se afasta do olhar do outro. Uma responsabilidade ilimitada que se oponha a uma outra que se mede pelos compromissos livres de uma consciência egoísta e gananciosa.
A responsabilidade como “ética da ética”, conforme apontam alguns estudiosos na Filosofia de Lévinas, vem compreendida a partir de uma frase conhecidíssima de Dostoievsky: “Somos todos culpados de tudo e de todos perante todos, e eu mais do que os outros”(EI 105). A responsabilidade do eu é infinita. Ele é responsável, não só pelos atos ilícitos que comete, mas também por aqueles que não são de sua autoria, e até mesmo pelas perseguições que sofre. Como justificar tal concepção utópica? Não seria ela inumana? Eis a resposta de Levinas: “Ser humano significa: viver como se não se fosse um ser entre os seres. Como se, pela espiritualidade humana, se invertessem as categorias do ser, em um ‘de outro modo que ser’” (EI 107). O humano emerge, quando o eu, ao invés de procurar satisfazer seus interesses, estende a mão a outrem, carregando o peso do mundo nos seus próprios ombros(Cf. KUIAVA, Evaldo Antônio. A responsabilidade como princípio ético em H. Jonas e E. Lévinas: Uma aproximação. Porto Alegre, RS. Veritas, v. 51, nº 2, junho, 2006, p. 55-60).
Após esse breve estranhamento acerca da responsabilidade, que é o ponto de discussão sobre as respostas éticas de Lévinas, observamos não ser tão simples assim ser responsável nesse contexto, uma vez que o humano está cercado de pretensões que o impedem de viver saindo de si em direção a outrem, numa espécie de obediência acolhedora da face do outro. Que possamos responder a essa RESPONSABILIDADE!
Prof. Jackislandy Meira de M. Silva
Especialista em Filosofia, Bacharel em Teologia e Licenciado em Filosofia
Páginas na net:
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Supergene permite a borboleta da Amazônia se proteger das aves
A borboleta Heliconius numata (em cima) imita o padrão da Menilae mnem
Como uma borboleta da Amazônia pode imitar nas asas os desenhos de congêneres venenosas para se proteger de deus predadores? Este misterioso mimetismo acaba de ser desvendado por cientistas, graças à análise de um "supergene", destacou um estudo publicado esta sexta-feira na edição online da revista Nature."Este fenômeno tem intrigado cientistas há séculos, inclusive o próprio Darwin", afirmou Richard Ffrench-Constant, da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
"Nós realmente ficamos impressionados com o que descobrimos", completou Mathieu Joron, do Museu Nacional de História Natural de Paris, que chefiou as pesquisas da equipe franco-britânica.
Os desenhos complexos que a borboleta amazônica 'Heliconus numata' ostenta em suas asas permitem a ela imitar seis espécies de borboletas venenosas, de sabor amargo, desagradável para as aves.
As borboletas 'Heliconus' capazes de imitar suas congêneres venenosas ('Melineae') transmitem à suas descendentes esta proteção contra os predadores.
Quatro Heliconus numata; duas Heliconus melpomene e quatro Heliconus erato (Foto: PLos Biology)
Mas, como todas as características necessárias são transmitidas?
O "supergene" situado em um único cromossomo compreende cerca de 30 genes que controlam, juntos, muitas características como a cor das asas, que são "herdadas em bloco" pela geração seguinte, explicou Mathieu Joron.
A "manutenção de boas combinações", que permite imitar diferentes espécies de borboletas venenosas, se deve a um "mecanismo quase inesperado", explicou à AFP.
Dentro do "supergene", a ordem dos genes varia nas borboletas 'Heliconus' que ostentam desenhos diferentes. Alguns genes se encontram "de costas uns para os outros", o que "suprime o processo natural de recombinação" genética no âmbito da reprodução sexuada, afirmou.
Desta forma, "os genes se comportam como blocos colados", o que evita, segundo o pesquisador, a formação de formas intermediárias de borboletas que perderiam, assim, a vantagem do mimetismo.
A existência de grupos coordenados de genes que formam um supergene já era conhecida em outras espécies, como as flores primaveras ou na camuflagem de mariposas.
www.yahoo.com.br
16 de Agosto, dia do filósofo
Foto – Silmara(esposa) e o Filósofo Jackislandy Meira – por Wantuir Everton
Hoje quero fazer uma homenagem a um filho de Jardim de Piranhas/RN. Esse jovem escolheu Florânia para ser o berço e o lar de sua mais nova família. Posso lhe atribuir inúmeros atributos: amigo, colega de trabalho, lutador, fundador de sindicato, de professor, paciente, conselheiro, especialista, inteligente, ótimo escritor de textos reflexivos, padre, pastor, teólogo, flamenguista, culto, honesto, sabedor das ideias ocultas…
Todavia quero enaltecê-lo pelo seu dia. Hoje, dia 16 de agosto, é dedicado ao Dia do Filósofo. Pois bem, essa dedicatória é para o meu amigo Filósofo Jackislandy Meira. Estendo também essa saudação e parabéns a todos os homens e mulheres que se dedicam e que enveredam pelo mundo das ideias, das controvérsias, dos porquês, da lógica e COISAS afins.
Quero que essa homenagem chegue até Max Bezerra, filósofo e filho de Florânia (atualmente reside em Natal). Grande idealista de dias melhores por sua amada terra natal. Gente boa e tranquila.
A todos, saudações “platônicas, agostinianas, marxistas, kantianas, nietzschianas e cristãs”.
Por Junior Galdino
In www.coisasdeflorania.com
Gratidão:
Júnior, meu caro, muitíssimo obrigado pelas palavras em homenagem ao filósofo. Nesse dia, permita-me dizer, AS COISAS DE FLORÂNIA filosofaram! Aproveitando sua filosofia, Júnior, uma vez que filósofo(bem como qualquer ciência ou área de conhecimento) não é aquele que tem um diploma que o reconheça como tal, mas o que se põe a caminho sem ver o fim de uma ATIVIDADE dinâmica e contínua de estranhar as coisas, os outros, os conceitos, a vida para, a partir disso, tomar uma atitude sábia de revisão de valores que implique um novo refazer de si mesmo, do outro e de sua responsabilidade com tudo isso. Mais uma vez, obrigado por me deixar até um pouco lisonjeado com tantos adjetivos, mas que transparecem a visão e a sensibilidade de um geógrafo, artista, criativo, dinâmico, abençoado por Deus, pai de família, trabalhador, enfim, enche de entusiasmo o ambiente por onde passa. Lembre-se, todos nós somos filósofos! Não só pensar e refletir são os ossos de nosso ofício, mas também estranhar “o mesmo” em direção ao “outro” que nos ajude a promover um lar, um mundo onde o humano viva feliz. É por aí, parabéns pra você também, até mais.
Por Jackislandy
In www.coisasdeflorania.com
Gratidão:
Júnior, meu caro, muitíssimo obrigado pelas palavras em homenagem ao filósofo. Nesse dia, permita-me dizer, AS COISAS DE FLORÂNIA filosofaram! Aproveitando sua filosofia, Júnior, uma vez que filósofo(bem como qualquer ciência ou área de conhecimento) não é aquele que tem um diploma que o reconheça como tal, mas o que se põe a caminho sem ver o fim de uma ATIVIDADE dinâmica e contínua de estranhar as coisas, os outros, os conceitos, a vida para, a partir disso, tomar uma atitude sábia de revisão de valores que implique um novo refazer de si mesmo, do outro e de sua responsabilidade com tudo isso. Mais uma vez, obrigado por me deixar até um pouco lisonjeado com tantos adjetivos, mas que transparecem a visão e a sensibilidade de um geógrafo, artista, criativo, dinâmico, abençoado por Deus, pai de família, trabalhador, enfim, enche de entusiasmo o ambiente por onde passa. Lembre-se, todos nós somos filósofos! Não só pensar e refletir são os ossos de nosso ofício, mas também estranhar “o mesmo” em direção ao “outro” que nos ajude a promover um lar, um mundo onde o humano viva feliz. É por aí, parabéns pra você também, até mais.
Por Jackislandy
Natureza e graça
Cena do filme Árvore da Vida |
A vida é feita de escolhas. Uma das escolhas mais sérias na vida é o modo como vivemos a vida, se como graça ou como natureza. Essa questão é uma alternativa clássica na filosofia cristã, mais especificamente de Santo de Agostinho, morto no ano 430 d.C. Duas de suas obras, "Natureza e Graça" e "Confissões", são essenciais para entendermos este problema.
O novo filme do misterioso cineasta americano Terrence Malick (que despreza o glamour da indústria do cinema e das festas da mídia) se abre com esta questão. "Árvore da Vida" foi o vencedor da palma de ouro de Cannes deste ano.
Malick é um cineasta que faz da espiritualidade a matéria-prima de seu cinema, como, por exemplo, o russo Tarkovski fazia.
Já em "Além da Linha Vermelha", de 1998, com a espiritualidade na guerra, e "O Novo Mundo", de 2005, com a espiritualidade do encontro com o "outro", Malick faz da voz em "off" de seus personagens um apelo desesperado da espécie humana em busca do sentido de nossa aventura na Terra. Em Malick, cada agonia do indivíduo (cada "voz") é arquetípica do humano.
Por favor, não entenda "espiritualidade" aqui como essas bobagens de sofás que você muda de lugar para melhorar a energia da sua casa ou uma palavra para você falar de suas manias com cristais ou expectativas reencarnacionistas.
"Espiritualidade" aqui significa a indagação essencial se a vida é fruto de uma força cega ou fruto de uma intenção bela, confrontada cotidianamente com o sofrimento inquestionável da vida.
Segundo a personagem feminina principal, a mãe dos três filhos (um deles, quando adulto, será Sean Penn) e esposa de Brad Pitt no filme, interpretada pela belíssima ruiva Jessica Chastain, há duas formas de viver: "The way of grace or the way of nature" (segundo a graça ou segundo a natureza). Podemos também traduzir "way" aqui por caminho, modo, forma ou maneira.
Esta é a chave para o entendimento mais profundo deste filme. Sem ela, você poderá ficar rodando em círculos ao redor do encontro, no enredo, entre a origem do universo e da vida na Terra (narrada em maravilhosas imagens cósmicas e paleontológicas) e a história da família que tem essa "mística" como mãe e que nos primeiros minutos recebe a notícia da morte de um de seus filhos na guerra do Vietnã (o "filho mais doce e generoso" dos três).
Eu, que sou uma pessoa essencialmente atormentada pela melancolia (como dizia semana passada ao comentar outra recente pérola do cinema, o filme "Melancolia" de Lars von Trier), considero esse conceito de "graça" do cristianismo uma das maiores criações da filosofia ocidental, além do conceito de Deus, claro.
A graça sempre me encanta e, no cristianismo, ela é o "modo" de Deus criar as coisas.
Toda vez que o mundo (e nós nele) surpreende, saindo de sua constante miséria interesseira, vaidosa, traiçoeira, monotonamente previsível, eu sinto o cheiro da graça.
Tivesse eu que definir o modo como vivo, diria, entre a melancolia e a graça. Para mim, não há nada entre elas, só abismo.
Peço aos inteligentinhos que me poupem o blá-blá-blá do jardim da infância sobre as críticas ao cristianismo ou ao conceito de Deus. Proponho que hoje vão brincar no parque.
A graça é generosa, não pensa em si mesma, pode ser humilhada, ignorada, desprezada, mas ainda assim ela dá vida. A natureza só pensa em si mesma, submete todos a ela, é escrava de sua fisiologia, ao fim, vira pedra.
Do filme |
Se a vida é fruto da graça, ela é dádiva de beleza e de bondade, se ela é apenas natureza, ela é cega e sem sentido.
O adulto Sean Penn será o herdeiro agoniado desta questão: a vida é graça ou mera natureza? "Devo ser competitivo", como o pai o ensinou a ser (a natureza), ou "generoso", como a mãe lhe dizia (a graça)? A morte prematura do irmão será intransponível? Como amar a vida diante da morte? Seria ela a derrota da graça? A vitória da natureza cega?
Cada morte é como se fosse a primeira morte no mundo.
domingo, 14 de agosto de 2011
Os infortúnios da melancolia
por Luiz Felipe Pondé para Folha
Marquês de Sade (século 18) escreveu, entre outras obras, "Justine ou os Infortúnios da Virtude", sempre vista como uma obra erótica ou de crítica política. Mas ela é mais do que isso.
Se Sade fosse apenas um escritor "jacobino" (como fazem dele os maníacos por crítica política) ou um escritor que só fala de sexo (como fazem dele os risíveis defensores da redenção humana através de uma gozada na boca de uma assustada menina de 13 anos que engole o esperma em prantos), ele seria um escritor menor.
Não, Sade era um filósofo que achava que a natureza é má, incluindo a natureza humana e sua história. O "divino" marquês se inscreve numa tradição (dos trágicos, gnósticos, maniqueus, cátaros) que se pergunta se a natureza (ou Deus) não seria em si má, cruel e perversa. Não seria o cosmo uma câmara de torturas?
Eu, nos meus piores dias, me pergunto se essa tradição não teria razão. Guardo-a em minha alma como um veneno íntimo, uma irmã gêmea, sempre em vigília, pronto a me asfixiar de lucidez.
A marca mais "física" dessa dúvida (quanto à validade da vida e de seus infinitos rituais inúteis) é quando o corpo fica muito pesado e o próprio caminhar se torna uma tarefa impossível -como no caso da personagem melancólica Justine do novo filme de Lars von Trier, "Melancolia".
Muitos dos grandes filósofos, como Descartes, Pascal, Leibniz e Kant (entre outros) temiam que esses pessimistas tivessem razão e que o único afeto inteligente diante da vida fosse a tristeza, ou, melhor dizendo, num vocabulário filosófico elegante, a melancolia. Se os melancólicos tiverem razão, "não há esperanças para nós", como vaticina a profetisa melancólica Justine de Von Trier.
O cineasta dinamarquês vem dialogando com essa tradição há algum tempo. Sua briga não é com a sociedade apenas contemporânea (ou do "capital", como creem os ingênuos ou mal informados), sua discussão é bem mais profunda do que pensa nossa vã filosofia.
Em "Dogville", Grace (graça!), mulher linda, trabalhadora e generosa, ao final, se torna, com razão, vingativa e assassina porque os habitantes de Dogville eram como cães miseráveis. Em "Anticristo", a mãe prefere gozar a impedir que o filho pule pela janela (além de torturá-lo com pequenas coisas ao longo de sua curta vida). Ela é a testemunha encarnada de que "aqui reina o caos" e de que a "natureza é o templo de Satã".
A razão, em "Dogville", e a psicologia "científica", em "Anticristo", são objetos de ironia cruel. Em "Melancolia", o cunhado milionário da melancólica é o risível (e covarde) crente nos cálculos da ciência oficial que nega a rota de colisão entre a Terra e o gigantesco planeta chamado Melancolia.
Lars von Trier nos dá sua versão dos infortúnios de Justine. Se em Sade ela é a vítima indefesa da crueldade de uma natureza que ama torturar suas criaturas, revelando a inutilidade da virtude no mundo (lembremos que Sade usa o nome Justine como alternativa para "infortúnio"), em Von Trier ela é a vítima indefesa da melancolia porque (sempre) percebeu que "a vida na Terra é má" e condenada. Um acaso isolado e único no universo: "Estamos sós", diz a profetisa Justine.
Mesmo a comida mais gostosa revelará seu sabor verdadeiro: a substância última das coisas são as cinzas. Ao tocar o mundo com a boca, a profetisa Justine sente o "gosto" da verdade infeliz das coisas.
No filme, melancolia não é apenas o nome de uma doença, mas o nome do planeta que prova que os melancólicos são profetas.
Quando finalmente se comprova a inevitabilidade da "dança da morte" (nome dado no filme para a rota de colisão), Justine aparentemente sai da tristeza e se revela a mais corajosa das duas irmãs. Ela não se cura, o universo é que deixa de "mentir" sobre si mesmo.
Numa noite clara, ela oferece seu corpo nu ao planeta Melancolia, como uma mulher apaixonada faz para seu amante, buscando seu beijo. Uma declaração de amor à morte.
Imagine, nesta segunda-feira, por um instante, se Justine tiver razão e estivermos mesmo sós num universo feito de cinzas.
Marquês de Sade (século 18) escreveu, entre outras obras, "Justine ou os Infortúnios da Virtude", sempre vista como uma obra erótica ou de crítica política. Mas ela é mais do que isso.
Se Sade fosse apenas um escritor "jacobino" (como fazem dele os maníacos por crítica política) ou um escritor que só fala de sexo (como fazem dele os risíveis defensores da redenção humana através de uma gozada na boca de uma assustada menina de 13 anos que engole o esperma em prantos), ele seria um escritor menor.
Não, Sade era um filósofo que achava que a natureza é má, incluindo a natureza humana e sua história. O "divino" marquês se inscreve numa tradição (dos trágicos, gnósticos, maniqueus, cátaros) que se pergunta se a natureza (ou Deus) não seria em si má, cruel e perversa. Não seria o cosmo uma câmara de torturas?
Eu, nos meus piores dias, me pergunto se essa tradição não teria razão. Guardo-a em minha alma como um veneno íntimo, uma irmã gêmea, sempre em vigília, pronto a me asfixiar de lucidez.
A marca mais "física" dessa dúvida (quanto à validade da vida e de seus infinitos rituais inúteis) é quando o corpo fica muito pesado e o próprio caminhar se torna uma tarefa impossível -como no caso da personagem melancólica Justine do novo filme de Lars von Trier, "Melancolia".
Muitos dos grandes filósofos, como Descartes, Pascal, Leibniz e Kant (entre outros) temiam que esses pessimistas tivessem razão e que o único afeto inteligente diante da vida fosse a tristeza, ou, melhor dizendo, num vocabulário filosófico elegante, a melancolia. Se os melancólicos tiverem razão, "não há esperanças para nós", como vaticina a profetisa melancólica Justine de Von Trier.
O cineasta dinamarquês vem dialogando com essa tradição há algum tempo. Sua briga não é com a sociedade apenas contemporânea (ou do "capital", como creem os ingênuos ou mal informados), sua discussão é bem mais profunda do que pensa nossa vã filosofia.
Em "Dogville", Grace (graça!), mulher linda, trabalhadora e generosa, ao final, se torna, com razão, vingativa e assassina porque os habitantes de Dogville eram como cães miseráveis. Em "Anticristo", a mãe prefere gozar a impedir que o filho pule pela janela (além de torturá-lo com pequenas coisas ao longo de sua curta vida). Ela é a testemunha encarnada de que "aqui reina o caos" e de que a "natureza é o templo de Satã".
A razão, em "Dogville", e a psicologia "científica", em "Anticristo", são objetos de ironia cruel. Em "Melancolia", o cunhado milionário da melancólica é o risível (e covarde) crente nos cálculos da ciência oficial que nega a rota de colisão entre a Terra e o gigantesco planeta chamado Melancolia.
Lars von Trier nos dá sua versão dos infortúnios de Justine. Se em Sade ela é a vítima indefesa da crueldade de uma natureza que ama torturar suas criaturas, revelando a inutilidade da virtude no mundo (lembremos que Sade usa o nome Justine como alternativa para "infortúnio"), em Von Trier ela é a vítima indefesa da melancolia porque (sempre) percebeu que "a vida na Terra é má" e condenada. Um acaso isolado e único no universo: "Estamos sós", diz a profetisa Justine.
Mesmo a comida mais gostosa revelará seu sabor verdadeiro: a substância última das coisas são as cinzas. Ao tocar o mundo com a boca, a profetisa Justine sente o "gosto" da verdade infeliz das coisas.
No filme, melancolia não é apenas o nome de uma doença, mas o nome do planeta que prova que os melancólicos são profetas.
Quando finalmente se comprova a inevitabilidade da "dança da morte" (nome dado no filme para a rota de colisão), Justine aparentemente sai da tristeza e se revela a mais corajosa das duas irmãs. Ela não se cura, o universo é que deixa de "mentir" sobre si mesmo.
Numa noite clara, ela oferece seu corpo nu ao planeta Melancolia, como uma mulher apaixonada faz para seu amante, buscando seu beijo. Uma declaração de amor à morte.
Imagine, nesta segunda-feira, por um instante, se Justine tiver razão e estivermos mesmo sós num universo feito de cinzas.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
SENSO DE HUMOR
O senso de humor é uma das qualidades mais admiradas numa pessoa, desde que seja natural e sincero, autêntico, como uma marca registrada talvez. Tudo se transfigura quando existe alguém bem-humorado no ambiente. O bom humor e uma brincadeira agradável são suficientes para quebrar o gelo de um ambiente frio e sem graça. A pessoa bem-humorada é uma força da natureza que entretém e irradia de alegria quem quer que seja, onde esteja. Não se trata de estar rindo à toa fingindo simpatia ou fazendo a política da boa vizinhança, mas viver naturalmente essa experiência de humor, de modo que seja uma sinergia entre você e todos à sua volta. Quando isso acontece, sua presença enche de luz todo o ambiente e contagia a todos. E a verdade seja dita: É insuportável tolerar um ambiente sem humor, sem graça, sem risos e boas gargalhadas, sem vida. Dizendo isso, como não lembrar do pensamento de Charles Chaplin: “Um dia sem riso é um dia perdido”. Não foi essa incrível sensação de humor que contagiou o Apóstolo Paulo na Prisão?! O Apóstolo, em meio a um caldeirão de adversidade por que passava, fruto da terrível perseguição que o Império Romano impôs aos cristãos, agradece a Deus pela diversão e recreação que recebeu de Onesíforo na prisão: “O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes me recreou e não se envergonhou das minhas cadeias”(2Tm 1.16).
Vejam a realidade: a indignação pelo clima de impunidade que se espalha na política brasileira; a indisposição de grande parte dos políticos, senão todos, em fazer valer a justiça social e coletiva; os ambientes públicos carregados de injustiças, perseguições políticas e corrupção; relações pessoais que não se acertam; casamentos cheios de problemas que se arrastam sem diálogo; amizades frias com inúmeros interesses; empregos rígidos e burocráticos; lideranças cansadas; chefes chatos; problemas econômicos; dívidas; problemas de saúde; a rotina; baixos salários; desemprego... O que seria de nós sem um pouco de humor? Vinícius de Morais, numa de suas canções, nos diz afirmativamente: “Ponha um pouco de humor na sua vida!”. E continua: “É melhor ser alegre que ser triste. A alegria é a melhor coisa que existe”. O bom humor é uma das saídas sábias da vida, além do que acrescenta leveza em vez de rigidez; alegria em vez de seriedade demais; graça em vez de ignorância; paz em vez de truculência.
Nada melhor do que uma boa dosagem de humor em nosso dia a dia. Fico pensando o que seria de nós sem uma pitada de bom humor no trabalho, em casa ou até mesmo entre os amigos. Estaríamos todos fadados à burocracia da vida. Sim, a vida também, assim como o trabalho, pode ser levada com muita burocracia, chegando a ser insuportável às vezes, mas com muito humor o que é pesado torna-se leve, o que dá enfado torna-se agradável. O humor traz de volta o encanto e a beleza que os infortúnios da vida fizeram questão de sucumbir. Por mais difíceis que sejam as circunstâncias do momento, não há nada que justifique a ausência de bom humor para contornar ou superar todas elas.
Um filósofo clássico que viveu por volta do séc IV a.C. expressou sua indignação pelo riso. O senso de humor é a marca registrada desse filósofo, pois admitia que o riso torna o homem sábio. Conta a tradição que ria de tudo e dava grandes gargalhadas, o que não diminuía em nada a importância de suas pesquisas filosóficas ao ponto de desafiar o próprio Platão. Tenho a impressão de que Demócrito com o seu bom humor tenha nos levado à sabedoria, mas seus estudos da sensação nos levaram à Aristóteles.
Prof.: Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bacharel em Teologia, Licenciado em Filosofia e Especialista em Metafísica
Páginas: www.umasreflexoes.blogspot.com
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Harpa cristã: Em Jesus
Em Jesus, vivendo cada dia,
Em Jesus eu tenho alegria!
Em Jesus, oh, doce harmonia!
Em Jesus, desfruto a paz de Deus!
Em Jesus, na rocha inabalável,
Em Jesus, no homem incomparável!
Em Jesus, no Deus tão adorável!
Em Jesus, o mal não temerei!
Em Jesus a graça é infinita,
Em Jesus, oh! bênção inaudita;
Em Jesus, minh'a!ma é bendita;
Em Jesus eu tenho salvação!
Em Jesus não temo o mal e a morte,
Em Jesus estou firmado e forte!
Em Jesus meu barco ruma ao norte;
Em Jesus eu sempre hei de vencer!
Em Jesus eu tenho alegria!
Em Jesus, oh, doce harmonia!
Em Jesus, desfruto a paz de Deus!
Em Jesus, na rocha inabalável,
Em Jesus, no homem incomparável!
Em Jesus, no Deus tão adorável!
Em Jesus, o mal não temerei!
Em Jesus a graça é infinita,
Em Jesus, oh! bênção inaudita;
Em Jesus, minh'a!ma é bendita;
Em Jesus eu tenho salvação!
Em Jesus não temo o mal e a morte,
Em Jesus estou firmado e forte!
Em Jesus meu barco ruma ao norte;
Em Jesus eu sempre hei de vencer!
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
O polegar para cima!
Interessante. Quase sempre sou pego de surpresa multiplicando esse gesto por aí. Quando vejo um amigo ou mesmo um colega de profissão, o cumprimento ou a saudação vem-me logo de imediato, um polegar para cima. Às vezes, não sei nem se estou tão pra cima assim, mas o engraçado é que não me importo em saudar as pessoas dessa maneira. Vejo que há uma massa quase uniforme desfilando pelas ruas e calçadas das cidades dispensando como eu incontidos gestos com o polegar para cima. Ou para desejar sorte ou para dizer apenas um “olá”, um “como vai”, um “ok”. O curioso é que a importância que se dá a um gesto tão popular, tão nobre, mas não menos amistoso, é banal. É simples: Não damos a este ato a importância que ele carrega.
Se banalizamos o gesto pelas vezes que se repete durante o dia, a memória da história não será capaz de nos fazer livrar da importância que há nele. É dramática a cena do filme “Quo Vadis”(“Aonde vais”? Pergunta dirigida pelo apóstolo Pedro a Jesus Cristo que lhe apareceu, no momento, em que Ele, Pedro, havendo fugido do cárcere, ia deixar Roma), quando representa a entrada dos cristãos na arena romana, entregues aos leões e subjugados a uma ordem que estava por vir de cima do trono de Roma, Nero. Impiedoso, perseguidor e doente, não teve clemência ao ver uma multidão de cristãos dentro da arena esperando dramaticamente um polegar para cima. A decisão de Nero foi outra, um polegar para baixo que passou para a história como uma das maiores barbaridades feitas até então. Em meio à crueldade do Império Romano no início da era cristã, o gesto se repetia ora para baixo, ora para cima. Significando quando para baixo morte, quando para cima vida, sobrevivência.
Se banalizamos o gesto pelas vezes que se repete durante o dia, a memória da história não será capaz de nos fazer livrar da importância que há nele. É dramática a cena do filme “Quo Vadis”(“Aonde vais”? Pergunta dirigida pelo apóstolo Pedro a Jesus Cristo que lhe apareceu, no momento, em que Ele, Pedro, havendo fugido do cárcere, ia deixar Roma), quando representa a entrada dos cristãos na arena romana, entregues aos leões e subjugados a uma ordem que estava por vir de cima do trono de Roma, Nero. Impiedoso, perseguidor e doente, não teve clemência ao ver uma multidão de cristãos dentro da arena esperando dramaticamente um polegar para cima. A decisão de Nero foi outra, um polegar para baixo que passou para a história como uma das maiores barbaridades feitas até então. Em meio à crueldade do Império Romano no início da era cristã, o gesto se repetia ora para baixo, ora para cima. Significando quando para baixo morte, quando para cima vida, sobrevivência.
Não tento aqui explicar de modo algum a origem de tão caro gesto, mesmo que se saiba que é da época dos duelos entre gladiadores, na Roma antiga, quando das competições em jogos e quando das exposições para o divertimento de autoridades romanas, porém o gesto passou para nós com uma carga de afirmação muito grande, de positividade mesmo. Parece até que esquecemos o polegar virado para baixo. O fato é que, embora o gesto não seja tão comum para baixo como o é para cima, o polegar virado para baixo é sinal de algo muito ruim, chegando até ser indelicado para alguém repetir tal gesto.
Engraçado, mas só para ilustrar, os políticos nunca o fazem para baixo consigo mesmos, mas só para cima, chegam a posar para as câmeras com os dois polegares para cima. Show! Flashes! Aplausos!
Prefiro fazê-lo para cima, mesmo que inconsciente. Acho que mais do que um “ok” dos americanos, o polegar para cima é sugestivo e entusiasma quem o faz e quem o recebe. Se o levarmos para a esteira da compreensão cristã, o ato quer dizer vitória e triunfo sobre os inimigos. Talvez com ele, repetidas vezes, estejamos nos libertando das permissões de morte que o império romano confirmou virando simplesmente o polegar baixo, ceifando inúmeras vidas. Ainda bem que, à medida que os polegares eram virados, a exemplo do filme “Quo vadis”, muitos cristãos elevavam suas vozes aos céus clamando por misericórdia e justiça, certos de que aquelas vidas ainda poderiam ser salvas.
Eis aí um bom motivo – e a história é testemunha disso – para nunca baixarmos nossos polegares para ninguém, pois é um bárbaro sinal de homicídio. Espalhemos por aí o “polegar para cima”, entregando às pessoas a vitória e o bom ânimo, vida. Ah, se pudéssemos reverter o sinal de Nero e de outros imperadores sanguinários, quantas vidas não seriam poupadas! Mas, pelo que deveria ser a história e não foi, vai um “ok” para você.
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia, Especialista em Metafísica.
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