domingo, 31 de março de 2013

Páscoa: Ressuscita-me

Música de Aline Barros

Mestre, eu preciso de um milagre
Transforma minha vida, meu estado
Faz tempo que eu não vejo a luz do dia
Estão tentando sepultar minha alegria
Tentando ver meus sonhos cancelados
Lázaro ouviu a Sua voz
Quando aquela pedra removeu
Depois de quatro dias ele reviveu
Mestre, não há outro que possa fazer
Aquilo que só o Teu nome tem todo poder
Eu preciso tanto de um milagre

Remove a minha pedra
Me chama pelo nome
Muda a minha história
Ressuscita os meus sonhos
Transforma a minha vida
Me faz um milagre
Me toca nessa hora
Me chama para fora
Ressuscita-me

Mestre, eu preciso de um milagre
Transforma minha vida, meu estado
Faz tempo que eu não vejo a luz do dia
Estão tentando sepultar minha alegria
Tentando ver meus sonhos cancelados
Lázaro ouviu a Sua voz
Quando aquela pedra removeu
Depois de quatro dias ele reviveu
Mestre, não há outro que possa fazer
Aquilo que só o Teu nome tem todo poder
Eu preciso tanto de um milagre

Tu És a própria vida
A força que há em mim
Tu És o Filho de Deus
Que me ergue pra vencer
Senhor de tudo em mim
Já ouço a Tua voz
Me chamando pra viver
Uma história de poder

quarta-feira, 27 de março de 2013

Santas refeições

(foto: arquivo pessoal, bacalhoada de minha esposa)

           A cultura judaico-cristã é intensamente presente no interior da cultura brasileira. Agora, sobretudo, quando celebramos a páscoa, a simbologia que envolve os elementos daquele dia cruento – para os judeus, a libertação do Egito, a travessia apressada pelo mar vermelho com os cavalos e cavaleiros em seus calcanhares; para os cristãos, o drama da dor, do sofrimento, paixão, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré – parece dialogar profundamente com o dia a dia do cidadão brasileiro nas mais diferentes regiões, com os modos e peculiaridades de cada lugar.
            Para começar, é feriado nacional. Todos param e estabelece-se, quer queiramos ou não, uma ruptura no calendário de nossas rotinas. Abrimos o tempo profano (cronos) para dialogar com o sagrado (kairos) em nossas vidas. O curioso é que muita gente inverte a ordem das coisas e acaba suspendendo o sagrado em função do profano dando margem a inúmeros excessos.
            Em meio à memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo, o que nos chama atenção é a variedade culinária que se espalha pelo vasto território brasileiro nestes dias de preparação que antecedem a grande festa da páscoa para nós cristãos. A semana santa que culmina com a Ressurreição de Jesus no domingo se reveste de uma “santa comensalidade”. Em cada canto do país, por causa da influência da cultura judaico-cristã, é muito comum a criação de variados pratos alimentares que substituem tradicionalmente nossos rotineiros hábitos alimentares, o forte costume de todos os dias.
            Engraçado que a carne de boi, a famosa carne vermelha é substituída pelo peixe dos rios ou dos mares. É costume inserirmos nas refeições o tão recomendado bacalhau; que pode ser incrementado de muitos modos, cozido, como torta ao forno, bolinhos de bacalhau e etc. A quinta-feira do tríduo sagrado é dia reservado para o aguardado arroz doce. Refeições como estas, principalmente no interior do nordeste, são muito comuns e fáceis de ver e de se fazer, basta vontade e muito amor. Não podemos esquecer as suculentas umbuzadas feitas por nossos avós. O vinho ou suco de uvas é também acrescentado à mesa.
            As famílias se reúnem em volta de uma mesa mais farta neste período do ano, pois os costumes são mais fortes do que o bolso. Apesar dos ingredientes necessários para uma boa ceia pascal serem um pouco caros, mesmo assim o cidadão brasileiro faz questão de comer bacalhau, ova de peixe e outras iguarias tão tradicionais na semana santa. Ainda assim, não podemos nos dar ao luxo de esquecer o ovo da páscoa com bastante chocolate para afastarmos as tristes lembranças do sofrimento de Cristo e nos fixarmos somente em sua glória, em sua vitória, visto que o consumo de chocolate aumenta o nível do hormônio responsável pela sensação de bem-estar, de alegria, a “serotonina”, bem como o hormônio da “feniletilamina”, conhecido como o hormônio da paixão.
            Na verdade, conviver com todas estas guloseimas da semana santa e ter que praticar algum tipo de abstinência ou mortificação é um desafio e tanto, uma vez que os diferentes banquetes se sucedem um após outro deixando sabores inesquecíveis de quero mais. O querer mais em relação à comida e à bebida nos induz aos excessos, a comportamentos desmedidos, distanciando-nos do sentido do evangelho: “Não só de pão vive o homem”(Mt 4.4). Talvez, aí esteja a razão desta semana, compreender nossos paradoxos, contradições e ambiguidades. Figuras trágicas como as de Pedro e Judas parecem ser chaves nesta leitura. Negação e traição não faziam parte dos ingredientes. Ou faziam?
            Contudo, os banquetes da época de Jesus eram, certamente, mais sóbrios, modestos, regados a vinho ou suco de uvas. Os elementos da ceia pascal dos judeus estavam muito além do pão ázimo e do vinho, mas acrescia-se de carneiro assado, inteiro num espeto, geralmente um cabrito; “Harósset”, uma mistura de maçãs picadas, nozes cortadas, canela, passas, que serve como sobremesa; Ervas amargas, rabanete, chicória, “marór”; Ervas verdes, agrião, alface, aipo; Salmoura. Atualmente inclui-se no cardápio um ovo cozido, em memória da destruição do Templo, porém, é um elemento posterior à época de Jesus.
            Embora longe do modelo histórico de ceia pascal vivido por Jesus de Nazaré, é importante que não deixemos de adicionar ingredientes invisíveis ou pelo menos esquecidos às nossas guloseimas: a partilha e o amor. Após a sua morte, os seus discípulos e as comunidades cristãs colocavam tudo em comum e viviam como irmãos.
 

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bel. em Teologia, Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica e Pós-graduando em Estudos Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.

 

 

terça-feira, 26 de março de 2013

A volta de Sartre ao cenário francês

Para biógrafa de Sartre, filósofo volta a ser debatido por intelectuais franceses



MARCELO BORTOLOTI para a Folha de SP

Mais de 30 anos após a morte de Jean-Paul Sartre (1905-1980), ninguém ainda é capaz de arriscar de que forma sua obra entrará para a posteridade. O filósofo francês continua despertando paixões, e sendo louvado ou execrado conforme a orientação política do seu leitor.
Passagem de Sartre pelo Brasil teve muita imprensa e pouca filosofia
Gil compara gostar de Sartre a gostar de Lula
Sua biógrafa, a franco-argelina Annie Cohen-Solal, autora de "Sartre, 1905-1980" (LP&M), começa a enxergar uma retomada de estudos mais isentos --ou mais acadêmicos-- a seu respeito.
Esta semana ela entregou à editora Gallimard os originais de "Une Renaissance Sartrienne" ("Um Renascimento Sartreano", em tradução livre), no qual aponta a volta do autor aos círculos universitários da França, de onde ele havia sido banido.

Zélia Gattai/Fundação Casa de Jorge Amado
Jean-Paul Sartre em Ouro Preto (MG), em 1960, fotografado pela escritora Zélia Gattai
Jean-Paul Sartre em Ouro Preto (MG), em 1960, fotografado pela escritora Zélia Gattai
Cohen-Solal é uma defensora aguerrida do filósofo, e ela própria é parte deste movimento. Em junho, ela organiza na École Normale Supérieure, universidade parisiense onde Sartre estudou, um ciclo de debates sobre ele.
Há exatos 70 anos, Sartre publicou "O Ser e o Nada", um marco na filosofia do século 20. A obra deu popularidade ao existencialismo, doutrina segundo a qual a existência precede a essência, e portanto o homem se constrói pelos seus próprios atos.
Difundindo suas teses em livros de filosofia (como "O Imaginário"), mas também em obras de dramaturgia e romance (como "A Idade da Razão"), Sartre tornou-se uma celebridade mundial.
Mas sua imagem começou a ser maculada no final da década de 1950. Seu livro "Crítica da Razão Dialética", lançado em 1960, foi recebido com muita desconfiança por tentar unir o existencialismo a ideias marxistas.
A partir daí, adotando posições políticas cada vez mais radicais como a adesão incondicional ao regime de Mao Tsé-tung, na China, sua produção foi acusada de estar à serviço de uma ideologia comunista.
Annie Cohen-Solal fala à Folha da condenação que Sartre experimentou na França e defende seu legado.
*
Folha - Seu livro defende que as ideias de Sartre continuam vivas?
Annie Cohen-Solal - Não. Eu apenas descrevo a situação na França hoje. Depois de três décadas de uma crítica brutal contra Sartre na imprensa, e com muito poucas pesquisas acadêmicas sobre ele, surpreendentemente para mim, as coisas estão mudando. Toda uma geração de jovens estudantes está agora olhando para sua obra com uma perspectiva diferente.
Por quê?
Quando Sartre morreu, em 1980, recebeu tantas homenagens que parecia estarmos enterrando um segundo Victor Hugo. Em seguida, seu trabalho embarcou em uma aventura estranha, cheia de felicidade ou infortúnios, dependendo do país e de acordo com os tempos.
Enquanto na França passou a ser divertido criticar detalhes insignificantes da sua vida, as homenagens da Europa, África, Ásia e nas duas Américas concordavam que a mensagem de Sartre era uma ferramenta de referência para descriptografar o nosso tempo. Agora, estudantes franceses começaram a perceber esta relevância, especialmente na École Normale Supérieure, onde estamos discutindo a criação de uma cadeira Sartre.
Qual é seu legado mais importante?
Ele foi o intelectual global que deu poder aos enfraquecidos. O apoio dele aos excluídos, como judeus, africanos colonizados, homossexuais, mulheres e trabalhadores, ajudou a reverter a relação de poder. Hoje, muitas pessoas estão fazendo pesquisa sobre sua obra na África.
Por que recebeu tantas críticas na França?
Sartre foi educado em uma família protestante. Recebeu educação em casa até os dez anos, e foi muito influenciado por esses valores, que expressou em toda a sua vida.
Esse espírito protestante o levou a enfrentar tabus da memória coletiva francesa, como a colaboração com os nazistas, a tortura, a colonização etc. E sua atitude chocou muitas pessoas em um país de tradição católica.
Sua adesão radical ao comunismo afetou essa imagem?
Ele nunca foi um membro de carteirinha do Partido Comunista Francês, apenas um companheiro fortuito entre 1952 e 1956.
Ele apoiou os comunistas quando manifestações do partido estavam sendo injustamente sufocadas pela polícia francesa, mas se afastou deles quando os russos reprimiram a insurreição húngara e quando os tanques soviéticos invadiram Budapeste. Sartre terminou sua vida como um maoista, tornando-se mais e mais radical.
Sua participação política deve ser esquecida?
Eu não colocaria dessa forma. Acho que a trajetória e a obra de Sartre são um todo. E pessoas muito à direita não iriam se interessar por seu trabalho de qualquer modo.
Por que Sartre não saiu de moda no Brasil?
Eu digo que o Brasil é um dos países mais sartreanos em que já estive. E acredito que isso se deva, em parte, ao fato de Sartre ter passado três meses no país no verão de 1960. Na época, ele lutava ao lado dos revolucionários argelinos pela independência da colonização francesa, e suas ideias tiveram grande repercussão no país.

segunda-feira, 25 de março de 2013

ÍTACA

Odisseu (Ulisses) amarrado ao mastro de sua embarcação para se salvar das Sirenes na Odisséia de Homero, o grande poema épico Grego. Mosaico Romano do século III AD, Tunísia.

Se partires um dia rumo à Ítaca
Faz votos de que o caminho seja longo
repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem lestrigões, nem ciclopes,
nem o colérico Posídon te intimidem!
Eles no teu caminho jamais encontrarás
Se altivo for teu pensamento
Se sutil emoção o teu corpo e o teu espírito tocar
Nem lestrigões, nem ciclopes
Nem o bravio Posídon hás de ver
Se tu mesmo não os levares dentro da alma
Se tua alma não os puser dentro de ti.
Faz votos de que o caminho seja longo.
Numerosas serão as manhãs de verão
Nas quais com que prazer, com que alegria
Tu hás de entrar pela primeira vez um porto
Para correr as lojas dos fenícios
e belas mercancias adquirir.
Madrepérolas, corais, âmbares, ébanos
E perfumes sensuais de toda espécie
Quanto houver de aromas deleitosos.
A muitas cidades do Egito peregrinas
Para aprender, para aprender dos doutos.
Tem todo o tempo ítaca na mente.
Estás predestinado a ali chegar.
Mas, não apresses a viagem nunca.
Melhor muitos anos levares de jornada
E fundeares na ilha velho enfim.
Rico de quanto ganhaste no caminho
Sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
Uma bela viagem deu-te Ítaca.
Sem ela não te ponhas a caminho.
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu
Se a achas pobre.
Tu te tornaste sábio, um homem de experiência.
E, agora, sabes o que significam Ítacas.



Constantino Kabvafis (1863-1933)
in: O Quarteto de Alexandria - trad. José Paulo Paz.

domingo, 24 de março de 2013

E ERA FESTA DA PÁSCOA...

"Estacou na caminhada para ver um tipógrafo distribuindo preciso tipos. Lê primeiro ao revés. Faz a coisa rápido. Exige alguma prática isso. MangiD KcirtaP. Pobre Papai e seu hagadá, lendo com seu dedo para trás para mim. Pessah. No ano próximo em Jerusalém. Oh, meu Deus! Toda essa longa história sobre como saímos da Terra do Egito e entramos na casa da servidão alleluia. Shema Israel Adonai Elohenu. Não, isso é a outra. Então, os doze irmãos, filhos de Jacob. E então o carneiro e o gato e o cão e o bastão e a água e o açougueiro e então o anjo da morte mata o açougueiro que mata o boi e o cão mata o gato. Soa um pouco boboca até que se entre bem na coisa. Justiça é o que significa, mas é um comer cada um o outro. É o que é a vida enfim. Com que rapidez ele executa a tarefa. A prática é a mãe da perfeição. Parece que vê com os dedos"(James Joyce em seu Ulisses).

Vejamos uma ilustração de Joyce por Bob Cato. (Cover of Joyce Images):


Receita de miojo no ENEM vira piada...


sábado, 16 de março de 2013

PROEMI - Ferramentas filosóficas: Oralidade, interpretação textual e tecnologias

Inscreva-se já! Você que é estudante da Escola Estadual Teônia Amaral, as inscrições para inúmeras oficinas do Programa do Ensino Médio Inovador, que funcionarão no contraturno da Escola, estarão abertas a partir desta terça-feira, dia 19/03 e vão até 22/03.
O Prof. Jackislandy Meira estará oferecendo a oficina de FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS. O estudante interessado é só procurar o Professor ou a direção da Escola para se inscrever.
Conheça o Projeto do Professor Jackislandy Meira de Medeiros Silva e venha participar:


PROEMI – PROGRAMA DO ENSINO MÉDIO INOVADOR
ESCOLA ESTADUAL TEÔNIA AMARAL – ANO 2013
FLORÂNIA – RN


FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS.

Oficinas:
    1) Com a fala também se aprende;
             Objetivo geral: 
 
Desenvolver no estudante a possiblidade de aprender com seus argumentos por meio de diálogos dramáticos, debates, mesa-redonda, seminários, conversações, entrevistas e demais exposições.

Objetivos específicos:

O estudante poderá aprimorar sua extensão vocal, impostação e colocação da voz. Alcançará maior fluidez na linguagem quando precisar comunicar ou divulgar o seu trabalho. Terá oportunidade de educar a sua fala, bem como dominá-la mais, trabalhá-la e torná-la ainda mais eficaz nos trabalhos escolares e em outras apresentações de interesse individual e coletivo. Será interessante também, gerar no estudante um apelo auditivo; saber ouvir; viver o que o outro está ouvindo e sentindo. A possibilidade de, com a leitura e com a audição da fala do outro, imprimir certa comoção na turma ou nos colegas.

    2) A descoberta das ideias no texto
             Objetivo geral:

Conduzir o estudante por diversos tecidos textuais, de modo que estabeleça comparações, releituras a partir de sua visão de mundo, de sua vida.

Objetivos específicos:

O estudante manterá contato mais direto com o texto escrito, no caso aqui o texto ou fragmentos ou diálogos filosóficos para fazer uma relação com a dimensão oral vista anteriormente. Importante notar que a interpretação surgirá aos poucos como apoio para o entendimento do conteúdo daquilo que se fala, do contrário, seria praticamente difícil imprimir sentimento, vida e emoção ao que se está falando ou dialogando.

         3) Uso de ferramentas tecnológicas: e-mails, internet, blogs, portfólio virtual, ebooks, vídeos...

Objetivo geral:

Subverter a ordem tecnológica do puro entretenimento para uma nova ordem inteligente do uso dessas ferramentas em que o estudante informe-se, aprenda e reflita conteúdos veiculados em rede.

Objetivos específicos: 
 
A tecnologia será muito mais uma via de mediação para a desenvoltura da fala e da interpretação do texto filosófico do que simplesmente um mecanismo de entretenimento de alienação e controle. O estudante descobrirá o quanto ele está no controle das tecnologias e não o contrário. O estudante, depois que adquirir habilidade do uso da fala e uma razoável compreensão do que está sendo dito, poderá se comunicar com mais segurança e confiança. E para inteirá-lo ao mundo da comunicação rápida e virtual, será oferecido a ele aulas de criação de e-mails, blogs e navegação na internet, de modo que estas ferramentas auxilie à sua aprendizagem, amplie sua socialização e atue numa constante troca de conteúdos em tempo real para a vida toda.


Autor: Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

sexta-feira, 15 de março de 2013

O acaso e o jogo

Já falei aqui da influência do acaso em tudo o que fazemos e no que a vida faz da gente.
Observei que, no amor como na arte, ele influi decisivamente, mas, apesar disso, para que não pensem que vejo a vida como um mero jogo de acasos, sobre o qual não exerceríamos qualquer influência, afirmo que, na maioria das vezes, o acaso é neutralizado ou aceito pela nossa necessidade, ou seja, o acaso não é tudo.
Até na poesia é assim: se é verdade que a primeira palavra que escrevo na página em branco surge, às vezes, sem que eu saiba por que, ela já determina a segunda palavra, a terceira e, assim, à medida que o poema ganha corpo e sentido, só entra nele a palavra necessária. No fundo, o que fazemos quase todo o tempo é transformar o casual em necessário.
Pois bem, outro dia percebi que o mesmo --ou quase o mesmo-- ocorre nos esportes, onde o fator casual é, sem dúvida, decisivo. Pense só nisto: o tiro de escanteio, num jogo de futebol. Quantos jogadores dos dois times estão dentro da área? Sete? Oito? Dez? Como saber na cabeça de qual deles a bola cairá?
Se for na cabeça de um jogador do time que bate a falta, pode ser gol; se for na cabeça de alguém do outro time, o gol pode ser evitado. O fato é que o grau de imprevisibilidade, nestes casos, é enorme.
Por isso, o escanteio é um dos momentos mais críticos de qualquer partida de futebol, uma vez que é quando há menos possibilidade de controlar o acaso.
Claro, o escanteio é um exemplo extremo, mas, durante todo o jogo, 11 contra 11, é impossível prever tudo o que pode ocorrer. A verdade, porém, é que quem der menos chance ao azar, isto é, ao acaso, ganhará a partida.
No tênis, numa partida individual, o acaso terá, sem dúvida, menos chance, embora a coisa não seja tão simples como pode parecer; é que, se aqui a ação dos jogadores é mais previsível do que no futebol, com tanta gente atuando, em compensação, por serem apenas dois os tenistas, têm menos controle sobre os fatores de espaço e tempo implicados em cada lance. Ainda assim, o controle sobre a probabilidade é maior.
Caso bastante especial é o do vôlei, quando duas equipes de seis jogadores disputam o controle sobre uma bola num campo dividido por uma rede.
Por suas características, parece que o vôlei é o esporte em que se tem maior possibilidade de neutralizar o acaso, ou seja, a probabilidade.
Advirto o leitor que estou pensando essas coisas, agora, pela primeira vez. Estou "sacando" quase como um jogador de vôlei e espero confirmar o meu saque.
Se estou pensando certo, o vôlei, de todos esses esportes, parece ser aquele em que o técnico melhor consegue anular consideravelmente o incontrolável e, consequentemente, a ação do adversário. Isso se deve, creio eu, às características desse esporte e fundamentalmente ao fato de estar a quadra, que não é muito grande, dividida por uma rede.
Como os jogadores têm de passar a bola por cima dela, isso possibilita bloquear-lhes a ação e evitar que a bola caia do lado de cá da quadra. O bloqueio é, por isso mesmo, um recurso decisivo e, consequentemente, a cortada, que procura superá-lo e fazer o ponto.
Nisso tudo, o técnico tem papel fundamental, bem mais que, por exemplo, no futebol, cujo campo é grande demais, tornando imprevisível o deslocamento dos jogadores adversários.
O tamanho do campo, combinado com o número de jogadores em ação, influi decisivamente na impossibilidade de o técnico prever como o adversário se comportará e, por isso mesmo, como deve ele orientar os jogadores de seu time para chegarem ao gol, evitando, ao mesmo tempo, que o outro o consiga antes ou mais vezes.
A influência desses fatores é determinante e de tal modo que, em função dela, por exemplo, enquanto no tênis o saque favorece a quem saca, no vôlei é o contrário: quem saca mais provavelmente perde o ponto.
Em face de todas essas "sacações", concluo afirmando que, nesses diversos esportes, a função do técnico é tornar a ação dos jogadores inteiramente previsível, do seu e do time adversário, ou seja, anular o acaso. Mas isso nem Deus consegue.

Ferreira Gullar Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de "Ilustrada".

IDH: Brasil é o 85º no mundo


O Brasil manteve o 85º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano preparado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, posto apresentado desde 2007. O índice obtido foi de 0,730, em uma escala que vai de 0 a 1. Com essa nota, o País permanece no grupo de Desenvolvimento Humano Alto.
Apesar da estagnação refletida no ranking, integrantes do PNUD capricharam nos elogios feitos ao desempenho do País nas últimas décadas. “O País mudou o padrão histórico em muito pouco tempo e é reconhecido por isso”, afirmou o coordenador residente do sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek.
O IDH é calculado com base em indicadores de renda, educação e longevidade, ou seja, saúde. Os dados revisados para 2011 atribuem ao Brasil o índice 0,728. A Noruega, primeira colocada no ranking, chegou a 0,955.
O PNUD reconheceu que utiliza em seu trabalho dados menos atualizados que os do governo brasileiro – motivo de críticas oficiais no passado. Se os dados mais recentes tivessem sido utilizados, o IDH seria mais alto: 0,754.
 O Brasil aparece 137 vezes nos textos, gráficos e tabelas do relatório – um recorde desde a primeira avaliação do PNUD, feita em 1990. Uma das razões desse destaque é o próprio enfoque do trabalho, centrado no crescimento econômico dos países em desenvolvimento e nas consequências sociais do fenômeno. O título do relatório é “A ascensão do Sul – progresso humano em um mundo diverso”.
Entre 1990 e 2012, praticamente todos os países tiveram melhoras em seu IDH. Mas o Brasil aparece em um grupo de 40 nações que, no período, apresentaram desempenho “significativamente superior” ao previsto, dada sua condição em 1990. Na mesma categoria estão China, Índia, Coreia do Sul, Turquia e México, entre outros.

Brasil, 85º no IDH. Economia x Desenvolvimento

Este é o retrato do avanço econômico? O Brasil precisa fazer uma autocrítica do que está acontecendo.

Bigelow na linha de sombra



Vejo você escrevendo em seu gabinete. Você mora num bairro de classe média alta de São Paulo. Pessoa sofisticada, você tem aquele sentimento que os outros são menos inteligentes do que você, sem deixar ninguém perceber porque está treinado a fingir modéstia.
Agora, imagine que você toma vinho, dá aulas e vê o olhar apaixonado das alunas brilhando ou o olhar convertido dos alunos acreditando piamente nos absurdos que você fala. Mas você fala apenas absurdos simpáticos à sua própria vaidade ou à vaidade de quem ouve você. Quando ouvimos você falar ou lemos o que você escreve, temos certeza de que você é “ético”.
A razão para existir esses intelectuais “para um mundo melhor” é fazer o mundo servir à vaidade deles e de quem se acha tão “ético” quanto eles. A ética é a baixa escolástica contemporânea: todo mundo fala, mas todos sabem que é “papo furado”. Dizer-se ético é “self-marketing”.
Você viaja a Paris ou a destinos semelhantes e frequenta universidades, galerias de arte, concertos de música erudita (desculpe, sei que a palavra “erudita” trai meu preconceito contra músicas horrorosas “do povo”). Você recebe inclusive financiamentos públicos para algumas dessas viagens e para escrever livros. E, com isso, espalha pelo mundo as ideias delirantes que tem em seu gabinete.
Basicamente, essas ideias se caracterizam por não terem nada a ver com a realidade, mas portam aquele tipo de aparência que encanta: você é a favor de um mundo melhor e condena todo mundo que sabe que você mente.
Projetando a imagem de um coração puro indignado com a injustiça no mundo, às vezes você até esquece que, talvez, esteja processando alguém da família por um quarto e sala na Praia Grande ou em Higienópolis. Ou que trama contra inimigos ideológicos ou institucionais. Claro, este fato concreto nada tem a ver com suas firmes ideias de que, se o mundo fosse como você acha, todos seriam felizes e não seriam necessários Exércitos, polícia, advogados, e, principalmente, pessoas que discordam de você.
As guerras acabariam, porque, óbvio, elas existem desde sempre apenas porque você ainda não tinha nascido no passado para iluminar a todos com sua “boa nova”. Ou, quem sabe, conseguiria calar a todos que não acreditam em você, aliás, como acontece normalmente com mimados e vaidosos como você.
Sim, vi o filme “A Hora Mais Escura”, de Kathryn Bigelow. Brilhante. Há muito que desconfio que o cinema americano depende de cineastas mulheres para sobreviver à pobreza de espírito, pois grande parte dos homens ficou covarde.
O filme mostra tudo que existe para você e eu tomarmos vinho e viajarmos a Paris sem sermos explodidos por aí. Quem acha que o filme louva os “métodos” da CIA é porque não ainda atravessou aquela “linha de sombra” da qual faz referência o escritor Joseph Conrad: a linha que separa a infância da maturidade, ou, diria eu, que separa a vaidade da verdade.
O filme trata de pessoas que vivem na escuridão e com as mãos sujas, enquanto você posa de limpinho. Compare este filme com o “Munique”, de Steven Spielberg. “Munique” narra um suposto plano para matar os terroristas envolvidos na chacina dos atletas israelenses nas Olimpíadas alemãs.
Spielberg é um dos cineastas frouxos dos quais esperamos que Bigelow nos salve.
Em “Munique” o protagonista (líder do grupo) tem uma crise de consciência ao final e abandona “o barco” da espionagem israelense, se refugiando em Nova York. Muito típico de gente como você.
Compare esse final com o final da protagonista de “A Hora Mais Escura” (a ruiva deliciosa Jessica Chastain). Sozinha, “the girl” (como seus colegas da CIA se referem a ela ao longo do filme) tem um avião só pra ela. O piloto do avião militar diz: “Você deve ser importante para mandarem um avião só pra você! Disseram para levar você para onde você quiser. Onde você quer ir?”. Nossa deliciosa heroína não responde. Olha o vazio e derrama duas lágrimas. Um rosto sem vaidade.
Um filme para gente grande que sabe que o vinho nosso de cada dia custa mais do que o preço que pagamos.

Luiz Felipe Pondé (jornal FSP – 11.03.2012)  | Outra fonte para este artigo: AQUI

segunda-feira, 11 de março de 2013

Poderosa Afrodite



Aprendemos durante as entradas e saídas do teatro ou do cinema que o poder da imagem, como instrumento de produção de emoções em seus espectadores, é articulado também pelo poder político e pela tragédia. Emoções da natureza humana que são reconstruídas socialmente, a exemplo das tragédias gregas, em espaços públicos, devem traduzir os anseios e necessidades do contexto para o qual está falando.
Desprovidos de toda parafernália tecnológica do mundo contemporâneo, o teatro antigo se servia de elementos muito diretos e sensíveis do ponto de vista social e político, tornando-se patente o modo pelo qual as pessoas interagiam. O teatro se constituía, assim, como uma forma de ação política.
As emoções produzidas hoje pelo cinema são muito diferentes das produzidas ontem, há mais de 2000 anos, no théatron, onde havia intensa dramatização dos elementos lírico, cênico e recitativo. É indispensável que uma produção cinematográfica de recepção de personagens, histórias, temas, problemas e diversos assuntos do passado nos permita dialogar com a antiguidade através de sons, imagens, linguagens e cores para revivermos valores sociais e culturais daquela obra literária.
Assistir a um filme acerca do passado não só resgata o passado, mas implica conhecê-lo de um modo diferente, em que o espectador, ao invés de transpor o passado para o presente, interaja e dialogue com o que lhe é fundamental (2011: p. 104).
Nesse sentido, podemos dizer que Poderosa Afrodite, filme escrito e dirigido por Woody Allen em 1995, discute pontos fundamentais nas tragédias de Édipo Rei e Medeia que ainda estão em pauta para o homem contemporâneo, tais como: relação problemática entre pais e filhos, o adultério e a culpa. Na verdade, o filme nos possibilita conexões riquíssimas pela sua abordagem temática, pois Woody Allen elege a culpa e o adultério como acessos às narrativas míticas e aos dramaturgos gregos, sem excluí-los ou subvertê-los (2011: p. 105).
A projeção narra a história de um casal, Lenny Weinrib e Armanda Sloan, que adota uma criança. Não se sabe de quem a criança é filha, até que um dia Lenny resolve investigar e fica sabendo que a mãe, Linda Ash, é uma prostituta. A maior pretensão da mãe, a “Afrodite” de Allen, é ser atriz de filmes pornográficos.
No correr da trama, o diretor mexe com os espectadores por tratar a história em dois espaços e tempos diferentes: as ruínas de um anfiteatro, de um lado; e um restaurante no qual se encontram casais, de outro. No centro da narrativa está o drama de Lenny conectado ao de Édipo, simbolizado no filme pela presença do fogo, poder encantatório e destrutivo. Allen é original quando suspende o tom austero, mais adequado à tragédia, para incluir o tom cômico. O cenário é marcante, bem como o coro, que lembra a morte de Aquiles, os infortúnios de Édipo e a má sorte de Medeia. As angústias dos pais, que saem em busca do paradeiro da mãe biológica de seu filho adotivo, se assemelham às de Édipo, que sofre para encontrar o assassino de Laio.
O poder do fogo representa, no filme, o poder de Afrodite, deusa do amor. Se nos remontarmos a Platão, no Banquete, vemos que o discurso de Pausânias, um dos convivas e oradores da festa, engrandece e elogia o amor nas suas duas diferentes naturezas: Afrodite urânia, filha de Urano sem a participação feminina, e Afrodite pandêmia, filha de Zeus e de Dione. Esta, por ser produto do masculino e do feminino, é acessível a todos e leviana na maneira de dar amor, ao passo que aquela, por nascer apenas do pai, é celestial, inatingível e extraordinária. Aí está o duplo poder de Afrodite: Poderosa nos sentidos, poderosa na Razão.


Bibliografia:
ARAÚJO, L. A. (2011). Poderosa Afrodite: uma tragédia cômica. Archai n. 7, jul-dez 2011, pp. 102-108.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bel. em Teologia, Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica e Pós-graduando em Estudos Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.

domingo, 10 de março de 2013

A educação é feita com e pelo diálogo

Prof. Ricardo Valim

Não será com lousa digital, tablet e outras parafernálias tecnológicas que mudaremos a sala de aula como espaço de aprendizagem e partilha de conhecimentos e informações. Só iremos resolver problemas, encontrar espaços de convívio, aprender a investigar e propor ações, com e pelo diálogo (de preferência diálogo filosófico). A Filosofia desde a Educação Infantil é um caminho seguro para essa finalidade

Constantemente conversamos com outras pessoas, lemos e vemos por aí sobre a nossa realidade e como um simples diálogo poderia resolver muita coisa. Em nossa sociedade apesar dos esforços de ambos os lados ainda falta diálogo entre pais e filhos, governos e cidadãos, entre religiões e religiões. Como se pode notar o diálogo é base para muita coisa.
Mas como fazer tudo isso se a nossa educação contemporânea ou pelo menos sua metodologia, não está apta para tal feito? Se quisermos uma sociedade futura mais diversificada em pensamento e com grande capacidade de diálogo e criticamente esclarecida, teremos de começar a trabalhar estas situações ainda hoje em sala de aula.
No seio familiar aprendemos alguns princípios básicos para viver e se organizar socialmente. Porém, é em um contato social mais amplo – que é a escola – que se aprenderão novos valores e que serão aperfeiçoados os adquiridos apriori em casa.
E é justamente por isso mesmo que “Pensar a Educação é Pensar no Futuro”. O que queremos para o nosso futuro? O que esperamos d’ele? São perguntas que devem perturbar o espírito de um bom educador comprometido com a realidade.
A educação deve estar, e esta deve ser sua essência, voltada para a evolução de uma realidade que hoje não nos agrada.
A educação é o caminho mais seguro para a edificação de um novo mundo mais humano e solidário. A educação deve estar para além do comércio e das intenções de partidos políticos, ela deve ser a bandeira de esperança levantada ante os erros que agora são cometidos para que não se repitam em um futuro bem próximo. Se estivermos realmente fartos de tanta violência e corrupção, o que poderemos fazer então dentro de um plano educacional para reverter tal quadro? É isso que devemos pensar! Portanto, “Pensar a Educação é Pensar no Futuro e Pensar no Futuro é Pensar na Educação Hoje”.


Ricardo Valim – Bacharel em Filosofia, Pós Graduado em Metodologia do
Ensino de Filosofia e Sociologia.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Slavoj Žižek sobre Hugo Chávez

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“Todos amam as favelas e os marginalizados, mas poucos querem vê-los mobilizados politicamente. Hugo Chávez entendia isso, agiu nesse sentido desde o começo e, por este motivo, deve ser lembrado.”
Slavoj Žižek, direto de Porto Alegre, onde acontece a primeira conferência do filósofo esloveno no Brasil.
 

Maduro está o fruto na terra que as Chaves abriram

   

As palavras me fascinam. A semântica, a semiologia, Lacan...
Para que servem chaves? Abrem portas, abrem caminhos, abrem oportunidades, abrem caixas de conteúdos que seriam inacessíveis sem elas, tornam públicos segredos...
E com a abertura um mundo novo se descortina. Um mundo ainda por fazer,por crescer fértil, próspero, a dar frutos.
Mas estes frutos para serem generosos precisam estar maduros.
Há tempo de abrir a terra para semear e há o tempo dos frutos amadurecerem.
Chavez e Maduro. Arquétipos.
É assim que os vejo.
Assim que vejo a Venezuela no luto de hoje.
A vida que segue. 
 

Adiós, Chávez!


O socialismo ficará mais invisível com o desaparecimento de Chávez... Com ele, o debate político esteve mais quente, mundialmente; sem ele, o debate tende a desaparecer.

sábado, 2 de março de 2013

O que torna um autor um clássico?



O Globo News Literatura está de volta com um programa especial sobre os clássicos. Esses autores nos ajudam a entender quem somos e aonde chegamos. E ao longo desse ano, o programa vai fazer uma campanha, em que a sua participação é fundamental!
Escolha aqui quem são os autores clássicos consagrados que gostaria de ver apresentados no programa. Convidamos você a ler os clássicos com a gente!
Para abrir a temporada dos clássicos, o Globo News Literatura escolheu um clássico por excelência: Honoré de Balzac.
Balzac criou mais de 2 mil personagens, que reapareciam em diversas obras diferentes, tanto nos 137 romances quanto em contos. Ora protagonistas, ora personagens secundários, em diferentesépocas da história da França e das próprias vidas. Ninguém tinha feito isso antes dele. Balzac chamou essa reunião de “A Comédia Humana”. Para os estudiosos, o escritor francês é o criador do “roman fleuve”. Saiba mais sobre o autor!
O que torna um autor um clássico? Por que Balzac permaneceu até nossos dias, influenciando de Dostoievski a Jack Kerouac?

Fonte:  http://g1.globo.com/globo-news/lendo-classicos/platb/2013/03/01/o-que-torna-um-autor-um-classico/

Fotos no Facebook

domingo, 31 de março de 2013

Páscoa: Ressuscita-me

Música de Aline Barros

Mestre, eu preciso de um milagre
Transforma minha vida, meu estado
Faz tempo que eu não vejo a luz do dia
Estão tentando sepultar minha alegria
Tentando ver meus sonhos cancelados
Lázaro ouviu a Sua voz
Quando aquela pedra removeu
Depois de quatro dias ele reviveu
Mestre, não há outro que possa fazer
Aquilo que só o Teu nome tem todo poder
Eu preciso tanto de um milagre

Remove a minha pedra
Me chama pelo nome
Muda a minha história
Ressuscita os meus sonhos
Transforma a minha vida
Me faz um milagre
Me toca nessa hora
Me chama para fora
Ressuscita-me

Mestre, eu preciso de um milagre
Transforma minha vida, meu estado
Faz tempo que eu não vejo a luz do dia
Estão tentando sepultar minha alegria
Tentando ver meus sonhos cancelados
Lázaro ouviu a Sua voz
Quando aquela pedra removeu
Depois de quatro dias ele reviveu
Mestre, não há outro que possa fazer
Aquilo que só o Teu nome tem todo poder
Eu preciso tanto de um milagre

Tu És a própria vida
A força que há em mim
Tu És o Filho de Deus
Que me ergue pra vencer
Senhor de tudo em mim
Já ouço a Tua voz
Me chamando pra viver
Uma história de poder

quarta-feira, 27 de março de 2013

Santas refeições

(foto: arquivo pessoal, bacalhoada de minha esposa)

           A cultura judaico-cristã é intensamente presente no interior da cultura brasileira. Agora, sobretudo, quando celebramos a páscoa, a simbologia que envolve os elementos daquele dia cruento – para os judeus, a libertação do Egito, a travessia apressada pelo mar vermelho com os cavalos e cavaleiros em seus calcanhares; para os cristãos, o drama da dor, do sofrimento, paixão, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré – parece dialogar profundamente com o dia a dia do cidadão brasileiro nas mais diferentes regiões, com os modos e peculiaridades de cada lugar.
            Para começar, é feriado nacional. Todos param e estabelece-se, quer queiramos ou não, uma ruptura no calendário de nossas rotinas. Abrimos o tempo profano (cronos) para dialogar com o sagrado (kairos) em nossas vidas. O curioso é que muita gente inverte a ordem das coisas e acaba suspendendo o sagrado em função do profano dando margem a inúmeros excessos.
            Em meio à memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo, o que nos chama atenção é a variedade culinária que se espalha pelo vasto território brasileiro nestes dias de preparação que antecedem a grande festa da páscoa para nós cristãos. A semana santa que culmina com a Ressurreição de Jesus no domingo se reveste de uma “santa comensalidade”. Em cada canto do país, por causa da influência da cultura judaico-cristã, é muito comum a criação de variados pratos alimentares que substituem tradicionalmente nossos rotineiros hábitos alimentares, o forte costume de todos os dias.
            Engraçado que a carne de boi, a famosa carne vermelha é substituída pelo peixe dos rios ou dos mares. É costume inserirmos nas refeições o tão recomendado bacalhau; que pode ser incrementado de muitos modos, cozido, como torta ao forno, bolinhos de bacalhau e etc. A quinta-feira do tríduo sagrado é dia reservado para o aguardado arroz doce. Refeições como estas, principalmente no interior do nordeste, são muito comuns e fáceis de ver e de se fazer, basta vontade e muito amor. Não podemos esquecer as suculentas umbuzadas feitas por nossos avós. O vinho ou suco de uvas é também acrescentado à mesa.
            As famílias se reúnem em volta de uma mesa mais farta neste período do ano, pois os costumes são mais fortes do que o bolso. Apesar dos ingredientes necessários para uma boa ceia pascal serem um pouco caros, mesmo assim o cidadão brasileiro faz questão de comer bacalhau, ova de peixe e outras iguarias tão tradicionais na semana santa. Ainda assim, não podemos nos dar ao luxo de esquecer o ovo da páscoa com bastante chocolate para afastarmos as tristes lembranças do sofrimento de Cristo e nos fixarmos somente em sua glória, em sua vitória, visto que o consumo de chocolate aumenta o nível do hormônio responsável pela sensação de bem-estar, de alegria, a “serotonina”, bem como o hormônio da “feniletilamina”, conhecido como o hormônio da paixão.
            Na verdade, conviver com todas estas guloseimas da semana santa e ter que praticar algum tipo de abstinência ou mortificação é um desafio e tanto, uma vez que os diferentes banquetes se sucedem um após outro deixando sabores inesquecíveis de quero mais. O querer mais em relação à comida e à bebida nos induz aos excessos, a comportamentos desmedidos, distanciando-nos do sentido do evangelho: “Não só de pão vive o homem”(Mt 4.4). Talvez, aí esteja a razão desta semana, compreender nossos paradoxos, contradições e ambiguidades. Figuras trágicas como as de Pedro e Judas parecem ser chaves nesta leitura. Negação e traição não faziam parte dos ingredientes. Ou faziam?
            Contudo, os banquetes da época de Jesus eram, certamente, mais sóbrios, modestos, regados a vinho ou suco de uvas. Os elementos da ceia pascal dos judeus estavam muito além do pão ázimo e do vinho, mas acrescia-se de carneiro assado, inteiro num espeto, geralmente um cabrito; “Harósset”, uma mistura de maçãs picadas, nozes cortadas, canela, passas, que serve como sobremesa; Ervas amargas, rabanete, chicória, “marór”; Ervas verdes, agrião, alface, aipo; Salmoura. Atualmente inclui-se no cardápio um ovo cozido, em memória da destruição do Templo, porém, é um elemento posterior à época de Jesus.
            Embora longe do modelo histórico de ceia pascal vivido por Jesus de Nazaré, é importante que não deixemos de adicionar ingredientes invisíveis ou pelo menos esquecidos às nossas guloseimas: a partilha e o amor. Após a sua morte, os seus discípulos e as comunidades cristãs colocavam tudo em comum e viviam como irmãos.
 

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bel. em Teologia, Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica e Pós-graduando em Estudos Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.

 

 

terça-feira, 26 de março de 2013

A volta de Sartre ao cenário francês

Para biógrafa de Sartre, filósofo volta a ser debatido por intelectuais franceses



MARCELO BORTOLOTI para a Folha de SP

Mais de 30 anos após a morte de Jean-Paul Sartre (1905-1980), ninguém ainda é capaz de arriscar de que forma sua obra entrará para a posteridade. O filósofo francês continua despertando paixões, e sendo louvado ou execrado conforme a orientação política do seu leitor.
Passagem de Sartre pelo Brasil teve muita imprensa e pouca filosofia
Gil compara gostar de Sartre a gostar de Lula
Sua biógrafa, a franco-argelina Annie Cohen-Solal, autora de "Sartre, 1905-1980" (LP&M), começa a enxergar uma retomada de estudos mais isentos --ou mais acadêmicos-- a seu respeito.
Esta semana ela entregou à editora Gallimard os originais de "Une Renaissance Sartrienne" ("Um Renascimento Sartreano", em tradução livre), no qual aponta a volta do autor aos círculos universitários da França, de onde ele havia sido banido.

Zélia Gattai/Fundação Casa de Jorge Amado
Jean-Paul Sartre em Ouro Preto (MG), em 1960, fotografado pela escritora Zélia Gattai
Jean-Paul Sartre em Ouro Preto (MG), em 1960, fotografado pela escritora Zélia Gattai
Cohen-Solal é uma defensora aguerrida do filósofo, e ela própria é parte deste movimento. Em junho, ela organiza na École Normale Supérieure, universidade parisiense onde Sartre estudou, um ciclo de debates sobre ele.
Há exatos 70 anos, Sartre publicou "O Ser e o Nada", um marco na filosofia do século 20. A obra deu popularidade ao existencialismo, doutrina segundo a qual a existência precede a essência, e portanto o homem se constrói pelos seus próprios atos.
Difundindo suas teses em livros de filosofia (como "O Imaginário"), mas também em obras de dramaturgia e romance (como "A Idade da Razão"), Sartre tornou-se uma celebridade mundial.
Mas sua imagem começou a ser maculada no final da década de 1950. Seu livro "Crítica da Razão Dialética", lançado em 1960, foi recebido com muita desconfiança por tentar unir o existencialismo a ideias marxistas.
A partir daí, adotando posições políticas cada vez mais radicais como a adesão incondicional ao regime de Mao Tsé-tung, na China, sua produção foi acusada de estar à serviço de uma ideologia comunista.
Annie Cohen-Solal fala à Folha da condenação que Sartre experimentou na França e defende seu legado.
*
Folha - Seu livro defende que as ideias de Sartre continuam vivas?
Annie Cohen-Solal - Não. Eu apenas descrevo a situação na França hoje. Depois de três décadas de uma crítica brutal contra Sartre na imprensa, e com muito poucas pesquisas acadêmicas sobre ele, surpreendentemente para mim, as coisas estão mudando. Toda uma geração de jovens estudantes está agora olhando para sua obra com uma perspectiva diferente.
Por quê?
Quando Sartre morreu, em 1980, recebeu tantas homenagens que parecia estarmos enterrando um segundo Victor Hugo. Em seguida, seu trabalho embarcou em uma aventura estranha, cheia de felicidade ou infortúnios, dependendo do país e de acordo com os tempos.
Enquanto na França passou a ser divertido criticar detalhes insignificantes da sua vida, as homenagens da Europa, África, Ásia e nas duas Américas concordavam que a mensagem de Sartre era uma ferramenta de referência para descriptografar o nosso tempo. Agora, estudantes franceses começaram a perceber esta relevância, especialmente na École Normale Supérieure, onde estamos discutindo a criação de uma cadeira Sartre.
Qual é seu legado mais importante?
Ele foi o intelectual global que deu poder aos enfraquecidos. O apoio dele aos excluídos, como judeus, africanos colonizados, homossexuais, mulheres e trabalhadores, ajudou a reverter a relação de poder. Hoje, muitas pessoas estão fazendo pesquisa sobre sua obra na África.
Por que recebeu tantas críticas na França?
Sartre foi educado em uma família protestante. Recebeu educação em casa até os dez anos, e foi muito influenciado por esses valores, que expressou em toda a sua vida.
Esse espírito protestante o levou a enfrentar tabus da memória coletiva francesa, como a colaboração com os nazistas, a tortura, a colonização etc. E sua atitude chocou muitas pessoas em um país de tradição católica.
Sua adesão radical ao comunismo afetou essa imagem?
Ele nunca foi um membro de carteirinha do Partido Comunista Francês, apenas um companheiro fortuito entre 1952 e 1956.
Ele apoiou os comunistas quando manifestações do partido estavam sendo injustamente sufocadas pela polícia francesa, mas se afastou deles quando os russos reprimiram a insurreição húngara e quando os tanques soviéticos invadiram Budapeste. Sartre terminou sua vida como um maoista, tornando-se mais e mais radical.
Sua participação política deve ser esquecida?
Eu não colocaria dessa forma. Acho que a trajetória e a obra de Sartre são um todo. E pessoas muito à direita não iriam se interessar por seu trabalho de qualquer modo.
Por que Sartre não saiu de moda no Brasil?
Eu digo que o Brasil é um dos países mais sartreanos em que já estive. E acredito que isso se deva, em parte, ao fato de Sartre ter passado três meses no país no verão de 1960. Na época, ele lutava ao lado dos revolucionários argelinos pela independência da colonização francesa, e suas ideias tiveram grande repercussão no país.

segunda-feira, 25 de março de 2013

ÍTACA

Odisseu (Ulisses) amarrado ao mastro de sua embarcação para se salvar das Sirenes na Odisséia de Homero, o grande poema épico Grego. Mosaico Romano do século III AD, Tunísia.

Se partires um dia rumo à Ítaca
Faz votos de que o caminho seja longo
repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem lestrigões, nem ciclopes,
nem o colérico Posídon te intimidem!
Eles no teu caminho jamais encontrarás
Se altivo for teu pensamento
Se sutil emoção o teu corpo e o teu espírito tocar
Nem lestrigões, nem ciclopes
Nem o bravio Posídon hás de ver
Se tu mesmo não os levares dentro da alma
Se tua alma não os puser dentro de ti.
Faz votos de que o caminho seja longo.
Numerosas serão as manhãs de verão
Nas quais com que prazer, com que alegria
Tu hás de entrar pela primeira vez um porto
Para correr as lojas dos fenícios
e belas mercancias adquirir.
Madrepérolas, corais, âmbares, ébanos
E perfumes sensuais de toda espécie
Quanto houver de aromas deleitosos.
A muitas cidades do Egito peregrinas
Para aprender, para aprender dos doutos.
Tem todo o tempo ítaca na mente.
Estás predestinado a ali chegar.
Mas, não apresses a viagem nunca.
Melhor muitos anos levares de jornada
E fundeares na ilha velho enfim.
Rico de quanto ganhaste no caminho
Sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
Uma bela viagem deu-te Ítaca.
Sem ela não te ponhas a caminho.
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu
Se a achas pobre.
Tu te tornaste sábio, um homem de experiência.
E, agora, sabes o que significam Ítacas.



Constantino Kabvafis (1863-1933)
in: O Quarteto de Alexandria - trad. José Paulo Paz.

domingo, 24 de março de 2013

E ERA FESTA DA PÁSCOA...

"Estacou na caminhada para ver um tipógrafo distribuindo preciso tipos. Lê primeiro ao revés. Faz a coisa rápido. Exige alguma prática isso. MangiD KcirtaP. Pobre Papai e seu hagadá, lendo com seu dedo para trás para mim. Pessah. No ano próximo em Jerusalém. Oh, meu Deus! Toda essa longa história sobre como saímos da Terra do Egito e entramos na casa da servidão alleluia. Shema Israel Adonai Elohenu. Não, isso é a outra. Então, os doze irmãos, filhos de Jacob. E então o carneiro e o gato e o cão e o bastão e a água e o açougueiro e então o anjo da morte mata o açougueiro que mata o boi e o cão mata o gato. Soa um pouco boboca até que se entre bem na coisa. Justiça é o que significa, mas é um comer cada um o outro. É o que é a vida enfim. Com que rapidez ele executa a tarefa. A prática é a mãe da perfeição. Parece que vê com os dedos"(James Joyce em seu Ulisses).

Vejamos uma ilustração de Joyce por Bob Cato. (Cover of Joyce Images):


Receita de miojo no ENEM vira piada...


sábado, 16 de março de 2013

PROEMI - Ferramentas filosóficas: Oralidade, interpretação textual e tecnologias

Inscreva-se já! Você que é estudante da Escola Estadual Teônia Amaral, as inscrições para inúmeras oficinas do Programa do Ensino Médio Inovador, que funcionarão no contraturno da Escola, estarão abertas a partir desta terça-feira, dia 19/03 e vão até 22/03.
O Prof. Jackislandy Meira estará oferecendo a oficina de FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS. O estudante interessado é só procurar o Professor ou a direção da Escola para se inscrever.
Conheça o Projeto do Professor Jackislandy Meira de Medeiros Silva e venha participar:


PROEMI – PROGRAMA DO ENSINO MÉDIO INOVADOR
ESCOLA ESTADUAL TEÔNIA AMARAL – ANO 2013
FLORÂNIA – RN


FERRAMENTAS FILOSÓFICAS: ORALIDADE, INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E TECNOLOGIAS.

Oficinas:
    1) Com a fala também se aprende;
             Objetivo geral: 
 
Desenvolver no estudante a possiblidade de aprender com seus argumentos por meio de diálogos dramáticos, debates, mesa-redonda, seminários, conversações, entrevistas e demais exposições.

Objetivos específicos:

O estudante poderá aprimorar sua extensão vocal, impostação e colocação da voz. Alcançará maior fluidez na linguagem quando precisar comunicar ou divulgar o seu trabalho. Terá oportunidade de educar a sua fala, bem como dominá-la mais, trabalhá-la e torná-la ainda mais eficaz nos trabalhos escolares e em outras apresentações de interesse individual e coletivo. Será interessante também, gerar no estudante um apelo auditivo; saber ouvir; viver o que o outro está ouvindo e sentindo. A possibilidade de, com a leitura e com a audição da fala do outro, imprimir certa comoção na turma ou nos colegas.

    2) A descoberta das ideias no texto
             Objetivo geral:

Conduzir o estudante por diversos tecidos textuais, de modo que estabeleça comparações, releituras a partir de sua visão de mundo, de sua vida.

Objetivos específicos:

O estudante manterá contato mais direto com o texto escrito, no caso aqui o texto ou fragmentos ou diálogos filosóficos para fazer uma relação com a dimensão oral vista anteriormente. Importante notar que a interpretação surgirá aos poucos como apoio para o entendimento do conteúdo daquilo que se fala, do contrário, seria praticamente difícil imprimir sentimento, vida e emoção ao que se está falando ou dialogando.

         3) Uso de ferramentas tecnológicas: e-mails, internet, blogs, portfólio virtual, ebooks, vídeos...

Objetivo geral:

Subverter a ordem tecnológica do puro entretenimento para uma nova ordem inteligente do uso dessas ferramentas em que o estudante informe-se, aprenda e reflita conteúdos veiculados em rede.

Objetivos específicos: 
 
A tecnologia será muito mais uma via de mediação para a desenvoltura da fala e da interpretação do texto filosófico do que simplesmente um mecanismo de entretenimento de alienação e controle. O estudante descobrirá o quanto ele está no controle das tecnologias e não o contrário. O estudante, depois que adquirir habilidade do uso da fala e uma razoável compreensão do que está sendo dito, poderá se comunicar com mais segurança e confiança. E para inteirá-lo ao mundo da comunicação rápida e virtual, será oferecido a ele aulas de criação de e-mails, blogs e navegação na internet, de modo que estas ferramentas auxilie à sua aprendizagem, amplie sua socialização e atue numa constante troca de conteúdos em tempo real para a vida toda.


Autor: Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

sexta-feira, 15 de março de 2013

O acaso e o jogo

Já falei aqui da influência do acaso em tudo o que fazemos e no que a vida faz da gente.
Observei que, no amor como na arte, ele influi decisivamente, mas, apesar disso, para que não pensem que vejo a vida como um mero jogo de acasos, sobre o qual não exerceríamos qualquer influência, afirmo que, na maioria das vezes, o acaso é neutralizado ou aceito pela nossa necessidade, ou seja, o acaso não é tudo.
Até na poesia é assim: se é verdade que a primeira palavra que escrevo na página em branco surge, às vezes, sem que eu saiba por que, ela já determina a segunda palavra, a terceira e, assim, à medida que o poema ganha corpo e sentido, só entra nele a palavra necessária. No fundo, o que fazemos quase todo o tempo é transformar o casual em necessário.
Pois bem, outro dia percebi que o mesmo --ou quase o mesmo-- ocorre nos esportes, onde o fator casual é, sem dúvida, decisivo. Pense só nisto: o tiro de escanteio, num jogo de futebol. Quantos jogadores dos dois times estão dentro da área? Sete? Oito? Dez? Como saber na cabeça de qual deles a bola cairá?
Se for na cabeça de um jogador do time que bate a falta, pode ser gol; se for na cabeça de alguém do outro time, o gol pode ser evitado. O fato é que o grau de imprevisibilidade, nestes casos, é enorme.
Por isso, o escanteio é um dos momentos mais críticos de qualquer partida de futebol, uma vez que é quando há menos possibilidade de controlar o acaso.
Claro, o escanteio é um exemplo extremo, mas, durante todo o jogo, 11 contra 11, é impossível prever tudo o que pode ocorrer. A verdade, porém, é que quem der menos chance ao azar, isto é, ao acaso, ganhará a partida.
No tênis, numa partida individual, o acaso terá, sem dúvida, menos chance, embora a coisa não seja tão simples como pode parecer; é que, se aqui a ação dos jogadores é mais previsível do que no futebol, com tanta gente atuando, em compensação, por serem apenas dois os tenistas, têm menos controle sobre os fatores de espaço e tempo implicados em cada lance. Ainda assim, o controle sobre a probabilidade é maior.
Caso bastante especial é o do vôlei, quando duas equipes de seis jogadores disputam o controle sobre uma bola num campo dividido por uma rede.
Por suas características, parece que o vôlei é o esporte em que se tem maior possibilidade de neutralizar o acaso, ou seja, a probabilidade.
Advirto o leitor que estou pensando essas coisas, agora, pela primeira vez. Estou "sacando" quase como um jogador de vôlei e espero confirmar o meu saque.
Se estou pensando certo, o vôlei, de todos esses esportes, parece ser aquele em que o técnico melhor consegue anular consideravelmente o incontrolável e, consequentemente, a ação do adversário. Isso se deve, creio eu, às características desse esporte e fundamentalmente ao fato de estar a quadra, que não é muito grande, dividida por uma rede.
Como os jogadores têm de passar a bola por cima dela, isso possibilita bloquear-lhes a ação e evitar que a bola caia do lado de cá da quadra. O bloqueio é, por isso mesmo, um recurso decisivo e, consequentemente, a cortada, que procura superá-lo e fazer o ponto.
Nisso tudo, o técnico tem papel fundamental, bem mais que, por exemplo, no futebol, cujo campo é grande demais, tornando imprevisível o deslocamento dos jogadores adversários.
O tamanho do campo, combinado com o número de jogadores em ação, influi decisivamente na impossibilidade de o técnico prever como o adversário se comportará e, por isso mesmo, como deve ele orientar os jogadores de seu time para chegarem ao gol, evitando, ao mesmo tempo, que o outro o consiga antes ou mais vezes.
A influência desses fatores é determinante e de tal modo que, em função dela, por exemplo, enquanto no tênis o saque favorece a quem saca, no vôlei é o contrário: quem saca mais provavelmente perde o ponto.
Em face de todas essas "sacações", concluo afirmando que, nesses diversos esportes, a função do técnico é tornar a ação dos jogadores inteiramente previsível, do seu e do time adversário, ou seja, anular o acaso. Mas isso nem Deus consegue.

Ferreira Gullar Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de "Ilustrada".

IDH: Brasil é o 85º no mundo


O Brasil manteve o 85º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano preparado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, posto apresentado desde 2007. O índice obtido foi de 0,730, em uma escala que vai de 0 a 1. Com essa nota, o País permanece no grupo de Desenvolvimento Humano Alto.
Apesar da estagnação refletida no ranking, integrantes do PNUD capricharam nos elogios feitos ao desempenho do País nas últimas décadas. “O País mudou o padrão histórico em muito pouco tempo e é reconhecido por isso”, afirmou o coordenador residente do sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek.
O IDH é calculado com base em indicadores de renda, educação e longevidade, ou seja, saúde. Os dados revisados para 2011 atribuem ao Brasil o índice 0,728. A Noruega, primeira colocada no ranking, chegou a 0,955.
O PNUD reconheceu que utiliza em seu trabalho dados menos atualizados que os do governo brasileiro – motivo de críticas oficiais no passado. Se os dados mais recentes tivessem sido utilizados, o IDH seria mais alto: 0,754.
 O Brasil aparece 137 vezes nos textos, gráficos e tabelas do relatório – um recorde desde a primeira avaliação do PNUD, feita em 1990. Uma das razões desse destaque é o próprio enfoque do trabalho, centrado no crescimento econômico dos países em desenvolvimento e nas consequências sociais do fenômeno. O título do relatório é “A ascensão do Sul – progresso humano em um mundo diverso”.
Entre 1990 e 2012, praticamente todos os países tiveram melhoras em seu IDH. Mas o Brasil aparece em um grupo de 40 nações que, no período, apresentaram desempenho “significativamente superior” ao previsto, dada sua condição em 1990. Na mesma categoria estão China, Índia, Coreia do Sul, Turquia e México, entre outros.

Brasil, 85º no IDH. Economia x Desenvolvimento

Este é o retrato do avanço econômico? O Brasil precisa fazer uma autocrítica do que está acontecendo.

Bigelow na linha de sombra



Vejo você escrevendo em seu gabinete. Você mora num bairro de classe média alta de São Paulo. Pessoa sofisticada, você tem aquele sentimento que os outros são menos inteligentes do que você, sem deixar ninguém perceber porque está treinado a fingir modéstia.
Agora, imagine que você toma vinho, dá aulas e vê o olhar apaixonado das alunas brilhando ou o olhar convertido dos alunos acreditando piamente nos absurdos que você fala. Mas você fala apenas absurdos simpáticos à sua própria vaidade ou à vaidade de quem ouve você. Quando ouvimos você falar ou lemos o que você escreve, temos certeza de que você é “ético”.
A razão para existir esses intelectuais “para um mundo melhor” é fazer o mundo servir à vaidade deles e de quem se acha tão “ético” quanto eles. A ética é a baixa escolástica contemporânea: todo mundo fala, mas todos sabem que é “papo furado”. Dizer-se ético é “self-marketing”.
Você viaja a Paris ou a destinos semelhantes e frequenta universidades, galerias de arte, concertos de música erudita (desculpe, sei que a palavra “erudita” trai meu preconceito contra músicas horrorosas “do povo”). Você recebe inclusive financiamentos públicos para algumas dessas viagens e para escrever livros. E, com isso, espalha pelo mundo as ideias delirantes que tem em seu gabinete.
Basicamente, essas ideias se caracterizam por não terem nada a ver com a realidade, mas portam aquele tipo de aparência que encanta: você é a favor de um mundo melhor e condena todo mundo que sabe que você mente.
Projetando a imagem de um coração puro indignado com a injustiça no mundo, às vezes você até esquece que, talvez, esteja processando alguém da família por um quarto e sala na Praia Grande ou em Higienópolis. Ou que trama contra inimigos ideológicos ou institucionais. Claro, este fato concreto nada tem a ver com suas firmes ideias de que, se o mundo fosse como você acha, todos seriam felizes e não seriam necessários Exércitos, polícia, advogados, e, principalmente, pessoas que discordam de você.
As guerras acabariam, porque, óbvio, elas existem desde sempre apenas porque você ainda não tinha nascido no passado para iluminar a todos com sua “boa nova”. Ou, quem sabe, conseguiria calar a todos que não acreditam em você, aliás, como acontece normalmente com mimados e vaidosos como você.
Sim, vi o filme “A Hora Mais Escura”, de Kathryn Bigelow. Brilhante. Há muito que desconfio que o cinema americano depende de cineastas mulheres para sobreviver à pobreza de espírito, pois grande parte dos homens ficou covarde.
O filme mostra tudo que existe para você e eu tomarmos vinho e viajarmos a Paris sem sermos explodidos por aí. Quem acha que o filme louva os “métodos” da CIA é porque não ainda atravessou aquela “linha de sombra” da qual faz referência o escritor Joseph Conrad: a linha que separa a infância da maturidade, ou, diria eu, que separa a vaidade da verdade.
O filme trata de pessoas que vivem na escuridão e com as mãos sujas, enquanto você posa de limpinho. Compare este filme com o “Munique”, de Steven Spielberg. “Munique” narra um suposto plano para matar os terroristas envolvidos na chacina dos atletas israelenses nas Olimpíadas alemãs.
Spielberg é um dos cineastas frouxos dos quais esperamos que Bigelow nos salve.
Em “Munique” o protagonista (líder do grupo) tem uma crise de consciência ao final e abandona “o barco” da espionagem israelense, se refugiando em Nova York. Muito típico de gente como você.
Compare esse final com o final da protagonista de “A Hora Mais Escura” (a ruiva deliciosa Jessica Chastain). Sozinha, “the girl” (como seus colegas da CIA se referem a ela ao longo do filme) tem um avião só pra ela. O piloto do avião militar diz: “Você deve ser importante para mandarem um avião só pra você! Disseram para levar você para onde você quiser. Onde você quer ir?”. Nossa deliciosa heroína não responde. Olha o vazio e derrama duas lágrimas. Um rosto sem vaidade.
Um filme para gente grande que sabe que o vinho nosso de cada dia custa mais do que o preço que pagamos.

Luiz Felipe Pondé (jornal FSP – 11.03.2012)  | Outra fonte para este artigo: AQUI

segunda-feira, 11 de março de 2013

Poderosa Afrodite



Aprendemos durante as entradas e saídas do teatro ou do cinema que o poder da imagem, como instrumento de produção de emoções em seus espectadores, é articulado também pelo poder político e pela tragédia. Emoções da natureza humana que são reconstruídas socialmente, a exemplo das tragédias gregas, em espaços públicos, devem traduzir os anseios e necessidades do contexto para o qual está falando.
Desprovidos de toda parafernália tecnológica do mundo contemporâneo, o teatro antigo se servia de elementos muito diretos e sensíveis do ponto de vista social e político, tornando-se patente o modo pelo qual as pessoas interagiam. O teatro se constituía, assim, como uma forma de ação política.
As emoções produzidas hoje pelo cinema são muito diferentes das produzidas ontem, há mais de 2000 anos, no théatron, onde havia intensa dramatização dos elementos lírico, cênico e recitativo. É indispensável que uma produção cinematográfica de recepção de personagens, histórias, temas, problemas e diversos assuntos do passado nos permita dialogar com a antiguidade através de sons, imagens, linguagens e cores para revivermos valores sociais e culturais daquela obra literária.
Assistir a um filme acerca do passado não só resgata o passado, mas implica conhecê-lo de um modo diferente, em que o espectador, ao invés de transpor o passado para o presente, interaja e dialogue com o que lhe é fundamental (2011: p. 104).
Nesse sentido, podemos dizer que Poderosa Afrodite, filme escrito e dirigido por Woody Allen em 1995, discute pontos fundamentais nas tragédias de Édipo Rei e Medeia que ainda estão em pauta para o homem contemporâneo, tais como: relação problemática entre pais e filhos, o adultério e a culpa. Na verdade, o filme nos possibilita conexões riquíssimas pela sua abordagem temática, pois Woody Allen elege a culpa e o adultério como acessos às narrativas míticas e aos dramaturgos gregos, sem excluí-los ou subvertê-los (2011: p. 105).
A projeção narra a história de um casal, Lenny Weinrib e Armanda Sloan, que adota uma criança. Não se sabe de quem a criança é filha, até que um dia Lenny resolve investigar e fica sabendo que a mãe, Linda Ash, é uma prostituta. A maior pretensão da mãe, a “Afrodite” de Allen, é ser atriz de filmes pornográficos.
No correr da trama, o diretor mexe com os espectadores por tratar a história em dois espaços e tempos diferentes: as ruínas de um anfiteatro, de um lado; e um restaurante no qual se encontram casais, de outro. No centro da narrativa está o drama de Lenny conectado ao de Édipo, simbolizado no filme pela presença do fogo, poder encantatório e destrutivo. Allen é original quando suspende o tom austero, mais adequado à tragédia, para incluir o tom cômico. O cenário é marcante, bem como o coro, que lembra a morte de Aquiles, os infortúnios de Édipo e a má sorte de Medeia. As angústias dos pais, que saem em busca do paradeiro da mãe biológica de seu filho adotivo, se assemelham às de Édipo, que sofre para encontrar o assassino de Laio.
O poder do fogo representa, no filme, o poder de Afrodite, deusa do amor. Se nos remontarmos a Platão, no Banquete, vemos que o discurso de Pausânias, um dos convivas e oradores da festa, engrandece e elogia o amor nas suas duas diferentes naturezas: Afrodite urânia, filha de Urano sem a participação feminina, e Afrodite pandêmia, filha de Zeus e de Dione. Esta, por ser produto do masculino e do feminino, é acessível a todos e leviana na maneira de dar amor, ao passo que aquela, por nascer apenas do pai, é celestial, inatingível e extraordinária. Aí está o duplo poder de Afrodite: Poderosa nos sentidos, poderosa na Razão.


Bibliografia:
ARAÚJO, L. A. (2011). Poderosa Afrodite: uma tragédia cômica. Archai n. 7, jul-dez 2011, pp. 102-108.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Bel. em Teologia, Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica e Pós-graduando em Estudos Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.

domingo, 10 de março de 2013

A educação é feita com e pelo diálogo

Prof. Ricardo Valim

Não será com lousa digital, tablet e outras parafernálias tecnológicas que mudaremos a sala de aula como espaço de aprendizagem e partilha de conhecimentos e informações. Só iremos resolver problemas, encontrar espaços de convívio, aprender a investigar e propor ações, com e pelo diálogo (de preferência diálogo filosófico). A Filosofia desde a Educação Infantil é um caminho seguro para essa finalidade

Constantemente conversamos com outras pessoas, lemos e vemos por aí sobre a nossa realidade e como um simples diálogo poderia resolver muita coisa. Em nossa sociedade apesar dos esforços de ambos os lados ainda falta diálogo entre pais e filhos, governos e cidadãos, entre religiões e religiões. Como se pode notar o diálogo é base para muita coisa.
Mas como fazer tudo isso se a nossa educação contemporânea ou pelo menos sua metodologia, não está apta para tal feito? Se quisermos uma sociedade futura mais diversificada em pensamento e com grande capacidade de diálogo e criticamente esclarecida, teremos de começar a trabalhar estas situações ainda hoje em sala de aula.
No seio familiar aprendemos alguns princípios básicos para viver e se organizar socialmente. Porém, é em um contato social mais amplo – que é a escola – que se aprenderão novos valores e que serão aperfeiçoados os adquiridos apriori em casa.
E é justamente por isso mesmo que “Pensar a Educação é Pensar no Futuro”. O que queremos para o nosso futuro? O que esperamos d’ele? São perguntas que devem perturbar o espírito de um bom educador comprometido com a realidade.
A educação deve estar, e esta deve ser sua essência, voltada para a evolução de uma realidade que hoje não nos agrada.
A educação é o caminho mais seguro para a edificação de um novo mundo mais humano e solidário. A educação deve estar para além do comércio e das intenções de partidos políticos, ela deve ser a bandeira de esperança levantada ante os erros que agora são cometidos para que não se repitam em um futuro bem próximo. Se estivermos realmente fartos de tanta violência e corrupção, o que poderemos fazer então dentro de um plano educacional para reverter tal quadro? É isso que devemos pensar! Portanto, “Pensar a Educação é Pensar no Futuro e Pensar no Futuro é Pensar na Educação Hoje”.


Ricardo Valim – Bacharel em Filosofia, Pós Graduado em Metodologia do
Ensino de Filosofia e Sociologia.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Slavoj Žižek sobre Hugo Chávez

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“Todos amam as favelas e os marginalizados, mas poucos querem vê-los mobilizados politicamente. Hugo Chávez entendia isso, agiu nesse sentido desde o começo e, por este motivo, deve ser lembrado.”
Slavoj Žižek, direto de Porto Alegre, onde acontece a primeira conferência do filósofo esloveno no Brasil.
 

Maduro está o fruto na terra que as Chaves abriram

   

As palavras me fascinam. A semântica, a semiologia, Lacan...
Para que servem chaves? Abrem portas, abrem caminhos, abrem oportunidades, abrem caixas de conteúdos que seriam inacessíveis sem elas, tornam públicos segredos...
E com a abertura um mundo novo se descortina. Um mundo ainda por fazer,por crescer fértil, próspero, a dar frutos.
Mas estes frutos para serem generosos precisam estar maduros.
Há tempo de abrir a terra para semear e há o tempo dos frutos amadurecerem.
Chavez e Maduro. Arquétipos.
É assim que os vejo.
Assim que vejo a Venezuela no luto de hoje.
A vida que segue. 
 

Adiós, Chávez!


O socialismo ficará mais invisível com o desaparecimento de Chávez... Com ele, o debate político esteve mais quente, mundialmente; sem ele, o debate tende a desaparecer.

sábado, 2 de março de 2013

O que torna um autor um clássico?



O Globo News Literatura está de volta com um programa especial sobre os clássicos. Esses autores nos ajudam a entender quem somos e aonde chegamos. E ao longo desse ano, o programa vai fazer uma campanha, em que a sua participação é fundamental!
Escolha aqui quem são os autores clássicos consagrados que gostaria de ver apresentados no programa. Convidamos você a ler os clássicos com a gente!
Para abrir a temporada dos clássicos, o Globo News Literatura escolheu um clássico por excelência: Honoré de Balzac.
Balzac criou mais de 2 mil personagens, que reapareciam em diversas obras diferentes, tanto nos 137 romances quanto em contos. Ora protagonistas, ora personagens secundários, em diferentesépocas da história da França e das próprias vidas. Ninguém tinha feito isso antes dele. Balzac chamou essa reunião de “A Comédia Humana”. Para os estudiosos, o escritor francês é o criador do “roman fleuve”. Saiba mais sobre o autor!
O que torna um autor um clássico? Por que Balzac permaneceu até nossos dias, influenciando de Dostoievski a Jack Kerouac?

Fonte:  http://g1.globo.com/globo-news/lendo-classicos/platb/2013/03/01/o-que-torna-um-autor-um-classico/

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