A política está mergulhada nas contingências das massas em todos os tempos e lugares da história. Até mesmo na Grécia, na velha Hélade onde tudo começou, o poder era demasiadamente volátil, tão passageiro, artificial, fugaz e abstrato como o é hoje em dia.
Tanto é que se herdava a autoridade política não por lei, não por direito constituído devido à cidadania, não pelo voto direto e participativo, mas por caprichos de alguns e por privilégios de uma pequena parte da população ateniense que detinha o poder nas mãos em detrimento da vontade alheia dos escravos, das mulheres, dos camponeses, dos artesãos e de outros menos favorecidos.
O poder de administrar um “genos”, uma colônia, uma província era o mesmo que assumir uma cooperativa, uma associação de bairro, um grupo de jovens ou o poder de uma família, baseado em muita liderança, domínio público e persuasão. O que não acontecia ao administrar uma Cidade Estado do nível de Atenas, onde o poder era transmitido, passado, transferido de Pai para filho, de Oligarquia para Oligarquia e, diga-se de passagem, geneticamente. Não era algo conquistado a duras penas, infelizmente. No entanto, as circunstâncias eram outras, bastante diferentes das de hoje.
A Idade Média fora marcada pela união entre Igreja e Estado possibilitando a centralização dos interesses políticos, econômicos e sociais por mil anos. Estava nas mãos da Igreja, dos clérigos, dos episcopos e de outras autoridades eclesiásticas a direção tempo/espaço da política Ocidental. Este sim fora um período em que as circunstâncias políticas nada tinham de favoráveis à Democracia e à participação popular na escolha de seus possíveis representantes.
As circunstâncias da modernidade em relação à política estão arraigadas aos valores de suas oligarquias, de suas famílias, de seus “genos”. Estas, por sua vez, sentem-se no “status quo” da arte política, no sentido de somente elas terem condições genéticas para fazer política. Daí, cabe-nos aqui intrigantes perguntas: “Para se fazer política é necessário herdar tais condições?”; “As Oligarquias predominam?”; Os “Maias” e os “Alves” ainda resistem às circunstâncias modernas da política, sobretudo aqui no RN?; “Qual é a Tua, Candidato?”; “És um representante do povo ou de uma família apenas?”.
Na política atual, o candidato que se propõe a um cargo eletivo para servir ao povo, deveria simples e tacitamente justificar sua posição de “candidatus” por ter saído de uma porção da comunidade popular e participativa democraticamente, pois, afinal, é quem o vai ou não eleger.
Os tempos são outros. As circunstâncias também. As relações de poder são brindadas com mentiras e verdades, com interesses escusos e outros mais. Parece-nos que a influência das oligarquias na política brasileira vem dando lugar, aos poucos, à política de alianças, de acordos, de negociações. Umas para o desenvolvimento, outras nem tanto.
Em nosso país, é comum compreendermos a política como “coisa”: leis, plebiscito, partidos, estatísticas, eleições; de modo que atualmente, somos inclinados a vê-la como peça de engrenagem, na fabricação dos “objetos”. Política de mercado. Política de opinião. Política de negócios. Porém, é isso a Política? Um negócio!? Segundo Luiz Inácio Lula da Silva, a política se constitui como a arte da negociação e das convergências. Num certo sentido, sim.
A filósofa Hannah Arendt assim especificou o caráter ou a nossa condição de “zoon politikon”, como um agente da política, caracterizado pelas relações entre os homens na esfera pública. Segundo ela, a compreensão da política é vinculada à questão da liberdade e da espontaneidade. É vista para além das discussões burocráticas e mesquinhas. Antes, passa pela recuperação da idéia de que o livre agir é o agir em público, e público é o espaço original da política.
Tanto é que se herdava a autoridade política não por lei, não por direito constituído devido à cidadania, não pelo voto direto e participativo, mas por caprichos de alguns e por privilégios de uma pequena parte da população ateniense que detinha o poder nas mãos em detrimento da vontade alheia dos escravos, das mulheres, dos camponeses, dos artesãos e de outros menos favorecidos.
O poder de administrar um “genos”, uma colônia, uma província era o mesmo que assumir uma cooperativa, uma associação de bairro, um grupo de jovens ou o poder de uma família, baseado em muita liderança, domínio público e persuasão. O que não acontecia ao administrar uma Cidade Estado do nível de Atenas, onde o poder era transmitido, passado, transferido de Pai para filho, de Oligarquia para Oligarquia e, diga-se de passagem, geneticamente. Não era algo conquistado a duras penas, infelizmente. No entanto, as circunstâncias eram outras, bastante diferentes das de hoje.
A Idade Média fora marcada pela união entre Igreja e Estado possibilitando a centralização dos interesses políticos, econômicos e sociais por mil anos. Estava nas mãos da Igreja, dos clérigos, dos episcopos e de outras autoridades eclesiásticas a direção tempo/espaço da política Ocidental. Este sim fora um período em que as circunstâncias políticas nada tinham de favoráveis à Democracia e à participação popular na escolha de seus possíveis representantes.
As circunstâncias da modernidade em relação à política estão arraigadas aos valores de suas oligarquias, de suas famílias, de seus “genos”. Estas, por sua vez, sentem-se no “status quo” da arte política, no sentido de somente elas terem condições genéticas para fazer política. Daí, cabe-nos aqui intrigantes perguntas: “Para se fazer política é necessário herdar tais condições?”; “As Oligarquias predominam?”; Os “Maias” e os “Alves” ainda resistem às circunstâncias modernas da política, sobretudo aqui no RN?; “Qual é a Tua, Candidato?”; “És um representante do povo ou de uma família apenas?”.
Na política atual, o candidato que se propõe a um cargo eletivo para servir ao povo, deveria simples e tacitamente justificar sua posição de “candidatus” por ter saído de uma porção da comunidade popular e participativa democraticamente, pois, afinal, é quem o vai ou não eleger.
Os tempos são outros. As circunstâncias também. As relações de poder são brindadas com mentiras e verdades, com interesses escusos e outros mais. Parece-nos que a influência das oligarquias na política brasileira vem dando lugar, aos poucos, à política de alianças, de acordos, de negociações. Umas para o desenvolvimento, outras nem tanto.
Em nosso país, é comum compreendermos a política como “coisa”: leis, plebiscito, partidos, estatísticas, eleições; de modo que atualmente, somos inclinados a vê-la como peça de engrenagem, na fabricação dos “objetos”. Política de mercado. Política de opinião. Política de negócios. Porém, é isso a Política? Um negócio!? Segundo Luiz Inácio Lula da Silva, a política se constitui como a arte da negociação e das convergências. Num certo sentido, sim.
A filósofa Hannah Arendt assim especificou o caráter ou a nossa condição de “zoon politikon”, como um agente da política, caracterizado pelas relações entre os homens na esfera pública. Segundo ela, a compreensão da política é vinculada à questão da liberdade e da espontaneidade. É vista para além das discussões burocráticas e mesquinhas. Antes, passa pela recuperação da idéia de que o livre agir é o agir em público, e público é o espaço original da política.
Jackislandy Meira de M. Silva, professor e filósofo.