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quinta-feira, 31 de maio de 2007

A presença de Deus amor

A PRESENÇA DE DEUS AMOR

Parece-nos óbvia a intensa presença de Deus no caminho do homem, mas a natureza humana, debilitada pelo pecado ou pelo mal, tira-nos e desvia-nos para outro rumo, o rumo da vontade humana sempre inclinada, atolada no erro, uma vontade individualista e pessimista de nosso tempo. No entanto, não nos aparenta ser tão ululante assim a presença de Deus na vida do homem. Vida aqui significa caminho e caminho corresponde à via que dá acesso ao Pai, à comunhão com a primeira pessoa da Santíssima Trindade, o Pai Nosso.
A paternidade anda descartada hoje em dia, jogada no lixo, chegando a ponto de ser reciclada na medida em que se tem a referência em Deus. Quando o assunto entre nós é Deus se parece com algo fora de moda ou coisa do gênero. Isso é perigoso porque perdemos a ligação total com o divino, com alguma substância que nos remete diretamente a Deus, ao Senhor de nossas vidas. De tal modo que, ao perdermos essa comunhão, corremos o risco de nos distanciar por demais de valores imprescindíveis para o comportamento ético na sociedade, como a família, a vida, o respeito, a honestidade, a justiça, a paz... A responsabilidade familiar que concorre aos pais a Educação da prole para uma humanidade sadia, vive sendo desvalorizada o tempo todo, isso acontece porque a sociedade atual, consumista, está distante dos princípios fundamentais da dignidade humana, cujo ideal deveria ser endereçado para o bem.
A escolha entre o bem e o mal não deve ser uma atitude meramente liberal e interesseira. Deve ser, sim, uma medida de total desprendimento de si, isolada de qualquer força alienante ou massificante. Essa atitude tem de ser desinteressada e intencionada só para a bondade. Antes de ser uma escolha, é uma adesão firme e convicta, repleta de amor. E aqui, nesse ponto, encontramo-nos com a liberdade cristã, capaz de aproximar o homem a Deus e levá-lo, conduzi-lo à prática do bem que é a Verdade salvadora de Cristo. “Ama a verdade que a verdade vos libertará” (Jo. 8,32). Se existe um bem considerado como valor objetivo e único para nossa realização humana e religiosa, esse bem não nos aprisionará porque é a Ressurreição de Cristo.
A Ressurreição é motivo de regeneração, de salvação de todo gênero humano, segundo a Bíblia. A raça esmagada pelo pecado pode ser salva na medida da adesão ou da entrega do homem para Deus Amor. Assim, qualquer pessoa comprometida com esta verdade deve dizer o que disse Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. Por isso, levanto e respiro todos os dias, por causa de Cristo. N’Ele enxergamos ou sentimos o cheiro do verdadeiro amor. Essa é a Verdade!
Portanto, a liberdade deve ser comparada ao amor de Cristo pelo Pai. O Pai que ama e protege seu filho. Entrega, adesão a Deus e desprendimento por Deus significam amor.

Jackislandy Meira, professor e filósofo.

sábado, 26 de maio de 2007

Queremos bem ao sítio Cajueiro - Florânia/RN.

Lá tem mirante paisagístico, pinhas enormes, cajus de ótima qualidade, Cooperativas de apicultores, cujo mel é excelente para uma vida saudável – como diria Cônego Estanislau(Pe. Chumbinho) de saudosa memória: “Abelha não faz mal, faz mel”, perfeito trocadilho – , baobás como aquele da obra O Pequeno Príncipe de Saint’Exupèry, ou como o curioso e conhecidíssimo “Pau do Oco”, uma grandiosa árvore medindo 10 metros de circunferência; contam os mais velhos que seu nome científico é “Tamburi”, cujo “oco”, dizem, era usado por uma mulher misteriosa que se escondia dentro dele. O “Pau do Oco” faz até milagres! Dizem muitos que nesse “oco” se acumulava uma espécie de água, com a qual as pessoas se curavam de pano branco. Encontramos ainda, nesse lugar, pessoas amigas e gente bastante trabalhadora, de semblante alegre e agradável...
Localiza-se na micro-região central do Seridó, mais precisamente na Serra de Santana, Planalto da Borborema, Estado do Rio Grande do Norte. Seu clima ameno recebe ventos da brisa do agreste, vindos do litoral, tornando o lugar ainda mais aprazível para viver. Os visitantes poderão optar por longas caminhadas percorrendo trilhas antigas – construídas pelos povos primitivos(índios) que aí viveram antes de nós – e explorando belezas naturais de encher os olhos de qualquer um. Recomendamos a visita, pois vale a pena conhecer!
Há uma capela antiquiquíssima, onde as pessoas religiosas do cajueiro, do povoado João da Cruz e de Florânia acorrem para lá em busca de paz, silêncio e oração. A comunidade usufrui de uma Escola de Ensino Fundamental Municipal, agora também com extensão do Ensino Médio Estadual. Chama-se Escola Aprígio Soares com atividades diuturnas de aprendizado e disciplina; reestruturada e informatizada de acordo com suas necessidades; salas suficientes para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem; equipe pedagógica (professores e especialistas da educação) empenhada na busca da excelência, a fim de confirmar o que disse o Administrador de Empresas e colunista Stephen Kanitz na revista veja de maio deste ano, nº 19: “Se almejarmos somente a média, seremos medíocres. Se almejarmos a excelência, seremos excelentes”.
Para lá me desloco duas vezes por semana, segundas e terças-feiras com a responsabilidade honrosa de lecionar as disciplinas de Cultura, Sociologia e Filosofia para alunos com outra vivência, isto é, diferentes de alguns alunos que encontramos na Cidade, apegados as práticas relativas de uma sociedade liberal irresponsável, idolatrando a bebida, o dinheiro e o sexo desenfreado. Os alunos, com os quais convivo no Cajueiro, senão todos ao menos a maioria, cultivam valores como respeito, tolerância, trabalho e, sobretudo, consideração à família, amplamente voltada para a Natureza, tirando dela seu sustento. No fundo, são pessoas que me enchem de satisfação, simplesmente por participar de seu processo cultural e educativo.
Por essas e tantas outras razões é que convoco todo floraniense que se preze, a dizer: Quero bem ao sítio cajueiro!!!

Jackislandy Meira, Professor e Filósofo.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Poema da Necessidade(Drummond)

POEMA DA NECESSIDADE


É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar o FIM DO MUNDO.




Carlos Drummond de Andrade.

Carta de despedida

A carta
Dia 20 de maio de 2007 completam três anos do meu desligamento das atividades ministeriais da Igreja Católica como Padre Diocesano de Caicó-RN, particularmente da Paróquia de São Sebastião de Florânia. Por essa razão, compartilho dessa carta com todos os amigos e visitantes on line do site: http://www.inforside.com.br/. Carta esta mui importante para as questões problemáticas ainda latentes no seio da Igreja Católica atual, através dela, digo a carta, procurei expressar à Comunidade uma outra escolha, uma outra opção também digna para minha vida, o matrimônio.


Carta de despedida

Jamais experimentei momento por demais difícil em minha vida, como este, o de escrever carta tão significativa. Esta vai endereçada a todos quanto teimam em compreender o ser humano, o ser gente, o ser possibilidade, o ser criado, o ser amado por Deus, sempre outro, pronto para amar. O ser que sou eu, você, nós. Saint-Exupèry nos dizia que toda e qualquer carta são os olhos da alma.
É assim que venho até vocês nesta noite, através de uma simples carta, primeiro para comunicar que fui destituído do cargo de administrador paroquial de Florânia, em seguida para justificar a decisão de afastar-me das atividades do ministério sacerdotal, uma vez que permaneço eternamente padre pelo sacramento da ordem e filho de Deus pelo batismo, depois agradeço por tudo o que Igreja me proporcionou nesses longo treze anos, desde o seminário até aqui.
Tendo em vista a minha felicidade e realização pessoal, não fui surpreendido pela notícia de que não ia mais celebrar em Florânia, pois já pensava seriamente em mudar os destinos da minha vida, como estudar, trabalhar mais, constituir uma família, lutar livremente pelos meus ideais, assumindo minhas convicções, sem que tenha de ser discriminado pela sociedade e por meus superiores.
Assim, no curso da caminhada ministerial, descobrira que a felicidade e uma vida nova estavam batendo na minha porta, ora através de pessoas interessantes que conhecia e amava, ora por meio dos estudos e infindas realizações, mesmo sabendo que isso nada fosse, comparável ao sublime dom de Deus que é ser Padre.
Porém, não querendo mais me privar de tudo que me regozija, me apraz, me satisfaz, fazendo-me ser mais, sublinhando o que já dizia o Prof. Cândido Mendes do Rio de Janeiro: “Queira sempre ser mais, lute contra a inércia da vida”, assumo aqui a minha consciência, não complicando, mas simplificando o que há de mais latente em mim, a liberdade de amar a vida em todos os aspectos. Essa é a minha luta, muito embora acredite e veja que a Igreja também me possibilitou tudo isto, haja vista sua entrega constante aos apelos pela paz, pela justiça social e pela ordem ética. Mesmo assim, sendo perita em humanidade, como afirma João Paulo II, a Igreja continua muito passiva, não tocando em temas congelados, acerca do celibato, do homossexualismo, dos recasados e da presença mais forte da mulher no mundo da Igreja.
Por fim, gostaria de agradecer a imensa bondade com que a Igreja me tratou durante esses anos, por tudo o que me proporcionou a vida toda e, ainda mais, pelas oportunidades dirigidas a mim. Despeço-me com as palavras do Pe. e poeta Michel Quoist que traduzem muito bem esta situação: “Tudo te dei, mas é duro, Senhor. É duro amar toda a gente e não possuir ninguém. É duro apertar uma mão e não poder retê-la”.



Jackislandy Meira de Medeiros Silva, Professor e filósofo.

domingo, 13 de maio de 2007

Mil vezes MÃE...

MAMÃE... Assim que nascemos experimentamos já o sabor dessa palavra tão meiga e tão valorosa, mamãe. É como se o filho recém-nascido quisesse chamar pela mãe de modo urgente e a chamasse não só uma, mas duas vezes, mãe, mãe, quer dizer, mamãe. Ocorrendo nos momentos de choro, de dor ou de necessidade acaba se tornando frequente a tão doce, não menos necessária, expressão, mamãe. Oriunda do latim, “mater, matris”, mãe é a que alimenta o filho; ama. Por escolha divina, são mulheres, mas poderiam ser homens, e Deus teria muito bem invertido os papéis. É a que produz, a que causa, a fonte, a origem. No sentido de maternidade, o fato de ser mãe põe a mulher num lugar de honra e veneração, pois é dona de uma singular, não menos fraternal, afeição maternal. “Matrem esse aliquo” – “ter um filho de alguém, de outrem” – é o maravilhoso dom da fertilidade associado pelos antigos à palavra terra – “terra mater” – que tudo produz ou “mater magna” – grande deusa; Cíbele. O magnífico é notarmos que “mater” tem a mesma idéia que “pater” também do latim, envolvendo respeito e dignidade, por isso a ligação feita acima à idéia de uma deusa, veneração. Isso quer dizer que na realidade, na vida, os dois papéis poderiam também se equivaler ou, ao menos, se corresponder. O fato é que nem sempre essa correspondência acontece, acarretando para a mamãe um acúmulo infinito de responsabilidades, tendo assim que se desdobrar para fazer as vezes do pai, portanto, duas vezes mãe, mamãe. No dia de hoje, em homenagem às mães, por que não chamamos, ao invés de duas, por mil vezes mãe? MAMAMAMAMAMAMAMAMAMA.........MAMÃE! 

Jackislandy Meira, Filósofo e Teólogo.