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sexta-feira, 31 de julho de 2009

PRA FRENTE COM O PISO, PROFESSORES!!!


Grande parte de Florânia tem sofrido dias amargos por causa dos cinismos, das perseguições políticas a funcionários do efetivo, da falta de compromisso com as prioridades do Município e dos descasos com a administração pública, tão claros e tão evidentes nas ações do atual Prefeito. Suas posições acerca de quase tudo como “homem público” são virulentas ao ponto de entendermos porque muitos políticos nesse enorme país continuam a tratar um bem público, isto é, de todos, como se fosse deles. Como o nosso tem muitos por aí afora mexendo no dinheiro de todos como se fosse deles. É uma lástima e um atraso politicamente, uma vez que essas ações só fazem aumentar ainda mais o índice de políticos corruptos em nosso país.
E como se não bastasse, o pretenso Prefeito rejeita abertamente todas as propostas da classe dos professores do nosso município, no que diz respeito ao pagamento de uma pequena, diria até irrisória parcela de 25% do Piso Nacional do Salário de Professores como exigência da Lei Federal implementada pelo FUNDEB. Já era de se esperar, mais uma vez o gestor da cidade recusa-se a seguir as determinações legais. Parece estranho a um prefeito com formação de advogado viver desobedecendo a tantas Leis!
Diferentemente de outros gestores de nosso Seridó e até de nosso Estado, o de Florânia ainda não teve a honra, o dever de começar a pagar dignamente o Piso salarial dos Professores. Só pra termos uma ideia, enquanto Lagoa Nova paga integralmente o Piso, Currais Novos 75%, Florânia está muito atrás, pois já é mês de agosto, praticamente fim de ano, no entanto ainda não recebeu nada. A categoria, que já está no prejuízo quanto as negociações, luta junto ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação – SINTE – para amenizar o sofrimento na intenção de chegar a um justo consenso.
A luta é árdua, mas não imerecida. Pra frente com o Piso! Basta olharmos à nossa volta. As pessoas com quem convivemos, com quem partilhamos nossas necessidades. Prestemos atenção aos servidores públicos, inclusive, ao Prefeito. Do Prefeito ao Gari. Sim, o Gari, porque até para esta função, hoje em dia, presta-se concurso se quiser trabalhar. Um médico, um dentista, um vereador, um carteiro, um advogado... Todos nós um dia tivemos que passar pelas mãos cuidadosas de um Professor. Respeitem o Professor! Ele faz parte das várias etapas de formação de toda uma vida. O Professor devia, pelo cargo que assume, pela responsabilidade que tem em suas mãos de despertar nas pessoas e nos cidadãos inúmeras vocações, ganhar muito bem nesse país. No entanto, passa despercebida aos olhos descuidados de muitos o requinte dessa atividade que anda mal remunerada e desestimulada.
É preciso refletir esse momento em que estamos vivendo. Não podemos desprezar o cumprimento do Piso Nacional. A palavra de ordem é cumprir. Cumprir sim, pois nossa sociedade esperou ardentemente por um momento tão oportuno como este, de garantir os direitos justos aos nossos professores e, diga-se de passagem, a começar pelo SALÁRIO. O professor formado - que passou anos e anos queimando suas pestanas, preocupando-se com inúmeras teorias, com diferentes estudos, com intensas horas de estudo e de trabalho, tendo alguns até de sustentar a família nesse tempo – não pode, não deve, não tem o direito de achar que a classe dominante está com a razão. Essa postura não tem mais espaço no contexto político e social em que discutimos direitos e garantias. O Piso é direito garantido, só estamos querendo que se cumpra, e pronto!
A luta pelo cumprimento dessa garantia não é só dos professores, mas também de toda uma sociedade chamada Florânia. Pais e alunos estão conosco. A comunidade Escolar Municipal deve estar conosco. Acordemos e aumentemos nossa expectativa positiva em benefício de todos os professores da terra das Flores. Vale a pena reivindicar pelos Professores!
Terminamos essa discussão motivados pelas palavras de Paulo Freire numa entrevista que deu, certa vez, sobre os educadores quando ainda estava entre nós: “Hoje, como ontem, como amanhã, cabe à educadora, ao educador com sensibilidade histórica e política, encontrar os veios da ansiedade popular. Por mínimos que sejam esses veios, partindo deles, estará dado o salto, não apenas para o esclarecimento de ansiedades populares, que é a ansiedade de arrepiar esta sociedade numa perspectiva socialista, correta, democrática e profunda.”


Jackislandy Meira de M. Silva, Professor.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A providência, o milagre e o filósofo...



A providência é a ordenação às criaturas para o seu fim, dando-lhes os meios necessários para a realização deste fim. Deus terá um cuidado especial para com o homem porque este é praticamente a síntese de toda Criação, é uma substância individual e racional.
A história humana se acha marcada por esse momento, por essa hora em que sofria a morte um inocente! Este inocente é Jesus Cristo.
A providência de Deus é um mistério como princípio de resposta para a dor e sofrimento dos inocentes, do servidor que sofre.
É por amor do homem e da dignidade humana que Cristo não foi tirado de seu sofrimento e de sua dor.
Deus age com sabedoria infinita, bondosa e onipotente que vem se manifestando em prodígios fabulosos como um milagre, por exemplo, a ressurreição de Lázaro. O milagre no sentido de uma derrogação das leis ordinárias, das leis da natureza. Visível ou não o milagre é raro, devido à multidão de efeitos que acontecem em nosso meio. Com um milagre, Deus muda esse mundo num detalhe, num aspecto.
O gosto do maravilhoso que este homem contemporâneo tem, veio deplorar a vida dos santos e da santidade. A verdade é mais bela de que todos os produtos da imaginação com todos os seus artifícios e adereços. Por isso não podemos aceitar como milagre qualquer coisa, e nem todas as coisas podem ser milagres, devemos ter cuidado com os artifícios da maldade humana.
Se Deus existe e nos ama, Ele pode fazer o que quer e quando quer.
“Senão vedes milagres e prodígios, não acreditais”(Jo. 4).
Deus usa o milagre para nos despertar de sua presença, de sua doutrina... Para nos fazer recordar a presença da graça em nós. Deus é tão bom, tão poderoso, tão sábio quando multiplica os pães e cura os doentes, etc...
O milagre requer duas coisas. Primeiro que ele seja insólito porque quebra o curso normal da natureza, mas que continua o curso novamente, depois, que ele seja divino. Espécies de milagres: 1)O milagre está acima da natureza, o corpo glorioso de Cristo, a ressurreição de Lázaro, a cura do cego de nascença...; 2)O milagre contra-natureza, a coexistência de corpos num mesmo lugar, a conservação das crianças na fornalha ardente, o caminhar de Pedro sobre as águas; 3)O milagre além da natureza, uma cura instantânea.
Diante de tantas evidências de que o milagre é plenamente possível, é de costume alguns agnósticos se perguntarem: É possível o milagre? É reconhecível um fato realmente milagroso? Ele é cognoscível como fato histórico? Ele pode ser reconhecido como divino ou como provindos de forças diabólicas?
Tais questões postas acima se caracterizam um inteiro absurdo! Mas, atentemos às respostas. Antes, é preciso afirmar que a negação do milagre nega supostamente a existência da Religião. Os racionalistas negam a Ressurreição de Cristo porque o milagre, segundo eles, não é fato histórico. Primeiro, o milagre é possível, senão houver nenhuma repugnância da parte de Deus e da parte das criaturas. Segundo, é discernível sim como fato absolutamente histórico relacionado como a qualquer outro fato histórico. Agente também pode estudar o milagre como fato miraculoso. Por exemplo, o cego de nascença... A partir dessas primeiras objeções podemos supor que o milagre é concernente como vindo de Deus. Enfim, o milagre é um fato divinamente realizado e não diabolicamente: a pessoa é boa, o objeto é bom, o fim é bom. Portanto, o milagre é bom porque nos indica a Glória de Deus. Acontece ainda hoje para se manifestar a bondade e a majestade divina. Bendito seja Deus! Aleluia! Aleluia! Aleluia!


Texto: Jackislandy Meira de Medeiros Silva, professor e filósofo.
www.umasreflexoes.blogspot.com e www.chegadootempo.blogspot.com

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O pensar de Berkeley por mim mesmo.



Foi um bispo irlandês, que viveu entre 1685 e 1753. Um filósofo para quem a Filosofia e a ciência de seu tempo constituíam uma ameaça para a visão cristã do mundo. Além disso, Berkeley achava que o materialismo, cada vez mais consistente e difundido, colocava em risco a crença cristã de que Deus criou e mantém vivo tudo o que existe na natureza...
Ao mesmo tempo, porém, Berkeley foi um dos mais coerentes representantes do empirismo. Ele também era da opinião de que não podemos saber do mundo mais do que percebemos pelos nossos sentidos. E não apenas isto, mas dizia que as coisas do mundo são, de fato, exatamente da forma como nós as percebemos, mas que não são “coisas”.
Locke chamara a atenção para o fato de não podermos afirmar nada sobre “as qualidades secundárias” das coisas. Nesse caso, não podemos afirmar que uma maçã é verde ou azeda. Tudo o que podemos dizer é que nós a percebemos assim. Mas Locke disse também que “as qualidades primárias”, tais como: a densidade, o peso, a gravidade, realmente pertencem à realidade que nos cerca. Esta realidade exterior teria, portanto, uma “substância” física. É aqui o ponto em que Locke se assemelha a Descartes e Spinoza, uma vez que considerava o mundo físico uma realidade.
É justamente isso que Berkeley põe em dúvida. E ele o faz baseado num empirismo muitíssimo coerente. Berkeley diz que tudo o que existe é só o que percebemos, mas que aquilo que percebemos não é “matéria” ou “substância”. Não percebemos as coisas como “coisas” tangíveis. Para ele, pressupor que aquilo que percebemos possui uma “substância” que lhe é inerente não passa de uma conclusão precipitada. Nesse caso, faltam-nos meios para provar o que afirmamos com base na experiência. “O impacto da mão contra uma coisa dura”. Você experimentou nitidamente a sensação de bater em alguma coisa dura, mas não sentiu a verdadeira matéria da mesa. Da mesma forma, você pode sonhar que está batendo em alguma coisa dura, embora no sonho esta coisa não exista.
Você pode induzir alguém a achar que ele ou ela é capaz de “sentir” qualquer tipo de coisa. Uma pessoa pode ser hipnotizada e achar que sente calor e frio, ou então, que está sendo acariciada ou levando um soco na cara.
No entanto, se não foi a solidez da mesa em si, o que me levou a sentir o que eu senti?
Berkeley acreditava que foi a vontade ou o espírito. Ele acreditava também que todas as nossas idéias tinham uma causa fora de nossa consciência, mas que esta causa não era de natureza material. Para Berkeley, esta causa de que estamos falando era de natureza espiritual.
A partir disso, a genialidade desse filósofo vai ao ponto de pensar que minha alma pode ser a causa das minhas próprias ideias, assim como acontece quando sonho. Mas só outra vontade, somente outro espírito pode ser a causa das ideias que formam nosso mundo material. Berkeley dizia que tudo vinha do “espírito onipresente, por meio do qual tudo existe”.
E que espírito seria este?
É claro que Berkeley está pensando em Deus. Ele chegou mesmo a afirmar que percebemos com mais nitidez a existência de Deus do que a existência de qualquer outra coisa, a existência de qualquer outra pessoa.

Jackislandy Meira de Medeiros Silva. Professor e filósofo.
www.umasreflexoes.blogspot.com
www.chegadootempo.blogspot.com

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Uma ligeira comparação entre o Antigo e o Novo Testamentos.

O tema fundamental do Antigo Testamento é a aliança que Deus instaura com seu povo depois do Êxodo. O Antigo Testamento é baseado na experiência da salvação, mas sobretudo na Promessa, pois se prometeu é Fiel. Israel espera uma nova e eterna aliança. Uma aliança escrita nos corações de todos como falavam os Profetas. Portanto, a tônica do Novo Testamento é diferente da tônica do Antigo Testamento. No Novo Testamento, o acento é colocado na realização da Promessa. A salvação é já dada de forma definitiva pela ação de Deus. No Novo Testamento, o cristão é já alguém salvo(At. 2.47) por causa da encarnação e da Páscoa de Cristo. O tema da confiança que era específico do Antigo Testamento não é eliminado, mas é enriquecido pelo tema da experiência de uma salvação definitiva.
Antigo Testamento tem por base a Promessa que Deus faz com o homem, através da confiança e da esperança. Já o Novo Testamento intensifica amiúde a realização dessa Promessa desde Abraão até os nossos dias, passando pela presença definitiva e plena do Salvador da História e do Mundo.
O mistério de Deus e a Salvação são realidades não apenas desejadas para o homem, mas sim fatos que se tornam objetos de experiência. A Salvação é algo que toca, restaura, mexe com nossa estrutura, sara todas as feridas porque estabelece conosco uma experiência humana. De Deus, os homens podem ter uma experiência única e verdadeira. O Novo Testamento proclama o evento de Deus que se faz carne na História. E pode ser encontrado, conhecido e experimentado. Aqui emerge a grande diferença entre Cristianismo e as Religiões. Deus responde a uma expectativa humana muito maior do que o homem esperava.
O grande teólogo americano do século passado R. Niebur disse: “Nada é tão inacreditável quanto a resposta a uma pergunta que não se coloca”.
No Novo Testamento, Deus se revela como resposta a sede do homem. Uma resposta ao grito do homem que se torna próxima, familiar ao homem, próxima à existência do homem. Isso é bem claro na perícope da Samaritana:
“E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido o que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João, deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia. E era-lhe necessário passar pó Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água; disse-lhe Jesus; Dá-me de beber. Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-lhe pois a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” Aqui, pelo diálogo, Jesus quebra o obstáculo que havia entre judeus e samaritanos. Não há mais preconceito. Em Jesus, a misericórdia se torna plena, uma vez que o exemplo vem de suas ações e palavras. Assim continua Jesus o diálogo: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz – Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde pois tens a água viva? És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado? Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe se fará nele uma fonte d’água que salte para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la”(Jo. 4.1-15). E o diálogo com Jesus continua por mais algum tempo.
O que é mais pertinente aqui é o fato de Jesus participar da experiência de vida da samaritana a ponto de mostrar-lhe quem realmente era, o Salvador que estava ali para saciar a sede de todos os pecadores, tantos quanto reconhecessem estar sedentos da água da vida eterna, não de uma água natural, mas espiritual que, com a qual, nunca mais teremos sede. Jesus, agora, é a realização plena, transbordante de nossas vidas. Vamos todos até Ele, a fim de bebermos da água que jorra para vida eterna.
Professor e filósofo Jackislandy Meira de M. Silva